NECRONOMICON
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O LIVRO DOS NOMES MORTOS
por Abdul al Hazred
I
Dos Antigos e sua descendência
Os Antigos foram, são e serão.
Das estrelas obscuras vieram até onde o Homem teria nascido, invisíveis e
repugnantes. Desceram sobre a Terra primitiva.
Sob os oceanos permaneceram em latência durante as eras, até que os mares se
retiraram. Reproduziram-se rapidamente depois e nesta multidão começaram a
reinar sobre a Terra.
Sobre os pólos gelados edificaram poderosas cidades e nas altura os templos
daqueles que a natureza não reconhece e os deuses amaldiçoaram.
E sua descendência invadiu a Terra e seus filhos sofreram durante as eras.
Construíram com suas mãos os colmados (shantaks) de Leng; e as entidades
aterradoras que permaneciam nas abóbadas primitivas de Zin os reconheciam como
seus deuses. Engendraram o Ha-hag e as Entidades Lúgubres que reinam sobre a
Noite. O Grande Cthulhu é seu irmão, os shaggoths hirsutos, seus escravos. Os
dholes prestaram-lhes homenagem à noite no vale Pnoth e Gugs entoa-lhes suas
loob os cimos da antiga Throk. Caminharam no meio das estrelas e percorreram
a terra. A cidade de Irem no grande deserto conheceu-os; Leng viu-os passar no
Deserto Gelado e a Cidadela sem idade construída sobre as alturas coroadas pelas
nuvens de Kadath. O desconhecido traz sua marca. Os Antigos avidamente
oprimiram os caminhos das trevas e suas blasfêmias inundaram a terra, a criação
inteira inclinou-se diante de sua potência e reconheceu sua perversidade. E os
deuses mais antigos abriram os olhos e constataram as abominações daqueles que
assolavam a Terra. Em sua cólera, voltaram-se contra os Antigos, que
permaneceram em sua injustiça, e os expulsaram da terra para o vazio dos espaços
onde reina o caos e que não abrigam qualquer forma. E os deuses mais antigos
apuseram seu emblema sobre o Grande Pórtico e os Antigos foram impotentes
contra sua potência.
Então, o apavorante Cthulhu surgiu das profundezas e enfureceu-se contra os
Guardiães da Terra. Eles ataram suas garras venenosas por meio de poderosas
imprecações e o encerraram na cidade de R´lyeh onde, oculto, sob as ondas,
dormirá e sonhará com a morte até o fim dos tempos.
E atrás desse Pórtico vivem atualmente os Antigos, não em espaços conhecidos
pelos homens, mas os espaços que os separam. Vagueiam além das esferas
celestes e esperam, sempre, o momento do retorno. Pois a Terra conheceu-os e os
conhece para sempre. Esses antigos têm Azathoth como seu senhor, o louco
informe, e permanecem com ele na caverna negra situada ne centro do infinito. É ali que ele devora vorazmente, num caos total, em meio ao rufar demente de tambores
ocultos, o som dissonante de hórridas flautas e o uivar incessante de deuses cegos
e idiotas que subsistem e gesticulam sem objetivo pela eternidade. A alma de
Azathoth se encontra em Yog-Sothoth e assinalará aos Antigos quando as estrelas
indicarem que chegou o momento do retorno. Pois Yog-Sothoth é o pórtico pelo qual
passarão aqueles que povoam o vazio quando retornarem. Yog-Sothoth conhece os
meandros do tempo, pois o Tempo é Um para ele. Sabe de onde os Antigos provêm,
em tempos recuados; sabe de onde sairão quando o ciclo recomeçar.
Depois do dia vem a noite. O tempo dos homens passará e os Antigos retornarão de
onde vieram. Saber-se-á, então, que nada mais eram que impureza e, malditos,
terão conspurcado a terra.
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