1. Spirit Fanfics >
  2. Me Ensine - Akaza >
  3. "eu quero ficar com você"

História Me Ensine - Akaza - "eu quero ficar com você"


Escrita por: Norin_

Notas do Autor


Oioi gente! Primeiramente mil desculpas pela demora! Eu fiquei bem doente essa ultima semana, tive uma gripe forte e eu estava sentindo mtas dores nas costas. Mas dps de entupir o cu de remedios, renasci das cinzas como uma fenix!

Era pro capitulo sair ontem, mas meu not fez o favor de começar a travar!

Enfim, tudo resolvido! E vamos ao que interessa né?

Aviso: capítulo com Hot! Caso não goste, pode pular. Caso goste, tag de asfixia.

Enfim, espero que gostem, nos vemos lá em baixo.

(capitulo não revisado!)

Capítulo 3 - "eu quero ficar com você"


Fanfic / Fanfiction Me Ensine - Akaza - "eu quero ficar com você"

Capitulo Três

“Eu quero ficar com você.”

 

A ausência de Yuriko Itou na residência rodeada de glicínias fizera com que as belas flores venenosas começassem a definhar. Sem sua presença e cuidados a proteção natural começara a desaparecer lentamente.

E Itou já estava fora de casa a pouco mais de uma semana. Seu noivo a procurava como se ela fosse um cão fujão e os treinos com Akaza se tornaram cada vez mais infernais e pesados. Entretanto ela estava pronta para conquistar a força sua liberdade.

Passara a dormir em um futon improvisado em um dos tatames do dojô, se lavava no pequeno banheiro que uma vez fora usado pelos alunos de seu antigo mestre e, todas as noites, Akaza aparecia com algo para comer.

A vida era solitária durante os dias, mas a jovem aproveitava para desfrutar da tranquilidade do jardim e treinar um pouco mais. Era libertador poder viver sem temer a própria sombra.

Com os cabelos claros presos em um coque quase perfeito, sentada nos próprios joelhos dobrados enquanto terminava de comer um bento de gyudon com batata doce. Os hashis reutilizáveis presos aos lábios delicados enquanto os olhos afiados encaravam o Oni.

Akaza mantinha uma distância pequena enquanto a observava comer, a expressão leve e tranquila enquanto admirava a garota a sua frente, que passou a encarar a lua superior com um sorriso no rosto.

Ela repousou os hashis na pequena caixinha de madeira que antes estava cheia de comida, colocando-a ao seu lado e tornando a olhar para o demônio, um riso surgiu em sua garganta, que escapou dos lábios como uma gargalhada gostosa e melódica.

O tatuado franziu o cenho, tentando entender o motivo de tanta graça.

— Eu passei a semana toda me perguntando, Akaza-san — ela continuou rindo, um pouco mais controlada. — Onde você arruma tanta comida?

— E isso é relevante, Yuriko-san? — Ele fechou a cara, uma expressão emburrada e com um leve rubor nas bochechas marcadas pelas listras azuis.

E ela tornou a rir, apertou o quimono de treino na região da barriga com força, afrouxando a faixa escura que lhe fora amarrada na cintura. Sentia a barriga doer de tanto rir.

— Eu só consigo imaginar o senhor invadindo a casa de alguma família e dizendo “me passa uma marmita ou eu vou matar todo mundo!” — ela enxugou as lágrimas que brotaram no canto dos olhos escuros, tentando recobrar o fôlego — desculpa, mas isso não sai da minha cabe~

E Akaza a encarou de uma forma brava, atirando um travesseiro no rosto Yuriko. Não queria admitir, mas ouvi-la gargalhar havia feito seu coração bater mais rápido. Sentiu as pontas dos dedos formigando em vontade de acariciar o rosto avermelhado pela risada bonita.

Mas não entendia tais sentimentos. Não acreditava que pudesse sentir coisas boas e muito menos achava-se merecedor de tais sentimentos.

Itou caiu no chão com o impacto repentino do travesseiro em seu rosto, abraçando-o quando caiu e permanecendo no chão para fazer drama. Yuriko choramingava e resmungava

— Se já terminou de comer consegue voltar ao treino, não é?

Akaza se levantou, puxando o travesseiro dos braços de Yuriko. O rosto corado da garota ao ver o oni tão próximo fora revelado e ela choramingou outra vez.

— Me deixe fazer a digestão! Você é tão cruel comigo... tem certeza de que não me odeia?

A lua superior jogou o travesseiro em um canto, sentando-se ao lado do tronco de Itou. As coxas cobertas pela larga calça clara encostando levemente na curva da cintura da jovem, que tinha a faixa que lhe prendia o quimono ainda mais frouxa.

— Você é muito mole, Yuriko — ele resmungou.

Os dedos ágeis e azuis foram de encontro ao abdômen da garota, soltando de vez a faixa. Akaza arrumou o quimono e começou a amarrar o tecido escuro que lhe prendia. Os olhos amarelos encarando fixamente o rosto vermelho de Itou, que já sentia a nuca esquentar.

— E você mal sabe amarrar a faixa... pensei que tinha te ensinado — ele disse, ainda sem desviar o olhar dos olhos escuros e brilhantes.

O nó na faixa foi feito de forma firme, fazendo com que um suspiro manhoso saísse dos lábios delicados de Yuriko. O coração da garota de cabelos claros estava martelando em seu peito e o calor que lhe atingia o rosto e a nuca lhe queimava por completo.

Por um momento ela desejou sentir a pegada forte do oni em algo fora do traje de luta.

— É difícil... amarrar... — ela murmurou, quase como um sussurro. A voz frágil e envergonhada demais.

E quando Akaza sorriu, apoiando a mão esquerda ao lado da cabeça de Yuriko, dando a ela uma visão privilegiada do rosto bonito e dos músculos definidos, ela sentiu que desmaiaria.

— É difícil? — ele zombou, vendo-a concordar timidamente com a cabeça.

Eles permaneceram daquele jeito por alguns minutos, hipnotizados pelo olhar um do outro. Completamente incapazes de perceber o tempo passando ao redor e de desviar o olhar. A lua superior sentiu a necessidade de se aproximar, se tomar para si os lábios rosados de Yuriko e envolver suas mãos frias no rosto quente e vermelho, mas não o fez.

