✞ 04 ✞
Por um tempo, as coisas haviam funcionado bem debaixo dos lençóis.
Naquele fatídico dia, assim que Soobin acordou, às 10 da manhã de um sábado, sentiu o cheiro de... vaca. Sim, Yeonjun estava fritando carne de vaca para a sua vaquinha, por mais que hambúrguer não fosse a melhor opção do que se comer num café da manhã.
Quer dizer, ele dizia que humanos não eram como vacas aos olhos de vampiros, mas o apelido pegou, pois as coisas mais esdrúxulas sempre pegam e Soobin se encontrou estranhamente excitado quando Yeonjun o chamava de "vaquinha" durante o sexo.
O fato era que, o coração de Soobin se acalmou imediatamente ao vê-lo tão feliz com as presas de fora. Agora, ele sabia que podia confiar naquele vampiro de cabelos negros e lábios fofinhos. Ele era seu por inteiro, com toda a lascívia e o encanto. E não só pelo fim de semana. Soobin intimou Yeonjun a praticamente se mudar para seu apartamento, e eles passavam um bocado de tempo juntos.
Ele também cozinhava. Comidas horríveis, afinal, um vampiro não conseguia provar o que estava cozinhando, mas o esforço já era tocante o suficiente para Soobin.
Eles funcionaram por meses daquele jeito, como se estivessem numa eterna lua de mel.
Só que, o mundo lá fora ainda existia, apesar de que eles haviam construído um mundinho a dois extremamente confortável, com paredes altas de concreto puro.
Os amigos de Soobin queriam vê-lo um pouco mais. Socializar. Foi quando a ficha caiu de que estava extremamente recluso, saindo da faculdade direto para o trabalho e do trabalho direto para os braços de Yeonjun. Nos fins de semana, com certeza, não se veria nem sombra do que um dia foi Choi Soobin. Eles verdadeiramente estavam na fase de lua de mel.
Foi assim que Soobin obrigou Yeonjun a sair consigo para conhecer seus amigos.
Tudo estava sob controle, era uma saída para o boliche com o objetivo de conhecer os novos parceiros do grupinho de amigos. No último mês, Beomgyu havia começado a namorar um garoto da faculdade dele também. Evento raro, pois poucas pessoas no universo por livre e espontânea vontade namorariam o cara cuja ficha criminal continha "ter mostrado o pau para velhinhas na parada de ônibus".
Por isso, foi um choque saber que, não só ele estava namorando, como o garoto também era o completo oposto dele.
O nome dele era Kang Taehyun. Um cara bonito, inteligente, charmoso, sério e maduro. Ele exalava seriedade, diferentemente da cara de louco que contava piadas ruins de Beomgyu.
— Soobinnie, ele tem músculos fortes mas ainda é magro, eu adoro esse tipo, a carne é firme, posso matá-lo? — Yeonjun sussurrou assim que Taehyun e Beomgyu chegaram ao local marcado, enquanto se aproximavam com sorrisos no rosto, sem desconfiarem um tiquinho que o namorado do melhor amigo de Beomgyu planejava transformar um deles em jantar.
Agora eram só eles quatro. Kai, Hyunjin e Jeongin estavam atrasados.
— Claro que não, ele é o namorado de Beomgyu, Junnie! — Soobin repreendeu yeonjun.
— Mas você não conhece ele, não disse que eu podia matar desconhecidos? — ele choramingou.
— Estamos aqui justamente para conhecê-lo, e ele é alguém importante para o Beomgyu, que é alguém importante para mim, entendeu?
— Mas se eu não puder matar alguém importante pra alguém importante pra alguém importante pra alguém importante pra alguém importante pra alg...
— Eu já entendi, eu entendi. Vamos estabelecer três níveis de contato, ok? Você pode matar pessoas com mais de três níveis de contato comigo, certo? Taehyun é nível dois, não pode!
— Humpf, ok! — Yeonjun revirou os olhos e cruzou os braços. Soobin se perguntava se ele realmente possuía trezentos anos de idade, às vezes ele não passava de uma criança mimada e fofa.
— Já estavam discutindo? — Beomgyu, que estava comprando as fichas com o namorado, se aproximou, entregando a metade de Soobin e Yeonjun. — Olha, vocês vão pegar fama de casal briguento assim!
— Hã? Por quê? — Yeonjun perguntou.
