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História Mudança em Meu Destino II - Origem - A morte de Oropher. A última aliança.



Notas do Autor


Boa Tarde pessoas!
Hoje venho com mais um capítulo de nossa estória, mas antes, hoje é um dia especial para mim!

- Hoje 25 de março é dia de ler Tolkien! Essa data é comemorada pois foi nesse dia que Sauron e o Anel foi destruído! Deixe uma frase de Tolkien se vcs comentarem para comemorarmos juntos!!!
- Hoje também é o dia do meu aniversário! Ganhei uma linda caneca com a foto de Thranduil e Legolas, e um bonequinho estilo pelúcia do Legolas para dormir. Amei meus presentes! Se pudesse eu postava pra vcs verem!
- E hoje também é o aniversário do ator Lee Pace, que atuou como o rei Thranduil no filme O Hobbit! Parabéns para esse extraordinário ator!
E apesar de ser um dia feliz, tinha que cair justo esse capitulo "A morte de Oropher", É. estamos nos despedindo desse personagem que passei a gostar tanto, foi duro escrever.

Bom vamos ler. E leiam os avisos das notas finais.

Capítulo 22 - A morte de Oropher. A última aliança.


Fanfic / Fanfiction Mudança em Meu Destino II - Origem - A morte de Oropher. A última aliança.

Depois que o terrível tremor parou, Thranduil olhava o sangue escorrer da esposa, e desesperado, pediu ajuda aos guardas, para que chamassem o curandeiro e a rainha, enquanto ele tentava aquecer Wilwarin desesperadamente.

Wilwarin foi socorrida, mas o curandeiro constatou que a criança havia morrido, e a noticia deixou a família real abalada, e mais tarde todo o castelo soubera.

Thranduil permaneceu no quarto com a esposa, pensando porque aquilo acontecia. Ficou tão absorto nesses pensamentos esqueceu-se sobre o tremor do castelo. Quando Wilwarin acordou deparou-se com os olhos de Thranduil olhando-a, e sentiu a mão dele acariciando seu rosto com carinho, lembrou-se da dor que sentira e do bebê que não estava mais em seu ventre.

- Aconteceu de novo Thranduil, e dessa vez ele se foi mais cedo. - ela disse já marejando lágrimas.

- Você precisa descansar Wilwarin, perdeu muito sangue.

- Porque Thranduil? Porque eu não posso ter um filho! - ela se entregou num soluço sentido.

Thranduil a abraçou, beijando o alto da cabeça da esposa, enquanto ela derramava todas as lágrimas e frustrações em seu peito. O choro de Wilwarin o fez chorar também, e ele sentiu cicatriz mais uma vez queimar e doer. Quando aquilo acabaria? Que luz seria essa que o curaria?

Com o tremor, alguns reparos no castelo seriam necessários, e por sorte, ninguém havia se machucado, mas o que havia realmente acontecido para ocorrer o tremor era um mistério.

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Freda ainda não entendia as palavras de Alatar, o mago estava assombrado e falava tudo ao mesmo tempo como se algo o possuísse.

- Númenor desapareceu Freda!

- O que está falando Alatar?

- É Manwë quem está me dizendo, e Arda tem outra forma agora, tudo mudou, novas terras... Arda agora é outra. E agora Valinor não será encontrada, e os que forem pelo mar a procurá-la, darão uma volta pelo mundo. Eru fez isso por causa da loucura dos homens! Ele ficou irado, afundou Númenor sem piedade!

- Alatar ainda não estou entendendo tudo isso. – ela disse sem

- Valinor foi retirada de Arda Freda.

Freda achava que Alatar estava perturbado.

- Suas palavras são loucura! Todos os elfos vão para Valinor um dia, e se ela foi retirada de Arda... Alatar? Está me falando loucuras! E agora como vamos para Valinor?

- Há uma rota. Manwë confiará o caminho aqueles a quem ele somente confiar. Eu vou para Valfenda. – disse ele se afastando para montar.

- Espere! – ela disse segurando-o no braço. - E Sauron?

- Sauron foi destruído junto com Númenor, mas só o seu corpo físico. Ele ainda vai reunir forças e voltar.

- E enquanto a nós Alatar? - Freda disse na esperança que ele demonstrasse algo.

- Freda...E não posso garantir nada para você. Nenhum romance, nada. Eu nem posso garantir a minha vida. Às vezes eu quero muito ficar com você, mas, isso me é proibido.

Alatar se afastou e montou, mas antes ficou olhando Freda.

- Não deve sofrer por aqueles que não merecem. Ache o seu caminho Freda, longe de mim estará segura.

Alatar se foi, e Freda sentiu – se doer, uma dor pior que um ferimento à espada. Como ele podia ser indiferente a esse amor, sabendo agora que ela tinha lhe entregado o seu coração? Ela pensava isso derramando lágrimas quentes, e ao mesmo tempo, sentia ódio de si mesma por sofrer por esse sentimento.

Depois de se recompor, Freda seguiu para o castelo. Havia colhido as flores de alfazema para Wilwarin, mas ao encontrar-se com a rainha Allora soubera que a amiga havia perdido o bebê novamente. E ela que já estava com o coração partido por Alatar, sofreu por Wilwarin, e o dia encerrava-se.

Com o passar dos dias, Círdan mandou cartas a Freda, em nas escritas dizia que nove barcos haviam escapado de Númenor, e logo toda a terra média falava da destruição daquele lugar, que já não mais existia no mapa da terra média.

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Depois que Wilwarin perdeu o bebê, ela se tornou distante e silenciosa. Andava sozinha a caminhar pela floresta, ou às vezes, tomava um cavalo. Thranduil por muitas vezes fora buscá-la, e a encontrava sozinha com seus pensamentos.

Em um desses passeios, Wilwarin acabara indo sozinha ao lado oeste da floresta, perto do vilarejo. Ela ficou por várias horas observando a vida dos humanos, de como tinham muitos filhos e mesmo com todas as dificuldades eram felizes. Pensava porque ela não poderia ter nenhum filho, se tinha toda a comodidade e condições e no entanto, era-lhe tão difícil.

Mas Wilwarin também observou como as crianças eram mal vestidas e pareciam famintas, e isso tocou o seu íntimo. Ela então passou ir à cozinha do castelo pedindo que as cozinheiras fizessem muitos pães, no qual ela também passou a ajudar, queria levar o alimento as crianças do vilarejo, mas sabia que o marido não se agradaria que ela fizesse isso. A rainha passou a observar a nora, mas nada falava, sabia que ela precisava de um escape para o seu sofrimento. Naquela mesma noite Thranduil percebeu que a esposa estava cansada.

- Eu sei que anda indo a cozinha Wilwarin... O que faz tanto lá?

- Estou ajudando. Preciso ocupar a minha mente com alguma coisa ou vou enlouquecer.

