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História My First And Only Love - Prólogo


Escrita por: KellyNunes25

Notas do Autor


Meus amados leitores, a minha prima Kelli pediu em Agosto que eu escrevesse uma fanfic sobre os personagens Félix e Niko (Novela Amor à Vida), no entanto, as responsabilidades profissionais e acadêmicas me impediram de fazê-lo anteriormente.
Porém, por hoje, ela estar completando 20 anos, eu decidi presenteá-la com essa estória.


Aviso 1: Félix e Niko são personagens da novela Amor à Vida de autoria de Walcyr Carrasco, sendo que ela foi exibida entre 2013 e 2014 pela Rede Globo.

Aviso 2: Nessa fanfic, os personagens principais são o Niko e o Félix, todavia, eu fiz algumas modificações em relação a vida dos personagens:

1- Nessa estória, Félix e Niko estão juntos há onze anos;
2- Félix tinha 24 anos quando conheceu o Niko, e o loiro estava com 19 anos;
3- Jonathan tem 17 anos e foi criado pelo casal depois que o pai se divorciou de sua mãe, Edith;
4- Depois do divórcio, Félix se afastou da família e reconstruiu a vida ao lado de Niko e Jonathan em outro Estado;
5- Félix sofreu violência física e psicológica por parte do pai, e isso será retratado no decorrer dos capítulos.


Bjos de algodão doce e desejo-lhes uma excelente leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction My First And Only Love - Prólogo

Após revisar as contas dos restaurantes de seu marido e de analisar o relatório trimestral da Corona-Khoury Advogados Associados, Félix desligou o notebook e apesar de sentir uma leve dor nas costas, levantou-se da cadeira acolchoada em que estava sentado e caminhou até à varanda.

O moreno adorava trabalhar no conforto de seu lar e somente se deslocava até os negócios de sua pequena família quando era necessário, ou no momento em que sentia saudade de seu Carneirinho.

E por amar aquele homem, ele fazia questão de ir constantemente ao primeiro restaurante que abriram, no entanto, por ser um pai dedicado sempre que possível levava seus filhos consigo.

Depois que o mais velho se encostara à sacada, seus olhos pousaram sobre a babá que estava no jardim brincando com seus pequenos, Jayminho, de sete anos e Fabrício, de nove meses. Naquele instante, seus olhos brilharam de alegria, uma vez que, se tivesse sido covarde, ele seria infeliz por viver ao lado de uma mulher que jamais amaria.

Edith não era uma pessoa ruim, contudo, ser obrigado a se casar tendo apenas dezoito anos era algo que amarguraria até a pessoa mais sã.

Félix permanecera naquela farsa por quase seis anos, porém, tudo mudou no dia em que conheceu o Niko.

Ele se apaixonou pelo loiro e após o primeiro beijo, não pôde se afastar do mais novo, ou ignorar o amor que tomara conta de seu coração.

Nos primeiros meses, o moreno tentou esconder o relacionamento que tinham, mas, ao perceber que sua covardia feria profundamente o amado, Félix desenvolveu um plano para que pudesse se libertar daquela “prisão”.

Com muito esforço, ele reuniu informações que comprovavam as traições de César. Bem como, descobriu que a mãe de seu primeiro filho foi uma garota de programa e que seu pai tivera inúmeros encontros com a mesma, antes dela aplicar o “golpe” da barriga e entrar para a família Khoury.

Desviando os olhos de onde Jayminho brincava com o Fabrício, o mais velho lembrou-se do dia em que confrontou o pai que, no final das contas, nem era soberano.

 

Flash Back ON                              

Segurando firmemente a pasta que continha às provas da infidelidade de seu pai e as informações sobre o passado cabeludo da mulher com quem foi forçado a casar, o administrador adentrou no escritório do homem que fizera da sua vida um verdadeiro inferno.

Aparentando calma, o moreno se aproximou e colocou a pasta sobre a mesa do outro.

— Depois de lê-la, nós conversaremos seriamente. – Explicou ao ver o semblante confuso do mais velho.

 

— Você não me dá ordens, Félix! – O médico exclamou de forma exasperada, sem paciência para os joguinhos do filho.

 

— Não te dei uma ordem, — O moreno afirmou em um tom monótono com os olhos fixos no homem a sua frente. — eu apenas expliquei o que irá acontecer.

 

— Não vou ler essa porcaria! – César protestou com os dentes trincados.

