Eu acordei.
Eu porra acordei.
Vamos falar sinceramente aqui, quando você morre, você não acorda. Isso supostamente não deveria acontecer.
Okay, vamos respirar aqui, isso não é exatamente um problema, eu gostava de viver, muito obrigada, então é melhor eu ficar agradecida com essa porra antes que eu comece a ficar depressiva com tudo isso.
"..Tom... Marvolo..." Eu ouvi e então congelei, ou teria congelado se meu corpo não fosse tão difícil de controlar.
O psicopata? Jura? Tanta porra para minha vida ser e eu fui renascer como a droga de um psicopata. Pelo menos agora eu sou um menino, não vou mais ter meu problema mensal que não é licantropia. Bem, ser Voldemort não estava exatamente na minha lista de planos para o futuro, mas acho que poderemos lidar com isso.
"...e Merope... Gormlaith... Riddle... para que eles possam ficarem juntos para sempre..." E isso não foi assustador, de modo algum.
Meu querido caralho da porra, tenho certeza que Voldemort não tinha uma irmã gêmea. E que tipo de nome é esse? Merope Gormlaith Riddle? Eu vou sofrer um bullying desgraçado nesse lugar. Pelo menos não vou precisar fazer todo aquele esforço para dominar a droga de um mundo inteiro, prefiro ser aquela irmã preguiçosa que só assiste e bate palmas, muito obrigada a todas as entidades por essas pequenas coisas. O problema agora é criar um apelido para esse nome, Merope poderia ser... Mary? Hope? Hope, então. Gormlaith... Eu acho que eu posso apenas fingir que esse nome não existe e estou achando que minha querida nova mamãe (que, oops, acabou de morrer a menos de um minuto atrás) apenas acabou de inventar esse nome na hora. Hope Riddle, vai ser fácil lidar com isso... Claro, Merope seria um nome incrível, deliciosamente incomum como é, mas sinceramente eu não fico confortável usando o nome de parentes, principalmente se esse parente for a minha nova mãe morta.
Agora só tenho que crescer, esperançosamente com a aparência de meu novo pai e meu novo irmão, estudar, me formar e ser alguém na vida, provavelmente uma médica. Agora, eu até poderia citar 'ir para Hogwarts e viver vida mágica' mas eu tenho quase certeza de que eu sou a droga de um squib, então não. Eu vivi minha outra vida inteira sem magia, então eu suspeito que eu deveria sentir algo diferente se eu nascesse com magia dessa vez, um calor no peito, uma sensibilidade mágica, seja o que for, mas eu não tenho, então sem magia para a pobre eu.
Oops, parece que agora estava na minha hora de dormir.
—•—
Okay, ser bebê é uma merda.
Primeiro que eu nunca tenho noção do tempo, pode ter passado semanas desde meu nascimento e eu nunca saberei, já que eu estou dormindo na maior parte do tempo. Segundo que é vergonhoso, eu tenho essa merda de instinto, que com certeza veio com o pacote 'ser um bebê', de chorar para qualquer coisa, exemplo: tomei aquele leite nojento e fiz meu adorável e mal cheiroso cocô, o que acontece? Choro, eu choro porque eu faço cocô, o que diabos? Sim, vergonhoso e a pior parte é alguém vir me trocar, já que eles me carregam, eles limpam a minha bunda, eles colocam outra fralda e deixe-me apenas dizer que é horrível toda essa falta de independência. Terceiro, eu ainda não tive a chance de ver meu irmão, já que estou dormindo a maior parte do tempo, ou chorando, ou sendo limpada e mesmo se eu tivesse a chance de olhar para ele (o menino dorme na droga do mesmo berço que eu) eu não enxergaria nada, sabe por quê? Porque eu sou a porra de um bebê recém-nascido e bebês recém-nascidos não tem olhos desenvolvidos. Maravilhoso.
No momento eu estava nos braços de minha cuidadora menos favorita sendo dada um banho completamente vergonhoso e não tão quente quanto eu gostaria que fosse. O problema nem era a mulher em si, ela tinha braços firmes, não usava a conversa fofa e fazia o trabalho corretamente, o verdadeiro problema era que ela era a que mais frequentemente cuidava dessas tarefas vergonhosas.
Claro, não era nada que eu não podia lidar, mas... Era vergonhoso para uma pessoa independente como eu voltar para toda essa dependência. Mesmo para tomar na mamadeira eu precisava de alguém.
Merda.
A mulher finalmente me secou e me colocou uma roupa, me carregando para o meu berço compartilhado enquanto eu dormia no meio do caminho.
—•—
Eu pela primeira vez acordei sem ser para satisfazer minhas necessidades e eu não desperdicei meu tempo e olhei para a criatura do outro lado do berço, eu só conseguia ver um tufo e não tinha controle o suficiente do corpo para me aproximar, mas aquele tufo de cabelo era a coisa mais bonita que eu já vi. Só foi a porra de um tufo que eu vi e eu já estava apaixonada por aquele bebê. Porque fale o que quiser, mas aquela criaturinha deitada ali, aquele pré-Voldemort, era meu irmãozinho.
