Estar apaixonado é uma coisa louca, que alguém lhe causa e você mal dorme.
Maldita dor, fazia dias que eu sentia ela, meu dente sabe aquele conhecido como segundo molar, pois bem ele doía a mais de 15 dias, eu não sabia o que faze estava sem dinheiro, e tratamento dentário costuma ser bem caro.
Há que falta de educação da minha parte, deixa eu me apresentar, meu nome é Jéssica tenho 26 anos e estou em uma fase de mudanças na minha vida, eu costumo dizer que não sou feia, pois é na realidade eu não tenho nada de feia. Sou de bem com a vida sabe, tenho um noivo ele é um cara legal que toda mulher queria ter,ele me faz bem , mas... lá no fundo eu sinto algo diferente em mim . Enfim voltando pro dente ele doia pra caralho, então eu resolvi buscar ajuda do nosso querido SUS.
Chego na merda do posto antes das sete, a tiazinha disse pra mim chegar cedo então isso fiz, é meio estranho sabe, eu quase não uso esse sistema de saúde, mas como a situação no momento me obrigava eu tive que fazer.
As sete o posto foi aberto, procurei a atendente do Dentista, uma senhora baixinha de óculos de expressão assustada, mas bem simpática veio até a mim.
- Oi, bom dia a senhora lembra de mim? eu vim aqui ontem e a senhora disse que eu viesse hoje falar com o dentista- Falo com o melhor tom de simpátia, até porque são sete da manhã.
- Olha infelizmente hoje ele não vai atender, ele vai a uma reunião, mas se você aguarda peço pra ele ver seu dente, você tem cadastro no posto?
- Não – Falo sem jeito.
- Pois vá lá faça o cadastro depois bate aqui tá bom- ela diz docemente, me oferecendo seu sorriso.
Sigo rumo ao cadastro, porque a saúde tem que ser tão burocrática? Pego uma fila, que meu Deus, eu pensei que não sairia nunca, e pra piorar quando está chegando perto da minha vez, aparece gravidas dos quatros cantos do posto, porque não é possivél isso. Mas enfim quando chega minha vez, uma moça loura com cara de sono e voz anazalada me atende, super simpátia, então eu me pergunto esse povo muito simpático, uma ou é porque hoje é sexta, ou porque é fim de mês, só pode ser. Enfim fiz o bendito cadastro quando volto pra falar com a atendente vejo uma multidão de gente já esperendo atendimento, e agora a vergonha bateu. Fico por ali esperando ela sair, então resolvo sentar, porque em algum momento essa porta vai abrir ai eu falo com ela. Pego meu celular e resolvo olhar minhas notificações, até que uma mulher de aproxímadamente 45 anos resolve puxar papo.
- Tá esperando atendimento com pro “doutor” Diorgines?
- sim- respondo tentando ser simpática.
- Ele é ótimo sabia- ela fala com um entusiasmo.
- Que bom – Sorrio outra vez e torno olhar meu celular.
- Você vai ‘’ arrancar’’?
- Não – Cara será possivel que uma pessoa não pode olhar o próprio celular, percebo então que ela não iria me deixar quienta , então guardo o aparelho e trato de me socializar. A mulher começa com uma conversa muito louca, quando vejo por mim ela entra pra fazer um exame e outra mulher senta do meu lado e começa falar do seu tratamento, eu só sei que de conversa lá e cá eu acabei descobrindo até que ela tinha dois filhos e um marido depressivo. Foi ai que eu percebi que as vezes ouvir um desconhecido é bem melhor que afundar a cara no celular, a gente acaba descombrindo e ouvindo várias histórias interessantes. No meio de tanta conversa eu acabo descobrindo que no posto não havia só um dentista, mas sim três, e que uma em questão era bastante elógiada, confesso que ouvir sobre a dentista desconhecida era bem mais interessante que o zap.
- Ah ela é ótima,
- Menina ela tem a mão tão leve.
- E o perfume, ela tem cheiro de mulher rica poderosa- As mulheres falavam entre si, até que a conversa muda e elas começam a falar de outras coisa, então eu resolvo voltar pro meu celular, entre whatsapp. Facebook e instagram, um barulho entre vários chama a minha atenção, era o som de saltos contra o piso, o barulho não era incomodo era elegante, anuciando que a dona dele estava chegando. Em um movimento quase que robótico, minha cabeça gira na direção do som, quando me deparo com ela... Lembra quando eu disse que havia algo diferente em mim, pois bem é isso, de uns tempo pra cá as mulheres vem me chamando atenção, mas não qualquer uma, mas sim mulheres como ela. Meus olhos ficaram presos nela, ela entra elegante, uma mulher loura de pele clara, 47 anos aproximadamente, traços marcantes, e um corpo que meu Deus... Ela trajava uma calça social azul escura com linhas na vertical branca, uma blusa vermelha social que se destacava na sua pele clara e os anuciadores, os belos saltos nudes.
