História Minha Perdição - Drastoria - Amortentia, Imperius ou amor?

 A incoerência do tempo, ele é sempre tão exato que podemos medi-lo com precisão, um dia tem 24 horas,1 hora tem 60 minutos e que cada minuto tem 60 segundos . Entretanto, quando o tempo entra em um duelo com a mente ele se torna relativo e pouco exato, alguns minutos podem se transformar em horas e horas podem passar tão rápido quanto os segundos.

Foram incontáveis as vezes que os olhos verdes se encontraram com os ponteiros do relógio, os alunos da casa da serpentes já se amontoavam no salão comunal  prontos para a sua saída até Hogsmeade e em meio a todas aquelas pessoas a única que a jovem Greengrass não consegue encontrar é o seu namorado .

“Namorado” um palavra tão estranha e ao mesmo tempo tão doce que a quase fez sorrir, se não tivesse visto sua irmã mais velha e a sua fiel “amiga” caminhando em sua direção sem duvida o teria feito.

-Você ficou muito bem nessas roupas Astoria. – disse Pansy tocando a gola do seu suéter. –Sempre pensei que verde a fazia parecer doente.

Nem mesmo o maior cego acreditaria que isso era de fato um elogio. Astoria retirou a mão da jovem de sua roupa.

-Isso por que o verde das roupas destacava a sua cara de doente. –as duas sorriem como se tivessem contado uma piada engraçada.

-Isso era para ser engraçado ? Definitivamente o seu senso de humor é tão brega quando suas roupas.

Ambas se olharam ofendidas, mas antes que Dafne tivesse tempo de avançar sobre sua irmã, completamente pronta para enfiar suas longas unhas no seu rosto, elas foram interrompidas pelo garoto que arranca longos suspiros por onde passa. Draco sempre foi bonito, mas agora depois da guerra seus traços amadureceram e ele, a cada dia que passa, ser torna um homem e tanto.

-Desculpe a demora, Zabine que iria pegar algo do meu guarda roupa que nem ele sabia o que era. –Draco fala completamente alheio ao clima de inimizade no ar enquanto arrumava seu sobretudo preto. Não vai demorar muito para o inverno chegar e as roupas dos alunos já deixam claro isso.

-Tubo bem, Draco. – comentou Pansy com um sorriso imenso no rosto, completamente rendida, enquanto os demais alunos começam a sair do salão. – Acho que já podemos ir.

-Dormiu bem? – ele ignora completamente Dafne e Pansy e passa o braço direito sobre os outros da namorada que só responde a pergunta com um aceno de cabeça. Faz uma semana desde o pedido e eles ainda não tinham contado para ninguém, não que fosse esconder, mas não tinham porque contar. O mais importante é que agora eles tem algo oficialmente.

- Podemos ir ao café da Madame Proddifoot? –Astorio pergunta olhando nos olhos do namorado. Uma cena tão fofa que ninguém nunca imaginaria o Badboy Malfoy nela.

-O que tá ...? O que? – coitada de sua pobre irmã, a garota se que pode formular uma frase completa diante de tal cena.

-Ei , estão esperando o que? –Goile grita da porta do salão. – Vamos?

-Serio? Pensei que o primeiro lugar que você gostaria de ir seria o três vassouras. –o casal seguiu abraçado até a saída do lugar, deixando para trás as duas bruxas completamente petrificadas (nem mesmo o Petrificus Totalus seria tão eficiente).

-Acho que já sabemos de onde vem um certo perfume feminino que de vez enquanto toda conta do nosso quarto. –comentou Zabine sorridente. Ele conseguiu arrancar um sorriso de lado bem discreto do jovem Malfoy.

Bom, esse sorriso de fato foi a ultima coisa discreta. Eles andavam pelo corredor recebendo os mais diversos olhares, alguns até poderiam suspeitar já que o casal costumava conversar, bem de perto, algumas vezes no corredor ou em aulas conjuntas. Mas para aqueles que conheciam a fama pregressa do Draco, jamais imaginariam ele assumindo publicamente um romance.

Inconformadas, indignadas e a surpresas, surpresa essa que deu ar para a fúria e raiva. Quem essa garota pensa que é? Foram anos tentando um sorriso e aceitando qualquer migalha de atenção. Nada significou? A ida ao baile, os beijos trocados escondidos e o desejo que a levou a se entregar a ele não significou nada?

