História My Time - Jeon Jungkook - My Time

JUNGKOOK

"O que eu faço agora?"

Esse é o único pensamento que rodeava minha cabeça naquele momento.

Desde meus 16 anos eu cometia crimes, dos mais bobos aos mais graves. Cresci em meio a criminosos, nunca tive pais ou alguém pra me educar. Eu já fiz muitas mortes, e não, não é algo que eu me orgulhe. Mas também não desprezo. 

Nunca tive medo ou receio de matar alguém, a não ser que seja alguém inocente. Pode soar hipócrita, mas eu me recuso a matar pessoas que não fizeram nada de ruim, pessoas que não são como eu, um criminoso, um "fora da lei"

O que não sei se é o caso atual.

Essa garota, misteriosamente, não saiu correndo quando eu entrei armado nessa cafeteria, ela ficou aqui. Isso é suspeito. Agora não sei se é inocente ou se é alguém rival.

Ela parece assustada, mas há espiões que são bem-dotados na área de atuação. 

-- Por quê não saiu daqui como todo mundo fez? -- Questionei a garota, mas não obtive respostas já que ela só chorava. -- Eu fiz uma pergunta, porra!

-- D-Desculpa!! Eu... Eu -- Ela balbulciava com a respiração ofegante e eu notava o quão transtornada ela estava. Talvez ela não seja mesmo uma cliente do Kai. --- Eu... Eu... Você matou o Kai... -- Ela voltou a chorar.

Foco, Jungkook. Não baixe a guarda só porque é uma garotinha tola chorando.

ㅡ Você sabe quem é ele? Você trabalha para a gangue dele? O que você é dele? -- Perguntei euforicamente

-- Não, eu não sou nada dele. Por favor... me deixe ir... Eu frequento essa cafeteria... Eu só... -- Ela dava um tipo de pausa ou soluço em cada palavra, e suas mãos tremiam.

Não posso confiar nela. Os meninos iriam me encher o saco se eu perdesse esse caso. Não tenho opção. Vou levá-la comigo.

-- Você vem comigo. -- Segurei em seu braço e a puxei.

-- O quê?! Não, por favor, por favor, eu imploro, eu imploro! -- Ela resistiu, competindo forças comigo.

-- Você vai vir comigo e pronto! Ou eu mato você! -- Mentira. Eu não ia a matar, de alguma forma sei que eu não conseguiria fazer isso. -- Agora você vai parar de chorar e ir comigo até o carro, ouviu? Ou me obedece ou eu mato você! Entendido? -- Ela assentiu de cabeça baixa, e a puxei pelo seu braço.

Abri a porta do carona, a empurrei para que ela entrasse no carro. Assim ela fez. Em seguida fui até o meu assento.

-- Escuta. Vamos fazer um acordo. Se você tentar fugir ou fazer qualquer coisa errada, saiba que é uma menina morta, não vou te machucar se você fizer tudo o que eu mandar. -- Disse ríspido, e ela assentiu novamente com a cabeça baixa, sem contato visual comigo, ela parecia estar segurando o choro. -- E outra coisa, vamos para um lugar que tem outras pessoas, outros homens, nao quero que faça perguntas a eles e se possível não fale com eles. -- Eu disse. -- Ouviu? Fala, você me ouviu bem, né?

-- Uhum... -- Murmurou baixo e desviou seu rosto para a janela.

Chegamos até meu local de encontro com o resto do grupo e todos me olham confusos por estar com uma garota. Ela só andava de cabeça baixa e nem sequer soltava uma palavra. Bom assim.

-- Jungkook, o que já dissemos sobre trazer suas ficantes pra cá? Porra, você tem uma casa. -- Namjoon, um dos integrantes falou simplista.

-- Não é uma ficante minha, ughh. - Urrei. -- Ela vai ficar aqui com a gente.

-- O quê? Para de piadinha. -- Falou Seokjin.

-- Ela vai. -- Sorri ironicamente. Eu mando nesses caras, por mais que alguns sejam mais velhos que eu. -- Garota, qual o seu nome? -- Novamente, sou ignorado.

Isso está me dando nos nervos, essa menina está me irritando e isso é péssimo.

-- Tá surda?! Eu fiz uma pergunta, filha da puta! -- Gritei.