Eu não consegui desfarçar, eu olhei pra ela com admiração, expectativa e desejo... Pois bem eu desejei uma mulher que nunca nem vi na vida, nem se quer convivi, mas que mexeu com minha mente. Ela caminha elegantemente e quando passa ao meu lado ela me olha de soslaio, seus olhos claros e intensos me fisgaram e eu paralisei.
- Olha quem chegou! - um homem com cara de louco apareceu e a abraçou, abraço esse que ela correspondeu, logo em seguida eles entraram na bendita sala e eu pude respirar.
- Ei ela é a dentista?- eu pergunto pedido aos céus que seja ela.
- é sim é a Dra Sandra- Sandra... que nome gostoso de se ouvir- Acho que é ela que vai atender no lugar do Dr Diorgenes- Graças a Deus, pensei- Tu já falou com a atendente?
- Ainda não! - falo olhando fixamente pra bendita porta.
- Pois vai lá se não tu perde tua vez- Mais que imediato eu me levanto, arrajei coragem de onde nem sabia que tinha, quando cheguei em frente a porta meu coração acelerou, respiro fundo e dou três batidas sútis, e esculto um entre.
- já fez o cadastro minha flor?
- fiz sim,
- Olha doutor essa moça é só pro senhor olhar o dente e passar um encaminhamento- ela fala olhando pro homem que a momentos atraz estava abraçando a loura, foi quando eu olhei em sua direção e a vi, seus olhos estavam presos em mim e naquele momento eu não escultei mais nada que a doce senhora e o dentista diziam, seus olhos eram como imã, e eles me puchavam e meu Deus...Eu me perdi.
- É só aguardar tá bom – A senhora fala me tirado do transe e eu pisquei várias vezes tentando me situar.
- Ah!... obrigada- saio da sala ainda sofrendo os efeitos que ela me causava, calma Jéssica, calma já chega de loucura,eu tentava repetir isso pra mim.
- E ai falou com ela?
- Falei sim!
- Então é só esperar, você vai ver o Dr Diorgines é ótimo- Eu sorrio, mas na realidade eu torcia que ele não me atendesse e sim a loura de olhos inigmáticos. De acordo com o tempo a sala de espera ia se esvaziando. Até que só resta eu e mais duas pessoas.
- Flor, o doutor saiu, você quer ser atendida pela Dra? – Cara Deus é bom o tempo todo ele é bom, ele ouviu minhas preces.
- Pode ser, pra mim não tem problema algum- Falo suavemente tentando esconder a minha agitação. Logo em seguida ela entra e eu fico aguardando ansiosa, até que meu nome soa pelos corredores indicando minha vez. Pego minhas coisas e entro com cautela na sala.
- Jéssica não é isso? – ela pergunta me olhando fixamente, eu fico ali admirando a beleza que meu nome tem saindo dos seus lábios , apesar do jaleco e a toca, nada disso anula a beleza que ela tem, céus eu estou ficando louca.
- Sim – respondo com uma mansidão que nem eu mesma sabia que tinha na voz. Você já percebeu que quando vamos nos dirigir a alguém que nos chama atenção nossa voz sempre se suavisa? Isso é louco.
- Me diz o que você está sentido? – oh meu Deus o que eu estou sentindo? Eu sinto meu corpo reagir a cada frase que ela fala, sinto minhas mãos suarem, e minha mente fatasiosa criam diversas fantásias líbidinosas – Jéssica?
- Desculpa – falo sem jeito.
- É o sono né eu entendo- ela me presentei com seu sorriso perfeito e branquinho.
- Pois é – eu digo tímidamente- eu sinto dor doutora.
- Pois vem cá deita aqui pra mim te ver – Ela só pode tá de sacanagem, eu não sei se há malicia na sua fala, mas meu corpo reage de uma forma que meu Deus, eu virei adolescente é isso?
Deito na cadeira e ela mexe no motor da cadeira me deixando totalmente deitada, ela me olha e minha respiração se descontrola, seus olhos me fita como se estivessem observando meus traços, e mais uma vez ela sorri.
- Tá com medo mocinha?
- Só um pouco- falo sem jeito.
- Calma tá ,agora, abre a boca- Quando abro fecho meus olhos, na realidade eu sinto medo mesmo, mas algo se sobressaio do medo, foi quando senti seu indicador rossando no meu dente sem luva. Como assim ela enfia o dentro dentro da minha boca sem luvas?