Yuriko levantou um pouco o tronco, o rosto esboçando uma expressão eufórica que logo foi afastando a vergonha, a boca se abriu algumas vezes enquanto buscava as melhores palavras.

Itou levou as duas mãos para o colete de Akaza, apertando-o com animação.

— As glicínias estão morrendo! — ela exclamou com a lembrança.

O Oni franziu o cenho, confuso com a exclamação e com a aproximação.

— Vai poder ficar por perto, quando eu for... quando... — a frase congelou seu corpo, deixando-a tensa. Os olhos foram fechados com força e ela suspirou, puxando Akaza para baixo. As testas coladas uma na outra. — Quando eu for matar o Hayato-san...

A voz de Yuriko saiu num sussurro fraco e trêmulo, temendo encarar a realidade próxima.

Os dedos azuis entraram no coque frouxo, o aperto sutil fora dado apenas para que o Oni pudesse manter os rostos próximos. Seus olhos ficaram fechados enquanto ele balançava a cabeça lentamente em um sinal negativo.

Akaza não conseguia entender o sentimento familiar que Yuriko lhe transmitia. Não conseguia entender a necessidade que sentia de ficar ao lado de Itou. Não conseguia evitar de desejar mais sentimentos calorosos e seus toques quentes. O corpo todo da jovem era quente e pareciam queimar a pele fria da lua superior.

Mas não entendia o motivo.

— Está com medo? — ele sussurrou. O hálito frio contra o rosto corado de Itou, próximo o bastante da boca rosada. Ela concordou com a cabeça. — Quer desistir?

— Não! — Yuriko exclamou. — Nunca serei livre se desistir...

Ele assentiu. O aperto nos fios claros se afrouxando enquanto o coração de Yuriko gritava por mais contato. Sentiu borboletas no estômago, um friozinho gostoso que lhe surgiu no ventre e se espalhou pelo corpo.

Mas não fizera nada a respeito. Apenas sentiu Akaza de afastar enquanto tentava acalmar a respiração. Sentiu falta do contato, mas soltou o colete do rosado enquanto o sentia cada vez mais distante.

— Akaza-san... — ela o chamou quando abriu os olhos escuros. — Podemos... podemos voltar a treinar agora.

[...]

 

Os chutes e socos que Yuriko disferia contra a lua superior três eram todos bloqueados. A velocidade dos golpes da jovem haviam aumentado muito na última semana, juntamente com a força.

— Me mostra um giratório agora, Yuriko-san! — ele pediu, enquanto tentava acertar golpes rápidos na garota que desviava de tudo sempre atenta.

Itou disfarçou o chute giratório o combinando com outro golpe, a fazendo pela primeira vez acertar a lateral da cabeça de Akaza.

— Wow! — ele exclamou. Um sorriso nos lábios enquanto a língua rosada passava pelos caninos afiados. A imagem daquilo prendeu a atenção de Yuriko. — Estou orgulhoso.

Ela sentiu o corpo todo tremer com aquelas palavras. Seu raciocínio lento a impediu de desviar do soco do oni, que acertou seu rosto em cheio.

Itou caiu no chão com o impacto, batendo as costas e por pouco não batendo a cabeça no tatame de qualidade. Seu corpo todo doía e seu nariz latejava.

— Porra! Você está bem? — Akaza se aproximou, ajoelhando na frente da jovem.

Quando ela sentiu o líquido quente começar a escorrer do nariz, passando por sua boca e pingando no tatame ela congelou. Os olhos arregalados em total pavor e desespero. Suas mãos tremiam e, quando ela viu o líquido carmesim em abundância no chão, Itou sentiu que iria desmaiar.

— Eu tô sangrando! — ela exclamou, a voz desesperada e agitada enquanto ela segurava para não balançar as mãos.

Akaza levou a mão pálida e tatuada até o rosto de Itou, o polegar passou abaixo do nariz, numa tentativa quase falha de limpar o sangramento.

— Deixa eu ver se quebrou.

Ele disse aproximando o rosto, mas Yuriko estava travada demais.

— Puta merda eu tô sangrando! Akaza! Não encosta, eu vou desmaiar!

As lágrimas brotavam dos olhos escuros, escorrendo lentamente pelas bochechas ruborizadas. O demônio buscou um pano branco e limpo, limpando o rosto da jovem desesperada.

— Respira, vai passar — ele repetiu inúmeras vezes enquanto tentava parar o sangramento.

Conseguiu olhar brevemente e não havia sido quebrado. O soco não havia sido forte o suficiente para causar tantos danos e, em poucos — e extremamente difíceis — minutos, Yuriko estava calma enquanto segurava firmemente o pano no rosto.

Akaza acariciava de forma desengonçada os cabelos de Itou, que mantinha o corpo encolhido e os olhinhos fechados com força. A dor forte estava passando e ela já se sentia mais tranquila.

— Eu... — ela começou, envergonhada por ter surtado na frente do oni. — Desculpa, eu tenho muito medo de sangue, muito medo mesmo...

A lua três tirou o pano das mãos de Itou, vendo que o sangramento havia sido totalmente estancado. Ele o jogou longe, antes que os olhos escuros de Yuriko visse novamente as manchas escarlates no tecido branco.

— A culpa foi minha.

A jovem do sobrenome de glicínias mordeu os lábios em silêncio. O coração batendo no peito como um tamborim. Sentiu a boca seca quando a abriu e fechou inúmeras vezes enquanto tentava dizer algo.

Não aguentava mais esconder o que sentia. Não aguentava mais fingir que não havia nada acontecendo entre eles, pelo menos pela parte dela.

Precisava sentir os novos toques que Akaza poderia lhe proporcionar. Sentia a necessidade de ter os lábios do oni tocando os seus, sentir as mãos grandes percorrendo pelo seu corpo. Precisava ter s lua superior para si. E precisava que ele a queira também.

— Está com dor? — ele perguntou, observando atentamente o nariz avermelhado juntamente com o rosto corado.

Ela sentiu a nuca esquentando, as orelhas pegando fogo e as borboletas voando em seu estômago. Sentiu que iria desmaiar de tanto nervoso. Apenas respondeu à pergunta com um gesto negativo; não sentia mais dor nenhuma.

