História Me "casei" com uma Brasileira - Aidan Gallagher. - Eu não gosto de beijar ele.

Acordo com o barulho do despertador do meu celular, então eu olho o horário e eu lembro que estava atrasada para encontrar com a Bonnie, a gente sempre passa em uma loja de conveniência antes de ir as aulas. Me levanto bem rápido que nem doida, indo para o banheiro, eu me arrumo bem rápido e para piorar eu esqueci de arrumar minha bolsa ontem a noite, tive que fazer tudo correndo.

— Bom dia — Aidan fala para mim ao me ver entrar na cozinha e eu olho estranhando a mesa de café da manhã que ele se deu ao trabalho de fazer.

Tinha algumas frutas, pão, geleias e suco em cima da mesa, ele deve ter acordado e feito tudo isso, mas eu não vou poder ficar para comer, estou atrasada.

— Bom dia — Respondi pegando uma maçã e colocando um pouco de suco em um copo vazio — Você vai usar o carro hoje?

— Não, na verdade, eu acredito que vou passar o dia em casa tem um estúdio aqui, então eu acho que vou produzir alguma coisa ou fazer uma live, sei lá — Responde ele e eu bebo o suco de uma vez com pressa — Ei vai com calma, ainda tem tempo de apreciar o café.

— Não, eu não tenho tempo, na verdade, eu estou atrasada — Coloco o copo vazio na mesa e limpando a boca com as costas da mão, já saindo da cozinha com ele me seguindo.

— Mais você não, nem vai tomar um café da manhã? É uma das refeições mais importantes do dia — Questiona o moreno com a gente passando pela sala e eu dou uma olhada rápida na minha bolsa para ver se eu tinha tudo que precisava ali dentro.

— Eu já peguei — Mostro a maçã para ele e o jeito decepcionado que ele me olha fica bem evidente.

— Você sabe que uma maçã, não é uma refeição completa né?

— Sim, eu sei, mas ela pode me ajudar a não desmaiar nas três primeiras aulas, até ontem estava reclamando que eu não comia nada saudável, agora que eu vou comer, você continua reclamando.

— Comer uma maça, não é se alimentar direito.

— Me desculpa mãe, se eu estou com pressa para ir para escola e estudar — Comento pegando a chave do carro em cima da mesinha perto da porta, eu dou uma mordida na maçã e saio para fora da casa.

— Espera... — Escuto ele falar e eu olho o moreno pegar uma jaqueta, já se cobrindo, depois trancando a porta.

— Você não ia ficar em casa? — Perguntei dando outra mordida na maçã e olhando ele que me acompanha até a garagem da casa.

— Sim, mas eu estou preocupado de que você desmaie enquanto dirige, somos casados agora, eu tenho que cuidar da minha esposa e eu quero te levar para faculdade, saber onde estuda e te conhecer, a sua rotina sabe — Diz ele todo animado e eu paro de andar encarando ele com as sobrancelhas franzidas, então ele apenas sorri para mim — Relaxa que eu só vou deixar você lá e quando sair me liga para eu te buscar.

— Mas eu...

— Eu sei que pode fazer isso sozinha, mas me deixa te ajudar um pouco e eu que dirijo dessa vez, tá bom — Ele pega a chave do carro da minha mão e depois pisca para mim. "O quê deu nesse maluco?"

— Maluco... Eu só vou, porque estou com pressa e você vai ter que passar em um lugar antes — Vou atrás dele dando outra mordida na minha maçã e entrando no carro sentando no banco do passageiro.

(...)

— Eu não acredito que ele veio buscar a gente — Bonnie fala no banco de trás parecendo muito feliz e eu olho a loira que me olha com um sorrisinho no rosto — Na verdade, o Aidan poderia ir com a gente no karaokê depois das aulas né, sair um pouco, descontrair. "O que essa desmiolada tá fazendo?"

— Karaokê? — Aidan olha para mim e eu dou de ombros.

— É amiga, o nosso encontro com os meus amigos estrangeiros, que a gente tá combinando de sair todo mundo junto a um mês — Bonnie me lembra daquilo e eu bato a mão na testa por esquecer completamente desse compromisso, que é hoje, "Também com um monte de loucura que eu passei nesses últimos dias, como que é que eu ia lembrar?" — E mais uma vez ela esqueceu, as vezes eu esqueci que a sua memória é de dori, mas eu quero saber, você vai né?