- Mas não precisa se sacrificar tanto. Você agora é uma princesa...

- Não nasci uma princesa. Você tem sangue real e eu não. Pelo que sei, o rei Oropher era um príncipe em Beleriand. A realeza sempre esteve no seu sangue Thranduil.  Eu daria o meu título de princesa para ter um filho.

- Wilwarin não fale assim...Nós teremos um filho. - ele disse cheio de tristeza.

- Quando teremos Thranduil? É a segunda gravidez que perco o meu bebê. Era para ter duas crianças neste castelo. Já pensou nisso?

- Wilwarin, um filho é tão importante assim? Já pensou que você pode enfraquecer? Eu não sou melhor do que ter dez filhos?

- Vou tentar até o meu corpo sucumbir. - ela disse marejando os olhos. – Nunca mais compare, nunca mais diga isso de novo Thranduil, não me confunda. Eu tenho o direito de ser mãe. – ela disse magoada.

Wilwarin virou-se na cama, aquelas palavras de Thranduil a tinham machucado. Thranduil respirou fundo olhando para o teto, enquanto ouvia Wilwarin chorar baixinho e ele nada podia fazer.

Logo depois que Thranduil e Freda saíram para as rondas, Wilwarin arrumou o cesto de pães e foi para o vilarejo dos homens, havia colocado cobertores também. Três guardas a acompanhavam.

Quando chegou ao vilarejo, várias crianças a cercaram, e logo as mães vieram por seus filhos, e então Wilwarin começou a distribuir os pães e cobertores. As crianças gritavam felizes, e as mulheres sabiam que ela era do reino da floresta, mas não sabiam que ela era a princesa.

- Que Eru a abençoe pela sua bondade! – lhe disse uma das mulheres.

- Eu virei sempre lhes trazer pães. - Wilwarin disse na língua comum do homens.

E quando Wilwarin ia se afastando viu que uma das mulheres tinha um bebê, e ela se encantou com a criança, chegando a pedir à mulher que a deixasse pegar ao colo. Wilwarin então sentiu o calor do pequeno, e seus olhos marejaram. Ela então entregou o bebê e se despediu enquanto a fila de crianças a seguiam.

- Tome cuidado com a estrada minha senhora. Há nove homens encapuzados que andam matando pessoas por aí.

- Do que está falando?

- É o que estou dizendo, outro dia meu marido os viu de longe, e ele se escondeu, estavam perto da estrada da floresta. É melhor cuidar-se.

- Se andassem por aqui saberíamos, temos guardas nas bordas da nossa floresta. – disse Wilwarin a mulher

- Eles não andam na floresta, andam pelas estradas, sempre encapuzados.

Wilwarin despediu-se prometendo voltar. Ia seguindo desconfiada rumo ao Norte para entrar na velha estrada da floresta quando sentiu que o seu cavalo ficou agitado.

- O que foi Argo? – disse Wilwarin ao cavalo, e os três elfos se aprumaram para defesa.

Ela então ouviu o som de vários trotes com passadas pesadas e um estrebuchar de cavalos. Logo nove cavaleiros encapuzados vinham e sua direção. Os três guardas elfos então cercaram Wilwarin. Ela logo retirou a espada, não via nenhum resquício de afeição com aqueles homens, cujo rosto ela não via, mas Wilwarin sentiu neles um terror negro ao seu redor.

Os cavaleiros então a cercaram, e um deles, ao que parecia ser o mandante, levantou uma espada e logo a lâmina foi tomada por um brilho vermelho, como um ferro em brasa. Os elfos duelaram contra os outros habilmente em defesa da princesa, que se defendia como podia das investidas, mas logo a corneta do reino da floresta foi ouvida, e vários elfos apareceram, atirando flechas que não os feriam, e o principal deles e um outro, atacavam Wilwarin ainda em seu cavalo, que se desviava com habilidade e lutava bravamente.

- Wilwarin!  - soou uma voz grave em profunda ira. – Se afaste dela seu maldito!

Thranduil surgiu feroz em sem cavalo golpeando-os, e o golpe de sua espada fez um deles desfazer-se diante de seus olhos. A espada de Thranduil os feria destruindo seu corpo espectro, e logo todos haviam desaparecido, feridos pela espada do príncipe.

- Wilwarin! – Thranduil desceu do cavalo e se aproximou, abraçando-a com proteção. -Em nome de Eru o que está fazendo aqui? – ele disse preocupado.

- O que são aquelas coisas? – Wilwarin disse atordoada. – A sua espada os feriu, mas as nossas...

- Eu não sei o que eram, faz dias que fomos avisados que andam por aqui. O que estava fazendo aqui Wilwarin?

- Eu fui na vila dos homens, as crianças estão famintas, eu só fui levar um pouco de pão e...

- O quê?!  - ele disse espantado. - Não pode sair assim sem me avisar! Ainda mais na vila dos homens! Você perdeu a cabeça Wilwarin?! – disse ele zangado. – Você agora é uma princesa, não pode sair do reino sem o meu consentimento! Eu sou seu marido! Onde está a sua guarda pessoal? Acha que três elfos a podem proteger?

- Eu sabia que iria surtar! - ela disse lhe dando as costas.

- Ainda não me respondeu Wilwarin! – ele disse.

 - Pare de me recriminar como se isso fosse o maior crime que eu tivesse cometido! E não grite comigo Thranduil!

- Eu não estou gritando!  - ele disse aborrecido. - Acaba de ver o que aconteceu aqui? Estava indefesa! Poderia morrer! – disse ele segurando o braço da esposa com firmeza. - Vai voltar comigo agora mesmo!

- Eu sou sua esposa, mas não sou sua escrava para fazer o que você manda! – ela esbravejou com ira. – E solte o meu braço!

- Eu não estou preparado para perder você. – disse ele soltando Wilwarin. - Será que não entende?

Wilwarin, deu-lhe as costas e rapidamente saltou ao cavalo se afastando, deixando Thranduil sem ação. Desde que ela perdera o bebê estava agressiva e distante com ele, como se quisesse lhe despejar toda a ira.

Thranduil pediu que os soldados a acompanhassem, e ele voltou pelo outro lado da floresta, zangado com os pensamentos em um turbilhão.

Depois deste dia por mais que rondassem a floresta não viram mais os homens sombrios, como eram chamados. Freda fora comunicada, e Thranduil pediu a ela que fizesse companhia a ele nas rondas, com medo que ela se confrontasse com eles.

- Aquele grupo que atacou Wilwarin eram os Nazgûl, os nove homens que receberam o anel de Sauron, eles não podem ser mortos, e voltarão em outra ocasião para atacar.

- Como sabe disso?

- Esqueceu que recebo cartas de Círdan? – disse Freda sem dizer a Thranduil que soubera isso de Alatar.

Cavalgaram em silêncio, mas ao mesmo tempo alertas.