— Haha, você não sabe? Soobin ficou desolado quando você sumiu por aquelas semanas. Estava parecendo um zumbi mal humorado!
— Soobinnie, é verdade? — Yeonjun perguntou com um rosto sapeca.
— Beomgyu! Por que tinha que contar isso? — Soobin resmungou.
— Na verdade, fiquei surpreso quando soube que vocês estavam namorando oficialmente, não tinha entendido a timeline de acontecimentos. Quer dizer, parecia que você tinha abandonado Soobin sem mais nem menos.
Yeonjun sorriu, parecendo reviver todos os acontecimentos que o levaram a se enroscar num humano, como se fosse um filme clichê mamão com açúcar.
— No início não tínhamos nada sério, sabe. Mas Soobinnie ficou confuso e pediu um tempo e, acho que eu levei isso a sério demais e acabei sumindo completamente por duas semanas. Quando voltei, ele estava magoado pelo meu sumiço. Eu realmente não tinha entendido o que ele queria dizer, mas felizmente nos entendemos e agora tenho meu Soobinnie só pra mim! — Yeonjun o abraçou apertadamente. As bochechas de Soobin se tornaram cerejas vermelhas e brilhantes de vergonha. Ainda não estava acostumado a estar apaixonado, ainda mais em público.
Era seu primeiro namoro sério, de adulto, da vida. E ainda era totalmente inconvencional.
— Hyung, não seja manhoso em público, é constrangedor! — Soobin já estava procurando um buraco para enfiar a cabeça, ficava extremamente envergonhado com demonstrações públicas de afeto.
— Desculpe, Soobinnie.
— Soobinnie é um apelido fofo! — Taehyun comentou, tentando participar da conversa.
— Por falar nisso, o apelido do Taehyun é Hyunnie! Isso porque ele parece todo sério quando você o conhece, mas na verdade ele é... — Beomgyu disse animado.
— Certo, eu sou que nem o Soobin-hyung e também acho constrangedor quando você é manhoso em público, Beomgyu-hyung! — Taehyun disse, já antecipando que Beomgyu falaria algo constrangedor.
— Mas você adora quando é só nós dois! — Beomgyu brincou.
E foi aí que a conexão instantânea entre Soobin e Taehyun surgiu. Unidos pela vergonha absurda que sentiam quando seus namorados eram vergonhosamente manhosos na frente dos outros.
Pouco tempo depois, os solteirões atrasados chegaram.
Yeonjun não parecia tão animado em interagir com humanos, sendo sincero, aquilo era quase uma ofensa. Se não fosse por seu Soobinnie, com certeza não estaria fazendo tanto esforço para parecer um pouquinho simpático.
A baderna jovial daqueles universitários, entretanto, havia feito uma cortina de fumaça para o seu comportamento um tanto estranho. Soobin segurava a mão de Yeonjun com força, com medo de deixá-lo desconfortável no meio de tantos humanos, e ele apreciava aquilo. Realmente estava um pouco deslocado, sua mente tentava não pensar em qual seria o sabor do sangue de cada um no recinto, pois seu Soobinnie ficaria chateado.
— O que a gente pede pra comer durante o jogo? — Hyunjin perguntou, trazendo o cardápio para a mesa depois que todos compraram suas fichas e decidiram a ordem dos jogadores.
Felizmente, eles comeriam durante o boliche, então, não ficaria tão óbvio que Yeonjun não estava sequer tocando na comida, já que todos estariam entretidos com o jogo.
— Junnie-hyung, o que você vai querer? — Mais tarde, Yeonjun acabaria recebendo o resultado daquele jantar de outra forma. Soobin havia se acostumado a perguntar, pois adorava agradar seu hyung adquirindo o sabor que ele gostava.
— Quero esse! — Yeonjun apontou para o cardápio adoravelmente, derretendo o coração de Soobin.
— Certo, o mesmo para nós dois então!
Hyunjin concordou com a cabeça e foi perguntar o que Kai, que estava distraído procurando uma bola com o peso ideal antes mesmo de começar o jogo, queria.
— Ah sim, eu soube que Yeonjun-hyung é bem criterioso com comida, aliás, ele e Soobin se conheceram justamente no restaurante em que a gente trabalha. Lembrei até que Soobin comentou que a sua comida favorita é leite, não é? — Beomgyu, como um conversador nato, puxou assunto.
