História Meu Lobo... Minha Bruxa... - Amigos. Amiga?

Pov Tara

Chegamos a La Push e todos já estavam lá. Os Quileutes e os Cullen e inclusive a tal de Suzie. Não suporto essa garota! Com firmeza abracei Seth pela cintura que me olhou surpreso sorrindo, fiz um gesto discreto em direção a Suzie e mandei um olhar pra ele do tipo “Não saia de perto de mim!”

Entramos de mãos dadas e cumprimentamos todos, inclusive a Suzie que tentou dar um abraço em Seth e eu tomei a frente, todos riram percebendo o meu gesto. Sentamos junto com Embry, Quil, Jared e Kim, ao lado da mesa onde estavam os Cullen. Foi inevitável não olhar pra eles e me lembrar do que Seth tinha me contado e tarde demais percebi meu erro, pois Edward me olhou surpreso. Todos os Cullen olharam pra ele depois pra mim.
– Ela sabe. – Edward disse baixo e só nós escutamos. Rápido Seth tomou a minha frente e ficamos em um clima meio tenso.
– Vamos manter a calma gente, ok. – falei ficando entre Seth e os vampiros. Em seguida olhei pra Bella apertando carinhosamente sua mão. – Ta tudo bem.

Ela sorriu e eu e Seth sentamos mais calmos. O almoço estava uma delicia, foi servido peixe ao molho especial quileute, uma receita que todos faziam questão de guardar em segredo, somente os membros da tribo sabiam os ingredientes e como era preparado. A conversa girava entre assuntos banais e divertidos. Embry tinha contado uma piada muito engraçada e chorei de tanto rir. Depois da refeição pedimos para trocar as musicas que tocavam e começou uma canção latina.

Comecei a bailar ao ritmo lento, acompanhada de Rachel e logo senti duas mãos envolverem minha cintura e sorri ao ver Paul fazer o mesmo com a bela morena. Do ritmo bachata a música mudou para um toque mais dançante e girei entre os braços de Seth e começamos a mover os quadris em sintonia, fiquei surpresa por vê-lo dançando tão bem e aproveitei e fizemos uns passos bem diferentes. Sua respiração ficou mais forte e vi o desejo tomar conta de seus olhos. Ao final da música ele me levantou nos braços e fizemos uma pose olhando um para o outro. Tomei um susto ao ouvir palmas e olhei em volta, notando que só nós dois dançávamos e todos tinham parado pra nos ver.

Depois disso dançamos mais um pouco outros ritmos e a tarde foi passando. Bella me chamou e nos afastamos da tenda indo ver o crepúsculo por trás das ilhas flutuantes da praia.
– Fiquei surpresa em saber que você sabe. – ela falou e riu com o trocadilho.
– Descobri quando estava “viajando” por ai. – falei também rindo. – Só ouvi falar, mas não sabia como eram.
– Quem te contou sobre nós?
– Os meninos. Eu só não entendi porque todo mundo fica apreensivo quando sabem que eu sei e dizem que não é uma boa ideia.
– Existem coisas sobre nós que você não deve saber Tara, isso colocaria sua vida em risco.
– Os Quileutes sabem. – falei me defendendo.
– Mas eles são seres sobrenaturais.
– Eu também sou lembra? Sou uma bruxa. Assim como Morgana, que também sabe.
– Tudo bem, eu só te peço que não conte nada pra ninguém.
– Lógico que não, o mundo vive muito bem sem saber da nossa existência.
– Concordo. – Bella disse rindo e em seguida me olhou de lado. Eu conheço esse gesto dela.
– O que foi? Eu te conheço muito bem senhora Cullen e sei que tem algo te perturbando.
– É só que, eu fico com medo de você mudar comigo depois disso.
– Bella, nós somos primas e amigas e nada vai mudar isso, nem o fato de você ser uma sanguessuga e eu uma feiticeira, e muito menos o fato de não termos o mesmo sangue. Nada nunca vai mudar isso. – falei pegando na mão dela.
– Nem o que minha filha fez?
– Nem o que a Renesmee fez, ela já é bem grandinha pra saber o que faz, e você não tem que assumir os erros dela.
– Obrigada prima.

