História Minhas 7 Psicopatas - Mais 3 (enormes) problemas...

Natsu...

Então... Como diabos posso explicar isso sem parecer maluco? Vai ser difícil, mas tenho que arrumar algum jeito de falar sobre o que acontecia nesse exato momento...

Imagine que você, um cara normal que nem eu, esteja no meio de uma jaula com quatro tigres famintos e loucos por comida... Só que todos eles estavam adormecidos e você tem que arrumar um jeito de sair dali sem morrer. Entenderam a metáfora? Ótimo.

Agora troquem esses quatros tigres pela Meredy, Juvia, Lucy e Mirajane que estavam sentadas numa rodinha na minha sala da estar. Enquanto eu, literalmente estou em meio as quatros que se olhavam em silêncio... E não era um silêncio de timidez, muito pelo contrário, era bem amedrontador.

Começando por Meredy que parecia que a qualquer momento ia ter um treco, já que seu olho piscava sem parar e seu lábio tentava forçar um sorriso a cada 2 segundos.

Juvia por outro lado demonstrava um puro ódio no olhar, direcionado principalmente a Mirajane. Detalhe que a poucos segundos ela estava com um olhar bem cabisbaixo e arranhando o braço com as unhas, parecia que tentava se cortar com as unhas... Agora ela emanava uma aura furiosa, seguido de um olhar que fuzilava Mirajane. É... Acho que está na hora dela tomar novamente o remédio.

Falando de Mirajane a “sociopata” que August havia jogado aos meus cuidados... Desde que nos conhecemos ela não tirava o sorriso do rosto, enquanto me fitava de uma maneira um tanto... Duvidosa? Sério, se o August não tivesse me contato que essa garota com esse sorriso e rosto angelical fosse uma sociopata manipuladora, com certeza eu seria a próxima vítima enganada por ela. Mira com certeza é a “sociopata perfeita” se assim podemos dizer... Linda, meiga, fofa, simpática e carismática... Óbvio que são tudo falsas emoções que ela usa para manipular as pessoas, mas cara... Se não fosse pelo aviso...

E por fim, Lucy Heartfilia. August havia me informado antes de saímos do consultório que a mesma estava medicada, deixando-a no seu “estado normal”... Traduzindo, era realmente a Lucy que estava presente entre nós naquele momento. Só que ela não estava tão feliz assim... Ao contrário de todas que se entreolhavam, Lucy era a única com a cabeça baixa e que não demonstrava perigo algum... Claro nesse momento. Desde que chegamos ela apenas se sentou, sem dizer uma única palavra. E ficou lá de cabeça baixa, mexendo os dedos um no outro e soltando uns suspiros de vez enquanto. Outro aviso que recebi de August em relação a ela é que pelo jeito as outras personalidades dela atacam uma por vez... Significando que hoje era a Lucy, mas amanhã seria outra... E no outro dia outra... E no outro do outro dia seria mais uma... E assim seguia sucessivamente. Claro que isso não impedia os episódios de esquizofrenia.

E lá estava eu... Parado em meio a elas que como eu disse anteriormente, estavam no mais profundo silêncio. E tirando Lucy, se entreolhavam mortalmente... Principalmente Meredy e Juvia que fuzilavam a Mirajane que simplesmente ignorou os olhares e me fitava animadamente.

Certo... Acho que devo arrumar alguma forma de quebrar esse silêncio assustador.

- Então... – Fingir uma tosse falsa e pela primeira vez atrair a atenção de todas até mim. Até mesmo a de Lucy que mesmo cabisbaixa, me olhou. – Vamos começar a divisão dos quartos? – Indaguei forçando meu melhor sorriso naquele momento.

Meredy – Espera, então realmente essas duas vão ficar aqui? – Perguntou Meredy ainda com aquele tique nervoso no olho.

- Sim, elas irão ficar aqui... Algum problema? – Perguntei arqueando a sobrancelha.

