História My Protection - Fun

- O que você quer comer ? – Justin perguntou enquanto rodávamos com o carro pela pequena cidadezinha ali.

- Sei lá, qualquer coisa.

- Ok, vamos  procurar um restaurante aqui por perto – ele disse e depois de uns 5 minutos achamos um restaurante pequeno, porém bem bonitinho, perto do parque. Ele estacionou na rua mesmo e então descemos. Ele usava uma roupa bem confortável para o calor. (1) A minha blusa era de manga comprida, porém eu não senti calor porque ela era fininha e não esquentava, então apenas puxei a maga até o cotovelo.

Justin passou o braço pelo meu ombro e entramos no local. Estava relativamente cheio, então escolhemos um lugar mais para o fundo.

- As pessoas aqui são tão calmas – falei.

- Pois é, tudo na paz – ele disse e riu – É bom ficar assim as vezes – concordei então uma mulher, com mais ou menos 40 anos veio nos atender. Ela nos entregou o cardápio e se apresentou como Gloria e foi bem simpática com nós dois. Escolhemos algo para comer e depois a Gloria veio trazer nossos pratos. Foi quando eu levantei meu olha para Justin, que estava na minha frente e o encontrei encarando meu decote. Segurei o riso.

- Pode parar de olhar para o meu peito por favor ? – falei e ele olhou rapidamente para mim.

- O que ?

- Você tá com cara de idiota olhando para o meu peito.

- Ah não é que...- pela primeira vez em muito tempo, eu vi ele ficar sem graça então eu ri – Ah, qual é, me deixa. Não fiz nada e sem contar que tá muito grande esse decote, não está ?

- Não – falei e ele ficou me encarando, mas logo depois voltamos a comer.

Na hora de pagar, novamente tive que deixar ele pagar tudo, e aquilo já estava me irritando demais. Mas respirei fundo e tentei ignorar.

- São quase três horas, vai querer fazer o que antes de irmos pro parque de diversões ? – Justin estava andando comigo, de mãos dadas e fazendo gracinhas. A cidade era linda, as pessoas eram bem tranquilas mesmo e bem educadas.

- Não sei, que horas você quer ir pra lá ?

- Ele abre ás quatro horas, podemos ir logo depois.

- Sei lá então, vamos apenas andar, descansar um pouco. – ele concordou então fomos andando tranquilamente, sem rumo, apenas apreciando a vista.

Por um momento parei para pensar o que aconteceu nas últimas horas, e realmente ainda não estava acreditando. Justin me beijou, eu beijei ele, nos beijamos. Meio que nos declaramos e o meu sentimento é correspondido.

Qual é, quando eu iria pensar que Justin me amava também ? Tipo, ele é o meu melhor amigo desde que eu me conheço por gente. Isso era loucura. Sempre andamos de mãos dadas, mas agora era algo maior, tinha motivo, não era só porque somos melhores amigos... mas também não éramos namorados. Pra falar a verdade, eu não sei mais o que somos, mas acho que continuamos melhores amigos também.

Entramos em um outro parque (2), só que esse não era de diversão, mas era lindo. As árvores dos dois lados da rua, fechando a visão do céu, tudo vermelho. Continuamos andando e paramos em uma pequena “ponte” onde um lago bem calmo passava por baixo. Me encostei na “mureta” e Justin veio na minha frente, colocando as mãos na minha cintura e me ajudando a sentar ali, logo depois ficando entre as minhas pernas, sem soltar minha cintura, com medo de que eu caísse.

- Aqui é realmente maravilhoso – falei olhando em volta. Poucas pessoas andavam por ali, a maioria estava mais longe.

- Também acho – ele sorriu e ficou me encarando por um tempo. Foi quando um barulho acabou cortando completamente o clima. Era o meu maldito celular. Me apoiei no Justin e consegui retirar o iPhone do bolso, vendo que era um número desconhecido, pelo menos pra mim.  Dei de ombros para o menino a minha frente, que me olhava tentando saber quem era e atendi.

- Alô ? – falei.

- Alô, Mel ? – uma voz de menino soou e eu realmente não reconheci.