Abraçamo-nos e ela voltou a olhar pro mar que estava rosado por causa da luz do entardecer.     
– Às vezes eu acho que fui negligente demais com ela, fazendo todas as vontades e dando sempre o que ela queria, e não só eu, mas a família toda.
– Nisso você tem razão, ela cresceu sem limites.

Passei o braço em seus ombros e ela pôs o dela e minha cintura e ficamos mais alguns minutos olhando o mar. Viramos com um sorriso e olhei para a tenda. Não gostei nada quando vi Suzie perto do meu Seth e fiquei observando pra ver até onde ia chegar.
– Fica calma. – Bella falou me olhando e assenti. – Eles só estão conversando.

Mas meu sangue ferveu quando ela praticamente se esfregou nele que tentou recuar. Sem nenhuma cerimônia caminhei até os dois e puxei Suzie pelo braço.
– Oh garota! Ta pensando o que?! – a atenção de todos foi voltada pra nós.
– Eu tava só conversando com ele queridinha.
– Você tava praticamente se esfregando em cima do MEU namorado.
– Seu namorado? Eu o conheci primeiro que você patricinha, se enxerga! – ela falou debochada e minha vontade foi sentar a mão na cara daquela vaca!
– Pode ter conhecido sim, mas não soube conquistá-lo. Acho melhor ficar longe dele senão...
– Senão o que?! O que você vai fazer sua mimadinha?! – Suzie falou vindo pra cima de mim.
– Eu conheço muito bem o seu tipo piriguete, uma piranzinha de quinta que dá pra qualquer um. Embry e Jared podem comprovar isso.

Eu sabia que estava descendo o nível, mas já estava engasgada com aquela garota há muito tempo. Ela me olhou irada.
– Me chamou do que?
– Piranha. – falei firme e Suzie jogou a limonada na minha cara. Todo mundo levou um susto e olhava pra nós duas. – Não devia ter feito isso.              

Dei um gancho de direita em Suzie que caiu com tudo no chão. Não me dei por satisfeita e montei em cima dela distribuindo tapas e socos nela que se debatia tentando se soltar.
– Me larga sua louca!
– Você não era a valentona! Briga que nem mulher porra!

Senti duas mãos fortes me segurarem pela cintura e me tirarem de cima da piranha, enquanto Carlisle a ajudava a levantar. Suzie estava toda arranhada e descabelada enquanto eu só tinha me molhado por causa da limonada que aquela puta jogou em mim. Eu me debatia tentando me soltar e gritando ameaças.
– Tara já chega! – Seth gritou me apertando mais forte. Olhei pra cara dele que estava furioso, só que eu não estava nem ai.
– Me solta! – consegui me soltar e fui pra cima da Suzie mais uma vez que se escondeu atrás de Carlisle e Bella tomou minha frente.
– Fica longe dele sua vadia ou eu acabo com a sua raça!
– Tara eu mandei você parar! – Seth gritou sério e dessa vez eu fiquei quieta quando vi o olhar dele.

Eu fervia de ódio por dentro vendo Edward e Carlisle carregarem a piranha pra longe de mim. Bella me olhava atenta aos meus movimentos.
– Não se preocupe, já levaram a piriguete embora.

Bella riu sendo acompanhada pelos outros. Exceto Seth que me olhava com cara de poucos amigos. Eu não entendia aquele olhar dele.
– É melhor irmos embora. – ele falou e ninguém disse nada.
– Mas a gente...
– A gente vai embora.

Seu tom autoritário não deixou espaço para eu questioná-lo e nos despedimos de todos, indo em seguida para o carro. Seth caminhava a minha frente e eu não entendia o porquê daquela revolta.
– Hei! Da pra me explicar porque isso? – falei o alcançando e puxando seu braço. – Ta assim porque eu bati na Suzie? – falei o nome dela com nojo.
– To pouco me lixando pra aquela garota! – ele gritou e voltou a caminhar abrindo a porta do carro pra mim. Esperei ele entrar no banco do motorista e olhei pra ele.
– Então porque tudo isso?
– Tara você não raciocina?! Você pode ta grávida!