Meredy – Todos – Respondeu cruzando os braços e me olhando mortalmente – Uma coisa é abrigar a Juvia – Apontou para a azulada ao seu lado – Que não demonstra tantos riscos... Eu acho. Mas agora uma sociopata? Tá de brincadeira? – Olhou mortalmente agora para Mirajane que apenas riu.

- Meredy...

Mirajane – Do que você tem medo, Meredy? – Indagou Mira tomando meu lugar de fala e arqueando a sobrancelha.

Meredy – Do que tenho medo? Sério que você tá me perguntando isso? – Perguntou incrédula – Será porque tem uma sociopata na minha casa que pode a qualquer momento fazer algum mal a mim e ao meu primo? – Seu tom de voz era de puro deboche.

Mirajane – Hum... Será que é só por isso? – Indagou cerrando lentamente os olhos, enquanto sorria. Deu pra ver claramente a Meredy arquear a sobrancelha, tentando entender o que ela queria dizer com aquilo.

- Quer saber, chega – Me levantei e olhei para as quatro – Elas duas vão ficar, assim como a Juvia – Apontei paras as três garotas citadas e vi Meredy revirar os olhos – Bom – Ajeitei minha jaqueta – Juvia se importa em dividir o quarto com a Lucy? – Perguntei olhando para ela.

Juvia – Não... Não – Disse abrindo um largo sorriso animado... É, pelo jeito o humor dela mudou novamente.

- Lucy se importa? – Agora olhei para a loira que estava perdida em seus pensamentos – Lucy? – Chamei novamente por ela que acordou na hora do seu transe – Tá tudo bem? – Arqueei a sobrancelha.

Lucy – Sim, estou ótima – Respondeu sem animação alguma – Qual era a pergunta? – Indagou coçando a bochecha.

- Se importa em dividir o quarto com a Juvia? – Repetir a pergunta começando a estranhar ainda mais o jeito dela.

Lucy – Por tanto que essa aí não venha – Desviou seu olhar para Meredy que apenas deu o dedo do meio para ela.

- Certo – Suspirei batendo as mãos – Mira você pode dormir no quarto dos meus país, tudo bem? – Indaguei olhando para ela que apenas afirmou e sorriu para mim.

Mirajane – Se o Nat-Kun quer isso, então está tudo bem – Apoiou o queixo na palma da mão e aumentou ainda mais aquele sorriso.

- Ah... – Engoli a seco e desviei minha atenção para Meredy que me olhava de um jeito totalmente frio.

Meredy – Se ela vai dormir no quarto do pai e da mãe, onde você vai dormir? – Certo... Eu nunca tinha visto um tom de voz tão assustador e mortal saindo dessa garota, realmente é assustador.

- Bom – Cocei o canto da minha boca – Irei dormir na sala - Expliquei apontando para o sofá no qual Mirajane e Lucy estavam sentadas.

Mirajane – Que? Não se incomode... – Se levantou do sofá e veio até mim - Pode dormir comigo, Nat-Kun – Se agarrou no meu braço e começou a rodear o dedo indicador no meu peito.

- M-Mira... – Chamei por ela, enquanto olhava para o nada tentando esconder o rubor no meu rosto... Mas não esperava que bem ao meu lado estivesse uma certa rosada com uma aura totalmente negra e assustadora, olhando para Mira parecendo que ia voar no seu pescoço.

Meredy – Quer saber, se vai ficar aqui é melhor você saber as regras – Pegou o meu outro braço e me arrancou de perto da Strauss que riu.

Lucy – Ah... Juvia será que você pode me levar até o quarto? – Perguntou se levantando e se espreguiçando. – Odeio gritaria e brigas – Disse monotonamente, olhando para essa cena patética que acontecia.

Juvia – Claro – Disse sorrindo e se levantando num pulo – Me siga – Passou por ela e foi em direção ao meu antigo quarto, sendo seguida em sequência por Lucy.