— Aka... Akaza-san... — ela gaguejou, o coração batendo tão rápido que o próprio Oni era capaz de ouvir. — O senhor... sen... sente algo? Que faz o coração acelerar... sente as borboletas no estômago? Ou qualquer sentimento? Romanticamente falando... talvez... só talvez... sexu... sexualmente falando também... tipo... se você sente isso por alguém? — o rosto já estava totalmente vermelho e Yuriko sentia que poderia vomitar a qualquer momento de tanto nervosismo. As palavras saíram rápidas, atropeladas e gaguejadas.

Akaza suspirou levando a mão direita até a nuca e a coçando enquanto tentava processar e entender o rumo de tantas perguntas.

— Suas palavras são completamente prolixas, Yuriko-san.

E ela respirou fundo, enchendo os pulmões de ar e soltando lentamente pela boca.

— É o básico do consentimento, Akaza-san — ela apertou as mãos com força, tentando não surtar. — Eu... eu estou te dando o consentimento para me tocar... isso se... se você quiser me tocar.

As mãos pequenas de Yuriko soavam enquanto ela esperava uma resposta. Deveria ter feito a declaração? Havia colocado tudo a perder? O silêncio de Akaza não ajudava a acalmar o coração assustado e ansioso de Itou.

— Eu a quero — ele a segurou pelo rosto, os dedos azuis e frios lhe apertando as bochechas com delicadeza enquanto a puxava para mais perto — e estou farto de fingir que não.

A lua número três escorreu a mão direita para os cabelos de Yuriko, aproximando os rostos e raspando suavemente os lábios um no outro. O coração do oni apertado lhe deu coragem para uni-los de uma vez, selando-os em um beijo tranquilo.

Os lábios quentes e macios de Itou fizeram o coração do oni acelerar. O toque tímido e calmo dos lábios frios da lua três pediu passagem, a boca levemente entreaberta de Itou permitiu que as línguas se tocassem pela primeira vez, aprofundando o beijo que ainda tinha um forte teor calmo e sutil.

A mão esquerda de Akaza apertou com força a cintura da garota, aproximando mais os corpos e fazendo Yuriko arfar durante o beijo. Toda a calmaria fora substituída em instantes por uma fome voraz.

O corpo da jovem foi deitado suavemente no tatame, contendo um gemido manhoso ao sentir os músculos tatuados lhe prensando sem romper o beijo. O joelho coberto de Akaza deslizou lentamente para cima, encostando na intimidade coberta pelo grosso quimono de Yuriko, a gostosa fricção lhe arrancando um gemido quando os lábios foram separados, um único fio fino de saliva ainda os conectava.

Eles se encararam, ambos os corações martelando fortemente no peito como um tamborim, os interiores gritando em excitação e implorando por mais contato. Ambos queriam, se desejavam mais do que qualquer coisa naquele momento.

Mas Akaza parou, fazendo menção de se afastar. As mãos quentes e pequenas de Itou lhe seguraram o rosto frio e ruborizado, impedindo que ele saísse de cima dela.

— Você... não gostou? — ela perguntou preocupada, o coração apertado de medo e nervosismo.

A lua superior fechou os olhos, deitando a bochecha nas mãos quentinhas e macias para aproveitar o carinho gostoso que o polegar da garota fazia, dançando pelas tatuagens azuis em sua bochecha.

— Não conseguirei me controlar se continuarmos... — ele sussurrou, ainda se deleitando com os toques gentis.

— Não pedi para se controlar, Akaza-san... — ela puxou o demônio para si, a cabeça dele deitada suavemente em seu peito enquanto os dedos pequenos de Itou se perdiam por entre os fios rosas. Ele podia ouvir o coração dela batendo com força dentro do peito, sentir os seios macios subindo e descendo com a respiração acelerada. — Eu lhe deixei me tocar da forma que quiser, o quanto você quiser, caso você queira.

A mão esquerda de Yuriko desceu pelas costas seguindo as linhas das tatuagens, as unhas raspando sutilmente para cima e para baixo em um carinho perigoso enquanto a mão direita ainda afagava seus cabelos.

Akaza sentiu seu interior formigar, uma onda de energia lhe atravessar por todo o corpo e membros. Sentiu o pau enrijecer e fisgar quando ela o arranhou com mais força.

— Eu só não quero te machucar, Yuriko — ele murmurou, esfregando o rosto repleto de listras azuis em formatos circulares nos seios que outrora estavam cobertos por um quimono grosso, restando como ultima proteção para a nudez uma camisa fina e gasta.

“Você me deu um soco na cara.” Foi o que Itou pensou em dizer, mas não aguentaria segurar o riso caso dissesse. O joelho de Akaza ainda permanecia pressionando a boceta coberta e Yuriko remexeu o corpo lentamente, mordendo os lábios para não gemer contra o couro cabeludo do rosado.

Ela suspirou, apertando ainda mais o corpo do oni contra o dela, desejando-o ainda mais. A lua superior estremeceu ao ouvir os suspiros manhosos que saiam quase inaudíveis. As mãos se coçaram para passear pelo corpo de Yuriko, mas ele decidiu permitir. Tinha a permissão dela, seria idiotice se segurar tanto.

O demônio deslizou a mão destra pela lateral do corpo de Itou, repousando nas coxas fartas que foram afastadas para que o próprio pudesse se ajeitar entre as pernas dela. O volume rijo em contato direto com a intimidade umedecida e ainda coberta.

— Vou ter que implorar para que você perca esse medo? Que inferno, Akaza! — ela exclamou impaciente. — Se não quer, fale logo.

A mão que outrora repousava nas coxas subiu para a barriga, onde soltou com destreza o nó da faixa e a puxou com força para retirá-la totalmente. Akaza a jogou longe, se soltando rapidamente do aperto quente e confortável para abrir o quimono. Os seios quase expostos na blusa fina e semitransparente.

Os olhos amarelos do oni a devoravam enquanto um sorriso largo se fazia nos lábios de Akaza, a língua rosada passando convidativamente pelos caninos afiados enquanto a encarava com volúpia.