- Wilwarin está diferente comigo Freda, ela está distante e agressiva.

- Dê um tempo a ela Thranduil, ela está ressentida por ter perdido o bebê. Para ela isso não é fácil, todos comentam que a princesa tem algum problema, e que esse reino está perdido sem um herdeiro do príncipe, e o pior é que Eurielle reforça isso entre as elfas.

Thranduil nada disse, mas uma ira guardada sobre Eurielle ainda o consumia.

Fora Thranduil que via a esposa amargurada, Oropher percebia o quanto Wilwarin se aborrecia no reino, e a própria rainha contara ao rei sobre os desentendimentos entre a nora e Thranduil.

- Ela precisa se distrair Oropher, ela ainda está mandando pães para os homens, mas agora ela não está mais indo por causa de Thranduil, eu não tiro as razões dele. Mas há uma coisa que você pode fazer para amenizar isso. Wilwarin é a melhor arqueira que todos conhecem. Porque não usar essa habilidade em nosso castelo?

- Está me dizendo que quer que eu coloque Wilwarin para treinar os soldados? – disse o rei inacreditado.

- Não vai se arrepender Oropher.- disse a rainha encarando o esposo com um sorriso.

Com o pedido da rainha, Oropher chamou Wilwarin ao salão principal onde ficava o trono.

- Pediu que me chamasse majestade. – disse Wilwarin humilde.

- Sim Wilwarin, aproxime-se mais. – disse o rei lhe apontando o cetro. - Sei que tem andado aborrecida no castelo, e por causa disso sei também que as coisas não andam bem entre você e Thranduil.

Wilwarin abaixou a cabeça, por certo o rei chamaria a atenção por causa do filho, mas resolveu calar-se, e esperar a dura recriminação que sofreria.

- Eu quero que treine meus soldados com o arco e a flecha, sei que é uma ótima arqueira, talvez, a mais habilidosa de toda esta terra média.

- Majestade...O que está me pedindo? – ela disse olhando nos olhos do rei.

- É isso que ouviu. Você será o mestre arqueiro desse reino. Quero que use sua habilidade para treinar os meus soldados, pode aceitar o pedido do rei?

- Se eu aceito – ela disse com o rosto iluminado pela felicidade. – É claro que sim...É uma honra! Mas ...Thranduil...

- Thranduil não dá ordens aqui se é isso que a preocupa, e essa é a minha decisão. Comece amanhã Wilwarin, vou deixar avisado no campo de treinamento e a partir de hoje nosso reino ganhará muito com as suas habilidades.

Depois de tanta tristeza por aqueles dias, as palavras do rei Oropher encheram Wilwarin de alegria, e logo cedo, depois que Thranduil saiu, muito animada ela rumou para o campo de treinamento, onde todos a esperavam. Foi uma manhã feliz, e os soldados interagiram bem com Wilwarin. Pela tarde ela treinou espadas, e depois sentou-se a mesa de seus aposentos, rascunhando alguns esquemas de treinamento com as flechas. Não demorou muito para que a notícia chegasse aos ouvidos de Thranduil, e muito irritado, foi logo procurar o rei.

- Pediu a minha esposa para treinar os soldados Ada? – ele disse fechando os punhos.

- Sim. Sabe que sua esposa é habilidosa, nosso reino só tem a ganhar com isso.

- E quanto a minha opinião? Não conta? Sabe que Wilwarin é aventureira! E isso só alimenta a vivacidade dela em sair por aí, sem o meu consentimento!

- Eu só estou dando a sua esposa um pouco de felicidade Thranduil! Ela está triste porque perdeu um filho e precisa ocupar a mente! E se quer brigar não fale comigo, a idéia foi de Allora!

- Nana? Mas? – ele disse pasmado.

- Agora vá lá e brigue com a sua Nana Thranduil. Isso se você tiver a coragem. – disse Oropher lhe dando as costas.

E se havia uma coisa que Thranduil não retrucava era com Allora, brigar com a mãe era feri-lo, e então ele resolveu calar-se e deixar Wilwarin com os treinamentos. Mas por tanto pensar e repensar, acabou realizando treinamentos com o arco, e viu que a esposa era habilidosa e cheia de estratégias. É.  Nesse caso, ele tinha que aceitar e manter-se calado enquanto via sua esposa feliz.

Um ano se passou, e no reino Thranduil cumpria o seu papel de príncipe em ajudar seu pai. Oropher e o filho ficaram mais próximos, e às vezes os dois saíam nas cavalgadas para conversarem. Enquanto Wilwarin treinava com os soldados, e a espada com Thranduil, pois queria aprimorar-se.

A rainha Allora agora secava flores a combinava aromas para chás, convidando as elfas da realeza para aprovar suas receitas, e também se apegara a fazer estatuetas e vasos de argila para pintá-los, decorar o castelo e os jardins. Com isto, Oropher pediu que fizessem uma estatueta da esposa e colocassem no meio da floresta, numa das entradas de uma estrada secundária onde os elfos passavam, e Allora aplaudiu feliz, sua marca na floresta ficaria para sempre.

E em toda a terra média, com a destruição de Númenor, alguns numenorianos fugiram chegando em barcos, e os elfos os chamaram de Dunedáin, os homens do Oeste. Elendíl na fuga, trouxe os presentes que os elfos deram a eles no passado, como a muda da árvore branca, a espada Narsil, o cetro dos reis de Númenor e sete das Palantír, as pedras videntes feitas por Feanör. Muitos numenorianos ficaram em Eriador quando fugiram no início da perseguição em Númenor, e ficaram sob a proteção de Gil-Galad e Elrond, e por lá fizeram suas casas. Mas com a chegada de Elendil, ele unificou esses povos e fundou o reino de Arnor, em 3.320 da segunda era, com a ajuda de Gil-Galad.

Mas muitos deles queriam encontrar-se com seus parentes em Pelargir, e no mesmo anos os dois filhos de Elendil, Anárion e Isildur, fundaram o reino de Gondor ao Sul, próximo a Mordor, pois os povos que já lá viviam em colônias, e os homens de Erech das montanhas brancas que eram seus parentes, os aclamaram como reis, tendo como a capital Osgiliath. Apenas os numenorianos de Umbar não apoiaram o novo reino, e atribuíram a eles, a morte de seu rei Ar-Pharazón e a queda de Númenor. E estes homens de Umbar foram chamados de numenorianos negros, pois cultuavam Morgoth, e todas as suas armaduras e templos eram de coloração negra.

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Foi no mesmo ano da criação de Arnor e Gondor que todos os reinos da terra média receberam cartas de Elrond de que o Orodruin, a montanha da perdição, havia se acendido novamente. Sauron de alguma forma havia retornado. Com isso, os dois filhos de Elendil construíram torres para vigiá-lo. Anárion ficou no oeste de Ithilien e construiu Minas Tirith, e no lado leste, Isildur construiu Minas Ithil.