 

— Se não ler, eu sairei dessa sala e levarei essa pasta pra mamy poderosa. – O administrador ameaçou após sentar-se em uma das poltronas acolchoadas dispostas no ambiente.

O mais novo aguardara pacientemente por alguns segundos e ao notar a apreensão na face do outro, provocou: — E pelo histórico de vocês dois, eu tenho certeza de que ela não gostará do que vai descobrir.

 

Percebendo que o mais novo não desistiria, César abriu a pasta e ficará atônito com o conteúdo dela. — Quando você soube disso?! – indagou visivelmente transtornado, todavia, apesar de o mundo estar desabando sobre a sua cabeça, ele precisava saber como aquele projeto de homem descobriu seus segredos mais sujos.

 

— Essa pasta mostra o passado de duas pessoas que vivem apenas pra me fazer sofrer. – Félix iniciou com o rosto inexpressivo, entretanto, ele desejava poder gritar e esfregar na cara do pai o quanto fora infeliz e que seu filho era a única alegria que tivera na vida.

— No caso da Edith, o fato de estar casado com ela é motivo suficiente pra acreditar que eu queimei a Santa Ceia. – Pontuou ao lembrar-se da desgraça que era aquele casamento e que sua “mulher” só conseguiu levá-lo para a cama após embebedá-lo.

Felizmente, isso aconteceu somente duas vezes: a primeira quando ele tinha dezoito anos e a segunda depois de terem oficializado aquela “união”.

— Mas, pra ter a droga de vida que tive, provavelmente, eu devo ter dançado Funk sobre o Santo Sepulcro. – O moreno reconheceu mantendo o rosto sereno, entretanto, internamente, seu coração rugia de satisfação, visto que, finalmente, pudera expor os sentimentos que estavam entalados em seu peito.

 

— Pare de drama e diga o que quer! – O patriarca da família Khoury exigiu, não gostando do rumo que essa “conversa” estava tomando.

 

— Desejo recomeçar a minha vida e pra que isso aconteça, eu dei entrada no pedido de divórcio. – O mais novo revelou com os olhos brilhando em determinação.

 

— Você esquecerá essa palhaçada, — Ordenou ignorando o que fora dito pelo mais jovem. — pois, continuará casado com a Edith até quando eu quiser!

 

 — Me force a manter essa farsa e num piscar de olhos, todos descobrirão como a família Khoury é “perfeita”. – O moreno advertiu ao apontar para a pasta que ainda estava nas mãos do mais velho.

 

— Você não é homem suficiente pra me enfrentar. – O médico disse de forma irônica, mas, ao olhá-lo nos olhos percebeu que o filho não estava blefando.

 

— Teste-me e você se arrependerá amargamente! – Félix exclamou com as bochechas infladas de raiva. Sempre soubera que o outro jamais aceitaria sua sexualidade, entretanto, apesar de tudo, ele tinha esperança de que seu pai entenderia o quanto errou consigo e mesmo que não lhe amasse, ao menos, não o impediria de ser feliz.

 

— O que quer de mim, Seu Imprestável? – César inquiriu ao mesmo tempo em que lançava um olhar mortal para o moreno.

 

— Fui eleito por três anos consecutivos, um dos melhores administradores do país e você me chama de imprestável? – O mais novo questionou-o incrédulo, pois, reconhecia que não era perfeito e que tinha inúmeros defeitos, mas, ser inútil jamais seria um deles.

— Sua afirmação é risível, papi soberano. – O mais jovem debochou utilizando um tom mordaz.

 

— Não me chame disso! – O mais velho repreendeu com a voz alterada.

 

— Que seja! – Félix zombou ao revirar os olhos, afinal, há muito tempo, ele deixara de se importar com as recriminações do outro.

— Enfim, o que quero é bem simples, — Revelou fazendo uso de um tom que não dava margem para qualquer contestação. — você me apoiará nesse divórcio e não moverá um dedo contra mim.

 

— E se eu não aceitar essa imposição? – O médico perguntou ao levantar-se da poltrona.

 

— Você tem o direito de não aceitar. — O moreno ressaltou depois que levantara de onde estava sentado, mantendo a postura altiva, não dando brecha para que o pai o intimidasse. — No entanto, esteja ciente de que a tua vida “exemplar” será exposta aos quatro cantos do país e não haverá uma viva alma que não saberá o tipo de homem que és.