- Sim, quem é ?

- É o Chris.

- Ah, oi Chris – quando eu mencionei o nome dele, Justin imediatamente fechou a cara, olhando para o lado, merda, mil vezes merda – Hum, tudo bom ?

- Sim, claro e você ? Fiquei sabendo que viajou com Justin né ?

- Estou ótima. Sim, estou com ele.

- Ah, é que ele vai se mudar né ? Assim pelo menos ele não precisa ficar nervoso cada vez que eu me aproximar de você – ele riu fraco, mas eu fiquei sem saber o que falar, porque não poderia dispensar Christian através de uma ligação, ele era um menino realmente incrível e merecia algo bom. Me vi sem saída, não queria lembrar do assunto “Justin vai se mudar”, não pelo menos nesses dias, eu queria aproveitar e não queria pensar o que seria de “nós” quando ele fosse para Atlanta na segunda.

- Eu estou tentando não pensar muito nisso – falei – Estamos aproveitando bastante, e pra tudo existe uma solução, então estou me focando apenas no positivo – suspirei vendo que Justin ainda não me olhava e que a ligação estava durando mais do que eu gostaria – Então, você ligou porque...

- Ah, queria apenas ver se estava tudo bem. Estou com saudades – admitiu – E falar que eu vou sair hoje com Cindy hoje, quero saber se você vê algum problema em relação a isso.

Foi quando ele disse isso que eu achei uma pequena solução e me animei.

- Claro que não, isso é ótimo Christian. Ela é uma menina legal, conversei com ela algumas vezes. Aproveite.

- Hum, ok. Você não ficou brava né ?

- Claro que não. Não temos nada, você tem que aproveitar, cada um tem a sua vida e Cindy vale a pena.

Ele riu.

- Está me dispensando Melanie ? – eu gelei.

- Bom, hum, não é que...

- Hey, tudo bem. Já entendi, sem problemas.

- Mesmo ?

- Claro. Vocês são apaixonados, não tem como eu lutar contra isso. Fica tranquila e aproveita ok ? – ele disso como se soubesse que estava rolando algo entre eu e Justin, decidi não falar nada, porque nem eu sabia o que estava rolando, só o tempo iria dizer.

- Obrigada, eu acho. Você é incrível Christian.

- Obrigado, você também é – ele deu outro risinho – Bom, agora tenho que desligar. Fico feliz que isso não deu confusão nenhuma, eu acho melhor assim.

- Ah, eu também.

- Até mais, manda um “oi” para o Justin.

- Pode deixar, beijos.

- Beijos.

E então eu desliguei a chamada e coloquei o celular novamente no meu bolso.

- Christian mandou um “oi”.

- Legal – ele deu de ombros, ainda sem olhar para mim, o que me fez segurar o riso.

- Ele queria acertar as coisas.

- Que ótimo pra ele.

Nessa hora não me aguentei e ri alto.

- O que foi dessa vez ? – perguntou.

- Você com ciúmes é a coisa mais fofa do mundo – disse e ele me olhou com um pequeno bico nos lábios – E esse biquinho é muito fofo também.

- Não tem bico nenhum. E eu não estou com ciúmes.

- Tá sim, mas relaxa. Ele vai sair com Cindy hoje, não temos nada Justin, definitivamente.

- Como posso ter certeza disso ?

- Se não acredita em mim, não posso fazer nada. Se quiser, pode ligar pra ele.

- Mas eu acredito em você.

- Não parece.

Ficamos em silêncio por um tempo. Eu olhava para as árvores ao meu lado esquerdo e sentia o olhar de Justin queimando em mim.

- Então você é minha ? – ouvi ele perguntar e o encarei. Ele tinha um sorrisinho no canto dos lábios. E que lábios.

- An ?

- Você é apenas minha certo ? – ele segurou meu rosto com uma mão e se aproximou, roçando nossos lábios – Não quero você com o babaca do Christian.

Suspirei ignorando o que ele falou do Chris e ele me deu um selinho.

- Eu sempre fui sua Justin – respondi passando minhas mãos pelo pescoço dele, ficando por ali mesmo. Ele sorriu e então me beijou.