Mas nos arredores da floresta, e pelas estradas próximas, haviam noticias sobre o aparecimento de orcs, que fazia a matança de homens, com o intuito de chegar os numenorianos do norte, e por muitas vezes, os elfos tanto de Amdír e Oropher defendiam os homens próximo ao rio. Por causa disso Oropher e Amdír, juntamente com Galadriel e Celeborn reuniram-se em Lórinand.

- Sauron está de volta. – dizia Oropher a Amdír. – Por mais de um milênio e meio vivemos em paz, nossos exércitos aumentaram e nossos povos também, mas agora esses orcs malditos rodeiam minhas terras! Tenho perdido alguns de meus soldados e muitos voltam feridos. Estou cansado da falta de paz desse mundo!

- Deseja partir da terra média rei Oropher? – perguntou Amdír.

- Meu desejo é acabar com Sauron, nunca teremos paz nesta terra enquanto ele e toda a sua raiz existir! Venho falando isso a Thranduil há muito tempo. E agora, prevejo uma guerra. Ele quer nos aniquilar, não vê o que ele sozinho fez com Númenor?  Beleriand se foi por causa desse terror negro. Estou farto disso!

- Talvez, devêssemos unir nossos exércitos e ataca-lo Oropher. – dizia Amdír.

- O exército de Sauron é muito grande rei Amdír, mesmo que se junte ao rei Oropher jamais poderiam vencer. – dizia Galadriel. - Eu, Elrond, o rei Gil-Galad, o rei Elendil e seus filhos discutimos isso há alguns dias atrás. O rei Gil – Galad é o mais preocupado, ele propôs nos unirmos em uma aliança para juntos atacar Sauron. Gil-Galad tem o desejo de liderar o ataque.

- Ser liderado por um Noldor? Nunca! – Oropher rebateu.

- Essa não é hora de remoer o passado. Gil – Galad é um Noldor, mas não tem nada a ver com as revoltas passadas! Seu inimigo agora é Sauron e não o Noldor. – rebateu Galadriel.

- Fala isso porque não perdeu seus irmãos pelas mãos dos filhos de Feanör num só dia em Alqualondë! Fala isso porque não foi a sua família, e sim a família de minha esposa que foi morta no segundo fratricídio! Você estava lá lady Galadriel, viu como nosso reino foi destruído por eles e tivemos de fugir! E só não perdermos nossos costumes, por mim, Amdír, outros príncipes e Feren. E depois coube a nós voltarmos em Menegroth e enterrarmos os mortos!

- Não deve se apegar as amarguras majestade! Precisamos reunir forças agora, já que toda a terra média corre perigo. – disse Celeborn insultado pelas palavras fortes de Oropher a sua esposa.

- Não me diga o que tenho que fazer Celeborn! – bradou Oropher.

- Por favor senhores! – disse o rei Amdír. – Nossa discussão é pelos dias de hoje!

Thranduil e Amroth ouviam calados a discussão sobre a vida passada, e nada disseram, mas então Galadriel resolveu interferir.

- Uma aliança é imprescindível agora, queria ou não, estamos mais próximos de Mordor do que Gil-Galad e Elrond, e as terras não são seguras.

Quando a reunião terminou, não haviam chegado a uma decisão sobre o que fazer, porém Galadriel rapidamente enviou cartas a Gil-Galad, Elendíl e Elrond, sobre a conversa com Oropher, dizendo que o rei se recusara ser liderado por Gil – Galad, e que Amdír se juntava ao pensamento de Oropher.

Oropher ficara calado por todo o caminho, e Thranduil percebeu o quanto seu pai estava irritado, e quando chegou ao castelo, entrou junto com o rei em seu gabinete.

- Ada, eu sinto em dizer, mas Lady Galadriel está certa. Temos vivido em paz devido aos nossos esforços, mas agora, somos o segundo reino depois de Gondor. Se o exército de Sauron é tão grandioso, este reino esta correndo perigo! Ada, uma aliança é a coisa mais sensata a se fazer.

- Então diga isso ao conselho! Diga isso ao conselheiro Lenwë que viveu em paz com o seu povo e a Belegtor que está esperando a hora de me derrubar!

- Eles ouvirão o senhor Ada. – disse Thranduil suave tocando o ombro do pai.

Oropher sentou-se cansado.

- Eu vou pensar e me reunir com Feren amanhã, você deve vir também.

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Nos dias que se passaram Wilwarin notava que Freda estivera muito solitária e quieta, encontrava-a somente durante as refeições e nem pela terrível ameaça de Sauron ela dera alguma palavra. Vendo isso, Wilwarin resolveu ter com a amiga.

- Você anda triste pelos cantos Freda, o que está acontecendo?

- Tenho vigiado muito a floresta. Há orcs por ai e ando tensa com tudo isso.

- Freda eu a conheço. Você está com um olhar diferente, perdido, como se algo a fizesse sofrer todos os dias. Nunca mais foi me procurar em meus aposentos, nunca mais cavalgamos.

- Você tem os seus próprios problemas Wilwarin. E eu estou atrás de outra ervas e...

- Veja como os meus problemas são os seus também... Porém, eu quero que divida os seus pensamentos comigo...Você fala, mas os seus olhos dizem outra coisa, eu te conheço Freda. – disse Wilwarin tocando o braço da amiga.

Freda olhou para Wilwarin e seus olhos ficaram perturbados, e sem que ela quisesse, uma lágrima desceu quente e cheia de tristeza.

- Você já desejou ter o que não pode? – ela disse sorrindo entre a tristeza.

Wilwarin sorriu, havia feito essa pergunta a amiga há muito tempo atrás quando estava apaixonada por Thranduil.

- O que quiser me dizer eu vou ouvi-la. É uma irmã para mim. Vamos. Se abra comigo.

- O nome da minha tristeza é Alatar... É por ele que me sinto assim.

Freda começou a soluçar incontrolavelmente, e Wilwarin a abraçou. Ela relatou todo o amor que sentia pelo mago.

- Porque não me contou isso antes? Ficou guardando isso a tanto tempo.

- Eu não podia, é um risco muito sério. Mas acho que sozinha eu não consigo segurar esse sentimento.

- Pode conversar comigo quando quiser Freda, somos como irmãs.

- Prometa que não contará nada a Thranduil, me jure Wilwarin. Ele ficará louco comigo se souber que ando me relacionando com Alatar. Ele também corre perigo por esse segredo.

- Não se preocupe eu guardarei esse segredo.