— Eu não sei amiga, eu tenho que estudar para a prova que vai ser essa semana e eu quero tirar uma nota boa nela sabe — Invento uma desculpa plausível e que não era mentira de fato, eu tenho uma prova nessa semana, mas eu não quero que um certo alguém vá junto.

— Essa prova é só na sexta, estamos na segunda, você pode muito bem curtir uma noite comigo e os meus amigos estrangeiros — Diz ela brava e eu olho a loira desanimada — Qual é Bela, você ama um karaokê, a gente sempre ia no começo do ano.

— É, mas só quando estamos eu, você e aquele seu amigo da Alemanha, que eu não sei falar o nome dele até hoje.

— Ele também vai tá lá, além de mais outras pessoas legais, mas isso não é desculpa, Aidan, convence essa garota a ir se divertir um pouco com o pessoal, fala para ela que nem tudo é só estudar — Bonnie apela para o moreno que dirigia e ele sorri, mas eu fico encarando ele brava. "VOCÊ OLHA BEM, O QUE VAI FALAR PARA MIM".

— Ela tá com medo de cantar em público, eu não posso forçar ela — Abro a boca chocada com aquela provação fajuta dele.

— Eu não tenho medo de cantar, inclusive eu arraso cantando em espanhol — Respondo indignada com aquilo e ele me olha sorrindo de lado, depois ele volta a olhar para rua.

— Isso é verdade, por isso que precisamos que você vá e o Aidan, tá mais que convidado — Bonnie fala e eu olho ela brava e a garota pisca para mim. "O que essa doida tá tramando".

— Eu não sei meninas, eu não quero estragar a festa de vocês — Aidan recusa sendo sensato e eu sorrio feliz com aquilo.

— Por que tá com medo de cantar mal? — Provoco do meu jeito sorrindo e o moreno olha para mim.

— Não... Tá bom, eu vou — Diz ele e o meu sorriso se desfaz, olho a Bonnie, que comemora feliz com aquilo. "Não, não e não, ele não pode".

— Eu não sei, se quero ir — Digo querendo desistir mesmo.

— Ah você vai sim, nem que para isso eu precise te arrastar, ai a gente vai decidir se você vai sorrindo ou chorando — A loira chama a minha atenção e faço uma careta para ela — Depois que as aulas acabarem, Aidan, pode encontrar com a gente no karaokê, que vamos todos direto para lá, depois eu te mando o endereço.

— Tá legal — Ele aceita e eu o encaro indignada, mas eu sei que agora não ia adiantar eu falar muita coisa, já que ele confirmou que vai.

(...)

— Por que convidou ele? — Questiono a loira que olha para mim, já que tínhamos acabado de chegar na faculdade e se despedir dele.

— Porque ele é um gato e eu amei muito a interação que tiveram ontem na casa, ou você acha que eu não vi o beijo que tiveram na cozinha — Comenta ela me deixando sem graça por eu lembrar daquele momento que tive com ele. "Ele parece até estar sempre arrumando uma desculpa para me beijar".

— Não... Não foi um beijo... E eu ele não combina em nada comigo, então para de bancar o cupido maluco que sai atirando para todos os lados que nem uma doida, desesperada para juntar um casal que não existe, porque você tá vendo coisas na onde não tem.

— Vai dizer que não gosta de beijar ele quando pode, eu percebi o jeito que ficou na sessão de fotos depois que se beijaram, ficou toda sem graça e sem jeito, mal olhou para ele.

— Não... Aquilo não... Não foi um beijo... E eu não gosto de beijar ele para o seu governo tá... E por que a gente tá falando disso? — Digo nervosa com ela falando daquele jeito e eu sinto um pouco de calor, então começo a me abanar com a mão.

Então me lembro de como eu o puxei para mais perto na sessão de fotos e encostei os meus lábios nos dele, da forma que ele segurou na minha cintura e me puxou para mais perto, era como ter uma imagem clara na minha cabeça. "Porém, eu não gosto dele, só estou em um momento de carência que eu sei, eu me conheço".