 

— Sou mais homem que do você, Félix! – Rebateu com os punhos cerrados enquanto caminhava em direção à pessoa que só lhe trouxera desgosto.

 

— Transar com mulheres não te faz mais homem do que eu, pois, essas ações apenas te tornam um homem infiel e canalha. – O moreno refutou sem hesitar, não permitindo que as palavras do outro minassem sua confiança em si, uma vez que ser gay não o tornava menos homem.

 

— Cale-se! – O mais velho mandou enfurecido ao mesmo tempo em que se esforçava para não avançar no filho.

 

— Me calei por vinte e quatro anos, mas, ontem prometi pelo amor que sinto por meu filho que eu não voltarei a seguir tuas ordens, Doutor César Khoury. – Explanou ao elevar o tom, cansado de ser julgado pelo mais velho, bem como, lutaria com unhas e dentes pela chance de dar um lar ao seu filho e de construir uma família ao lado do homem que ele tanto amava.

— Então, acostume-se com o novo Félix. – Finalizou sentindo como se um peso fosse retirado de seus ombros.

 

— Se continuar com essa loucura, você será deserdado! – César avisou numa tentativa de fazê-lo desistir daquele absurdo.

 

— Me deserde! – O mais jovem vociferou enquanto arrumava a sobrancelha com o mindinho num nítido sinal de irritação.

— Todavia, saiba que nada e nem ninguém me impedirá de ser livre e feliz! – Enfatizou sem se importar com quem pudesse escutá-lo.

 

— Sei muito bem o que quer fazer, seu promíscuo! – O médico gritou não ocultando seu descontentamento e nojo, visto que ter um filho gay era o pior castigo que ele recebeu na vida.

 

— Nós dois sabemos que o único promíscuo nessa sala é você! – O moreno contestou com firmeza, embora suas pernas fraquejassem depois de ouvir tais palavras.

 

— Cale-se, sua bicha de merda! – O mais velho rosnou, recusando-se a ser admoestado por aquela aberração da natureza.

 

— Sim, eu sou BICHA! — O administrador soltou a plenos pulmões, ainda que por dentro estivesse destruído. — Mas, uma BICHA inteligente!

— E por ser inteligente, eu não preciso do teu dinheiro. — Assegurou com os punhos cerrados, esforçando-se para não desabar em frente ao mais velho. — Afinal, eu pretendo refazer a minha vida bem longe dessa falsidade.

— Vou construir uma família de verdade e a última coisa que quero é ter alguém tão tóxico como você próximo de mim ou do meu filho! – Félix declarou com os olhos marejados, posto que, essa era a sua chance de viver uma vida plena e feliz.

 

— Você não levará o meu neto! – Advertiu ao segurá-lo pela gola da camisa.

 

— O Jonathan é meu filho e eu não permitirei que ele tenha o desprazer de crescer contigo! – O moreno alegou após se desvencilhar do outro.

 

— Não deixarei que você o afaste de mim! – César protestou com menos intensidade, surpreso com a postura apresentada por seu filho.

 

— Afastá-lo de você é a maior prova de amor que darei ao Jonathan. – Félix soltou com tristeza. Doendo-lhe perceber que o próprio pai queria manter o Jonathan naquele mausoléu que, a sua “família” chamava de casa, apenas para controlar cada passo que seu filho e ele dessem.

 

— Seu boi...... – O médico iria pô-lo em seu devido lugar, entretanto, ele fora silenciado pelo moreno.

 

— O filho que aceitava tuas ofensas morreu, então, pense bem, antes de cuspir o teu veneno. – O mais novo destacou ignorando a dor que se apoderava de seu âmago.                                              

 

— Eu preferia que você estivesse morto! – Deixou escapar ao ser tomado pela fúria, mas, em seguida, ele se arrependeu e esse sentimento fora acentuado quando avistara a decepção contida no olhar de seu filho.

 

— I-Infelizmente seu desejo não será atendido e eu viverei por muitos anos. – Félix falou com a voz trêmula e apesar de estar sem forças para continuar discutindo, ele se manteve irredutível e não cedeu aos sentimentos negativos que, lentamente, ressurgiram em seu coração.

— Porém, diferente de você, eu estarei ladeado por pessoas que me amam pelo que sou e não pela quantidade de zeros que possuo em minha conta bancária. – Pontuou quando um pequeno sorriso brotara em seus lábios.