— Deixa de ser idiota, Yuriko — ele se aproximou da orelha avermelhada pela vergonha, mordiscando-a com uma força considerável. — É claro que eu quero, porra! Eu quero para caralho. Que inferno, garota... — Ele sussurrava enquanto sua língua deslizava perigosamente pelo pescoço exposto.

Ele se separou apenas para tirar o colete e Itou aproveitou para jogar longe todas as peças superiores que usava. Sentiu a nuca esquentar pela vergonha de ter o oni a vendo tão exposta daquela forma, mas aquilo fazia apenas seu íntimo se contrair em desejo.

Outro beijo ainda mais faminto fora dado pela lua superior, a língua surpreendentemente quente vagando pela boca e roçando vorazmente contra a de Yuriko, que arfava com os toques cálidos que deslizavam em um sobe e desce torturante pela cintura desnuda de Itou. Os dedos azulados dançavam pelo corpo, passando por cada cicatriz e marca de queimado na pele macia até chegar nos seios pequenos, que foram apertados com força.

Os gemidos fracos e manhosos saíram da boca da garota quando os lábios famintos se separaram. Yuriko teve a boca mordiscada varias vezes durante o beijo, tudo isso a deixava ainda mais excitada.

A boca da lua desceu pelo pescoço, onde fez questão de morder com força o suficiente para um filete de sangue escorrer. Akaza o lambeu antes que Yuriko visse o líquido escarlate em sua pele, mas sentiu os resmungos vindo como gemidos.

— Isso dói, idiota!

E ele mordeu o ombro, sentindo o gosto doce e metálico que saiu da marca perfeita de seus dentes. A ouviu gemer outra vez enquanto se remexia impacientemente abaixo do corpo musculoso e tatuado.

— Você é muito mole, Yuriko... — ele sussurrou, descendo as mordidas para os seios descobertos enquanto a mão direita descia para dentro das calças brancas, alcançando a boceta molhada. — E é tão mentirosa — ele mordeu o seio, estancando o sangramento com a língua quente. Sentiu a garota rebolar nos dedos frios. — Fala que não gosta, mas veja só como está aqui...

— Eu te odeio! — ela soltou em um gemido alto quando sentiu o dedo médio de Akaza lhe penetrar de forma rápida e forte, movendo-se em um vai e vem torturante. O polegar alcançando habilidosamente o monte de nervos e o massageando enquanto a sentia rebolar em sua mão para mais contato.

— Sim, claro — ele riu baixo, encarando os olhos fechados com força para aproveitar a sensação prazerosa. — Estou vendo como me odeia, Yuriko-san.

Itou segurou a mão livre de Akaza e a levou até seu pescoço, apertando-a e fazendo com que ele fechasse os dedos próximo ao maxilar. A lua três arregalou os olhos amarelos, sorrindo quando a mão pequena rodeou o pulso do oni com força para que ele não a tirasse do lugar.

— Quer que eu te enforque? É isso? — a voz saiu mais provocadora do que ele imaginou, fazendo a garota gemer arrastado em resposta. — Uh! Que safadeza, Yuriko-san...

Akaza pressionou o bastante para que parte da respiração de Itou fosse cortada, mas ainda sim o suficiente para que ela conseguisse respirar sem perigo. Introduziu um segundo dedo enquanto a observava gemer descompassadamente, murmurando palavras inexistentes e incompreensíveis. Sentiu o interior da garota se apertar entre os dedos e lambeu os lábios enquanto a via revirar os olhos abaixo de si.

Quando os dedos pequenos serpentearam até a mão que lhe apertava o pescoço, fazendo o máximo de força para que o oni a apertasse ainda mais, Akaza ficou preocupado, mas a apertou mesmo assim.

Os gemidos não saiam da boca de Yuriko devido ao aperto forte em seu pescoço. A falta de ar fez a cabeça da garota ficar nublada e a lua três acelerou o movimento de seus dedos, e sentiu as paredes da boceta de Itou se contraindo.

O interior dela gritava, o aperto no ventre se alastrou por todo o corpo e as lágrimas quentes lhe escorriam dos olhos virados até a mão grande de Akaza. A boca entreaberta salivava enquanto algo que parecia com gemidos saia sem parar em uma falha tentativa de buscar ar o suficiente para gemer. A mão direita impedia que o oni lhe livrasse do aperto e a esquerda havia cravado as unhas no braço forte e tatuado do demônio.

E quando Yuriko gozou, melando os dedos da lua três, ela soltou os braços do oni, batendo no tatame em rendimento como um sinal para que ele a deixasse respirar novamente.

Quando o aperto foi solto e os pulmões de encheram novamente de ar, Itou engasgou enquanto enxugava as lágrimas que escorriam. Sentiu o desconforto da calça molhada colada em seu corpo quando Akaza retirou os dedos de lá, o resultado escorrendo pelo braço forte quando ele lambeu tudo enquanto a encarava fixamente.

— Quer descansar? — ele ofereceu, sentindo o pau endurecido doer dentro das calças largas.

— Não estou cansada — respondeu quando recobrou o fôlego, a voz fraca por conta do aperto. A marca perfeita dos dedos de Akaza estampada na pele alva.

Yuriko se levantou com dificuldades, ainda sentia a cabeça girando pela privação de ar e as pernas fracas pelo primeiro orgasmo. Retirou a calça molhada e a jogou em um canto qualquer, ficando totalmente nua na frente do oni.

Os olhos amarelos com o número três entalhado em cada orbe se mantiveram fixos nos movimentos do corpo de Itou, enquanto o demônio retirava as calças brancas e largas com pressa e de forma desajeitada.

Ele continuo seguindo cada movimento com o olhar, enquanto a jovem de fios claros e bagunçados engatinhou até o corpo sentado de Akaza. As coxas e pernas tatuadas totalmente expostas onde as marcações azuladas seguiam até a virilha, onde o pau enrijecido era envolto pela mão grande do oni, que o masturbava lentamente enquanto via a garota se aproximar.

— Eu também posso te tocar, não posso?  

A pergunta saiu em um sussurro repleto de volúpia, as mãos pequenas indo tremeluzentes até o pau da lua número três, que concordou silenciosamente e completamente embargado na sensação de ter as mãos quentes de Yuriko em seu pau.