- olha mocinha ele é pra canal mesmo, vou te da o encaminhamento , mas demora um pouco- como sempre - eu vou te marca pra quarta feira sete da manhã pra poder abrir,pra amenizar sua dor- ela falava tudo como se estivesse explicando para uma criança, sua voz é tão doce e suave, que eu tenho que fazer um esforço para ouvi-la- Vou te passa também um medicamento pra amenizar sua dor .Mas quem vai te atender é o Dr Diógenes.
Se perto desse alguém a internidade é pouca distante, cada instante é um tempo enorme.
- Mas porque- falo sem pensar, ela sorri mais uma vez percebendo o meu desespero.
-Eu vou entrar de férias,
- Há – eu não consigo esconder o meu desapontamento- Bom pra senhora e ruim prós pacientes né- sorrio
- Mas são só três semanas, passa rápidinho- ela fala sem me olhar- olha aqui está mocinha, eles irão ligar pro seu celular ta bom.
- Tá bom.
- Tchau – ela sorrir e eu correspondo.
- Obrigada Dra.
- Por nada mocinha.
Estar apaixonado é mesmo uma doença que alguém lhe passa e você mal come
Quase não consigo sair daquela sala, um misto de alegria e tristeza tomou conta de mim, eu não sabia explicar que sentimentos eram esses, ao mesmo tempo eu me xingava por me atrair assim tão facíl por uma mulher que talvez eu nunca mais verei.
Tão só nessa pessoa você pensar enquanto á outra fome o consome.
O fim de semana chegou e na segunda ela veio em minha mente, na terça eu me toquei pensando nela e depois me arrependi, isso já estava virando obssessão, na quarta, eu fui ao posto pro tal Dr Diorgines abrir o canal, chego no posto as sete e dentro de mim ainda existia uma expectativa de revê-la, esperei pouco tempo, quando uma mulher chega com cara de poucos amigo e diz.
- Alguém pro Dr diorgines? – levanto minha mão com timidez e olho ao redor , havia mais cinco pessoas pro mesmo- Pois bem eu vou ter que remarca, está faltando matérial – Só o que faltava, era bom demais pra ser verdade, ela recolhe as nossas identidades e sai remarcando , quando chega minha vez a data ficou pro dia 07/08/2019, olho pro papel não acreditando naquela data, então em um ato de coragem bato na porta e resolvo confrontar a mulher.
- moça com sua licença,
- Diga – ela fala rispida.
- è que o meu dente é canal e a dra sandra disse que era só pra abrir e...
- Ah! Você era da Dra Sandra?
- Eu ...bem sou.
- Então eu vou fazer assim, vou te marcar pra ela ela volta dia 20 ai você vem dia 26 certo- eu confesso que parei de ouvi-la apartir do momento que ela disse que iria me marca pra Dra sandra, meu coração acelerou como um louco, e eu mais uma vez tive a certeza que o destino gosta de brincar comigo – Tudo bem pra você?
- é... sim obrigada.
Saio dali com uma alegria que tomou conta de mim, é só algumas semanas e eu poderei reve-la outra vez, mesmo sabendo que nunca havera a possibilidade de haver nada entre nós, além dela ser casada, eu tenho um noivo e isso só é uma fantásia desenfreada da minha mente.
Os dias foram passando e a vontade de ver essa mulher me corroia, eu já tinha criado diversas situações de nós duas na minha mente, eu já tinha trasado com ela várias vezes em pensamento, isso é muito louco.
Tava tremendo com febre, com frio a estremecer de amor por causa dela, corria em minha espinha um arrepio, eu nem pensava em mim somente nela.
Um dia eu acordei com ela gritando na minha mente, eu desejei mais que tudo vê-la, ouvir sua voz, sentir o toque suave dos seus dedos, eu estava néscia, me sentia mal, pois eu desejava de forma veemente alguém que nem se quer deva lembrar de mim.
O dia foi bem longo então de tarde eu resolvi sair pra espairecer, pego o onibus que vai até a praia quando chego lá sigo em direção a uma ponte que é ponto túristico aqui na minha cidade, ela é muito linda e iluminada, o por do sol é o mais bonito que eu já vi, me sento em um imenso banco esperando o sol se por, quando uma cena me chama atenção , era duas mulheres juntas, elas se beijavam, trocavam caricias sutís e sorrisos singelos. Naquele momento eu me perguntei, o que estava acontecendo comigo?Eu tenho um super relacionamento, eu amo meu noivo, mas...mas eu não sei, eu... por que essa mulher não sai da minha cabeça? Por que eu desejo tanto viver algo assim, por quê, por quê?
Eu ria e chorava um rio, mas nunca uma dor foi tão bela. Por dias e noites e horas a fio eu nem pensava em mim,somente nela
Fecho meus olhos sentido o vento suave, ouvindo o som da maré, e o cheiro do mar me invade, mas aquele perfume era reconhecido por mim em qualquer lugar.
- Posso sentar ao seu lado?
Continua...
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