— Leite? — Yeonjun espremeu os olhos em confusão. — Ah, é claro, quando é o do Soobinnie!
Taehyun imediatamente cuspiu sua bebida no chão, tossindo compulsivamente. Jeongin parecia incrédulo demais para falar qualquer coisa, enquanto Kai e Beomgyu eram fracos demais para segurar o riso como Hyunjin, que tentava parecer uma pedra calma e contida por mais que estivesse quase explodindo por dentro por conta da vontade de gargalhar.
— Você quis dizer o bolo de leite ninho especial que eu faço, certo, Junnie-hyung? — Com a vergonha já ultrapassando seu corpo e alcançando a estratosfera, Soobin tentou contornar a situação.
Yeonjun, no entanto, não havia entendido de primeira por que o que ele havia dito foi tão errado, contudo, vendo que seu namorado estava tremendamente nervoso, tentou seguir o fluxo.
— Claro, é que eu não costumava gostar de comidas com leite, mas Soobin ama confeitaria e essas coisas que envolvem muito leite, e ovos... é, então, ele me fez gostar!
— Ah, papai do céu! — Beomgyu tentou conter o riso, secando as lágrimas do canto dos olhos. — Yeonjun-hyung parece ser meio desligado com o que fala, isso soou realmente muito errado!
Kai estava ao fundo batendo nas costas de Taehyun, tentando desengasgá-lo, ainda rindo. Talvez Yeonjun estivesse muito mais enferrujado do que pensava. Aquilo havia sido tão engraçado assim?
— Bem, ele é sempre assim! — Soobin sorriu de lado.
Se Yeonjun tivesse sangue para corar as bochechas, provavelmente estaria vermelho. Bem, ele tinha falado algo estúpido, não era? Esboçou um biquinho com os lábios, um tanto chateado, contudo, Soobin não pareceu notar.
O jogo finalmente começou, e Yeonjun suspirou de alívio, pelo menos a atenção sairia da mesa, ele já estava se sentindo sufocado tendo que congelar um rosto falso de interesse quando na verdade estava tremendamente desinteressado por tudo o que eles falavam. Como Soobin conseguia ser tão atrativo? Ele era realmente diferente de todos os outros seres humanos da terra.
Amor é estranho. Yeonjun se pegou percebendo que achava interessante até mesmo assistir Soobin dormir por sete horas seguidas, enquanto nem a história de Taehyun ter passado em primeiro lugar no vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica parecia minimamente aliciante.
Fazia uns bons vinte anos desde a última vez que Yeonjun havia jogado boliche. E foi com um bando de vampiros que conhecia na época, não foi bem um jogo normal. Ainda sim, se usasse menos força, poderia dar certo.
Quando sua vez chegou, optou pela bola mais pesada, tinha menos chance de ela sair voando. Os garotos fizeram um som de surpresa em uníssono e Soobin apenas respondeu "sim, meu namorado é bem forte!", orgulhoso. Yeonjun mirou e jogou a bola, sem muita cerimônia.
E strike.
Os meninos pareceram enlouquecer, correndo para comemorar com um Yeonjun completamente confuso. Derrubar todos os pinos era bom? Ele mal conseguia se lembrar das regras.
Bem, até que aquilo não era ruim. Ter a atenção e a fama de ace do boliche não era nada ruim na verdade. Finalmente, ele se animou com algo na noite.
Os garotos também pareceram se interessar muito mais pelo estranho e um tanto recluso Yeonjun agora que sabiam que ele era um gênio do boliche. Strike atrás de strike.
Ele simplesmente não errava nadinha. Talvez tivesse batido o recorde mundial naquela noite.
Depois de duas horas, Yeonjun tinha uma legião de cinco fãs e um namorado extremamente orgulhoso.
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No saldo final, o encontro havia sido um sucesso. Apesar das diferenças, todo o choque de cultura e a falta de tato de Yeonjun para com certos comportamentos humanos, Soobin estava feliz com o fato de que agora seus amigos conheciam seu namorado.
Porém, claro que a sede de Yeonjun estaria no ápice depois de passar a noite interagindo com seres humanos com sangue aparentemente apetitoso e ver seu namorado comendo um bocado de comidas deliciosas. Yeonjun queria muito provar.