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Cento e nove anos se passaram depois disso, e nesse meio tempo Oropher aceitara participar de algumas reuniões com conselho branco, e Thranduil ia com o rei. Enquanto que os governantes se preocupavam com as investidas de Sauron. No castelo, Wilwarin era alvejada por boatos mentirosos de que ela tinha uma maldição dos Valar, de que sua semente jamais vingaria, e isso era reforçado por Eurielle quanto ela ia à praça, e acreditavam em suas palavras. Outras coisas fazia Eurielle para enraivecer Wilwarin, ela lhe copiava os vestidos, e por várias vezes humilhava Wilwarin, dizendo que a elfa lhe copiava os modelos, até cair nos ouvidos da rainha Allora.

- Saiba que a partir de hoje, se comparecer ao mesmo local de minha Nora, e estiver trajando o mesmo modelo de vestido, saiba irá se retirar imediatamente, e ainda deverá se desculpar com Wilwarin publicamente. – dizia Allora enfurecida com Eurielle. - E tem mais, se eu descobrir quem está lhe passando os modelos dos vestidos da princesa, saiba que será trancada às masmorras!

Após essas palavras, Eurielle recuou, e em sua mente agora havia uma massa negra de maldade, inveja, e uma obsessão assassina de ferir Wilwarin, parecendo transcender seu amor por Thranduil.

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Antes mesmo de Sauron retornar à terra negra, Alatar havia ido em Mordor  e segurou os generais que queriam marchar contra a terra média, pensando que seu senhor havia sido destruído, e quando Sauron retornou achou que a estratégia de Alatar fora boa, pois ele sabia que o espirito de Sauron retornaria. Mas Alatar fora por outro motivo, para buscar pelo um anel, mas Sauron estava com ele em Númenor.

E naquele mesmo ano de 3.429 da segunda era, Alatar alertou Gil-Galad sobre os planos de Sauron em atacar os homens e isto se fez. Sauron atacou Minas Ithil de surpresa, e Isildur não conseguiu segurar suas defesas e abandonou a fortaleza que ficou na posse de Sauron. Mas Anárion conseguiu defender Osgiliath, mesmo com os reforços dos numenorianos negros que se aliaram a Sauron pelo ódio que tinham dos adoradores de Eru e dos Valar.

Logo Isildur partiu para Arnor e relatou a Elendil, que ficou alarmado com as noticias que ele trazia.

- Meu pai- dizia Isildur. – O demônio responsável pela sombra no coração dos homens, que ocasionou a destruição de nossa querida terra da estrela, atacou nossas defesas e tomou a torre de Minas Ithil com um grande exército. Ele atacou Osgiliath, mas Anárion conseguiu segurar as defesas. Ele atacará novamente, não temos como vencê-lo!

Após ouvir o relato, Elendil pediu ajuda a Gil-Galad, e este enviou mensagens ao todos os reinos da terra média, e em sua carta, Gil-Galad falava do que ele havia feito ao reino de Gondor, e a única maneira de destruir Sauron seria se unindo como fizeram no passado na guerra da ira. Todos atenderam ao seu chamado, e uma reunião em Valfenda foi marcada. Mas no reino da floresta, Oropher em conversa com Lenwë e Feren concordaram em se unir a última aliança, como assim foi chamada.

- Oropher, você vai mesmo entrar nessa guerra? – dizia Allora aflita ao rei, enquanto o via colocar a espada à bainha para partir. – Não vai levar Thranduil não é?

- Eu não queria levar Thranduil, mas ele se opôs, conhece seu filho Allora.

Allora engoliu em seco, e sabia que Oropher entraria em confronto.

- Não se preocupe minha luz. – Oropher disse a Allora a abraçando. – Nosso exército é grande e forte.

- O exército é grande, mas você é único.

Tendo dito isto Oropher partiu com Thranduil, deixando a rainha e Wilwarin preocupadas, enquanto a Freda pensava em Alatar, e no que este estivera fazendo.

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A maioria dos integrantes da reunião em Valfenda já estavam reunidos. E o encontro estava marcado para o inicio da manhã; Gil-Galad e Círdan de Lindon; Elrond, Glorfindel, Pallando de Valfenda; Galadriel, Celeborn, Amdír, Amroth de Lórinand, Elendil de Arnor; Anárion e Isildur de Gondor, Lord Calimon da Floresta de Rûr; Durin IV de Khazad-dûm. Alatar por segurança não compareceu a sala, pois devido a sua missão, o mago não deveria aparecer. Apenas Oropher não havia chegado, o que causava apreensão a todos e um aborrecimento ao rei dos anões. Mas para o alívio de todos, Oropher chegou com Thranduil na metade da manhã, acompanhado de Feren e Lenwë. O rei não pediu desculpas pelo atraso.

Oropher tinha uma presença marcante de sua postura, que causava temor para quem o olhasse, e não menos o seu filho Thranduil, e por educação à casa de Elrond, cumprimentou a todos com um gesto à cabeça. O rei dos anões remexeu-se quando cruzou o olhar com o rei, e a reunião se iniciou com a presidência de Elrond.

- É com muita estima que agradeço a presença de vossas majestades, altezas e senhores. Eu penso que deveria ser uma reunião amigável entre as raças, mas a condição nos obriga a discutirmos sobre o mal em Mordor. – disse Elrond com uma ruga de preocupação.

Amigável entre as raças? Ele só pode estar brincando!”- pensou Oropher.

O rei Gil- Galad falou sobre todas as noticias que tinha de Mordor durante os cem anos que Sauron havia ressurgido.  Mas a discussão se deu quando começaram a traçar um plano de ataque.

- Porque devemos seguir o seu plano? – disse Oropher a Gil- Galad.

- Porque Gil-Galad estará a frente para comandar com Isildur e Anárion que conhecem bem o local – disse Elendil. – Você, rei Amdír e Lord Calimon nos esperarão em Lórinand, para marcharmos juntos a Mordor. Sabe-se que o reconhecimento de um terreno é muito importante para vencermos a guerra.

- Eu estou cansado de saber isso rei Elendil, não sou um iniciante em guerras! Antes de você nascer, eu já guerreava há muito tempo comandando um exército!

Anárion levantou-se para encarar Oropher, insultado pelo pai, e Thranduil levantou-se o encarando. “Venha seu moleque!” – pensou Thranduil.

- Olha só a confusão! E ainda falam que os anões são os briguentos! Eis a educação dos elfos! – ria-se Durin IV em zombaria.

- É melhor calar-se anão! – disse Lord Calimon.

- E quem você pensa que é! – o rei Durin rebateu.

E as ofensas ficaram entre Lord Calimon e Rei Durin, enquanto Anárion, que já havia se sentado, encarava Thranduil que continuava em pé, mas Oropher segurou o filho.

Veio a hora da refeição do meio dia, e todos puderam comer em paz. Mas ora ou outra Thranduil e Anárion se encaravam. A reunião foi retomada e perdurou por mais dois dias. E assim foi decidido, que todos treinariam e se fortaleceriam seus exércitos, e que mandariam mensagens. E o dia do confronto com Sauron seria avisado.