Os movimentos começaram tímidos, os olhos escuros de Itou fixos no vai e vem que suas mãos faziam e no pré-gozo que escorria da glande inchada. O cenho franzido da garota em concentração fizera com que Akaza ficasse impossibilitado de tirar seus olhos dela.

Achou-a adorável, e isso fez seu coração bater mais rápido. Ele levou a mão direita até a cabeça dela, apoiando-a e acariciando-a.

Quando Yuriko sentiu-o pulsando em sua mão e o suspiro pesado que saiu dos lábios de Akaza, Itou colocou uma mexa de seu cabelo atrás da orelha e deitou o tronco, levando a boca até a ereção do oni e lambendo lentamente o pré-gozo que escorria da fenda.

O aperto da lua em seus cabelos fez com que ela abocanhasse o pau em um gemido que fora abafado pelo membro rijo. A língua tímida logo se acomodou e passou a rodear a cabeça do pau que estava em sua boca, deslizando enquanto ela engolia mais do comprimento de Akaza.

Acomodada com a sensação de ter a boca preenchida, ela levantou os olhos escuros e encontrou o rosto do oni retorcido de prazer. A cabeça tombada para trás enquanto os olhos amarelos estavam fechados com força. Conseguia ver o rubor nas bochechas por trás das listras azuis e sentia o aperto em seus cabelos aumentar na medida em que ele tentava tomar o controle dos movimentos.

Quando os olhos dele se abriram e encararam os olhos escuros de Itou com luxúria e desejo, sentiu sua boceta contrair em excitação e relaxou a garganta, permitindo que Akaza fodesse sua boca.

As estocadas começaram lentamente, acomodando o pau em sua língua que a roçava cada vez que ia e voltava acertando sua garganta. A lua três mordeu os lábios para conter os gemidos baixos e rouco que sentia por estar naquele lugar quente, úmido e apertado que lhe recebia tão bem.

A cabeça do oni estava nas nuvens, aumentando gradativamente a força das estocadas enquanto se deleitava com o barulho que Itou fazia quando engasgava. Ela sentiu o pau pulsar em sua língua e sabia que ele gozaria em breve.

— Yuriko... — ele apertou com força os fios claros, mas logo soltou o aperto, prestes a se tirar da boca da jovem. Entretanto, as mãos pequenas agarraram as coxas tatuadas de Akaza, onde suas unhas foram fincadas com força. Ela não o deixaria sair. — Calma! Esperaí!

Ele exclamou preocupado, mas logo deixou tudo para lá quando sentiu a língua quente lhe rodeando o pau inchado, a boca que lhe chupava com vontade e que o deixava louco.

— Caralho! — ele soltou quase rosnando, preenchendo a boca de Itou de porra.

Yuriko se esforçou para engolir tudo, mas engasgou no processo. Ela encarou Akaza com um olhar tímido e inocente, um pequeno sorriso nos lábios de onde escorriam o resto do gozo que ela não conseguiu engolir. A língua rosada e atrevida da garota lambeu tudo o que escorrera.

— Quer descansar, Akaza-san?

Ela perguntou debochando quando o viu tombar a cabeça para trás e suspirar de forma pesada. O peito subindo e descendo enquanto a respiração descompassada era totalmente audível no dojô silencioso.

— Tsc!

Akaza soltou, puxando a garota pelo rosto e selando novamente os lábios em um beijo quente e selvagem enquanto sentia o próprio gosto. Yuriko subiu no colo do oni, o pau ainda duro roçando perigosamente na boceta encharcada.

O fio de saliva ao se separarem fora quebrado com os beijos molhados que ele começou a disferir pelo pescoço marcado de Itou, as duas mãos descendo até a cintura da garota que rebolava lentamente no pau do demônio.

— Que merda! — ele murmurou, as testas suadas coladas uma na outra. — Eu posso entrar, Yuriko? Me deixa entrar...

Itou sorriu com o pedido, acariciando o rosto de Akaza e se ajeitando em seu colo. Apoiou a mão esquerda no ombro do oni e levou a mão direita até o pau ereto, ajeitando-o em sua entrada.

A sensação de tê-lo preenchendo-a lentamente a fez morder os lábios e tombar a cabeça para trás. Akaza mantinha as duas mãos na bunda de Itou onde a apertava com força o bastante para deixar a região marcada depois.

Ao se acostumar com o tamanho que lhe invadia, Yuriko começou a se movimentar. Cavalgou lentamente enquanto tornou a beijar os lábios da lua superior que a mordia constantemente. A pequena ardência nos lábios inchados a fazia apertar ainda mais o pau de Akaza em seu interior.

Os cabelos que já estavam quase todos soltos do coque grudavam no rosto e nas costas soadas. As mãos de Yuriko puxaram a cabeça do oni, apertando-a contra seu peito enquanto puxava os cabelos rosas com força. Os gemidos de ambos ecoavam enquanto o barulho das quicadas se assemelhavam a tapas ardidos.

O aperto na bunda de Yuriko ficou mais forte. Ele passou a língua hábil pela marca de seus dentes que residia no seio direito, logo levando a boca para o mamilo enrijecido, chupando-o e mordiscando enquanto sentia a garota delirando e apertando cada vez mais seu pau.

Akaza soltou a pele marcada da garota e deitou no chão sem sair de dentro dela. O impacto bruto e repentino soou alto quando ela bateu as costas no tatame, como se tivesse recebido um golpe de judô.

Ela enrolou as pernas no tronco do demônio, facilitando que ele se enterrasse cada vez mais em si. Os corpos grudados e soados enquanto Akaza a fodia com força e balbuciava palavras desconexas em seu ouvido faziam com que Yuriko gemesse alto e sem pudor. Não tinham medo de que alguém na rua os ouvisse.

O orgasmo de Itou veio forte, com o gemido se tornando um grito mudo e suas unhas sendo cravadas nas costas tatuadas do oni de cabelos rosas. Ele continuou estocando-a com força, apertando-a em seus braços como se estivesse tentando imobilizá-la no tatame suado.