Assim que a porta da frente do apartamento de Soobin foi trancada, não houve pausa, muito menos acanhamento. Yeonjun consumiu os lábios dele num beijo selvagem, repleto de saliva e paixão, e Soobin prontamente correspondeu, enlaçando a cintura fininha que tanto gostava em mãos e cedendo sua boca por completo. Yeonjun já estava tão experiente sobre o corpo dele que sabia exatamente como excitá-lo em questão de segundos, esfregando as coxas e o joelho na ereção de Soobin, enquanto guiava as mãos dele que pousavam na sua cintura, acanhadas até então, para a sua bunda, encorajando-o a apertar a carne com desejo, ainda entre beijos intensos.
Claro que aquilo funcionou, Yeonjun era tão gostoso. O pau de Soobin já estava pulsando, e havia ficado ligeiramente apertado dentro da calça. Ainda bem que Yeonjun era bonzinho e logo o aliviou, desabotoando a calça e ajoelhando-se para fazer o trabalho duro.
Como nos velhos tempos.
Yeonjun se deleitou, tomando o comprimento nos lábios, fazendo Soobin suspirar de tesão.
— Ah, está com tanta fome assim? Não vai nem me deixar brincar? — Soobin perguntou, com um sorriso ladino iluminando o rosto, acompanhando cada movimento do boquete extraordinário com luxúria.
— Isso é só o começo, meu amor, depois disso quero que me foda bem forte, entendeu? — Yeonjun respondeu, e Soobin assentiu com gemidos de aprovação.
Mais uma noite da eterna lua de mel. Já fazia três meses desde o início do namoro, mas a tensão sexual era como fogo e gasolina. Apenas queimava mais e mais.
O fato de que Yeonjun havia equilibrado as refeições entre o sêmen de Soobin e a caça fazia tudo ficar ainda mais delicioso. Não era mais exaustivo e Soobin não se sentia mais um escravo sexual, e sim, um grande sortudo por ter seu próprio vampiro sátiro.
Yeonjun também se sentia mais vivo, mais motivado a caçar, pois sabia que assim seria recompensado com um sexo mais energético da parte do namorado. De repente, trezentos anos não era mais um tédio profundo. Era divertido viver.
Assistir filmes com Soobin, indicar livros para o pobre garoto sem cultura viciado em Marvel, cozinhar para ele, ouvir sobre o dia dele assim que chegava em casa e xingar o chefe e os bullies da faculdade juntos. A vida caseira era mais divertida do que pensava. Não acreditava que jamais tivesse tentado algo tão simples em três séculos.
Duas rodadas depois, Soobin já estava cansado, mas ainda com um montão de tesão. Era naquele momento que Yeonjun tomava as rédeas. Ele gostava quando Soobin era agressivo e controlador no sexo, afinal, era um vampiro que sempre estava no comando. Só queria poder ser domado de vez em quando, fodido até ser preenchido por completo, sair do controle por algumas horas e ser tratado com cuidado. No entanto, às vezes era necessário ficar por cima, Soobin era um ser humano fraquinho demais para aguentar toda a sede insaciável vampiresca. Tudo bem, aquilo era igualmente gostoso. Se fosse com seu Soobinnie, era gostoso.
— Ah, hyung, eu vou gozar se você fizer assim. — Soobin choramingou.
Yeonjun rebolava no colo dele com destreza, sugando cada última gota de energia de Soobin.
— Só mais um pouco, Soobinnie. Ah, está tão bom, você está tão bom hoje! — Sim, o gosto de frango frito extremamente bem temperado e gorduroso e de coca cola era maravilhoso, fazia tempo que Yeonjun não sentia um gosto tão puro de fast food. De vez em quando, era muito bom.
Soobin sabia que tinha que fazê-lo gozar o quanto antes. Também queria dar prazer ao seu vampiro favorito. Por isso, forçou o tronco para frente, para capturar o mamilo eriçado e rosa pálido acinzentado. Ele realmente amava brincar com os botões de Yeonjun, ele era tão sensível e geladinho ali. Ele gemeu dengosamente, sentindo a língua melecar todo o seu tronco com saliva fervendo.
Estava especialmente gostoso transar com seu namorado naquela noite.
— Soobinnie, eu amo isso! — Despedaçou-se em declarações. O sexo baunilha levemente apimentado, com gosto de caseiro, ele amava pra caralho.
— Você ama? — Soobin perguntou, ainda com os lábios sobre sua pele. — O que você ama, hyung?