Meredy – Ótimo, menos duas – Me colocou atrás dela e ficou frente a frente com Mira – Regra número um... Só quem pode encostar no Natsu sou eu! – Apontou para si mesmo, enquanto olhava mortalmente para a albina a sua frente que apenas riu. Tá... Desde quando essa regra existe? – Regra número dois... O Natsu dorme comigo! – Completou aquelas regras que nunca existiram até então.

- Isso já foi longe demais – Revirei os olhos e fiquei no meio das duas – Primeiro essas regras não existem – Olhei para a rosada que revirou os olhos e fez biquinho – E segundo, vou dormir no sofá – Agora olhei para Mirajane que fez os mesmos gestos de Meredy – Agora se me dão a devida licença, tenho que fazer uma ligação – Falei já sem paciência e sair de perto das duas, indo em direção ao banheiro. Atualmente era o único local onde poderia relaxar e ficar a sós.

Quando cheguei até lá, tranquei a porta e me sentei no vaso sanitário. Enquanto isso olhava na minha lista de contatos, procurando o número do velhote do August... Tinha algumas coisas para perguntar a ele.

...

A noite já havia chegado na cidade de Tóquio e como todas as noites de sua vida, Natsu se encontrava na varanda do seu apartamento, sentado em uma cadeira e com os dois pés em cima do guarda corpo de ferro. Em sua mão uma latinha de refrigerante e uma feição bastante pensativa.

Pela primeira vez no dia inteiro a sua casa estava no mais puro silêncio... E ele realmente merecia um silêncio como esse, principalmente depois de um dia tão barulhento. Mirajane e Meredy realmente não haviam se bicado e passaram literalmente a tarde inteira gritando e brigando uma com a outra... Pra dizer a verdade, Mira apenas implicou com Meredy que caiu na pilha e praticamente enlouqueceu. Natsu só observava a hora que as duas iam começar a sair no tapa.

Enquanto essas duas não se davam bem, Juvia e Lucy pareciam que haviam se dado bem... Bom, pelo menos elas não ficavam gritando uma com a outra. E falando na Lucy, ela não saiu do quarto desde que entrou nele.

Nas vezes que Juvia saia para ir na cozinha ou fazer alguma coisa o rosado sempre perguntava como a loira estava, e tudo que a azulada dizia era que ela simplesmente deitou na cama e se enfiou de baixo das cobertas e não saiu desde então.

Não precisava ser um gênio para perceber que Lucy sofria de depressão em seu estado normal. Mas mesmo assim o Dragneel resolveu ligar para August, perguntando mais sobre ela e se tinha que se precaver de algo.

Tudo que o velho psicólogo disse, era que por causa dos acontecimentos que causaram o Transtorno dissociativo de identidade, a personalidade normal de Lucy era bem uma garota bem cabisbaixa e com alta tendência a depressão... Ela sorria bem raramente e não demonstrava esforço algum para se alegrar.

Talvez esses foi um dos principais motivos que levou a Heartfilia a cria suas múltiplas identidades... Tentar fugir da realidade no qual vivia.

No fim das contas Natsu acabou sendo “convidado” novamente para o escritório do August, mas não era para ele mandar mais uma garota problemática para sua casa... Era o que ele esperava. Mas sim para ambos conversarem sobre como o Dragneel deveria agir com cada uma delas, para evitar problemas para ele e sua prima... E claro, para elas também.

Graças a isso ele perderia mais um dia de aula, para variar... Já sentia sua bunda na cadeira para fazer a recuperação.

Natsu – Espero que tudo isso valha a pena no fim das contas – Suspirou e bebeu um pouco do seu refrigerante.

*Toc*Toc*

Escutando partidas na porta da varanda, Natsu se virou para ver quem era e viu Juvia parada do outro lado pedindo para entrar. Surpreso com a presença repentina da azulada o rosado se ajeitou na cadeira e pediu para que a mesma entrasse. Assim que teve permissão a Lockser adentrou a varanda e foi até a cadeira em frente ao seu anfitrião, sentando-se na mesma e olhando para ele.

Natsu – Algum problema? – Perguntou colocando sua latinha de refrigerante no chão.