Sua última estocada foi ainda mais forte, aumentando o aperto no corpo da garota. Ele se permitiu soltar um gemido mais alto e rouco, enquanto terminava de derramar sua porra dentro de Yuriko.

Ele saiu de dentro dela, as mãos frias acariciando as bochechas vermelhas e quentes da garota. Ela estava pegando fogo. Os olhos escuros fechados enquanto aproveitava o carinho que recebera depois de um segundo orgasmo. Se sentia fraca e sentia as pernas tremendo.

Itou abriu um dos olhos, observando a expressão doce e vermelha de Akaza.

Estavam cansados, embora Akaza tivesse certeza de que poderia aguentar mais alguns rounds caso ela quisesse mais.

Mas Itou estava exausta e adormeceu em segundos enquanto o oni ainda acariciava seu rosto.

O silêncio da noite se instalou em uma das salas do dojô. Os grilos cantavam do lado de fora do jardim que dava para a janela de onde o casal se encontrava. Akaza estava sentado em uma mesa, um pente de madeira em mãos enquanto puxava os fios embaraçados de Yuriko Itou com força moderada.

Não comentaram sobre o que fizeram na noite anterior, apenas descansaram e ficaram em silêncio, aproveitando o conforto dos braços um do outro.

Yuriko estava arrumada em uma yukata bonita que Akaza havia arrumado para ela. O tecido tinha uma coloração azulada com flores douradas estampadas. Ele havia terminado de prender os cabelos da garota em um coque bonito, enfeitando-o com um kanzashi delicado de flocos de neve. Akaza sempre carregou aquele kanzashi consigo, mas nunca entendeu o motivo nem os sentimentos que ele lhe transmitia. Porém sentiu que deveria colocar nos cabelos de Yuriko naquele momento, que deveria lhe dar como presente.

 — Eu ainda não entendi por que eu tenho que ir bonita... — Itou comentou, a ponta dos dedos tocando o enfeite kanzashi com um sorriso doce no rosto.

— Para que ele possa ver o quão bem sem ele você está. A beleza é um poder, Yuriko-san.

E ela corou com aquilo, olhando para baixo enquanto apertava a yukata com força. Quando Akaza desceu da mesa e estendeu as mãos tatuadas para que ela se levantasse, ele acariciou o rosto dela.

— E você tem muito poder.

Ele completou, virando-a de costas para ele para apertar o obi escuro que ela usava. O nariz gelado do oni passou suavemente pelo pescoço exposto da garota, fazendo-a se arrepiar. As marcas de mãos e mordidas ainda estavam presentes, tomando dessa vez uma coloração arroxeada.

— Não vai ser difícil lutar com isso?

Yuriko perguntou, fazendo Akaza soltar uma risada gostosa. Ele apoiou o queixo no ombro de Itou, os olhos amarelos a encarando enquanto ele levava uma das mãos para as pontas da yukata nas coxas da garota.

— Se você puxar aqui, ficará com as pernas livres. Eu só não faço agora porque foi trabalhoso te embrulhar nessa roupa.

— Você é um imprestável — ela bufou derrotada, ainda sentindo as mãos frias em sua coxa.

Ele continuou a encarando, mas liberou a mão direita para lhe entregar um punhal prata. A boca do oni partiu em direção a orelha de Itou:

— O mate com isso.

Ele disse, escondendo o punhal cuidadosamente no obi escuro. O coração de Yuriko batia de forma pesada. Estava nervosa e com medo, suas mãos soavam e só de imaginar ver o sangue de Hayato escorrendo ela sentia vontade de vomitar.

— E se eu desmaiar?

Ela se virou para encará-lo, os olhos escuros perdidos e amedrontados.

— Não vai desmaiar, e caso desmaie, eu estarei por perto e aparecerei na hora para te pegar antes que caia no chão.

Itou assentiu, um pouco mais reconfortada e sorriu como uma criança feliz quando sentiu os lábios macios de Akaza em sua testa, colocando em seguida o haori preto sob os ombros pequenos da garota. Estava na hora.

[...]

O vento gélido fazia com que as flores mortas das glicínias caíssem de forma deprimente das árvores que outrora foram belas. O haori escuro balançava com a brisa forte enquanto o coração de Yuriko martelava em seu peito.

As mãos agarradas ao obi para se assegurar de que o punhal ainda estava lá. Se sentia segura por saber que ele ainda estava lá.

Ainda admirava as glicínias que se agarraram ao último suspiro de vida, criando a coragem que faltava para bater na porta e encontrar Hayato novamente.

O punho fora levado até a porta, onde uma batida sutil fora dada para ser recebida em seu lar. Mesmo que não fosse mais um lar desde quando o homem monstruoso ali dentro o usurpara.

As memórias felizes que tivera com sua família fora destruída por um homem medíocre, transformadas em trauma e sofrimento. A família Itou havia caído em desonra antes mesmo que a herdeira do nome entregasse seu corpo e alma à uma das luas superiores de Muzan.

Não se passaram mais do que cinco minutos e Hayato abriu a porta. O rosto que outrora fora belo, mas hoje não passava de algo asqueroso a encarava com raiva.

E tudo piorou quando ele viu as marcas que Akaza havia feito em seu pescoço.

— Onde esteve? — ele perguntou, a mão grande vindo furiosamente para cima de Yuriko que desviou como se não fosse nada. Ele não iria estragar o penteado que o oni fizera em seu cabelo, ela nunca permitiria que ele o fizesse.

— Você roubou a minha casa, a minha alma e a minha liberdade — ela deu fechou o punho com força, acertando precisamente o rosto do homem. — Eu cansei! Cansei de você! Cansei dessa merda toda! Eu vou acabar com a sua raça, maldito desgraçado!

Ela gritou contra o rosto confuso do homem, que pressionava o nariz dolorido. Akaza a havia ensinado como quebrar um nariz em apenas um soco preciso.

Yuriko abriu a parte de baixo como o oni a ensinou, a coxa farta e marcada pelas mãos do demônio fora exposta. O pé direito descalço chutou a barriga de Hayato antes que ele pudesse se aproximar.

Ele era um folgado. Sempre fora. Um covarde que só se metia com quem não havia como se defender. Entretanto, a roda da vida passou a favorecer os mais fracos, tornando Hayato nada mais do que um rato.