— Eu... ah, eu te amo!
Escapou. Seus sentimentos mais envergonhados e medrosos. Yeonjun arregalou os olhos, sentindo as carícias pararem. Era muito cedo para se declarar? Tinha feito algo errado?
Subitamente, as mãos de Soobin apertaram mais fortemente sua bunda, e um impulso raivoso dos quadris dele foi dado. Ele começou a estocar fundo, apaixonadamente, fervorosamente.
— Eu também te amo, hyung! — Soobin finalmente respondeu, juntando as testas e abraçando seu corpo com volúpia.
Yeonjun sorriu, sentindo o êxtase tomar conta de seu corpo. Estava verdadeiramente apaixonado. Estava amando. Talvez fosse a primeira vez desde que havia nascido. A primeira vez que não havia sido apenas um impulso sexual faminto e passageiro. Ou uma obsessão.
Era doce. Amar Soobin era calmo e intenso, tranquilo e em polvorosa.
— Binnie! — Gemeu arrastado, sentindo o orgasmo chegando.
Estava mais forte. Suas presas saltaram, com sede. Rebolou com violência, esmagando a ereção, tentando engolir cada milímetro. Estava com tanta sede, e estava em tanto êxtase.
Soobin também parecia perigosamente próximo do paraíso, ele pendeu a cabeça para trás, expondo o pescoço rosado e brilhante. Parecia tão macio, coberto por veias e artérias cheias e abundantes.
Parecia tão... suculento.
O gosto de Soobinnie era o melhor. O melhor de todos. Yeonjun sabia bem disso. Até seu sêmen era doce e espesso, o sangue dele deveria ser como uma refeição completa. Sentiu seu próprio leite ser derramado sobre o abdômen dos dois, estava gozando.
Ele amava tanto seu Soobinnie. Tanto que queria provar.
— Ah, h-hyung! — Yeonjun ouviu seu Binnie gemer. Aquele era um som de prazer, com certeza. Mas... por que também parecia desesperado?
Dor.
Yeonjun piscou os olhos freneticamente, e a consciência finalmente inundou seu cérebro, juntamente com o tato agressivo, a sensação dos dentes na carne macia.
Não. O que tinha feito?
Estava mordendo o pescoço de Soobin.
Ao mesmo tempo, sentiu ser preenchido pelo sêmen doce dele. Era a primeira vez que ele havia gozado dentro, era um desperdício de sêmen.
Céus, o que estava fazendo? O que estava acontecendo? Reuniu forças e parou imediatamente com aquilo, afastando-se de Soobin num pulo, indo parar do outro lado do quarto.
O pescoço do humano estava completamente pintado de vermelho do lado direito, parecia doloroso. Yeonjun limpou a própria boca com as costas da mão, e então direcionou o olhar para ela, estava completamente suja de sangue. Não. Não podia ser.
Havia machucado seu Soobinnie.
— Soobinnie? — Chamou, com olhos chorosos.
— Ai. — Soobin gemeu de dor, sua respiração estava descompassada. Ele levou a mão esquerda até o local do machucado.
Ao ver o sangue em abundância, seus olhos perderam o brilho, escorrendo todo o resto de consciência do corpo até o fim. Ele havia desmaiado.
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— Soobinnie? Binnie? — A voz doce de Yeonjun ressoou.
A cabeça de Soobin doía, não conseguia entender direito o que estava acontecendo. Abriu os olhos devagarinho, deparando-se com uma cena peculiar.
Yeonjun estava chorando, com sangue seco espalhado por toda a sua boca, ainda nu e melado de porra na parte interna das coxas, como se mal tivesse parado um segundo para pensar em si mesmo.
— Junnie, por que está chorando? Alguém te machucou, meu amor? — Perguntou, completamente alheio à própria situação.
— Não, eu que te machuquei! — Yeonjun soluçou alto.
Foi então que as memórias voltaram. Havia acontecido um pequeno acidente, era verdade. Olhou ao redor, e se sentou na cama. Estava vestido com uma roupa quentinha, embrulhado em lençóis e com um curativo limpo e bem feito no pescoço. Seu Yeonjunnie tinha cuidado de si.
— Toma essa sopa, eu prometo que está gostosa, eu segui uma receita do YouTube. Juro que não está ruim!