Caí na real com o que Seth falou.
– Se você tiver mesmo grávida pode ter colocado o bebê em risco com essa briga idiota e sem necessidade.
– Desculpe na hora eu nem pensei. Mas não foi sem necessidade, aquela vaca tava quase sentando no seu colo.   
– Ciumenta. – ele falou rindo.
– Sou mesmo, só eu posso fazer isso. – falei presunçosa.
– Então você quer sentar no meu colo?
– Claro que... – parei a frase quando entendi o que ele quis dizer. – Seu tarado. – falei batendo no seu braço e ele riu mais. – Para de gracinha e me leva pra casa, preciso de um banho.

Fizemos a viagem de volta a Forks no maior clima animado e quando chegamos já tinha anoitecido. Emily me ligou perguntando se estava tudo bem e eu disse que sim e pedi desculpas por estragar o almoço dela, Emily começou a rir e me garantiu que adorou a surra que eu dei na vagaba, afinal ela estava merecendo. Chegamos e pedi para Seth deixar o carro estacionado na frente da casa, pois iria tomar um banho e ir para o hospital. Ele foi pra casa dele tomar banho e trocar de roupa e eu passaria lá pra pega-lo. Despedimo-nos com um beijo e entrei em casa.

Coloquei comida para o gato, que não estava em casa, e fui tomar um banho rápido. Vesti uma calça jeans e uma blusa justa de mangas compridas, calcei uma bota de salto e prendi os cabelos em um coque bagunçado. Antes de sair comi um pedaço de bolo e fui direto pra casa de Charlie. Buzinei e logo Seth apareceu, vestindo uma bermuda, camisa de mangas compridas e tênis, e lindo como sempre.

Ele entrou e me deu um beijo e dei partida para o hospital. O assunto da possível gravidez tinha voltado a minha cabeça e não conseguia parar de pensar nisso.
– Você ta quieta, que foi? – Seth perguntou me olhando.
– Pensando um pouco, só isso. – sorri pra disfarçar.
– Ta preocupada se ta grávida ou não.

Não era uma pergunta e sim uma afirmação. Seth me conhecia muito bem.
– Não tem como não pensar, ainda mais depois de hoje à tarde.      
– Não sabia que você era tão ciumenta. – ele falou rindo.    
– Nem eu. – completei também sorrindo. – Mas quando vi aquela garota chegar perto de você, me despertou um instinto assassino, uma fúria.
– É bom pra você ver como eu me sinto quando você sai com aquele tipo de roupa minúscula e os caras olham pra você. 

Arqueei uma sobrancelha e soltei uma gargalhada.
– Seth eu não vou parar de usar roupa curta.
– E eu não vou parar de tentar. – ele falou e me deu um beijo no rosto.
– Falando em hoje à tarde, onde você aprendeu a dançar daquele jeito? Mandou muito bem.
– Fiz umas poucas aulas quando tava em Vancouver, mas não foi grande coisa, era só pra manter o controle.
– Mas você dança muito bem e tem um gingado nos quadris impressionante. Bom saber que quando sairmos juntos nós vamos poder dançar.
– É bom saber disso também. – ela disse rindo e piscando o olho em um gesto sexy, na hora me subiu um fogo por dentro e o desejo tomou conta do meu corpo. O que esse homem faz comigo?!    

Chegamos ao hospital e tentei me controlar. Pegamos os adesivos e fomos para o terceiro andar. Entrei e Seth ficou me esperando no corredor.
– Oi meu amor. – Morgana disse assim que me viu. – Achei que não vinha mais hoje.
– Quis te dar um beijo de boa noite. – falei lhe dando um abraço.
– Que bom, mas me conta como foi o almoço?
– Foi ótimo. A comida tava divina, como sempre e eu descobri que meu namorado é um pé de valsa.
– Ai que coisa boa! – sorrimos animadas.
– E eu fiz uma coisa no almoço que, eu acho que não vai te deixar orgulhosa. – falei com cautela.    
– O que você fez?
– Eu dei uma surra em uma garota chamada Suzie.

