Midoriya on:
Me chamo Izuku Midoriya, tenho 16 anos e atualmente moro na cidade de Tokyo, no Japão. Eu vivo sozinho em um apartamento que fica próximo ao meu colégio, a U.A, eu estou no segundo ano do ensino médio. Minha mãe, Inko Midoriya, mora um pouco distante daqui, mas sempre que posso eu ligo para ela.
Viver em Tokyo é complicado, ainda não me acostumei com a cidade grande, as pessoas vêm e vão, parecem que estão sempre ocupadas e com pressa. Vim embora para cá com o único objetivo de poder estudar na U.A, e consegui. Mas ultimamente tenho me sentido muito sozinho morando aqui nesse apartamento...foi quando algo inesperado aconteceu.
Eu estava voltando do mercado quando ouvi latidos de cachorros vindo de um beco perto de uma esquina, estava de tarde, era mais ou menos umas três horas. Curioso, fui até o local e avistei três cachorros: dois deles eram pretos e um pouco grandes, o outro era grande também, mas não tanto, tinha um tamanho médio. Ele era peludinho e fofinho, tinha uma cor dourado claro, e carregava na boca um pedaço de carne, pela aparência deduzi ser um da raça Golden Retriever.
Pelo o que percebi, os dois cachorros pretos estavam querendo roubar seu pedaço, e ele rosnava em sinal de defesa. Aquele cachorro me chamou muito a atenção, não só pela raça, mas porque eu gostei dele, achei fofinho, talvez fosse uma boa ideia leva-lo para casa, mas eu não tinha coragem suficiente para se intrometer em briga de cachorro. Então foi aí que tive a ideia de jogar um pedaço de bife para os outros dois cachorros, e assim o que estava em desvantagem pode ficar tranquilo pois o perigo havia passado.
- O-oi amiguinho… - Falei enquanto tentava me aproximar dele - Não precisa mais se preocupar, aqueles dois não vão mais te incomodar. - Eu sorrio e acaricio sua cabeça, mas ele fica bravo e grune para mim - Calma, calma. Eu não vou te fazer mau, eu só quero o seu bem. - Eu olho para a sua pata e percebo que está machucada - Pelo o visto você é do tipo que vive se metendo em confusão hein. - Noto uma coleira com um pedaço de corrente em seu pescoço.
- Por quê você não vem comigo? Assim eu poderei cuidar de você e te dar bastante comida. - Ao ouvir isso, percebo seu rabinho balançar, talvez ele tenha entendido de alguma forma e acabou ficando animado.
- Isso é um sim? - Eu me levanto - Certo. Então vamos, né? - Eu sorrio para ele e começo a andar, olho para trás e vejo que o cachorrinho me seguia. Sorrio para mim mesmo pois senti lá no fundo de que dali em diante meus dias não seriam mais os mesmos.
O porteiro do prédio permitiu a entrada do animal, alias não era proibido animais lá. Entro no apartamento junto do cachorro, fecho a porta, coloco as compras em cima do balcão e preparo algo para ele.
- Aqui, pode comer. - Ele come os pedaços de carne que coloquei pra ele, e também come o pedaço que trazia na boca.
- Esse pedaço de carne que você carrega... Aparenta estar bem fresco ainda, será que você roubou? - Rio do meu próprio comentário. Depois dou água para ele beber e faço o curativo em sua patinha. Tentei dar-lhe um banho mas ele não parava de fugir de mim. Ter um cachorro em casa é bem mais divertido.
- Hum...acho que devo te dar um nome. Vejamos...você é encrenqueiro e se irrita muito fácil... Ah já sei! Que tal... - Eu pego ele e o levanto para cima - Simba! - Ele me olha confuso, virando a cabeça para o lado - Hehe, brincadeirinha...hum... Kacchan! Irei te chamar de Kacchan! - Eu sorrio e ele late e abana o rabinho.
[ Quebra de tempo ]
Já eram cinco horas da tarde quando minha amiga Uraraka me ligou, ela me convidou para ir a sua casa ajudar em uma receita culinária. Queria poder levar o Kacchan comigo, mas pelo o que sei ele não gosta muito de pessoas. Eu deixo água e comida para ele e me despeço.
- Kacchan, eu volto já, já. Tente se comportar e não fazer bagunça. Até mais! - Eu saio e tranco a porta.
Uma hora depois...
Volto para meu apartamento, entro e já vou chamando pelo Kacchan:
- Kacchan! Eu já che- Paro no mesmo instante ao ver um garoto que aparenta ter minha idade, ele estava deitado no sofá da sala dormindo, e havia embalagens de salgadinhos por todos os lados. Rapidamente eu pego meu tênis vermelho e o jogo na direção dele, acertando sua cara em cheio. Ele acorda furioso.
- MAS QUE PORRA É ESSA?! - Eu olho para os lados desesperado procurando alguma coisa que pudesse usar para me defender, pego um jarro de enfeites e pergunto assustado:
- Quem é você? Como entrou aqui? O que quer?
- Você que me arrastou pra essa merda! Eu não pedi pra você me trazer aqui! - Ele falou enquanto se aproximava demonstrando raiva. Não entendi o que ele quis dizer com aquilo. Mas quanto mais ele se aproximava, mas melhor pude ver a cor de seus olhos nesse momento, eram cores de rubis encantadores, e com olhares fuzilantes.
- Não se aproxime! - Falei levantando o jarro em sua direção.
- Que seja! Eu já estava de saída. - De repente me dou conta de que faltava algo.
- Espere!
- Han?
- O-o que você fez com meu cachorro?- O garoto não se conteve e caiu na risada - Qual é a graça? Cadê ele?! Vamos diga de uma vez ou eu chamo a polícia!
- Idiota... EU SOU O CACHORRO! NÃO PERCEBEU?!
- O quê?! Impossível!
- Observe...idiota. - Vejo o garoto sumir e em seu lugar aparece Kacchan.
- Kacchan! - Solto o jarro e rapidamente vou até ele, mas assim que me agacho para pega-lo, o tal garoto aparece novamente.
- Aaah! Mas o quê?! O que esta acontecendo?!
- Você é burro mesmo! Eu sou o cachorro! Não notou as orelhas e o rabo? Seu lerdo. - Olho para ele com mais atenção.
- A-ah... agora que você falou... Você também usa a coleira... - Solto um riso nervoso. Ainda não havia caído minha fixa... Era difícil de acreditar.
- Agora que tudo foi esclarecido, eu vou embora. - Quando ouvi essas palavras, me dei conta de que iria ficar sozinho novamente.
- Espera!
- O que é agora caralho?! - Seu tom de voz fez meu corpo estremecer.
- É que... bom... eu gostei de você, digo, do Kacchan o cachorro...
- Somos a mesma "pessoa" idiota. Vá direto ao ponto.
- Eu só queria ter um companheiro para não se sentir sozinho morando aqui... e você não parece ter um lugar fixo para se morar... então eu pensei que... - O maior me interrompe com a sua voz amedrontadora:
- Então você está sugerindo que eu te faça companhia, e em troca você me oferece comida e um teto pra morar?
- Na verdade eu teria ter que te alimentar de qualquer forma, aliás você seria meu animal de estimação. Enfim, nos dois sairíamos ganhando.
- Eu topo.
- Espera, o quê?
- Eu disse que "topo", tá surdo? - Isso foi mais fácil do que pensei, mas o importante foi que deu certo, e assim apertamos as mãos em sinal de contrato.
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