— Sempre foi uma medrosa, Yuriko! — ele tirou a mão do rosto, mostrando o sangue que escorria em abundância pelo nariz. — Veja! É disso que tem medo, não é?

— Vai se foder!

Ela sentiu o estomago revirar e as mãos ficarem geladas, mas não fora o suficiente. A raiva que sentia a fizera ignorar o medo, a fizera ignorar a tontura e a vontade de vomitar.

O homem tentou a acertar com um soco, mas fora em vão. Acostumada com o treinamento infernal e com a velocidade — mesmo que não a velocidade total — de uma lua superior, os movimentos de Hayato eram previsíveis e lentos. Tudo parecia patético, fácil demais.

Itou sentiu o punhal do obi. Completamente cega com o ódio ela não hesitou em partir para cima e cravar o objeto perfurocortante no estômago de quem um dia fora seu noivo.

Ela puxou para cima, o sangue dele espirrando no rosto pálido. As mãos tremulas fincando o objeto no peito do homem que escorava as costas na parede, deslizando enquanto uma mancha de sangue era trilhada atrás dele.

— Você vai junto, vadia estúpida!

Ele disse com dificuldade, o sangue sendo tossido e saindo de sua boca e nariz. Yuriko não entendeu o que ele quis dizer até o som ensurdecedor de um disparo ressoar.

Cega com a raiva ela não o viu carregando uma arma. Extasiada com o ódio e sensação de liberdade, ela não sentiu o cano em sua barriga.

A adrenalina a impediu de sentir dor de imediato, mas o susto a fez largar o punhal cravado no peito do homem desfalecido. Ela cambaleou para trás, tropeçando nos próprios pés enquanto tentava pressionar o ferimento a bala.

Ela viu o vermelho escarlate manchar a yukata e suas mãos e braços. Não aguentou o peso de seu próprio corpo e caiu no chão, os olhos marejados em lágrimas.

Os manteve arregalados. Não queria morrer, não sem ver Akaza, não sem o dizer que matou Hayato e receber um carinho na cabeça como recompensa. Não sem se despedir daquele a quem entregou verdadeiramente o coração, mesmo que nunca o dissesse. Queria ter o dito.

— Aka... Akaza...

O nome saiu fraco na voz machucada, mas fora atendido imediatamente quando viu os cabelos rosados e o rosto tatuado sob seu corpo ferido. A pele dele queimada pelos resquícios de glicínias no ar.

— Você conseguiu, Yuriko. Você é livre agora — ele falou alto enquanto pressionava o ferimento.

— Eu... eu tô sangrando... — ela começou a chorar, a voz mais desesperada pela fobia do que pela ideia de morrer. — Eu vou vomitar! Akaza eu tô sangrando...

Até aquele momento a lua superior três estava calmo. Iria transformá-la em oni como combinado e Yuriko não morreria por conta do tiro. Ela iria ficar bem e livre.

Ele mordeu a própria mão, o sangue escorrendo e prestes a ser dado para Itou, mas ele congelou quando a sentiu amolecer em seus braços. Ficou assustado quando sentiu o coração acalmar e o surto pelo medo ser silenciado.

O choro silencioso que saia dela fez Akaza prestar atenção. A boca entreaberta querendo dizer algo. O corpo que outrora pegava fogo estava ficando frio.

— Eu só queria... ter tido uma vida honesta... e feliz... — ela sussurrou, o ouvido da lua perto o bastante para lhe ouvir com exatidão. — Eu... sou muito grata por ter... por ter te conhecido... Aka... Akaza-san... O senhor acabou... com meu sofrimento...

Yuriko tossiu, o sangue respingando no rosto tatuado.

Naquele momento Akaza congelou. Algo a muito tempo adormecido em suas memórias humanas. A vontade de ter uma vida feliz e honesta, o sentimento ruim e a amargura de não ter conseguido.

Lembrou de como almejou por uma vida feliz e honesta. De como desejou estar com quem amava. Mas quem ele amava? Quem estava na sua vida passada? Akaza era incapaz de lembrar das pessoas, apenas dos sentimentos que sentia por elas.

E entendeu, naquele momento, que Yuriko Itou era todos os sentimentos bons que ele conseguia brevemente se recordar. Que Yuriko Itou lhe transmitia a sensação de ser amado e de ter o conforto dos braços, o calor do colo de alguém. Que ela era tudo aquilo que ele perdeu um dia.

E transformar ela em oni seria perder tudo novamente.

— Você não vai morrer! Entendeu? Não me agradeça agora, Yuriko! — Ele gritou, pegando-a no colo e correndo o mais rápido que conseguia. — Não fecha os olhos! Olha para mim! Que droga!

Akaza gritou, sentindo-a encolher em seus braços. A consciência vacilando enquanto sentia a brisa forte que a velocidade sobre-humana causava.

Mas os olhos pesaram demais, era difícil os manter abertos.

Yuriko perdia e recobrava a consciência a todo momento. Acordou quando Akaza gritou por um médico na cidade. Acordou novamente quando um demônio de cabelos claros se recusou a deixar a lua superior entrar. Acordou novamente com uma mulher, também oni, perguntava sobre Muzan.

“Salva... primeiro... importante... eu juro...”

Fora a última coisa que ela ouviu antes de apagar completamente nos braços fortes e tatuados.

[...]

Akaza estava com os braços apoiados em uma mureta, observando as árvores que tinham no jardim escuro. Havia dado a sorte de Yuriko morar na mesma cidade que Tamayo.

Havia sido difícil convencê-la a deixar que ele entrasse. A médica o odiava com todas as suas forças, assim como odiava Muzan. Entretanto, quando ela viu o desespero da lua superior três em manter a garota em seus braços viva, ela decidiu ajudar.

Entretanto Yushiro não gostava dessa decisão. Para ele era tudo uma emboscada para assassinar os dois, que Akaza estava lá a mando de seu mestre.

— Ele não sabe que Yuriko existe... — o oni de cabelo rosa falou quando os olhos furiosos de Yushiro pairaram sobre ele. — Seria um problema se ele soubesse, com certeza ele a mataria, ou mandaria Douma matar.