Falei baixo e Morgana arregalou os olhos e abriu a boca em um ó perfeito.
– O que?! Por quê?!
– Porque ela deu em cima do Seth.
– Não sabia que você era tão ciumenta querida. – ela disse agora rindo.
– Nem eu, só sei que na hora que vi ela se esfregando no Seth meu sangue ferveu. 
– Então foi merecido.
– Foi o que Emily me disse também. – falei também sorrindo.
– E como se sentiu depois da surra? Vingada?

Morgana disse sorrindo, mas eu me lembrei novamente de que poderia estar grávida e minha alegria evaporou. Ela olhou pra mim e pegou em minha mão.
– Querida o que houve? Percebi desde hoje de manhã que você está distraída. Sabe que pode confiar em mim não sabe?
– Sei sim tia.

Suspirei passando a mão no rosto, eu não ia conseguir esconder dela. Morgana esperava pacientemente apertando minha mão.
– Eu dormi com o Seth.
– Dormiu? Como assim? – abri um sorriso meio tímido e ela entendeu. – Vocês transaram?
– Não, nós fizemos amor.
– Oh que bom meu anjo, eu fico muito feliz por vocês dois, sei o quanto sofreram pra ficar juntos. – minha tia falou me puxando para um abraço e comecei a chorar com a última parte que ela falou.

Realmente tínhamos lutado muito pra ficar juntos e eu não queria um filho agora. Morgana levantou meu rosto e me olhou preocupada.
– Tara o que foi? Ele te machucou?
– Não, não é isso. – me apressei em explicar. – É só que a gente... Não usou camisinha.
– Oh meu amor, você ta com medo de engravidar?
– To sim tia. – falei chorando novamente e a abraçando. – A gente... Acabou de... Voltar... Não quero... Um filho agora.    
– Fica calma minha flor. – ela falava com tranqüilidade e afagava minhas costas. – Eu acho que posso te ajudar.
– Como? – perguntei levantando a cabeça e olhando pra ela.
– Existe um chá que as mulheres do clã La Fay tomavam pra evitar filhos.

Sentei ao seu lado, ansiosa por ela continuar.
– Como tudo aconteceu ontem à noite, eu imagino. – assenti corando um pouco. – Você pode não estar grávida ainda e pode tomar o chá sem problemas que não vai te fazer mal nenhum.
– Parece com a pílula do dia seguinte.

Morgana riu.
– Sim, mas na verdade ele é um método contraceptivo, se tivesse mais tempo que vocês... Enfim, não ia adiantar nada você tomar.
– Você pode fazer esse chá?
– Eu vou te dar os ingredientes e você mesma vai fazer querida.
– Acha que eu consigo? – perguntei meio receosa.
– Você agora é uma La Fay, uma bruxa. É lógico que você consegue. E tem mais, você pode continuar tomando esse chá pra evitar filhos.
– Mas e quando eu quiser ter? Não vai ter problema?
– Problema nenhum querida, ele é totalmente natural e não faz nenhum mal ao corpo, e ainda pode ajudá-la com as dores de cólica que você sente. É só parar de tomá-lo e você vai engravidar normalmente.          
– Nossa, parece bom mesmo.
– Ele é bom, eu o tomo.
– Mas como eu tenho que tomar? Todo dia, ou uma vez no mês? Como é?  
– Uma vez por semana, mas como qualquer outro método, tem que tomar no dia certo e não esquecer. – ela falou a última parte mandona e eu ri.

Cheguei mais perto dela e a abracei.
– Não sei o que seria de mim sem você tia.
– É tão bom ouvir isso. – Morgana falou emocionada e me apertou mais forte.
– Mas é a pura verdade, você que sempre me ajudou em tudo e sempre esteve do meu lado.

Morgana tinha os olhos cheios de lágrimas e eu dei um beijo suave no rosto dela. Acho que pela primeira vez na vida estamos agindo como mãe e filha. Ainda sinto muita falta da minha mãe Marilyn, mas que bom que Morgana está aqui comigo. Ela me passou a receita do chá e pediu pra não fazer amor com Seth hoje à noite, tem que deixar o chá fazer efeito. Dei-lhe mais um beijo e sai do quarto desejando boa noite.