De todas as coisas que eu já fiz e experimentei na minha vida, os lábios dele são a melhor coisa, sem dúvidas. Seu beijo era lento e rápido ao mesmo tempo. Tinha gosto de menta, com chiclete e sei lá mais o que, o que era estranho, pois acabamos de comer batata frita no restaurante. Ele beijava como ninguém. Ao mesmo tempo em que era gentil comigo, ele era safado, apertando meu corpo contra o dele, nos aproximando cada vez mais. Fechei minhas pernas em torno dele, o sentindo cada vez mais. Suas mão apertavam minha coxa, subiam para a bunda e parava por um tempo na minha cintura por baixo da blusa, claro.

Nos separamos devido a falta de ar, e não satisfeita apenas com isso, continuei com os carinhos na nuca dele, puxando de vez em quando seus cabelos. Passei meus beijos pela sua mandíbula, fui para a orelha e puxei seu lóbulo um pouco e o ouvi arfar. Ele apertou minhas coxas, me apertando cada vez mais contra ele, como se fosse possível, então deitou sua cabeça no meu ombro, me dando uma bela visão para o seu pescoço. Virei um pouco a cabeça e soltei o lóbulo da sua orelha, distribuindo beijos até o pescoço.

Meus beijos começaram a ficar mais, vamos dizer assim, quentes. Eu mordia e o beijava como se fosse sua boca. Justin tinha a respiração falha no meu ombro. Ele apertava cada vez mais minha coxa e minha cintura. Pensei em dar um chupão no calor do momento, mas achei melhor não. Deixei uma mão em sua nuca e a outra eu desci até conseguir colocar por dentro de sua regata, arranhando um pouco suas costas. Eu sentia ele se animar, mas eu não conseguia parar, aquilo estava bom de mais.

- Chega, se não eu não aguento e ficarei em uma situação nada agradável em público – ele se separou rapidamente mas logo me beijou novamente – Caralho Melanie.

Ele estava ofegante, e eu deveria estar com uma carinha de anjo que não fez nada.

- Opa – falei e ri.

[...]

- Ok, chegamos, qual brinquedo ? – Justin perguntou.

Estávamos dentro do parque. Eram quase cinco horas então já tinha bastante gente por ali. Atrasamos um pouco devido a nossa agarração no outro parque, mas eu realmente não me importei.  O Sol não estava mais forte e já começava a se esconder. As luzes do parque estavam ligadas, entrando em contraste com a paisagem. Era uma parque até que grande, porém ele tinha mais os tipos de brinquedos que eram de jogos, que você ganhava algo em troca. A entrada não foi tão cara e adivinhem, novamente não paguei nada. Eu ia matar Justin por não me deixar pagar simplesmente nada.

- Escolha você, sou péssima em todos mesmo – dei de ombros e ele riu.

- Ok, vamos acertar os patinhos – ele me puxou pela mão mas parou – Quer apostar alguma coisa ?

Olhei pra ele com cara de merda

 – Você não me deixa pagar nada aqui e ainda quer apostar algo ? Qual parte do “sou péssima em todos” você não entendeu ?

Ele riu.

- Ok, relaxa, eu te ajudo.

Justin entregou 2 fichas para o menino que estava na barraca e então pegamos 2 tipos de espingardas que ficavam a nossa frente, elas espirravam jatos de água um pouco fortes.

- Vocês tem 2 minutos para derrubarem o maior número de patinhos. Quem derrubar mais ganha. Um de cada vez – o menino, que era muito bonito, diga-se de passagem falou.

- Ah ótimo, já perdi – bufei.

- Fica calma, você consegue – Justin falou rindo – Começa aí que eu vou aqui do lado comprar um refrigerante.

Concordei e ele foi correndo a barraca ao lado. Peguei a droga da arma e fui tentando acertar aquelas porcarias de patos que não paravam quietos 1 minuto.

O menino ria da minha cara de frustração e eu acabei rindo.

- Não tem graça, falei que sou péssima nessa merda.

- Deixa que eu te ajudo.