Juvia – Não, não... Bom, não comigo para falar a verdade – Coçou timidamente o canto da sua boca e viu o garoto ficar confuso. – É com a Lucy-San... Ela não comeu nada do que levei para ela – Abaixou o olhar.

Natsu – Nada? – Indagou em choque e viu a mesma confirmar – Porra... – Passou a mão pelo rosto e se levantou – Deixa que resolvo isso... Fique aqui por enquanto, tá bom? – Indagou para a azulada que afirmou. – Ah... – Deu um passo para frente, mas parou na hora – Tá tomando os remédios na hora certa? – Perguntou com a sobrancelha arqueada.

Juvia – Sim... – Respondeu um pouco receosa – Porque a pergunta? – Indagou confusa com essa pergunta repentina do garoto.

Natsu – Nada... – Respondeu rapidamente e saiu do local – Talvez fosse só uma recaída – Disse a si mesmo, enquanto saia da varanda e se lembrava do misto de emoções que Juvia teve a tarde... Raiva e logo depois felicidade.

Quando saiu da varanda o garoto foi rapidamente até o seu antigo quarto. Chegando até lá ele bateu três vezes na porta e não obteve nenhuma resposta, soltando um longo suspiro ele entrou do mesmo jeito... Já que ainda sim era seu quarto.

Natsu – Lucy... – Chamou pela loira, vendo a mesma jogada na cama com o cobertor até a cabeça. E novamente, sem respostas – Eu sei que você tá acordada – Disse fechando a porta atrás de si e indo até a cama.

Lucy – Quem disse que estou dormindo? – Respondeu ainda coberta. – Só quero que você saia daqui – Se encolheu na cama, sentindo o rosado se sentar bem na beirada dela.

Natsu – Infelizmente não é possível – Respondeu cruzando os braços – Você não comeu nada o dia inteiro – Disse soltando um longo suspiro – Isso não vai te fazer bem – Complementou olhando para loira.

Lucy – E o que te faz pensar que quero ficar bem? – Indagou e pela primeira vez tirou aquela coberta de cima, mostrando seu cabelo todo bagunçado, rosto vermelho e olhos inchados de tanto chorar.

Natsu – Você está sobre minha responsabilidade, então qualquer coisa de ruim que aconteça a você a culpa será minha – Apontou para si.

Lucy – Não precisa se preocupar em relação a isso... – Se sentou na cama e tentou arrumar seu cabelo – Não tem ninguém para culpa-lo pela minha morte – Olhou nos olhos de Natsu que apenas arqueou a sobrancelha.

Natsu – Eu sei disso... Mas mesmo assim, eu não quero que nada te aconteça. Você já passou pelo Inferno e não quero que você viva nele – Se ajeitou na cama – Me preocupo com você assim como me preocupo com as outras – Apontou para a porta – Sei que todas tem seus problemas e é esse o motivo de estarem aqui – Suspirou.

Lucy – Agradeço a preocupação, mas acho que não tem como me ajudar – Se deitou novamente na cama e olhou para o teto – Já fui a milhares de psicólogos e nenhum me ajudou – Respondeu num tom monótono.

Natsu – Nenhum deles era o August – Retrucou e atraiu a atenção da loira – Vai por mim, ele é um dos melhores – Riu e se levantou da cama – E claro que também estou a disposição... Não sou um psicólogo renomado que nem ele, mas estou disposto a ajuda-la a lidar com seus problemas – Sorriu e foi até mesinha do quarto, pegando uma bandeja de alimentos que Juvia trouxe anteriormente.

Lucy – Você me ajudaria em que? – Indagou observando o rosado colocar a bandeja na cama.

Natsu – Sou um ótimo ouvinte – Respondeu rindo e colocando a mão nos bolsos – Se precisar desabafar com alguém e de conselhos, só me chamar – Sorriu e deu uma piscadinha para Lucy que ficou com as bochechas levemente avermelhadas – Agora, por favor, coma – Pediu apontando para a bandeja.