Seu pai não o amava e se pudesse escolher, possivelmente, o médico apagaria sua existência da face da Terra.

Todavia, mesmo que a rejeição e o desprezo doessem em sua alma, Félix era amado incondicionalmente pelo filho e por seu Carneirinho.

E naquele momento, o amor de suas pessoas preciosas era mais do que suficiente para si.

 

— Não dou nem três meses pra que volte com o rabo entre as pernas, suplicando por minha ajuda. – O médico professou com impassibilidade, no entanto, pela primeira vez em sua vida, ele estava abalado com as palavras ditas por seu único filho.

As pessoas se aproximavam em virtude do dinheiro e do poder que ele detinha, e embora a Pilar e a sua filha o amassem, César sabia que no momento em que descobrissem a verdade, elas se afastariam.

E, por sua vez, ele ficaria rodeado de gente interesseira e que o viam como um cheque em branco.

 

— Pelas contas do Rosário, espere sentado então! – O moreno retrucou ao mesmo tempo em que secava uma lágrima solitária que escorrera por seu rosto.

— Porque se permanecer em pé é provável que crie raízes e vire uma árvore podre e velha! – Completou sem muito interesse, já que, aquela “conversa” deu o que tinha que dar.

 

— Félix! – Repreendeu-o não sabendo de onde vinha o senso de humor ácido do outro, especialmente, num momento tão delicado quanto aquele.

 

— O que foi? – O mais novo fez-se de desentendido, porém, em seguida, recobrou a seriedade em seu tom de voz e ao olhá-lo nos olhos, se pôs a dizer: — Pode parecer brincadeira, porém, não é.

— Eu e o meu filho, reconstruiremos a nossa vida bem longe daqui.

— E ninguém, escute bem, nem mesmo você conseguirá me deter. – Advertiu com seus olhos brilhando fortemente.

— Pois, eu posso ser gay, entretanto, a minha sexualidade não muda o fato de que sempre farei o que considero o melhor pro meu Jonathan. – Aclarou sem titubear.

— Quando receber os papéis do divórcio e da guarda integral do meu filho, eu estarei saindo da tua casa. – Avisou enquanto se afastava do homem que sempre o humilhou.

— Até lá eu espero que tenhamos uma relação cordial, pois, se você vier me atacar, eu terei o prazer de me defender, Doutor Khoury. – Completou de forma gélida e não suportando permanecer no mesmo ambiente que o mais velho, ele saiu do escritório sem sequer olhar para trás.

Flash Back OFF

 

Embora fosse impossível esquecer-se do quanto sofrera nas mãos do pai, aquelas eram águas passadas e desde o dia em que ele saiu da mansão da família Khoury com o pequeno Jonathan nos braços, Félix decidiu arrancar de seu coração o homem que nunca o amou, a irmã que jamais enxergou a sua dor e a mãe que sempre ficou ao lado do marido, mesmo sabendo que seu único filho era rejeitado, menosprezado, espancado e humilhado pela pessoa que deveria lhe amar e proteger.

Há onze anos, o moreno se divorciou de Edith e reconstruiu a vida ao lado de seu Carneirinho. E embora tivessem sofrido preconceito por se amarem e serem um casal, nenhum deles permitiu que tais obstáculos os impedissem de lutar por seus sonhos.

Quando se mudaram para um pequeno apartamento em Curitiba, ambos tiveram o apoio incondicional da família de Niko e enquanto eles trabalhavam incessantemente sua sogra cuidava de Jonathan.

No início, não podiam pagar a melhor escola para o filho, mas, com muito esforço, o primeiro restaurante deles foi crescendo e lentamente, puderam dar uma vida confortável para o pequeno. No ano em que completaram dois anos de união, o moreno cansou de sua pequena família ser vítima de pessoas preconceituosas e ao descobrir da pior forma que poucos advogados representavam pessoas que viviam num relacionamento homoafetivo, ele decidiu cursar Direito.

O mais velho fizera um esforço descomunal para conciliar os estudos com o seu trabalho no restaurante, porém, as noites mal dormidas foram recompensadas quando ele concluiu a faculdade e passara na Ordem.

Com a ajuda de Niko, o moreno abriu um pequeno escritório de advocacia e gradualmente foi conquistando seu espaço e em questão de meses, tornou-se um dos melhores advogados de Curitiba. 