-- A-ah.. me desculpa. -- Olhou pra mim assustada e com os olhos brilhando e cheios de lágrimas. -- Me chamo... er... Joohyun... -- Ela disse parecendo tensa e olhou rápido para os 6 garotos a nossa frente.

-- Mentira. -- O menino de pele branca, Yoongi, pronuncia sem desviar o olhar do aparelho que usava.

-- Yoongi, ela está mentindo? -- Hoseok questionou.

-- Aham. -- Afirmou

Yoongi é um dos meus melhores cúmplices, ele é ótimo com investigações e sempre deixo ele com a função de interrogar os nossos rivais. Ele sempre consegue tirar a verdade do interrogado, independente da resistência dele. Por mais que eu tenha o título de "líder" acredito que Yoongi continue acima de mim, hierarquicamente.

-- Você mentiu, não é? -- Olhei para ela.

-- E-eu.. n-não, esse é meu nome, eu-

-- Ainda está mentindo. -- O mais velho reforçou novamente.

-- Não nos faça perder nosso tempo atirando nesse seu rostinho tímido. Fica gaguejando como uma idiota, será que você não sabe falar? Lembra do que eu te disse no carro, uh? Mas que caralho!

-- Jungkook, se acalma, cara! Você simplesmente trouxe uma menina inocente para cá, nem quer nos explicar o porquê. Ainda fica gritando com ela? Porra, pirralho. -- Indagou Seokjin, fezendo-me revirar os olhos com o apelido besta.

-- Eu tentei explicar mas essa... essa.. Ah! Não importa. -- Bufei, estressado. -- Eu executei o nosso rival, e ela viu tudo e ainda por cima demonstrou conhecer ele.

-- E daí? -- Questiona o Namjoon.

-- E daí que não posso confiar nela porque-

-- As pessoas se conhecem, Jungkook. Estamos no século 21, e pessoas tem a amizade de outras, burro. -- Namjoon disse, tirando risadas do Seokjin. -- Se vira com essa garota, se ela viu seu rosto foi irresponsabilidade tua. -- Ele retruca.

-- O que faço com ela? Ela também viu o rosto de vocês.

-- Só lhe resta uma opção... -- Yoongi murmura -- Mas acho que ela não vai querer ouvir.

-- Nem pensar!! - Jimin se pronuncia pela primeira vez na discussão.-- Não podemos matá-la sem mais nem menos. Ela não fez nada, isso é culpa do Jungkook.

-- Minha culpa? Eu-

Antes que pudesse argumentar, fomos todos interrompidos ao notar que a garota chorava muito; ela caiu de joelhos no chão e tampou o rosto. Olhei para os meninos sem saber o que fazer e eles deram de ombros e fizeram uma cara de repreensão, fezendo-me bufar.

-- Joohyun, quer dizer, garota... er... levanta, vou te levar pra casa. -- Revirei os olhos ao falar essa frase tosca. 

Eu mereço. Logo eu, Jeon Jungkook, me oferecendo para levar uma garota idiota pra casa.

-- Não... - Ela murmurou com o rosto ainda tampado. -- Você não vai. Sabe porquê? -- Ela tirou as mãos da face e fitou as proprias mãos. -- Porque eu não tenho casa, não tenho mãe, não tenho emprego, nem nada mais. Sou só um ninguém. -- Se levantou, enquanto limpava sua roupa.

-- O quê?

-- E quer saber mais? -- Virou pra mim e sorriu forçadamente. Seus olhos estavam inchados e seu rosto exalava cansaço. -- Não estou chorando de medo. O pior já passou. Não me importo com a morte daquele recepcionista ou com a minha futura morte. A minha vida já acabou.

-- Eu não me importo com sua vida. -- Eu disse. E era verdade, eu não dou a mínima pro que ela passou ou deixou de passar.

-- Ah, mas se importa, sim... -- Jimin retrucou. -- Você deixou essa menina ver 7 criminosos e um homicídio em apenas um dia. Você vai ter que lidar com as consequências.

-- Ah -- Ri debochado. -- Tipo quais?

-- Um: Ela não vai morar aqui, isso arrisca não só a vida dela, como a nossa invisibilidade nesse esconderijo. -- Ele disse.

-- O quê? Onde ela vai ficar então?

-- Oras. -- Taehyung se desconcentrou do anime que ele estava vendo e pronunciou-se. -- É óbvio que na sua casa.

-- Não!