Quando Oropher chegou ao reino, via-se o seu aborrecimento, e ele foi duramente confrontado por Belegtor e mais dos quatro conselheiros por apoiar Gil-Galad no confronto.

- Você jurou proteger este povo e agora o que está fazendo rei Oropher? Nosso exército vai partir para uma batalha enquanto nossas esposas e filhos ficarão sem proteção em nosso reino? Quem garante que ganharemos? E o que ganharemos? Só morte! Já não basta o que vimos em Beleriand!

- Apesar de eu não gostar dos Noldor não podemos deixar de apoiá-los! Seremos o reino covarde? Se tomei essa decisão é porque sei que enquanto Sauron viver ninguém terá paz nesse mundo!

- Não precisamos dos Noldor! Você traiu o seu povo e vai nos levar para a morte!

Thranduil que até aquele momento permanecia calado, irou-se, pegando Belegtor pelo colarinho e o erguendo.

- Cala-se!  É melhor que fique calado ou vai provar da minha espada! Qual a sua autoridade para questionar as decisões do seu rei? Estou farto de você e de sua família!

- Thranduil! – berrou Oropher. – Recomponha-se já!

Thranduil soltou Belegtor que ficara atemorizado pela cólera do príncipe.

Depois da difícil discussão Oropher pediu a Thranduil que permanecesse com ele.

- Não é assim que se trata um conselheiro Thranduil! Você esta caçando a sua forca! Belegtor está incitando aos outros a se voltarem contra mim, e é assim que você atua?

- Me perdoe Ada, eu me descontrolei! Aquele patife! Meu sangue subiu! – disse Thranduil acalmando-se.

- Pois é melhor que aprenda a se controlar! – disse Oropher raivoso.

Thranduil seguiu para os aposentos e encontrou a esposa concentrada em vários papéis. A relação de ambos havia melhorado, e Wilwarin deixou de lado as preocupações em ter filhos. E agora com a guerra iminente, iria treinar o exército de arqueiros com afinco.

- Thranduil! – ela o sentiu abraça-la por trás. – Não me abrace assim, vou rabiscar todo o esquema de treinamento.

- Porque não deixa de lado todos esses ângulos de flechas e vamos para a banheira?

- Não Thranduil, eu vou terminar esse esquema, não vou demorar.

- Eu tenho uma coisa que é muito mais certeira que isso. Eu vou te mostrar. – ele disse provocante.

- Ora pare de ser malicioso!

Mas antes que ela falasse algo ele a pegou nos braços e todos os papeis voaram, e ele a carregou para a banheira repleta de água que já havia sido preparada, Wilwarin ria de seu jeito controlador. Não houve tempo para que ela reclamasse, e ele começou a despi-la, ansioso em tê-la. Logo estava fazendo amor com ela, mordendo-a ao pescoço, provocando-a enquanto a possuía, e a respiração de Thranduil dizia o quanto ele estava desejoso como uma brasa quente.

- Só sete luas e meu marido ficou assim? – disse Wilwarin ofegante depois que tudo terminara.

- Sabe que eu não consigo ficar muito tempo longe de você, eu a quero todos os dias.

- Mas quando eu estava tomando o chá você pareceu brochar Thranduil! – ela disse rindo divertida.

- Brochar? É claro que não, eu posso dar conta muitas vezes. Eu sou um alfa Wilwarin! – ele disse quase ofendido.

- Sei.. Bem, em Valfenda aquela vez....

- Era muito diferente. Eu estava nervoso não vou mentir, mas eu daria conta sim.– ele disse irritado.

- Sei...- ela zombou.

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Durante três anos todos os reinos se organizaram para a guerra, se preparando com alimentos, armas e montaria, mas com tudo isso, Thranduil se preocupava com o exército. Logo receberam a mensagem de Gil-Galad quem em dez luas todos se encontrariam próximo a Lórinand e marchariam à Mordor para a batalha.

Gil- Galad saiu ao encontro de Elrond em Valfenda, e junto a ele estavam os Dunedáin, os homens de Arnor liderados por Elendil que montaram acampamentos à espera do rei dos Noldor. Os Dunedáin marcharam separadamente, recrutando outros soldados de que se juntaram a eles. Alguns passaram por Khazad-dûm para se juntar aos anões de Durin IV. Outros seguiram para Lórinand e outros rumaram para a Floresta verde.

Com a chegada de soldados Dunedáin, Oropher então se preparou para marchar, e os soldados o aguardavam equipados e prontos. Ele ainda estava com Thranduil.

- Por muitas vezes saí com Thilgon à batalha, e seu irmão sempre ia muito animado, aquela coragem me dava forças. Mas com você é diferente, você é o meu filho mais novo e só quero protegê-lo, eu não queria que viesse, deveria ficar com sua nana Thranduil.

- O senhor deveria ficar. É o rei. Mas se vai, eu vou protegê-lo Ada.

- Você não cairá Thranduil, tem as espadas e vai abater todos os que se puserem a sua frente. Você está pronto Thranduil, pronto para ser um rei.

- Ada não diga isso, nós voltaremos juntos!

Oropher o olhou nos olhos, e por um instante Thranduil lhe pareceu pequeno e frágil, e ele sem se conter abraçou o filho, lhe transmitindo toda a força, e depois se separaram, indo aprontar-se para a guerra.

 Allora sentia-se tensa, mais do que outras vezes. Ver seu marido partir para a guerra a atemorizava, ver seu único filho lhe doía, ela não aceitava que aquilo estava acontecendo novamente.

- Porque não manda os seus capitães Oropher, você é o rei! Tem soldados para isso! Oropher não vá, eu estou implorando!

- Um rei deve estar a frente de uma batalha Allora, os soldados ficam mais confiantes, eles me verão lutar e acabaremos logo com essa palhaçada de Sauron.

- Mas não é isso que estou sentindo. Oropher fique! Fique por mim! – Allora o agarrou ao tórax.

- Eu voltarei para você minha luz, não se preocupe, eu e Thranduil voltaremos. O seu amor ontem a noite me deu forças, estou tranquilo, Sauron vai ter o que merece!

Oropher a tomou nos braços e beijou a esposa, e esta derramou lágrimas que ele limpou. Olhava seu rosto e seus olhos tão claros como uma luz.

- Não tema por mim Allora. Freda ficará aqui com você para protegê-la, nunca se sabe o que pode acontecer. Wilwarin também ficara segura, vocês estão em segurança, deixei alguns soldados para defende-las.

Oropher então saiu dos aposentos, e foi ter com Feren e Allora deitou a cabeça à cama e chorou, sentindo um aperto em seu coração.

Thranduil também se aprontava, e Wilwarin olhava perturbada, andando para os lados enquanto o via calçar as botas.

- Não deveria ir. Eu quero ir com você Thranduil! – disse Wilwarin num lamento.