Soltando um suspiro de derrota a loira se sentou novamente na cama e começou a comer a comida que a azulada levou para ela.

Natsu – Ótimo... Agora vou dormir, amanhã tenho um longo dia – Acenou para Lucy e se encaminhou até a porta – Boa noite – Disse abrindo a porta.

Lucy – Ei! – Chamou a atenção do rosado que parou de abrir a porta na hora – Obrigada... Pela preocupação – Agradeceu colocando o sanduíche no prato e olhando para o Dragneel que apenas riu.

Natsu – Não precisa agradecer – Olhou para ela – Só coma tudo, ok? – Pediu e a viu acenar positivamente – Certo, até amanhã...

...

E lá estava ele... Novamente no elevador que o levava até o consultório de August. Era por volta das 9 horas da manhã e tirando Meredy que estava na escola, as garotas estavam dormindo e isso era o momento perfeito para ele sair de casa sem se preocupar que uma delas se mate ou que a casa exploda.

Natsu vestia uma jaqueta de couro preta, uma calça jeans com uns rasgos no joelho e por último um óculos escuro para esconder seu olhar de sono.

Natsu – Espero que seja um conversa rápida – Olhou para o seu relógio e rezava para que nenhuma delas acordasse antes dele chegar.

Saindo de seus pensamentos o Dragneel viu a porta do elevador se abrindo e rapidamente ele saiu de dentro dele, indo até o escritório do seu tutor.

Natsu – Cheguei! – Abriu a porta do escritório e adentrou com um enorme sorriso no rosto.

August – Chegou mais cedo do que imaginei – Disse o velho homem parando a leitura do seu livro e olhando para o rosado.

Natsu – Tenho que aproveitar que todas estão dormindo – Respondeu respirando fundo e se sentando na cadeira.

August – Realmente – Retirou seus óculos de leitura – Então... Como estão as coisas? – Indagou colocando os óculos sobre a mesa e se ajeitando na cadeira.

Natsu – Maravilhosas... Todas estão se dando super bem – Respondeu com um largo sorriso no rosto. Claro que ele não ia falar que Meredy e Mirajane quase saíram no soco ontem.

August – Sério? – Perguntou surpreso – Pensei que a Meredy fosse reagir de uma maneira mais “violenta” – Fez aspas com os dedos.

Natsu – Como assim? – Indagou surpreso e um pouco curioso de como diabos ele sabia disso.

August – Ah nada, esquece – Sorriu e coçou a barba – Enfim vamos logo ao assunto pela qual você está aqui – Fingiu uma risada falsa e abriu uma gaveta, retirando três pastas de dentro dela e colocando na frente do seu aprendiz – Aqui está tudo o que você deve e não deve fazer com elas – Apontou para as pastas e se escorou na cadeira.

Natsu nada disse, apenas acenou positivamente e abriu as três pastas de uma só fez e olhou para cada uma delas... Só que havia uma coisa um pouco estranha nessas listas. O que era? Bom, para começar não era uma lista e sim três fichas de garotas.

Uma ruiva, uma esverdeada e uma loira... Todas muito lindas e com corpos esculpidos pelos Deuses. Tinham a mesma idade, 18 anos e não aparentavam ter nenhuma problema psicológico.

Natsu – August acho que você me deu as pastas err... – Parou de falar, quando olhou para seu mestre e o viu com um sorriso sem graça – As pastas não estão erradas, né? – Perguntou arqueando a sobrancelha e viu o albino acenar positivamente – Porra – Fechou as três pastas e passou a mão pelos cabelos – Você me prometeu que a Mira e a Lucy seriam as últimas! – Olhou revoltado para o velho que apenas suspirou.

August – Eu sei, eu sei – Disse levantando as mãos e pedindo calma para o garoto – Eram para elas serem as últimas... Mas ontem a noite um amigo meu de Quioto enviou três garotas para mim. Eu juro que elas não estavam nos meus planos – Juntou suas mãos e implorou para que o rosado acredita-se.