Seth estava no corredor sentado e sorriu quando me viu. Fui até ele pensando em como iria contar tudo a ele.
– Seth eu...
– Não precisa falar nada, eu ouvi tudo. – ele disse levantando e me abraçando pela cintura.
– Como?
– Audição de lobo lembra? – sussurrou no meu ouvido.
– Ah é tinha esquecido. – falei sorrindo e abraçando seu pescoço. – O que acha?
– Que você tem toda razão em não querer um filho agora, e se não vai te fazer mal nenhum, pode tomar sim. Só achei ruim uma coisa.
– Já até imagino o que é. – falei sorrindo.
– Pois é. – ele me apertou mais de encontro ao seu corpo e mordeu minha orelha, me fazendo estremecer. – Eu já tava imaginando o que ia fazer com você agora à noite. – sussurrou no meu ouvido novamente.    
– Seth a gente ta num hospital! – me fiz de indignada e o empurrei de leve, mas ele sorriu e não se afastou.

Saímos abraçados e entramos no carro. Eu o achei meio silencioso durante o percurso do hospital até a casa de Morgana.    
– Aconteceu alguma coisa? – perguntei quando ele estacionou o carro.
– Jake me ligou enquanto você tava com Morgana. Ele pediu pra eu ir até a reserva.
– Nossa, e você vai?

Ele me olhou triste e peguei sua mão apertando-a.
– Não sei Tara. Jake sempre foi meu melhor amigo, mas por causa de Renesmee ele se afastou. Eu to com medo.
– É normal meu amor. Eu o vi olhar pra você várias vezes hoje durante o almoço, já parou pra pensar na hipótese de ele querer reatar a amizade?
– Isso seria bom demais pra ser verdade.
– Seth, você e Jake foram vitimas da Nessie, nenhum dos dois teve culpa. Você deve ir sim ver o que ele quer, se eu não tivesse que tomar o chá iria com você.
– Você vai ficar bem?
– Vou sim, vou trancar todas as portas e janelas.
– Minha garota. – falou sorrindo e beijando minha mão. – Eu vou ver o que ele quer comigo e volto pra dormir com você.
– Só dormir mesmo.
– Não tem problema. – falou ainda sorrindo.

Seth guardou o carro na garagem e trancou a porta. Ele iria sair pela porta dos fundos. Ir até La Push como lobo era muito mais rápido.
– Eu não vou demorar.
– Eu sei.

Ele me deu um beijo e saiu apenas de bermuda. Ouvi as passadas pesadas e entrei trancando a porta. Fui procurar pelas ervas da receita e fazer o chá.

Pov Seth

Minha cabeça estava fervendo. Aquela ligação inesperada do Jake, o que ele queria comigo? E ter que deixar Tara sozinha em um momento tão importante. Corri o mais rápido que consegui até a reserva. Parei a uns cem metros da oficina, Jake estava por perto e estava na forma humana. Voltei a minha forma humana e vesti a bermuda que trazia amarrada no tornozelo. Caminhei por entre as árvores e vi Jake parado em frente à oficina.
– Achei que não vinha. – ele falou quando me viu.
– Tava com a Tara no hospital. – respondi parando a uma distância segura dele e cruzando os braços.
– Morgana ta bem?
– Ta sim, ela já está pra ter alta.
– Isso é bom.
– Você não me chamou aqui pra perguntar da Morgana não é?
– Não. – ele deu um sorriso fraco. – Seth eu...

Vi o quanto era difícil pra ele e esperei pacientemente.
– Seth nós sempre fomos amigos e brigamos por causa de uma pessoa que não vale à pena.
– Brigamos não, você brigou comigo.                
– Eu perdi a cabeça quando ouvi a Ness... Quando a ouvir falar aquilo. O imprinting é como uma obsessão, você sabe disso.
– Sei sim.
– E depois quando vi sua mente, tudo que ela fez todas as provocações, foi demais pra mim. Você era um dos meus melhores amigos e na hora eu me senti traído. Acho que posso te explicar melhor de outro jeito.

Jake tirou a bermuda e se transformou no lobo avermelhado. Fiz a mesma coisa.
– Veja por si mesmo tudo que aconteceu.