Ele veio ao meu lado, posicionando a arma da maneira certa, logo depois segurou o gatilho em cima da minha mão e apertou, eu tinha derrubado um patinho.

- Obrigada – falei.

- Ok, agora pode deixar que eu ajudo ela – escutei Justin falar com uma cara emburrada e colocou o refrigerante em cima da bancada, o menino se afastou e voltou ao seu lugar. Justin veio atrás de mim e me ajudou novamente, ele resmungava alguma coisa que eu não consegui entender. Passou 2 minutos e eu tinha derrubado no máximo, 6 patinhos.

Justin pegou a espingarda e o menino deu início ao cronômetro. Com rapidez Justin foi atirando nos patinhos que não paravam quietos e os derrubava, só que eles iam levantando. Depois de 2 minutos ele tinha derrubada a porcaria dos patinhos mais de 50 vezes.

- Mas que humilhação – falei e ele riu, pegando o prêmio, que era um urso de pelúcia de tamanho médio.

- Vamos sair logo daqui, não gostei dessa barraca – e dizendo isso, ele saiu me arrastando, segurando o urso em uma mão e minha mão em outra, o refrigerante ficou por lá mesmo.

- Ei vai com calma aí – reclamei.

- Te deixei 2 minutos sozinha e já tinha um babaca dando em cima de você – eu ri.

- E em menos de 3 horas essa já é a segunda vez que você fica com ciúmes sem motivos. Ele não estava dando em cima de mim.

- Claro que estava, eu vi ele olhando para o seus peitos.

- Que mentira – protestei.

- Melanie, ela é homem, ele não é idiota, até eu to olhando para seu decote ainda, fala sério.

Parei e dei um tapa no ombro dele, que apenas riu.

- Desculpa, mas é verdade.

- Você não presta – falei.

- Toma, eu deixo você ficar com ele – falou me entregando o urso.

- Obrigada, mas isso não encobre o fato de que você acabou de falar que fica olhando os meus peitos.

Fomos andando e ele abraçou minha cintura por trás, andando colado comigo e então sussurrou no meu ouvido algo que me fez tremer dos pés a cabeça.

- Você é minha anjo, eu posso.

[...]

Eram quase nove horas da noite. Ainda estávamos dentro do parque, na verdade, no estacionamento, apenas descansando e vendo a rápida movimentação das pessoas ali. Já tínhamos jantado besteiras e o banco de trás do carro estava com vários prêmios que conseguimos nessas horas. Até no carrossel nós fomos, o que foi engraçado, 2 adolescentes no meio das crianças.

As crianças corriam por todos os lados, rindo e gritando. Alguns pais desesperados corriam atrás me fazendo rir da cena.

Justin me beijava novamente, me empurrando para trás, me fazendo praticamente deitar no carro. (3)

- Mas você gosta de ficar entre as minhas pernas heim ? – falei e só depois que vi a cara dele que me arrependi do que tinha falado. Eu bati no ombro dele, o empurrando – Nossa, seu pervertido, leva tudo o que eu falo na malícia.

- Ah, qual é Mel, olha o que você falou – ele não parava de rir.

- Se tudo o que eu falar você levar na malícia, assim fica difícil.

- Melanie Melanie – ele parou de rir e fez carinho na minha bochecha, logo depois me dando um selinho – Você é a malícia em pessoa, só não percebeu isso ainda.

O encarei e ele riu.

- Ok, parei. Tá ficando tarde, escolhe o último brinquedo e depois vamos pra casa, tudo bem ?

- Ok, parei para olha em volta e meus olhos brilharam ao ver a roda gigante brilhando com todas as luzes no meio da noite (4)  – Vamos na roda gigante – ele fez careta – Você falou para eu escolher e eu escolhi, não reclama.

- Não to reclamando, mas acho um brinquedo sem graça, mas tudo bem – ele virou de costas para mim – Sobe aí.

Pulei nas costas dele e então ele entrou no meio de fluxo de pessoas, a caminho da roda gigante.

- Pelo menos vou poder te beijar bastante lá em cima – falou e eu ri.

- Tarado.

- Fazer o que ? Você me provoca.