Pansy caminha a passos largos e duros em direção ao casal já no meio do corredor da escola. Ela passa com um furacão entre Goile e Zabine, os empurrando para o lado, e agarrando os longos e negros cabelos da garota, que diferente da maioria das vezes não se encontrava preso com sua varinha (algo que o próprio namorado já a advertiu que é de fato estiloso, mas nada eficiente). O susto fez Astoria pender para trás, não ao ponto de cair por conta do braço de Draco que a segurou e logo se colocou entre as duas segurando o pulso de Pansy para que ela soltasse os cabelos da namorada.

-O que você pensa que esta fazendo ? – os olhos verdes se tomavam em fúria complete pronta para revidar.

-Eu vou acabar com você. – e o alvo dos tapas e da fúria da jovem bruxa foi o Mafoy, seus amigos se aproxima para tentar segurar Pansy  já que Astoria encontrava-se de braços cruzados olhando com ódio e desprezo, ela jamais se rebaixaria ao ponto de brigar no meio do corredor da escola. –Você o enfeitiçou, Draco jamais se envolveria com uma coisa como você. Sua vadia...

-Senhoria Parkinson o que pensa esta fazendo?- o professor Filio Flitwick chega andando rapidamente (o que em outra situação seria ate engraçado)

-Professor, isso é um possível uso de Amortentia ou até maldição Imperius. – Pancy gesticula para que a dupla de amigos do Draco a soltasse. –Ela fez algo com Draco.

-Do que você está falando senhorita? – o professor corrige a posição de seu pequeno óculos no rosto.

-Draco jamais se interessaria por ela assim, do dia para a noite.- a frase fez Astoria revirar os olhos. Sim, ela poderia viver acamada e ninguém (nem ela mesmas)se imaginaria um dia namorando com alguém, mas nem de longe ela era uma garota feia ou desinteressante. O problema de Astoria Greengrass era saber que morreria logo e por isso não deixava espaço para as pessoas se aproximarem, mas agora ela pode tentar ter amigos e até um namorado.

-Isso é uma acusação muito grave senhorita Parkinson.

-Com licença professor, mas eu não preciso de uma maldição para fazer alguém se interessar por mim. –Draco se mantem calmo, por que sabe que muito do que esta acontecendo é sua culpa. Culpa da impulsividade e da sua arrogância adolescente, ele deveria ter dado um basta antes, mas gostava do seu ego sendo agraciado como um bom e mimado adolescente.

-Estamos juntos desde antes da guerra, não estou sobre efeito de nenhuma maldição ou porção. –Draco pega a mão da namorada, completamente absorvido pela confusão. Nem é preciso olhar ao redor para saber que todos os alunos pararam para olhar o que estava acontecendo.

-É verdade. –Dafne caminha lentamente em direção a eles. – O que Draco disse é verdade.

-Dafne? – Pansy reclama, jamais imaginou que a loira agiria de maneira tão calma e em defesa da irmã.

-Os dois estavam de mãos dadas quando o castelo se transformou em uma confusão por conta do Potter. E todos sabemos das condições de saúde da minha querida irmãzinha.-Astoria sabe que sua irmã esta aprontando algo, os seus olhos determinados e afrontosos recaem sobre ela como nuvens escuras antes da tempestade. –Pansy está somente com ciúmes.

-O que você acha...!?-Pancy é interrompida pela voz do professor.

-Chega senhorita Parkinson. Tenha modos e volte ao seu dormitório, sua saída está suspensa. –ele levanta os braços e balança as mãos.- Andando, andem antes que todos não possam mais sair.

Só assim os alunos começaram a se dispersar.

-Bom, é melhor a gente ir. –Zabine tenta cortar o clima que ficou tão ruim que eles nem sabem se ainda estão com vontade de sair para um passeio. – Vem Astoria, eu sou o melhor guia turístico que você poderia ter e de quebra ainda conto alguns podres do deu namorado.

-É arriscado você até mudar de ideia e trocar de namorado. –Goile comenta sorridente e dois praticamente arrastam Astoria, que acha até divertido.

- Desculpe se eu dei a entender que algo entre mim e qualquer uma de vocês duas poderia se tornar algo mais serio. –Draco coloca as mãos nos bolsos do sobretudo. –Eu era totalmente inconsequente e sinto mundo ter ferido os sentimentos de vocês duas.

Ele se vira e caminha em direção aos amigos e namorada, parece que ainda tem muitas coisas a serem concertadas depois da guerra.  

Uma lufada de ar sai pelas narinas da loira que fica para trás vendo aquela cena em completa indignação, mas no fundo um pouco de alegria pois sabia que tudo aquilo iria durar pouco, o dia mal começou e as noticias costumam correr mais rápido que os ponteiros de um relógio.