Ele liberou totalmente seus pensamentos pra mim e pude ver toda a dor que ele sentiu nesses meses. A falta do imprinting, a dor da traição e a saudade dos amigos e da família. Ele estava sendo sincero.
– Seth eu sinto muito por ter brigado com você por causa daquela pessoa. Queria que nós voltássemos a ser amigos de novo e que você voltasse pra matilha também. Seu lugar é aqui.
– Na boa Jake, esse papo ta meio gay. Não tem ninguém ouvindo não né?­ – brinquei e ele meio que soltou uma risada.
– Não moleque, não tem ninguém ouvindo. Então aceita?

Ele tava certo. Ter minha antiga vida de volta era tudo que eu queria, mas se Tara tiver mesmo grávida tenho que pensar nela primeiro.
– Ela ta grávida?! – Jake perguntou surpreso e senti uma ponta de inveja em sua voz.
– Nós não temos certeza. A gente transou sem camisinha e é possível que tenha acontecido.
– Não, você ta certo, tem que pensar nela primeiro.

Seu tom de voz mudou e senti Jake ficar triste. Ele voltou à forma humana e também fiz o mesmo, vestindo a bermuda.       
– Eu nunca deixei de ser seu amigo Jake.

Seu semblante triste se abriu em um sorriso e demos um breve abraço um no outro.
– É bom ter você de volta moleque.
– Olha que maravilha, vocês voltaram a se falar. – Embry disse saindo da mata.
– Eu não falei pra ir vigiar o outro perímetro? – Jake falou e ele deu de ombros rindo.
– Jake eu tenho que ir pra casa, Tara precisa de mim. Amanhã eu te dou a resposta.
– Claro. Vai sim, e boa sorte.

Agradeci e nem me dignei a olhar pra Embry, ainda tava chateado por ele ter dado em cima da Tara, vai ser bom voltar pra matilha e assim vou poder ver os verdadeiros pensamentos dele. Voltei pra Forks e uma chuva fina começou a cair. Cheguei à mata nos fundos da casa de Morgana e voltei à forma humana. Peguei a chave que eu tinha escondido quando saí e entrei pela porta da cozinha. A casa estava escura e silenciosa, Tara já devia estar dormindo. Subi silencioso e vi a porta do quarto dela entreaberta. Tara estava deitada dormindo com um livro no colo, aparentemente ela tinha tentado me esperar, mas o cansaço não deixou.

Tomei um banho rápido e me juntei a ela na cama. Preferi dormir sem nada, peguei o livro e puxei o edredom pra deitar. O que vi me deixou doido. Tara usava uma camisola de seda rosa minúscula, os detalhes em renda deixavam os seios à mostra. Ela mudou de posição e virou de bruços, e foi ai que eu pirei de vez. A camisola levantou e ela não usava nada por baixo, deixando o bumbum livre. Essa mulher quer me enlouquecer!

Deitei ao seu lado me controlando para não acordá-la, me lembrei do que Morgana disse que hoje a noite não poderia. Fiz um carinho suave em suas costas e ela gemeu virando pra mim.
– Seth... – disse baixinho em meio ao sono.
– Oi amor, eu to aqui. Dorme.

Tara se aconchegou a mim e a abracei beijando seu cabelo. A chuva aumentou e se transformou em um temporal e a noite esfriou, mas tudo que eu queria e precisava estava aqui entre meus braços e dormindo aconchegada a mim.

Estava naquele sono leve quando senti mãos passeando pelo meu corpo e beijos no meu peito descendo pela barriga. Inspirei forte e abri os olhos. Tara estava sentada em cima de mim com um sorriso travesso nos lábios bem feitos.
– Bom dia. – disse deitando em cima de mim.
– Bom dia. – respondi lhe dando um selinho e abraçando sua cintura.
– Tenho uma boa noticia.
– Deve ser boa mesmo, pelo sorriso no seu rosto.

Ela sorriu mais ainda e me beijou mais uma vez. Eu já estava completamente excitado com ela em cima de mim e apertei sua cintura mais forte.
– Me fala o que aconteceu de tão bom. – pedi baixo beijando seus lábios de leve.
– Minha menstruação desceu.