— Por que tá nervosa?

— Eu não estou nervosa, por que acha isso?

— Porque você tá se abanando e você sempre faz isso quando pensa em algo quente, que te deixa excitada ou que gostou muito... Sua safada, estava pensando nele.

— Claro que não.

— Você gostou né, de beijar ele na sessão de fotos?

— Não...

— Gostou sim, nem para disfarçar sua safada.

— Eu não gostei e para de imaginar coisas, que você tá ficando maluca.

— Não se preocupe minha amiga, eu faço o seu desejo virar realidade, você vai ter um beijo incrível com ele e eu quero um beijo de qualidade essa noite, com língua e tudo viu.

— Bonnie, a gente não vai se beijar, eu não vou nesse karaokê e você não vai fazer esse esquema maluco que tem na sua cabeça, porque eu te conheço — Falo nervosa e andando na frente com ela me seguindo, já que estávamos dentro do campos — Eu sei que quer fazer o programa ficar com mais audiência, mas...

— Tá com medo de gostar dele de verdade né? Eu te entendo, ele é encantador e um gato — Questiona ela e eu rio achando um absurdo aquilo.

— O quê? Não... Definitivamente não... Só se eu estivesse completamente maluca, o que eu não estou... Eu não vou gostar dele e você para de shippar a gente, sabe muito bem que nunca daria certo.

— Tá bom — Diz ela fingindo se convencer com o que disse, então ela tira uma câmera da sua bolsa — Só sei que você tem que gravar o seu dia, faz parte do reality, enquanto vamos monitorar o seu marido sozinho na casa e não se preocupe que a noite de karaokê vai ser incrível, eu vou gravar tudo.

— Eu sei que está tramando alguma coisa nessa sua mente maligna e horrenda, mas fique sabendo que não vai acontecer nada no karaokê — Digo com a loira me olhando com aquele olhar de "Vai nessa gata, que não vai acontecer nada, se depender de mim, vai", às vezes eu tenho medo dela — E eu não posso sair andando com uma câmera, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Você se acostuma, a gente não pode te monitorar ao vivo quando você estiver fora da casa, ainda mais aqui na faculdade, mas você tem que gravar você mesma tendo o seu dia, as pessoas precisam te conhecer e ver como você é, no seu dia a dia normal — Explica e eu entendo o porquê, droga de reality.

— É tarde demais para eu desistir desse reality show?

— Sim, porque você aceitou o dinheiro e assinou o contrato, eu tenho certeza que as pessoas vão gostar da mini discussão dos dois no mercado, eu dei uma olhadinha na edição que fizeram para o primeiro episódio, sabia que os dois tinham um tempero que faltava para esse reality.

— Bom, espero que elas gostem mesmo porque para mim, parece uma eternidade.

— Relaxa que passa rapidinho e você tá ganhando muito seguidores no seu insta, tá ficando famosa amiga — Ela fala animada com aquilo como se fosse uma coisa boa.

— Mas eu não quero ficar famosa — Digo olhando ela sair andando na frente — Bonnie...

— Foi mal, eu tenho aula agora, te vejo no karaokê gata — Ela manda um beijo para mim e depois sai correndo. "Eu não acredito nisso".

— Bonnie... Que ótimo — Então eu olho para a câmera na minha mão e eu ligo ela colocando para gravar o rosto — Oi mundo... Desculpa se parecer estranho, eu não estou acostumada a andar com uma câmera por aí.

(...)

Finalmente chegou a hora do almoço e eu como tenho que fazer um trabalho para semana que vem, eu vou fazer ele na biblioteca, gosto de adiantar as coisas e aproveitar esse meu tempo livre no lugar mais silencioso daqui. Então, para não ficar sem comer nada, eu compro um saco de doces para mim na loja de conveniência que fica perto da faculdade e claro que eu me gravei no processo, ainda é estranho para mim andar com uma câmera, estava voltando o caminho andando e quando chego na esquina, eu vejo um pessoal amontoado na frente, me aproximo com a intenção de passar por eles, mas paro assim que vejo o Aidan, com um monte de fãs em volta dele.

Fora que tinha um câmera-man e outro pessoal da produção do reality show, sendo constantemente gravados, estou começando a me cansar disso e olha que tá só começando.

