A questão — nunca antes pensada por motivos óbvios de ser o atual namorado de Poe — surgiu de Kenji, que acabou por observar o sumário do mais novo livro de Edgar, mulheres etéreas, confuso e, sinceramente, Ranpo não o julga, o pequeno garoto é quem tem a coragem de encarar Ranpo e perguntar.
— Ranpo-san, qual dessas mulheres foi o maior amor dele? — E pela primeira vez, o detetive é pego desprevenido, como ele iria responder isso?
— Não sei — Respondeu, em descaso, de qualquer forma, não se importou o suficiente no dado momento.
— Mas não tem nenhuma a qual ele se refira com mais carinho? — Kenji indagou novamente.
E a discórdia foi plantada, Ranpo esqueceu dessa frase em primeiro momento, mas retomou-a assim que leu Lenore, piorou com Annabel Lee e Berenice foi a gota d'água — porque o conto citado, era um dos que Poe mais parecia ter gostado, ou, no mínimo, dado uma segunda olhada mais demorada — Ranpo logo chegou a conclusão de que Berenice era a favorita, mas a devoção e amor singelo em Lenore o deixaram nauseado, da mesma forma que o luto extremo e a paixão ardente em Annabel Lee, em resumo: Ranpo estava com ciúmes, Edgar nunca foi do tipo que conversa sobre ex, nem vagamente, o que só deixou Ranpo estranhando ainda mais a situação.
Era uma tarde simples a qual Ranpo havia arrastado para o mercado — comprar doces, claro — quando a dúvida o consumiu completamente e casualmente, ele não resistiu e finalmente perguntou.
— Poe-kun, qual das mulheres foi seu amor maia profundo? — Indagou, enquanto jogava um pacote de marshmllows no carrinho de compras.
Sua resposta foi igualmente confusa
— Mulheres? — Edgar repetiu, soando bobo, Karl, em seu ombro, também parecia confuso. — Nunca me relacionei com mulheres — respondeu, a passo que empurrava o carrinho para a sessão de pipocas.
— Então Lenore, Annabel Lee e Berenice são, finalmente, apenas ficção? — Ranpo franziu o cenho — Você nunca consegue se expressar tão bem em narrador personagem, Edgar Allan poe, por obséquio, se explique. — mandou, jogando algumas ruffles no carrinho.
— Eu nunca me apaixonei por mulher alguma — afirmou — Nem Lenore ou Annabel Lee, sequer Berenice; Em toda minha vida amorosa, só há Ranpo. — deu de ombros — E os escritos, todos eles, são pesadelos.
— Eu sabia que Berenice era bizarro demais! — Edogawa sorriu. — Então só existe a mim?
— Só você, o que posso fazer? Sou um homem dedicado — Poe brincou.
No fim, não havia Lenore, não havia Annabel Lee e não havia Berenice, havia apenas Ranpo e muitos pesadelos, porque, em suma, não há outro além de Ranpo, que é mais belo que qualquer mulher que Edgar Allan Poe já viu na vida.
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