Parei de beijar seu pescoço e a olhei.
– Isso significa que eu não estou grávida. – Tara disse abrindo o maior dos sorrisos.

Sorri também e num movimento rápido virei na cama prendendo-a sob o meu corpo.
– Isso é muito bom. – falei beijando novamente seu pescoço e pressionando meu quadril de encontro ao seu. – Mas pena que não vamos poder comemorar.
– Você que pensa. – ela sorriu misteriosa usou seu poder pra nos virar de novo na cama, ficando por cima.

Fiquei surpreso e ela me deu um beijo rápido e saiu da cama, indo até a porta bem devagar.
– Eu pensei bem e tive uma ideia. – Tara virou pra mim sorrindo e tirou a camisola, ficando somente com um shortinho rosa bem curto. – Talvez possamos usar o banheiro. – disse com voz provocante e saiu do quarto.

Fiquei literalmente babando aquele corpo perfeito e meu membro ficou duro de puro desejo. Com um pulo saí da cama e corri atrás dela.

Pov Tara

Tirei o short e entrei no chuveiro, a água estava uma delicia. Senti seu cheiro forte e viciante e fechei os olhos, tremendo em antecipação. Suas mãos rodearam minha cintura colando nossos corpos e senti seu membro duro pressionando meu bumbum. Sua boca quente beijava meu pescoço enquanto uma das mãos foi descendo pela minha barriga até o meio das minhas pernas. Gemi alto quando seus dedos alcançaram minha intimidade, provocando, atiçando.  
– Então agora não precisamos mais nos preocupar com nenhum tipo de preservativo? – sua voz rouca sussurrou ao meu ouvido me provocando arrepios. 
– Não... – falei gemendo com as sensações deliciosas que ele me provocava.

Seth me virou de frente pra ele e pegou minhas coxas por trás me levantando do chão. Enquanto me beijava ele me penetrou de uma vez só arrancando um gemido alto meu. Prendi minhas pernas ao redor da cintura dele que me encostou a parede.
– Eu amo você. – Seth disse me olhando nos olhos com um desejo profundo naquela imensidão negra.
– Também amo você. – puxei seu pescoço de encontro a mim colando nossos lábios e ele começou a se mover dando investidas cada vez mais fortes.  

A água morna caía sobre nossos corpos tensos, que se preparavam para a explosão do prazer total. Gemi de encontro à boca dele que me penetrava cada vez mais fundo. Não demorei a chegar a mais um clímax arrebatador. Era como se eu estivesse flutuando no espaço e quando o ouvi gemer alto e senti seu corpo tremer voltei a terra, aos braços do meu amor. Beijei seus olhos fechados, a testa um pouco suada e molhada. Devagar ele me soltou e senti minhas pernas moles como gelatina, se não fosse por ele me segurando com certeza teria ido ao chão.
– Você é minha mulher e nada nunca vai mudar isso.
– Sua. – sussurrei e nos beijamos mais uma vez.

Tomamos um delicioso banho juntos e saí primeiro do banheiro. Queria privacidade pra colocar um absorvente e quando terminava de vestir um vestido longo azul ele entrou no quarto enrolado de toalha e veio me abraçar.
– Viu que não foi tão ruim assim. – falou cheirando meus cabelos.
– Não, mas é meio desconfortável.
– Não pra mim. É mais do que normal isso acontecer com você e a senhorita vai ter que se acostumar porque não quero ficar uma só noite sem fazer amor com você.

Com esse simples comentário ele conseguiu me fazer estremecer e quando sua boca tomou a minha eu já estava pronta pra me entregar novamente, mas o afastei, hoje era um dia cheio. Morgana volta pra casa amanhã e preciso dar uma geral aqui.
– Vou preparar nosso café.

Ele sorriu e fui pra porta e antes de sair me virei e mandei um beijo.
– É bom mesmo, já vai treinando.

Respondi a sua provocação lhe mostrando o dedo do meio e ele sorriu mais ainda.
– Olha a má criação!