- Wilwarin, eu sei você é muito habilidosa, mas vê-la ferir-se no campo de batalha eu não suportaria. Ada poupou Freda também, apesar dela insistir em ir, ela também se preocupa por Círdan. Eu vou voltar não se preocupe.

- Prometa que irá voltar pra mim! – ela disse chorando.

- Eu vou voltar, prometo, e depois que tudo isso acabar voltaremos a tentar ter o nosso filho.

Thranduil a abraçou e beijou a esposa, depositou-a na cama rolando com ela, sentindo seu beijo quente, prometeu a si mesmo que voltaria para ela, e para o seu lar.

Oropher entrou ao gabinete e Feren já o aguardava. O rei estava com um semblante passivo e seguro, mas Feren sentia-se perturbado.

- Feren, mais do que Lenwë eu confio em você. E por isso, se algo acontecer, quero que tome conta de Thranduil para mim. Que o instrua em tudo, você é mais sagaz que Lenwë, cuide para que Belegtor não faça mal ao meu filho.

- Meu senhor não mencione tais palavras. Voltará vitorioso como em todas as batalhas, deixe-me ir contigo meu rei.

- Não Feren, você é valioso para o meu reino. Apesar de conselheiro e rei somos amigos. Prometa-me que cuidará de Thranduil se eu cair. Que ninguém fará mal ao meu filho e Allora. Cuide de Wilwarin, instrua Freda.

- Eu tenho uma dívida contigo Oropher, prometi que o seguiria. Se não fosse por você, minha família teria morrido em Beleriand, e graças a isso eles estão seguros em Valinor.

Oropher e Feren se cumprimentaram, e mais do que rei e conselheiro eram amigos verdadeiros.

O rei seguiu para o pátio e reuniu-se aos soldados, Allora, Freda e Wilwarin os olhavam, e derramavam lágrimas, e então a rainha correu ao filho e o abraçou, soluçando muito.

- Que Eru o proteja! Thranduil volte para a sua Nana! Por favor, não me deixe!

- O que é isso Nana? – ele disse suave. – Eu voltarei eu prometo, e Ada também. - disse num sorriso carinhoso.

Freda também o rodeou.

- Precisa voltar Thranduil, você e o rei. Este reino precisa de vocês. Eu queria ir junto para protegê-los.

- Cuide de Nana e Wilwarin. Você é forte Freda, e eu confio em você.

Os soldados de Oropher então partiram junto com os soldados dos Dunedáin e se encontraram com outros em Amom Lanc, que agora era uma fortaleza de vigília, onde os elfos de Lord Calimon também os aguardavam. Seguiram então para o Sul e pararam perto do Rio Anduin para aguardar o exército de Lórinand.

O exército de Lórinand surgiu, e a frente deles o rei Amdír, Amroth e Celeborn, guiavam seus soldados, e um grupo de arqueiros eram liderados por Haldir e seus irmãos Rumil e Orophin. Os dois reis se cumprimentaram e aguardavam a chegada dos Noldor.

A chegada de Gil-Galad, causou desconforto aos elfos silvestres de Amdír, Oropher e Lord Calimon, pois ao verem os Noldor preparados para a guerra lhes veio lembranças das estórias contadas pelo seu povo, e a chegada dos anões de Durin IV com os Dunedáin do norte de Elendil perturbou-os ainda mais. Ao lado de Gil-Galad estava Elrond e Círdan, e a frente de exército de Valfenda vinha Glorfindel vestido de sua armadura dourada. Todos então partiram para o Sul, sendo que a frente ia os elfos Noldor e Gil-Galad com sua lança Aeglos brilhante.

- Você vai liderar os arqueiros Thranduil. – disse Oropher mudando os planos.

- O que? Mas eu ia ficar com o exército das espadas! Porque vai mudar tudo agora!

- Porque eu estou ordenando! Tanto você como eu sabemos o que fazer, e eu não vou tolerar que esse Noldor me dê ordens!

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Quando chegaram nas terras de Mordor, atingiram a planície de Dagorlad e pararam, e então o exército de Anárion e Isildur se juntaram a eles, mas os homens de Erech, que haviam jurado a Isildur que viriam não apareceram, e Isildur e os amaldiçoou para de definhassem na montanha a nunca descansarem, até que o próprio rei de Gondor considerasse o seu juramento cumprido. A falta dos homens de Erech causou preocupação, pois contavam com essa força para destruírem Sauron.

Com todo o exército reunido nos portões de Mordor, os lideres de seus povos comtemplaram o maior exército que a terra média havia visto. Havia estandartes de Lindon, Arnor, Moriá, Gondor, Valfenda, da Floresta de Rhûn, de Lórinand e da Floresta Verde; Essa era a última aliança de homens, elfos e anões, todos reunidos contra um único inimigo.

Mas as hordas de Sauron não eram menores do que os aliados, haviam Trolls, orcs, wargs e numenorianos negros e anões maus do extremo leste, que apareceram no campo de batalha em grande número. Como todos os exércitos alinhados, Oropher deu o sinal ao seu exército antes das ordens de Gil-Galad, pois ele soube por seus capitães, que os elfos silvestres não obedeceriam as manobras de guerra do rei dos Noldor.

Sendo assim, a corneta da floresta foi soada, e os elfos em grande número atacaram impiedosamente. Gil-Galad alarmou-se, via o desastre acontecer.

Oropher se lançou aos orcs como nunca o haviam visto, e os elfos os acompanharam, enquanto lanças e o ranger do aço das espadas se chocavam numa luta sangrenta. Thranduil ficou com os arqueiros, e as flechas da floresta cortavam o ar, derrubando os wargs que carregavam os orcs.

Nessa investida, vários Trolls vieram correndo pesadamente sobre os elfos, jogando-os longe. Com isso Gil-Galad atacou e a batalha que já era sangrenta entre os elfos silvestres tornou-se trovoada de gritos, sangue e ódio. Os elfos da floresta de Rhûn se misturaram com seus irmãos de Lórinand e da floresta verde às espadas, enquanto as flechas comandadas por Thranduil e Haldir derrubavam os orcs que vinham ao longe. Amroth se mostrou hábil a espada, desferindo golpes certeiros. E Celeborn ao lado de Lord Calimon derrubavam Wargs ferozmente.

Os anões habilmente se chocavam aos orcs, ferozes e vingativos por seus irmãos que outrora foram desgarrados de suas terras. E ainda enfrentavam os anões maus do extremo leste,  numa verdadeira carnificina.