Depois que a união no Civil entre pessoas do mesmo sexo fora regulamentado pelo STF, Félix pediu o amado em casamento e há quase seis anos eram casados.

Mesmo com as dificuldades que qualquer casal enfrentava no dia-a-dia, ele era imensamente feliz, pois, fora abençoado com uma vida repleta de amor, carinho, lealdade, fidelidade e compreensão. O moreno tinha uma bela família que foi ampliada quando adotaram o Jayminho.

E com a ajuda da irmã gêmea do loiro, eles puderam realizar o sonho de ter seu primeiro filho biológico, o pequeno Fabrício.

Imerso em seus pensamentos, o mais velho não percebeu que o filho entrou em seu escritório e por isso se assustou ao ouvir: — Papi Félix!

— Papi Félix!

O moreno recuperou-se rapidamente do susto e querendo saber o porquê daquela animação, ele estendeu os braços para o pequeno. Após abraçá-lo, sorriu ao lembrar-se da forma como fora chamado, mas, por estar “vacinado” contra as artimanhas do filho, ele se afastou minimamente e avaliou o menor que ainda estava em seus braços.

— O que você aprontou dessa vez, Criatura? – Perguntou fingindo irritação enquanto ria internamente do nervosismo de Jayminho.

 

— Papi, eu não fiz nada! — O menor protestou fazendo beicinho. — Eu só queria pedir permissão pra trazer meus amigos aqui em casa. 

 

— Falaste com o Carneirinho? – Félix indagou com a sobrancelha arqueada, pois, caso o marido tivesse dito não, ele teria que manter a decisão do loiro. Afinal, apesar de não concordarem em tudo, eles faziam o possível para não contestar as decisões um do outro em frente aos filhos.

 

— O papi Niko me disse que era pra mim pedir a você, papi Félix. – Informou com os pequenos braços cruzados, ansioso para que seu pedido fosse atendido.

 

— Pelas barbas do profeta! — O moreno comentou de forma teatral como se aquela declaração fosse uma verdade absoluta. — Se eu não existisse vocês estariam perdidos.

— Não ria, pois, o assunto é sério, Jayminho! – O mais velho repreendeu-o, mas, segundos depois, suas risadas também ecoaram pelo ambiente.

 

— Papi, o que eu vim te pedir também é importante! – O menino enfatizou ao sentar-se em uma das cadeiras que ficavam ali na varanda.

 

— Calma, eu não posso te dar uma autorização dessas sem saber de certas coisas. – Félix expôs depois de ter sentado ao lado do menor.

— Como, por exemplo, quantas criaturinhas você pretende trazer pro nosso “humilde” lar? – Questionou com o cenho franzindo, não querendo pensar no inferno que seria cuidar de tantas criaturas de uma só vez.

 

— Umas dez, papi Félix. – Contou animado, pois, adorava brincar com outras crianças.

 

— E quando almeja trazê-los aqui? –  O mais velho indagou, quase estremecendo ao se recordar da última vez em que aquelas criaturas disfarçadas de crianças vieram à sua casa.

 

— Nesse final de semana. – Jayminho respondeu com um amplo sorriso enfeitando seu rosto, animado para tomar banho de piscina e jogar futebol com seus amigos.

 

— Depois do lanche da tarde, me informe os nomes das criaturinhas que você pretende convidar e eu ligarei pros pais delas. – Pediu resignado com o “suplicio” que vivenciaria no final de semana, no entanto, confortava-o saber que ele arrastaria os pais das demais criaturas para o mesmo tormento.

— Afinal, eu, Félix Corona-Khoury não passarei por tal provação sozinho. – Concluiu com um sorriso divertido nos lábios.

 

— Papi, não exagera! – O pequeno soltou enquanto revirava os olhos, pois, às vezes, o mais velho fazia uma tempestade num copo d’água.

 

— Não estou exagerando apenas falo a verdade. — Félix arrumava a sobrancelha com o mindinho, ignorando as risadas do próprio filho. Num eles te admiram e no outro eles riem de você! — Afinal de contas, passar a tarde vigiando vocês me faz acreditar que eu salguei a Santa Ceia! 

 

 

 

 

[...]

Oito horas depois

Niko adorava cozinhar, todavia, existiam dias em que ele não queria sair do conforto de seu lar, sobretudo, se fosse para enfrentar uma jornada de trabalho tão exaustiva quanto à daquele dia.