Ouvi-o gritar quando já estava descendo a escada e fui direto pra cozinha. Fiz um café rápido e enquanto terminava de por a mesa, Seth descia a escada só de bermuda, com aquele corpo tentador a mostra. Oh homem gostoso!
– Nada melhor do que dormir, acordar, tomar banho e tomar café com a mulher mais linda do mundo. – falou me abraçando por trás.
– Bajulador.
– É a pura verdade. É a mulher mais linda do mundo e é minha só minha.

Sorri e lhe dei mais um beijo.
– Vamos tomar café antes que esfrie.

Seth sentou a mesa e quando passei por ele pra sentar em outra cadeira ele me puxou para o seu colo. Tentei sair, mas ele não deixou.
– Ta sabendo que essa alegria toda vai acabar né? – falei já desistindo de sair do seu colo.
– Por quê?
– Porque amanhã Morgana volta pra casa.   
– Ah é. – ele falou enquanto tomava um pouco de café com leite. – E como a gente fica?
– Como tava antes, você vem toda a noite e entra pela janela do meu quarto. – respondi enquanto passava manteiga no pão e dava uma mordida.
– Vou sentir falta disso, tomar café com você assim.
– Também vou sentir falta disso amor.
– Casa comigo?

Engasguei com o leite com chocolate que estava tomando e tossi várias vezes.
– Como... Como é?
– To te pedindo pra casar comigo.     
– Seth até ontem a gente tava achando que eu tava grávida, e hoje você me pede em casamento. Vamos devagar.
– Você não quer casar comigo? – perguntou triste.
– É claro que quero meu amor. – seu rosto se iluminou em um sorriso radiante, às vezes ele parecia uma criança. – Mas não agora, quero aproveitar muito nosso namoro.
– Mas eu sinto você como se já fosse minha mulher. – ele falou me dando um selinho.
– E eu já sou. Eu nunca imaginei, nunca sonhei fazer tudo que eu faço com você. O que a gente tem é como um sonho que eu não quero acordar nunca mais. 

Seth beijou meus lábios de um jeito tão terno, tão apaixonado que achei que fosse derreter em seus braços. Obriguei-me a me afastar senão acabaríamos fazendo amor ali mesmo.
– Ah me conta, o que Jake queria com você? – perguntou tomando um pouco do leite com chocolate.
– Ele me pediu desculpas por tudo que houve e voltamos a ser amigos de novo.
– Ai que coisa boa meu amor. – falei beijando seu rosto e o abraçando. – Acho que na verdade vocês nunca deixaram de serem amigos, só deram meio que um tempo.
– Pode ser. Ele me pediu também pra voltar pra matilha.
– E o que você disse?
– Que ia pensar. Ele viu meus pensamentos e a suspeita da sua gravidez, eu tava indeciso.
– Mas é isso que você quer, posso ver nos seus olhos.
– É o que eu quero sim, e agora que temos a certeza que nosso primeiro filho não está a caminho... – ele colocou a mão na minha barriga e sorriu. – Posso voltar sim pra matilha, sem nenhum medo e nenhuma preocupação.
– Bom saber disso.

Beijamo-nos novamente, mas com mais ardor e paixão. O desejo dele estava impresso em como sua língua se movia a procura da minha. Estávamos tão entretidos que levei um susto quando o telefone tocou. Levantei sorrindo do seu colo e corri pra sala.
– Alô?
– Até que enfim!
– Dafne?! – perguntei surpresa e Seth levantou também vindo até mim.
– Bom saber que não esqueceu minha voz, considerando que estamos sem nos falar a muito tempo.
– Ai amiga aconteceu tanta coisa.
– Não se preocupe, sua prima Isabella veio aqui junto com o marido e eles explicaram tudo. Na verdade eu só te liguei pra avisar uma coisa.
– O que? – perguntei curiosa.
– Agora nesse exato momento eu estou em frente ao aeroporto de Seattle, e queria saber como faço pra chegar até ai em Forks. – ela disse sorrindo.

Levei um susto e cai sentada no sofá. Seth sentou ao meu lado com cara de confuso, ele não deve ter entendido nada.
– Você disse que ta onde? – perguntei pausadamente na esperança de ter entendido errado.
– Em Seattle, querendo ir pra Forks.