Natsu – Não me importo se elas estavam ou não nos seus planos – Revirou os olhos – Não da para colocar mais três garotas na minha casa, da pra entender? – Colocou as mãos sobre a mesa.

August – Pago dez vezes mais – Disse de maneira direta e viu o Dragneel ficar em silêncio – Por favor, Natsu... Agora é sério, elas são as últimas! E se não forem, pode mandar alguém me jogar no hospício – Bateu o punho na mesa, afirmando seu compromisso com Natsu que apenas suspirou.

O garoto ficou em silêncio por alguns segundos... Mas logo passou a mão pelos cabelos e suspirou pesadamente.

Natsu – Eu juro... Se você mandar mais alguma para minha casa, você vai parar no pior hospício do mundo – Olhou mortalmente para o homem que sorriu largamente – Vamos... Me fale sobre cada uma – Suspirou derrotado.

August – Sabia que poderia contar com você – Disse animado e pegou as pastas – A primeira, Dimaria Yesta – Abriu a pasta e a mostrou para o rosado. Revelando o nome da linda loira de cabelos curtos e um sorriso angelical – Sente prazer em torturar as pessoas... E quando digo prazer não é apenas sexual. Me refiro também a diversão que ela sente quando faz esse tipo de coisa – Fechou a pasta e jogou na frente de Natsu novamente que começou a ler toda a ficha.

Natsu – Uma espécie de Sadista, então? – Indagou desviando seu olhar para August que acenou.

August – Podemos se dizer que sim – Respondeu juntando as mãos – Mas ela também tem uma peculiaridade... – Chamou a atenção de Natsu que parou sua leitura – Ela sofre da síndrome de Münchhausen – Revelou e viu a cara de duvida do rosado.

Natsu – Isso seria... – Gesticulou para que o mesmo continuasse.

August – É um transtorno factício que faz os indivíduos fingirem ou causaram doenças, machucados ou traumas psicológicos neles mesmo para chamar atenção ou simpatia a eles. Em casos graves eles podem consumir drogas, bebidas e até mesmo causarem um acidente proposital para convencer alguém – Explicou e viu seu aprendiz finalmente entender o que era aquilo.

Natsu – Certo... – Coçou a bochecha, ainda assimilando tudo isso – E o que a trouxe até você? – Indagou curioso.

August – Ela começou a ter sessões de terapia com meu amigo ano passado... Logo após ter sequestrado e torturado um garoto da sua escola, pelo simples motivo dele não ter falado com ela o dia inteiro – Disse de um jeito tão normal que chocou o Dragneel – Relaxa você só tem que falar com ela todo dia e não ignora-la que vai tudo ficar bem – Explicou parecendo que era fácil fazer.

Natsu – Como se fosse fácil da atenção para alguém quando se tem 7 garotas numa casa – Disse com um olhar incrédulo – Enfim, qual é a outra? – Perguntou retirando seus óculos.

August – Brandish μ – Abriu outra pasta e mostrou a garota de curtos cabelos verdes que tinha uma feição neutra – Gosta de controlar a vida das pessoas... Manipula qualquer um como se não passasse de uma marionete – Colocou a ficha na frente de Natsu – Parece sintomas de uma psicopata, mas por incrível que pareça não é – Suspirou.

Natsu – Deixe-me adivinhar... Ela sofre de mais alguma coisa, certo? – Indagou pegando a ficha da garota e observando sua foto.

August – Alexitimia – Disse sem enrolação e viu novamente aquela careta confusa do seu aprendiz – É uma desordem psicológica que é caracterizada pela incapacidade do individuo identificar e descrever verbalmente emoções e sentimentos... Tornando-o uma pessoa com uma feição neutra e fria – Complementou e viu seu aprendiz olhar para a foto da garota e finalmente entender o motivo daquela rosto sério, sem vida alguma para dizer a verdade.