Dessa vez pelo menos eu não vou deixar meu Voldie virar aquela porra dos filmes e livros, meu bebê vai continuar lindo na vida adulta, muito obrigada, porque eu quero ser tia, nem que seja dos filhos de Bellatrix Lestrange.
Sabendo que eu tinha pouco tempo antes de cair no sono novamente, eu dei mais uma olhada no tufo, que agora eu estava percebendo ser embaçado, antes de fechar os olhos novamente.
—•—
Quando eu era criança, na minha outra vida, eu tinha medo de fantasmas. Eu estava aterrorizada com a loira do banheiro. Minha amiga falsa daquela época que tinha me contado a história, com experiência que ela já tinha passado e ainda envolveu um menino da nossa sala no meio da história dizendo que quase morreu e que se ele não tivesse aberto a porta do banheiro ela estaria morta já, o menino afirmou que isso tinha acontecido de verdade. Quando eu era essa porra ingênua, eu acreditei, já que a minha amiga não ia mentir para mim, né? Como eu disse antes, uma porra ingênua. No geral, eu estava com tanto medo, que não conseguia mais fechar a porta do banheiro comigo dentro. Oh, o horror.
Mas agora nessa porra, depois dessa história dramática do caralho, eu só gostaria de dizer que eu usaria essa porra de banheiro agora, sozinha, de porta trancada, até se a loira da porra do banheiro estiver ali. Cansei dessa merda de trocar fralda, essa vida não é para mim.
E eu ainda não consigo segurar a droga de uma mamadeira.
—•—
Então, eu acho que agora eu estou me acostumando com ser um bebê. Eu acho que estou crescendo, finalmente, o que significa sabe o que? Que já se passou mais de um mês. Pode parecer bobo, irrelevante, ou seja o que for, mas para mim que sente que já está nessa por tanto tempo é simplesmente a coisa mais milagrosa e linda que poderia acontecer. E se eu estou crescendo, sabe o que significa? Que Tommymort também! Consegue imaginar? Ele já deve estar um menino tão grande!
"Está acordada?" Isso foi perguntado com tanta surpresa.
"Quem está acordada?" Outra pergunta.
"A menina Riddle" Que impessoal, eu estou literalmente dependendo delas e é assim que eu sou tratada.
"A menina Riddle?" Por que tanta surpresa?
"Sim!" Então a mulher me pegou no colo "Oi, Merry, você já dormiu muito nesses seis meses, não acha?"
Merry? É melhor que Hope, posso dizer, como se eu quisesse que eu nome fosse algo como 'esperança', 'alegre' é bem melhor, quero dizer, 'esperança enigma' não é tão bom quanto 'alegre enigma', parece até um feriado. Que bom que elas acharam um apelido melhor do que eu tinha em mente.
Espere, que caralho foram seis meses? Eu realmente pensei que foram na média dos dois meses, foi a droga do triplo!
Respire, Ho- Merry, droga. Okay, eu deveria ter visto isso vindo, quero dizer, eu tenho as memórias de minha vida passada, eu deveria ter adivinhado que meu cérebro iria ficar meio... sobrecarregado. Depois desses, aparentemente, seis meses praticamente só dormindo meu novo cérebro deve ter se organizado o suficiente para conseguir habitar as minhas memórias passadas. Ou todas essas suposições estão erradas e na verdade é apenas problemas genéticos por causa de todo o incesto que deve ter acontecido na família Gaunt que, surpresa, é de onde minha mãe veio.
Acho que se minha querida nova mamãe não fugisse ela seria basicamente estuprada pelo irmão dela e eles produziriam um bebê mais fodido do que eu, a reencarnada do caralho, e meu irmãozinho, o psicopata.
Que família feliz.
Pelo menos eu conseguia enxergar bem e reto agora que se passou todo esse tempo.
(Graças a todas as entidades envolvidas que eu não peguei os nem tão adoráveis olhos da mamãe Merope)
A mulher me carregou até o meu berço, onde depois de todo esse tempo eu finalmente consegui ver o rosto de Tommymort. Esse é a porra do bebê mais lindo que eu já vi. Olhar para o rosto de meu pequeno irmão apenas confirmou o que eu já sabia desde nosso nascimento, eu protegeria essa criatura porque, caralho, eu o amo mais do que qualquer coisa e qualquer um.
Merda.
Eu amo um psicopata que vai estar pouco se fodendo para a minha vida. Heh, acho que sei agora como minha querida mamãe se sentia quando via o meu adorável papai da janela 'aquele filho da puta nunca vai me amar e agora to fodida porque eu o amo', mas ela tinha cara de quem pensava mais poético e dramático, então seria resumido no 'tão longe, mas tão perto' ou alguma merda assim. A diferença aqui é que essa Merope aqui não vai drogar e estuprar o Tom Riddle ali, quer dizer, e daí se esse filho da puta não me ama? Nunca me disseram que o amor era uma coisa recíproca, na verdade, acho que a maioria dos adolescentes passam exatamente por esse problema de amor unilateral.
Porra, isso vai me foder legal depois.
Mas por enquanto, vamos ter em mente que Riddle Jr é meu irmão, é um psicopata e provavelmente vai me matar um dia.
Fantástico.
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