O restaurante recebera clientes importantes e por ser o Chefe, ele tivera de ficar praticamente grudado no fogão, certificando-se de que cada prato ficaria impecável.

Depois de servir o último prato, o loiro deixou o restaurante nas mãos de seu assistente e seguiu para o refúgio dele e de sua família. A família que ele tinha construído com o amor de sua vida.

 

 

 

***

Sempre que seus olhos repousavam em suas pessoas preciosas, Niko se lembrava de que seu esforço e dedicação contribuíam para que a sua família tivesse uma vida confortável.

Os três restaurantes que eram administrados por seu homem geravam bastante lucro, no entanto, o escritório de advocacia que eles abriram meses após a formatura de Félix apresentava uma receita ainda maior.

Seu amado era muito competente e sempre que seus clientes ou os pais dos amigos de seus pequenos falavam sobre o moreno, seu peito se enchia de orgulho. Além dele fazer questão de proclamar para quem quisesse ouvir que aquele homem maravilhoso era seu companheiro.

Afinal de contas, marcar território não fazia mal a ninguém, principalmente, se ele estivesse cuidando do que foi, é e sempre será SEU.

 

 

 

 

***

— Amor, o Jonathan ligou? – Niko questionou ao aconchegar-se nos braços do amado.

 

— Conversei com o nosso filho antes de você chegar, Carneirinho. – O mais velho respondeu calmamente enquanto acarinhava os cabelos encaracolados do marido.

— Ele falou com entusiasmo sobre o Congresso, mas, também confessou que estava com saudades de casa e da tua comida. – O moreno revelou com um pequeno sorriso enfeitando seus lábios, já que, considerava adorável a preocupação do loiro com o primogênito.

Entretanto, se fosse sincero consigo, ele também estava preocupado com o filho.

Talvez, estivesse sentindo os efeitos iniciais da “síndrome do ninho vazio" ou fosse apenas à aflição por Jonathan passar mais dois dias longe deles.

 

— Félix, você acha que fizemos o certo ao deixá-lo viajar? – O mais novo indagou ao erguer levemente a cabeça para que pudesse olhá-lo nos olhos.

 

— Eu também não gosto de tê-lo longe de nós. – O moreno tocou gentilmente o rosto do mais novo.

— Porém, não podemos prender o nosso filho numa bolha e impedi-lo de viver. – Enfatizou ao recordar-se da conversa que ele tivera com seu filho mais velho.

 

— Sei que você tem razão, meu amor. – O loiro reconheceu enquanto sentia o toque carinhoso do esposo.

— Mas, ultimamente, meu coração se aperta no peito só de pensar no nosso menino. – Niko contou com os olhos fixos no moreno. Ele não conseguia explicar o porquê daquele sentimento, contudo, seu coração lhe dizia que essa aflição somente sumiria quando pudesse ver seu filho pessoalmente.

— Talvez, nós pudéssemos ir à São Paulo pra checar se tudo está realmente bem? – O mais novo sugeriu após ter  "roubado" um beijo do companheiro.

 

— É o apocalipse, Carneirinho! – Repreendeu com falsa irritação.

— Nós não podemos vigiar o nosso filho 24 horas por dia e 7 dias por semana. Você melhor do que ninguém deveria saber que essa superproteção pode afastá-lo de nós. – O moreno tentou ser racional, porém, internamente, seu coração lhe implorava para que ele aceitasse a sugestão de seu homem.

No entanto, suas ressalvas caíram por terra quando os olhos do amado marejaram. — Tudo bem, amanhã eu ligarei pro nosso menino e avisarei sobre a nossa ida.

— Porém, se ele reclamar, eu porei a culpa em você. – Advertiu antes de beijá-lo docemente.

 

— Félix, você fala como se não ficasse aliviado por saber que em algumas horas, nós o teremos em nossos braços. – Niko retrucou enquanto se sentava no colo do mais velho e imobilizava seus braços.

 

— Eu queria poder mentir, mas, você me conhece melhor do que ninguém. — O moreno admitiu com um sorriso maroto nos lábios, adorando ver seu marido se transformando naquele homem fogoso e insaciável. — Logo, mentir pra você seria inútil. 

 

— Conheço mesmo. – O loiro garantiu enquanto abria a camisa de seu companheiro.