— Aidan, é verdade que você se casou? — Uma fã pergunta para ele e eu acho que é melhor eu me esconder.

— Sim, na verdade, eu estou procurando a minha esposa, ela estuda aqui — Escuto a voz dele e quando eu penso em dar a volta para não ser vista o meu celular começa a tocar, então eu pego ele olhando a tela vendo a chamada dele, mas aquilo foi o suficiente para fazer todos ali perto me olharem — Bela.

— O que tá fazendo aqui? — Recusei a chamada e guardei meu celular no bolso e dou um sorriso sem graça para algumas meninas que me olharam bravas. "Ótimo, eu terei mais problemas, já não basta eu ser xingada na internet".

— Eu vim te buscar — Ele fala passando por suas fãs se aproximando de mim e eu acabo encarando aqueles olhos verdes estranhando — Tá pronta?

— Pronta para o quê?

— Almoçar... Não me diz que ia comer só isso? — Diz ele olhando o meu saco de doces e eu fico quieta, então ele toma o saco da minha mão e joga no lixo — Nada disso, vamos comer comida de verdade.

— Meus doces... Custaram 10 dólares cara — Fico triste com aquilo, que pessoa sem coração ele é.

— Vem, vamos comer algo que sustente e que seja saudável — Aidan, segura a minha mão e me puxa com ele até o carro, junto do câmera-man que gravava a gente.

— Mas... Espera, eu não posso, eu tenho coisas a fazer — Falo fazendo o Aidan parar perto do carro e ele olha para mim estranhando, então sinto algo líquido escorrer pelo o meu nariz, então eu passo a mão e vejo era sangue — Merda.

— Você tá bem? — Aidan pega um lenço e tenta limpar o sangue para mim, mas eu não deixo e pego o lenço da sua mão fazendo sozinha — Vamos para o hospital, agora.

— Não precisa, eu estou bem — Digo olhando ele com a cabeça inclinada para trás e segurando o lenço no meu nariz querendo evitar mais do sangramento.

— A gente vai e não tem discussão — Ele fala de um jeito autoritário me fazendo entrar no carro e eu encosto de cabeça no banco.

(...)

— Ao que tudo indica a senhorita está bem — O médico fala depois de aparecer no meu quarto que o Aidan, fez questão de me trazer para o hospital depois que eu tive o meu sangramento nasal, para ele isso não é normal, o garoto fez todo um drama, achando que eu ia morrer, mas para mim, é comum isso acontecer, porque isso tem acontecido comigo com frequência por causas dos estudos, tá eu entendo que eu possa estar um pouco cansada — Eu não deixei de notar pelos os seus exames que a senhorita tem andado se alimentando muito mal e que está faltando algumas proteínas no seu organismo. "Aí que ver que eu vou ter que tomar remédio, aí que ódio, odeio hospital".

— Tá vendo, eu disse que ficar comendo esses doces industrializados ia te fazer mal — Comenta Aidan do meu lado e eu encaro ele com raiva, que idiota, então ele volta a sua atenção para o médico — Mais o que explica o sangramento no nariz?

— A senhorita tem andado estressada ultimamente? — Pergunta o médico me olhando.

— Demais, mas eu estou bem, isso já aconteceu antes nas épocas de provas na faculdade e eu fiquei bem, eu só estou estudando demais, mas... — Tento explicar e vejo o médico dar um suspiro antes de me interromper.

— Você precisa relaxar, maneira um pouco nos estudos, o mundo não vai acabar se você deixar os estudos de lado um pouco, e a notar pelas suas olheiras você não tem dormido muito bem e que precisa melhorar a alimentação — Repreende o médico e eu fico quieta, não acredito, eu não tenho tempo para descansar, não agora — Eu vou te dar um receita, vai ter que tomar vitaminas para recuperar grande parte do que tá faltando no seu corpo.

— Não se preocupe, eu vou ajudar ela a ficar na linha doutor — Comenta Aidan segurando minha mão e eu solto sua mão da minha na hora. "Ele só tá fazendo isso porque ficou com essa câmera idiota gravando a gente o tempo todo, ele só quer parecer legal".