O de cabelos claros ficou em silêncio quando Tamayo entrou na varanda, os olhos gentis olhando com desconfiança.

— Eu ainda não consegui entender a relação de vocês...

Ela perguntou, fazendo com que Akaza a encarasse com uma expressão serena, mas logo tornando a olhar para frente. O olhar perdido e vago no horizonte. Sentia o peito doer, mas não conseguia entender o motivo.

— Eu não entendo também — ele começou a responder — é como se ela... me lembrasse de todos os sentimentos bons que eu sentia quando humano. Eu não quero que essa sensação vá embora, não quero que esse calor deixe de existir.

E Tamayo pareceu convencida com a resposta. Conseguiu sentir verdade na voz fragilizada do demônio a sua frente. Eles haviam dado a Akaza um yukata branco e limpo para que ele tirasse o sangue de Itou de seu corpo.

— O que fará agora? Voltará para Muzan?

— Não contarei sobre vocês, é o mínimo que eu posso fazer por ter salvado ela — ele esfregou a cabeça, não tinha muita coragem de encarar Tamayo nos olhos. — Mas peço que a deixe ficar, que a dê um lugar para morar. Ela pode ajudar com os feridos, é uma boa garota... Ela só quer uma vida feliz e honesta, e eu preciso ter certeza de que ela a terá...

— E depois você vai embora, né? — Yushiro jogou na cara, queria expulsar logo a lua superior de sua casa.

— Sim. Ela nunca teria uma vida feliz e honesta ao meu lado, mesmo que por algum motivo meu coração esteja doendo, eu vou embora antes que ela acorde.

Esse era o plano de Akaza. Partiria e deixaria Yuriko para trás, a deixaria em um lugar feliz e honesto. Havia lhe arrumado um teto com um lugar confortável para dormir todas as noites e havia lhe arrumado um emprego. Iria embora sem se despedir, pois saberia que não conseguiria partir se visse os olhos escuros sendo tomados pelas lágrimas.

Mas o plano falhou quando um vaso pequeno fora arremessado contra as costas largas de Akaza.

Os três olharam para trás assustados, encontrando a figura frágil de Itou se arrastando para a varanda. Os dedos sem força batalhavam para segurar o corpo extremamente doloroso na porta de correr em que ela se escorava.

Tudo doía, era difícil respirar com tanta dor, mas ouvir Akaza dizer que a deixaria havia sido como tomar um segundo tiro.

— Idiota! Eu te odeio! Idiota, idiota! Morre! Morre! — ela tentava gritar. A garganta seca demais e o corpo dolorido demais. As lágrimas escorriam abundantemente pelo rosto soado e febril.

Os braços frágeis que a sustentavam em pé escorregaram quando as pernas vacilaram. Entretanto Akaza conseguiu a segurar em seus braços antes que ela caísse no chão.

— Por que está em pé? Você é idiota, Yuriko? — ele brigou enquanto guiava seus passos até a cama. Mas era difícil quando ela não ajudava.

— Eu odeio você! Odeio, odeio! — ela tentava socar o peito coberto pela yukata branca. Ele sentia a pele dela pegando fogo pela febre, e aquilo era preocupante.

— Você precisa descansar! Para de ser teimosa!

Ele se segurou para não gritar, mas conseguiu colocar ela na cama.

Yuriko havia acordado a poucos minutos, se sentindo desesperada quando abriu os olhos e se viu sozinha. Se arrastou até onde vinha as vozes e pegou o tatuado no flagra.

— Você é muito idiota! — ela o puxou para a cama, enfiando o rosto no peitoral forte e coberto. — Eu não quero ser feliz sem você, que droga! Não quero! Eu preciso de você, seu idiota!

E Akaza sentiu seu coração apertar, se ajeitando na cama para que Yuriko ficasse confortável em seus braços. Ela ainda chorava como se ele já tivesse partido e o agarrava com o máximo de força que conseguia.

— Se continuar me apertando assim, vai soltar seus pontos...

Ele sussurrou contra o couro cabeludo dela, o kanzashi de flocos de neve ainda presos nos fios claros.

— Então prometa para mim que não vai me deixar...

E ele suspirou, se dando completamente por vencido.

— Tudo bem, eu prometo — sentiu o aperto de Yuriko se afrouxar e enfim conseguiu ficar aliviado. Odiaria que ela ficasse à beira da morte novamente. — Vou dar um jeito de ficar. Vou dar um jeito de vim te ver sempre, ouviu? Sempre.

Akaza a sentiu dormir em seus braços, passando o resto da noite em claro para ter a certeza de que ela estaria bem. E ela estava, pois ele prometera que daria um jeito para fugir de Muzan e dos caçadores de oni. Que daria um jeito de voltar para os braços dela sempre que possível. Que daria um jeito de sentir o calor em seu coração que ela lhe transmitia.

E ele conseguiu.

 

 


Notas Finais


Sim, o Akaza é completamente CADELINHA da Yuriko da mesma forma que eu sou completamente CADELINHA dele, fazer oq!

Para quem leu o manga ou conhece a historia de origem do Akaza, o kanzashi de flocos de neve é o mesmo que a falecida noiva dele usava!

Enfim, eu achei esse final mto bonito e confesso que chorei HORRORES escrevendo ele. Sou mole, desculpa ;-;

Eu espero MUITO, de coração que vocês tenham gostado pq nossa! Nessa fic eu me esforcei de verdade!

Terminou de ler e quer mais conteúdos meus?
- Jujutsu Kaisen:
Fic com o Geto: https://www.spiritfanfiction.com/historia/transfusao--geto-suguru-21895788
Fic com o Sukuna (oneshot hot): https://www.spiritfanfiction.com/historia/or-nah--ryomen-sukuna-oneshot-22296214
- Kimetsu no Yaiba:
Fic com o Tomioka (oneshot hot): https://www.spiritfanfiction.com/historia/blind-thunder--giyuu-tomioka-oneshot-22163119
Coletânea de oneshots hots com vários personagens de Kimetsu: https://www.spiritfanfiction.com/historia/para-todos-os-hashiras-que-ja-sentei-22389337

(agora eu JURO que escrevo tudo oq ta atrasado! Juroooo)

Nos vemos em breve! xoxo!! <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...