Enquanto que o grande exército lutava bravamente, Oropher e Amdír foram se afastando para uma área alagada, e Thranduil olhou ao redor e não via mais o seu pai. E no campo de batalha ele viu quando muitos Trolls cercaram Amdír e Oropher, e um  deles, rebateu ao rei Amdír com sua massa de guerra, e Oropher o quis socorrer. O terreno era alagado e afundava os pés dos elfos e alguns homens que se misturavam na batalha, deixando-os lentos e atrapalhados. Com isso os Trolls ganharam vantagem. Oropher viu Amdír cair, e seu elmo foi partido ao meio, caindo inconsciente ao chão úmido e pegajoso. Thranduil tentou avançar até seu pai, mas os orcs o fecharam e ele viu Amroth correr sozinho para lá também. Com ódio no olhar, Thranduil manipulava as espadas jogando os orcs e Wargs ao longe, e sua fúria era vista por todo o olho que o observava. No caminho até seu pai, ele viu quando dois Trolls cercaram Oropher e o chutaram, o rei então foi levantado pelo Troll, que o atravessou ao meio com seu aguilhão e o lançou ao lamaçal que agora se formava.

- Ada! Não... - disse Thranduil vendo a cena macabra e logo a cicatriz no seu rosto apareceu.- Adaaaaaaaaaa!!! – ele gritou forte entre a dor de seu rosto, e se ajoelhou fraco, perdendo as forças ao ver seu pai ser lançado ao ar como um qualquer.

Os elfos perderam as forças vendo seu rei morto, e logo a matança sobre eles se lançou, e um a um eram derrubados e mortos.

- Protejam o príncipe! – dizia um dos capitães.

Mas Thranduil se via imóvel e sem forças, como no dia que vira seu irmão morrer, e num relance tudo voltou aos seus olhos e com grande ira ele se levantou, e viu Amroth gravemente ferido, e sem mais pensar ele o arrastou, salvando o príncipe de Lórinand carregando-o as costas e encontrou –se com Haldir.

- Leve seu príncipe. Eu vou matar aquele Troll! – disse com raiva.

Thranduil voltou a batalha, no seu rosto via-se as lágrimas e a cicatriz que o queimava, tentava chegar ao seu pai, mas tantos orcs, Trolls e wargs e homens se misturavam, dificultando a passagem, e cada vez mais aumentavam, atacando o que sobrara de seu exército. O príncipe então foi cada vez se afastando do lamaçal que seu pai morrera. Quando se deu por si viu Nerod, o segundo capitão morrer onde lutavam, o local era um tumulo de elfos da floresta.

- Recuar! – gritou Thranduil em desespero por seu povo, e logo um dos soldados sentinelas soou a corneta da floresta. – Recuaaaaar !

Os elfos se afastaram com Dagorth, o primeiro capitão se juntando a eles.

- Vá com eles! Agora! – Bradou Thranduil ao capitão.

- Alteza, precisa partir conosco! – falava Dagorth.

- Eu não vou sair daqui sem o corpo de meu Ada! – ele gritou irritado dando as costas ao capitão.

Voltou para a batalha. E obedecendo ao príncipe, Dagorth recuou, e o que era quase três mil elfos da floresta, apenas um terço sobrevivera.

Todo o campo de batalha soubera da morte de Amdír e Oropher. Thranduil sozinho e enfurecido agora derrubava Trolls, e nada o podia parar. Elrond o viu e gritou para que ele recuasse, sabia que Thranduil estava perturbado pela morte do pai, mas Thranduil não via ou ouvia nada, e Glorfindel vendo a loucura do príncipe o segurou, era igual a ele em força. Glorfindel arrastou Thranduil do campo e o príncipe fraco e ensanguentado, gritava enfurecido para voltar. Glorfindel não teve outra opção e o soqueou ao rosto e Thranduil caiu em si de sua loucura.

A batalha então foi se afastando para os portões de Mordor pelos Noldor e os homens, fazendo os orcs de Sauron recuarem, e o campo lamacento ficou livre. Thranduil procurou o corpo de Oropher e não o encontrou.

Por várias horas ficaram até o escurecer daquele dia de 3.434 da segunda era, e Thranduil sentou-se ao lamaçal e chorou aos soluços a morte de seu pai, que ele também não pudera proteger e nem o corpo pudera encontrar. A cicatriz lhe doía no rosto, e permanentemente ficou.

O rei Amdír fora encontrado, reconhecido apenas pelo símbolo de sua armadura, e seu rosto fora desfigurado pelos Trolls, tornando sua face irreconhecível.

- Thranduil. – Celeborn chegou-lhe perto com sentimento. – Precisa se levantar, você agora é o rei da floresta. Levante-se Thranduil!

Mas Thranduil não se levantou, e imerso a tristeza e desconsolo, reclinou sua cabeça, chorando abertamente para Celeborn, com a cicatriz exposta.

Pela noite os soldados acamparam para repouso, bem afastados da batalha, abatidos pela morte de seu rei, mas Thranduil não veio, ainda estava no mesmo lugar, e por ali passara a noite, sem dormir; não havia sono, não havia descanso. Pela manhã o capitão Dagorth o encontrou, seus olhos inchados demonstravam toda a sua tristeza.

- Meu príncipe precisamos ir, estamos reduzidos, deixe que os Noldor, homens e  anões tomem conta de Sauron.

Thranduil se levantou obedecendo, sedado de sua tristeza. Dagorth pegou as espadas e entregou ao príncipe, e o apoiou ao cavalo para partirem para a floresta.

- O que eu vou dizer a nana quando chegar Dagorth? Eu prometi a ela que Ada voltaria! Só me diga...- ele disse movendo o peito carregado pela dor, mas Dagorth nada respondeu.

Quando chegaram ao castelo, a notícia sobre a morte de Oropher já havia sido anunciada, e Thranduil desmontou sem olhar os elfos que o encaravam perturbados. Ele foi diretamente a sala do trono, e encontrou Wilwarin e Freda que choravam ao lado de sua mãe, e esta, estava debruçada ao trono, agarrada a coroa de Oropher, soluçando e gritando o nome de seu marido.

- Eu sinto muito, eu sinto muito Nana! – ele se jogou de joelhos aos pés da mãe, fraco pela miséria que era a sua vida agora, e a cicatriz apareceu novamente.

O reino da floresta perdera seu rei, e o corpo de Oropher nunca fora encontrado.  Mas Belegtor de longe observava a família real, e um plano maldoso se formava a sua mente.

Continua...


Notas Finais


Oque será que Belegtor, o pai de Eurielle está tramando? Só no próximo capítulo.

Só pra avisar, os próximos capítulos serão bem mais curtos. Eu descrevi a segunda era em capítulos grandes, para não demorar tando, pq eu tinha que detalhar bem as personalidade e as situações dos personagens para que vcs os entendessem, a segunda era está acabando. Bom e para quem me pergunta no privado. Legolas só vai chegar no mês que vem!! Já até calculei os capítulos!

- Só pra esclarecer, no volume XII do livro a história da terra média, fala que no extremo leste, havia anões maus, e que parecia ser provável, que eles haviam sido corrompidos pela sombra de Morgoth, assim como ocorreu com os homens.


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