Natsu – Tá agora tudo faz sentido – Arqueou suas sobrancelhas e fechou a pasta – Motivo da visita? – Perguntou colocando-a sobre a mesa, junto a de Dimaria.

August – Por incrível que pareça nada demais... Ela só fazia uns homens de trouxa para comprar coisas para ela e alguns se baterem – Explicou cruzando os braços.

Natsu – Comparado com uma garota que mandou colocar fogo no namorado e outra que torturou um garoto, isso realmente não é nada – Deu de ombros – E essa ruiva o que ela tem? – Apontou para a última pasta que era a da linda ruiva.

August – Ah sim – Pegou-a – Erza Scarlet – Abriu a pasta e mostrou para Natsu que arqueou a sobrancelha.

Natsu – Scarlet? – Indagou surpreso – Filha da Eileen Scarlet? – Fez outra pergunta.

August – Da própria... Como conhece? – Perguntou surpreso que seu aprendiz tinha conhecimento de Eileen.

Natsu – Como diabos não iria saber sobre isso? Essa mulher é uma das maiores psicopatas que já pisou no Japão... Quantos ela matou? Quatrocentos? Quinhentos? – Perguntava a si mesmo.

August – Seiscentos e três – Disse fechando a pasta e novamente colocando na frente de Natsu – Mas não se preocupe... Ela já está presa dentro de um hospício e só vai sair de lá direto pro cemitério – Escorou as costas na cadeira.

Natsu – Talvez eu vá me arrepender de perguntar isso... Mas a doença dela é a mesma da mãe, né? – Olhou temeroso para seu mestre.

August – Psicopatia... – Respondeu de maneira séria e viu o rosado suspirar – Não se preocupe que até onde é do nosso conhecimento ela nunca matou ninguém... Ainda – Suspirou – Mas ela demonstra todos os sintomas de uma psicopata... Ego inflado, mentirosa, impulsividade, comportamento antissocial, ausência de culpa, sentimentos superficiais, irresponsabilidade, falta de empatia, sede por adrenalina, reação estourada e vários outros sintomas – Passou a mão pela sua barba.

Natsu – E você quer que eu seja a primeira pessoa que ela mate? – Indagou apontando para a ficha dela.

August – Relaxa meu garoto... É só você não demonstrar ser uma ameaça e fazer tudo o que ela pede – Sorriu para Natsu que apenas revirou os olhos. – Olha pela primeira vez na história temos uma chance mínima de curar alguém com psicopatia... – Olhou seriamente para o Natsu - Vamos se dizer que enquanto ela se manter “sóbria de sangue” temos chances de reverter o quadro dela – Pegou a ficha da mão do rosado e apontou para a mesma.

Natsu – Você sabe que ela é uma psicopata e não um vampiro, né? – Perguntou arqueando a sobrancelha.

August – Você não entendeu... Um psicopata só cede a loucura quando ele mata pela primeira vez. – Colocou a mão sobre a mesa.

Natsu – Isso é uma hipótese ou algo comprovado? – Perguntou curioso

August – Está sobre teste ainda – Respondeu.

Natsu – Bom saber que faço parte de um teste – Disse sarcasticamente

August – Enfim... Até que isso aconteça ele apenas fica com os sintomas de um... Talvez se tivermos sorte possamos até mesmo reverter as emoções dela para de uma pessoa normal – Sorriu largamente, ignorando completamente a fala anterior do Dragneel.

Natsu – Ou piorar tudo e transformar ela numa maníaca – Retrucou

August – Cinquenta a cinquenta – Deu de ombros – Sua tarefa é simples... Mantenha ela “pura” vamos assim dizer – Pediu.

Natsu – Nem precisava me pedir... Não ia deixá-la matar mesmo – Suspirou e se levantou da cadeira. – Sala ao lado? – Perguntou.

August – Sala ao lado – Respondeu sorrindo e se levantando da sua cadeira, indo novamente para a saída.

Natsu – Bom... Eu já tô ferrado mesmo, me ferrar mais um pouco não vai fazer diferença... Eu acho