Yeonjun entregou a bandeja com suporte para cama que havia comprado no ano passado e jogado no fundo do armário. Havia uma tigela grande e funda com sopa quentinha e apetitosa e vários guardanapos.
— Você perdeu cerca de 700 ml de sangue. Isso é mais do que uma pessoa pode doar de sangue, precisa repor as energias.
— Obrigado, Junnie. — Soobin selou os lábios na bochecha dele, tentando transparecer amor e calmaria.
Mas isso só o fez chorar ainda mais.
— Amor, por que está tão desesperado? Foi só um acidente, está tudo bem! — Soobin tentou conter o caos, segurando o rosto de Yeonjun com ambas as mãos e olhando bem fundo nos olhinhos vermelhos.
— Eu consegui parar agora, mas e se...
— Não, você sempre vai parar, eu confio em você. Se parou agora, pararia todas as vezes.
— Eu sou o pior namorado do mundo! Eu te machuquei e seus amigos também não gostam de mim! Eu deixei uma má impressão! — Yeonjun desabafou.
— O quê? Você ouviu eles falando mal de você?
— Eu só ouvi eles falando que sou estranho. Isso significa que eles não gostaram muito de mim!
— Calma, meu amor, eles também vivem falando que sou estranho, sabia? Se nós dois somos estranhos, não quer dizer que somos o par perfeito? Isso não significa que eles te odeiam, bebê!
— Mas eles gostaram bem mais do Taehyun do que de mim, eles já viraram amigos!
— Tá tudo bem se você não conseguir ficar muito próximo deles, o que importa somos nós dois, entendeu? Só nós dois! — Soobin beijou a testa dele, carinhosamente.
Pegou um dos guardanapos para limpar a boca melada de Yeonjun, o sangue estava seco, era difícil de tirar, contudo, ele o permitiu esfregar o pano no rosto sem resistência.
— Eu quero ser um bom namorado para você, Soobinnie. Mas sou um desastre! — Seus olhinhos brilhavam por conta das lágrimas, assustados como os de um filhote de gatinho.
— Não é não, você é o melhor namorado que já tive! Eu te amo, Yeonjun, lembra?
— Mesmo? Mesmo mesmo? — Yeonjun exibiu um biquinho esperançoso.
— Mesmo mesmo!
— Eu... realmente quero ser bom, quero aprender mais, como cozinhar, como me comportar com seus amigos, como te proteger.
— Você está dando o melhor de si, assim como eu. Como eu poderia reclamar? Você já é um namorado perfeito só por tentar, por se esforçar tanto por minha causa, significa que realmente se importa, que realmente ama.
— Eu amo.
— Então está tudo bem, nada está fora do lugar. Somos perfeitos juntos.
Yeonjun esboçou um meio sorriso, aliviado. Seu coração estava doendo, como se estivesse vivo.
— Você faz ele bater de novo. — Ele levou a mão grande de Soobin para o peito, ainda despido.
Soobin se impressionou por sentir um tantinho de calor, e um coração frenético ali dentro.
— Está um pouco quente. Por quê? — Perguntou.
— Acho que é porque estou me alimentando muito ultimamente. Mas, está batendo mais forte por você! Só por sua causa! — Ele sorriu largamente, deitando a cabeça no ombro dele. — Agora coma, você também precisa ficar forte.
A sopa estava verdadeiramente gostosa, tutoriais do YouTube podem salvar vidas de verdade. Soobin aprovou, elogiando a comida, deixando Yeonjun ainda mais feliz.
Ele estava encantado. Com tudo o que Yeonjun era. Forte, imortal, eterno, sábio, carinhoso e até mesmo um pouco inocente, na medida do adorável, importava-se tanto com seu amado Soobinnie que era levemente e adoravelmente inocente. Por trezentos anos, ele havia como uma criatura tão inacreditavelmente perfeita. E Soobin era apenas um humano comum.
É claro que se apaixonaria. Como não se apaixonar por aquela criatura tão etérea?
O verdadeiro mistério era como Yeonjun havia visto algo de bom em si.
Havia dito a ele que estava tentando o seu melhor, era verdade. E isso era o importante. Porém, ainda era estranho que o melhor de um humano fosse suficiente. Yeonjun não poderia facilmente achar alguém melhor se quisesse?
— Yeonjun? — Chamou, acanhado.
— Hum?
— Você pode me transformar em vampiro?
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