— O seu namorado é bem atencioso moça — Diz o médico e eu olho com nojo para o Aidan, que estava do meu lado.

— Ele não... Não é meu namorado — Esclareço aquele fato, não somos nada um do outro.

— Somos recém-casados — Responde o Aidan, me abraçando e eu olho para ele com a minha cara de estranheza junto das sobrancelhas franzidas.

— Nossa, parabéns ao casal — O médico fala escrevendo algo no papel e eu aperto a mão do Aidan fazendo ele me soltar — É tão bom ver um casal jovem aqui, espero que sejam felizes.

— Obrigado — Aidan responde sorrindo para o médico.

Tive vontade de voar no pescoço desse menino, como pode ser tão mentiroso na frente do médico em um hospital, se bem que aqui é o lugar mais adequado para eu quebrar ele, só que as fãs malucas dele depois iriam atrás de mim depois, então prefiro não arriscar.

— Eu já posso ir embora? — Mudo de assunto na hora com os dois me olhando.

— Claro querida, eu vou te dar um atestado para você ficar uns dois dias em casa — Diz o médico terminando de escrever no papel e depois me entregando.

— Dois dias... Dois... — Fico chocada com o que ele diz — Olha doutor, eu não posso ficar dois dias em casa, eu vou perder muita matéria na faculdade e depois para eu repor e me organizar vai ser mais estressante ainda pra mim.

— Então arrume um jeito de não se estressar senhorita, a sua mente precisa de descanso, porque quanto mais estressada você fica, mais isso afeta o seu corpo, então sugiro que durma um pouco e coma algo saudável — Responde o médico e eu quero me matar por isso.

— Mas doutor... — Tento convencer ele a me dar apenas um dia de descanso, mas o Aidan me interrompe.

— Bela escuta o médico, ele tem razão — Encaro o moreno com raiva, por culpa dele eu estou aqui. "Será que eu vou presa, se eu quebrar o pescoço dele?" — Você precisa descansar e eu vou garantir que faça isso.

— Que se dane — Saio do quarto nervosa, tive vontade de rasgar o atestado, mas eu não faço porque eu vou ter que levar ele na secretaria da faculdade para explicar minha ausência das aulas.

Então eu vou até o final do corredor com o maior ódio que eu tenho do mundo, mas paro por lembrar que quem estava com as chaves do carro era o infeliz, apenas respiro fundo para me acalmar.

— Bom, já que você tem o resto do dia livre, o que quer fazer? — Aidan pergunta ao aparecer do meu lado e eu o olho de cima a baixo e apenas saio andando na frente com os braços cruzados sem falar nada.

Sim, eu estou brava com ele por causa disso, eu não posso me dar ao luxo de perder aulas, eu nunca faltei em uma aula sequer desde que eu cheguei nesse país, até mesmo estando doente, eu sempre vou assistir às aulas e estudar na biblioteca, eu sou a melhor aluna e agora por culpa dele a minha rotina de estudos tá sendo toda mudada, eu não gosto disso, mas eu sou esperta e vou dar um jeito de resolver.

— Vai ficar sem falar comigo agora? — Questiona ele, enquanto saímos do hospital e ele corre parando na minha frente me fazendo olha-lo — Eu fiquei preocupado tá bom e pelo visto foi mais do que certo eu te trazer aqui.

"Te odeio, te odeio, te odeiooooooo"

— Vai me ignorar mesmo? Tá bom, eu sei que não vai conseguir ficar muito tempo sem falar comigo — Diz ele acreditando fielmente naquilo, ele não faz ideia do quanto eu sou boa em não falar com os outros quando eu estou brava — Bom vamos voltar para casa, eu posso fazer um almoço gostoso pra gente, eu sei que essa carinha brava é só fome.

Pego o meu celular e os fones de ouvido, coloco uma música para eu ouvir e passo por ele ignorando totalmente a sua presença. "Agora ele vai saber o que é receber um iceberg meu".

Entro no carro e ele fica tentando falar comigo, mas eu ignoro ele do mesmo jeito e fico caminho todo olhando a rua. Assim que chegamos em casa eu fui até quarto na base do ódio, vesti o meu pijama de volta e voltei para cama, não estava mais com fome mesmo, então eu vou dormir.