 

— M-Mudando de assunto, como foi o teu dia, Carneirinho? – O mais velho ficara com as bochechas levemente coradas após o beijo cheio de segundas e terceiras intenções dado pelo loiro.

 

— Foi cansativo, meu amor. – Niko murmurou entre os beijos que dava sobre o peitoral de seu homem.

 

— D-Dia cheio no restaurante? – Félix tentou não pensar no que eles tinham feito naquele quarto pela manhã.

 

— Sim, — O mais novo comentou sem dar tanta importância, afinal, fazer amor com seu marido era mais importante naquele momento. — uns executivos da Seara foram almoçar lá e eu passei horas cortando peixe e preparando sushi.

 

— Coitadinho do meu Carneirinho. – O moreno se excitava cada vez mais com as carícias dadas pelo amado.

— A-Aah! – Gemeu quando o esposo chupou a pele sensível de seu pescoço.

 

— Gosta quando eu faço isso, amor? – O loiro indagou com falsa inocência, não conseguindo pensar em outra coisa que não fosse cavalgar sobre o membro grande e grosso do marido.

 

— Pelas Contas do Rosário, por favor, continua! – Félix suplicou enquanto apertava os fartos glúteos do loiro.

 

— Seu pedido é uma ordem, meu amor. – Niko soltou com um sorriso malicioso nos lábios.

 

 

 

 

 

 

 

 

***

Na manhã seguinte – Aeroporto Internacional de Curitiba - Afonso Pena

A família Corona-Khoury contava os segundos para rever o Jonathan, contudo, antes que eles seguissem para o portão de embarque, um toque peculiar chamou a atenção do casal.

— Filho, aconteceu alguma coisa? – Félix inquiriu, estranhando a ligação, já que eles haviam conversado naquela manhã.

No início, o primogênito ficara irritado com vinda deles, mas, depois de alguns minutos, ele havia convencido o adolescente de que aquela era uma excelente oportunidade para passarem algum tempo juntos.

— S-Seu Félix, o Jo.... – Uma voz feminina tentou falar, porém, fora interrompida pelo mais velho que a bombardeou com inúmeras perguntas.

— Ana, o que você tá fazendo com o celular do meu filho? – Soltou num tom acusatório, não gostando do primogênito ter emprestado seu celular para terceiros.

— E por que você tá chorando? – Insistiu quando notou a voz chorosa da adolescente.

— Anda criatura me responde! – Exigiu nitidamente angustiado com o silêncio de Ana.

— O-O Jonathan sofreu um acidente, Seu Félix. – A adolescente revelou entre lágrimas e soluços.

 

Nos segundos seguintes, Félix sentiu como se o mundo estivesse desabando sobre si e tomado pelo desespero ele se pôs a chorar, culpando-se por permitir a ida de seu menininho naquela viagem.


Notas Finais


Apesar de não estar acostumada com esse Shipp, eu adorei escrever esse capítulo.


E vcs, gostaram do capítulo? Será que o Jonathan ficará bem? Ou a família Corona-Khoury começara uma nova saga?



___________
Segue abaixo o link de minhas outras fics postadas no SS:

You Broken My Heart!:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/you-broken-my-heart-17546974

Giving all of me to you:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/giving-all-of-me-to-you-17353177

Contanto que esteja ao seu lado:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/contanto-que-esteja-ao-seu-lado-17356503

Promessas forjadas pela dor (ABO- NaruSasu):
https://www.spiritfanfiction.com/historia/promessas-forjadas-pela-dor-abo-narusasu-17540412

O coração despedaçado pode voltar a amar?:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/o-coracao-despedacado-pode-voltar-a-amar-17501042

The Master:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/the-master-17666586

Stand By Me:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/stand-by-me-17805165

Stone Cold:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/stone-cold-17611953

I Will Always Protect You:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/i-will-always-protect-you-17518374

O amor surge em quem menos se espera:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/o-amor-surge-em-quem-menos-se-espera-17506905

Survivor:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/survivor-17375883

You Are My Sunshine:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/you-are-my-sunshine-17377044

I'm giving up on you:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/im-giving-up-on-you-17363293

Você é o dono de meu coração:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/voce-e-o-dono-de-meu-coracao-17398793

Valeu a pena?:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/valeu-a-pena-17352705


Sugestões, críticas, observações e elogios é só deixar um comentário.


Bjos de doce de leite e até o próximo capítulo <3


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