História No sigilo - BakuDeku - Uma semana atrás

Bakugo chegou no seu local de trabalho um pouco antes do horário, entrou passando por todos os funcionários direto para o vestiário da lanchonete onde iria vestir seu uniforme de entregador de pizza como fazia todo dia. Assim que entrou no vestiário masculino avistou Izuku ainda trocando de roupa, não deixou de admirar por alguns segundos o corpo alheio. Midoriya se vestiu rápido quando notou a presença do companheiro de trabalho, eles se olharam, sérios, Izuku com uma certa vergonha e vulnerabilidade, Bakugo com uma dúvida constante na cabeça. Havia uma tenção no ar, um assunto que nenhum dos dois tinham coragem de tocar. O acontecido de uma semana atrás.

Uma semana antes

Era aniversário da Uraraka, a chefe mais presente da pizzaria, que fazia questão de todo ano fechar o recinto e fazer uma festa para os funcionários comemorando o próprio aniversário. Bakugo achava aquilo estranho, pois fazia somente 2 meses que trabalhava no local. Já Midoriya com seus 2 longos anos trabalhando para Ochaco e Yaoyorozu amava comemorações e fazia questão de organizar junto com Ochaco, eles tinham uma amizade antiga.

Denki e Shinso entraram para a equipe logo depois, Shinso que começou a frequentar a pizzaria por causa do menino elétrico que alegrava seu almoço, depois ofereceu seu currículo para trabalho, e que currículo! Shinso poderia conseguir o emprego de classe média que quisesse, mas preferiu seguir a felicidade com a presença do outro, apesar de nunca se declarar, toda a equipe sabia dessa história, menos Kaminari claro, Bakugou acreditava que toda sua energia o deixava lerdo da cabeça, talvez estivesse certo.

Kaminari começou a trabalhar por quase o mesmo motivo que Katsuki, porém diferente dele, ele saiu de casa por conta própria levando só sua gatinha de estimação, passou um tempo na casa do amigo Eijiro, que foi quem o apresentou essa lanchonete, pois antes trabalhava na mesma, até que precisou viajar com os pais, agora Kaminari e Bakugo prestavam o mesmo serviço de entregador usando motocicletas, como opostos um amava seu trabalho, outro nem tanto.

Eram 20 da noite, a festa ia bem, a maioria ria, principalmente a aniversariante que trouxe sua namorada Mina de viagem, Ochaco tinha o péssimo hábito de sempre beber muito em festas, então já combinara com Izuku que ele fecharia o local.

Em um canto Kaminari e Shinso flertavam de uma forma curiosa conversando sobre suas respectivas gatas de estimação, era notável o quanto Shinso era apaixonado pelo loiro apenas pela forma que olhava para o outro sorrindo sem parar ao contar mais uma história de uma das traquinagens de sua gata. Em outro canto sentado num banco alto perto do balcão tinha Katsuki, girando o gelo no copo do resto de sua bebida, por incrível que pareça Katsuki não bebia muito, não gostava de ficar fora de controle, então acabava julgando mentalmente cada bêbado feliz daquela festa.

Já eram 22 horas da noite e Bakugou ficava cada vez mais irritado com o flerte de Shinso que não ia a lugar nenhum, mesmo com toda a declaração de ódio diária, Katsuki via Shinso como um bom amigo e já estava farto de hora ou outra pegar o mesmo frustrado pela paixão não correspondida. - Shinso vem aqui. - Disse Bakugo já puxando o outro pelo braço não dando tempo para protesto. - Que merda Katsuki. - Que merda digo eu você é idiota? Quando vai se declarar pra porra do bêbado ali? Você pode beijar ele que ele não vai nem lembrar. - Exatamente, eu não quero ter uma falsa esperança de bêbado e depois quando sóbrio ele não olhar na minha cara. - E por acaso o Kaminari tem cara de quem vai parar de olhar na sua cara? Vocês me dão nos nervos puta que pariu. - E o Izuku, quando você vai se declarar pra ele? - O que? - Pensa que eu não noto o jeito que você olha pra ele?

Apesar de Bakugo negar até a morte para si mesmo, Shinso tinha razão, nesses dois meses Katsuki tinha sentido coisas pelo esverdeado que não sentia dez da adolescência, admirava a forma que aqueles olhos verdes passavam rápido pelo papel do pedido e já iam correndo para preparar a massa, admirava como sorria quando lhe entregava uma remessa de pedido para a entrega, um sorriso singelo de confirmação, que apesar do cansaço de uma cozinha extremamente quente, no final da noite sempre estava lá, sorrindo até o fim de tudo. Porra ele queria não sentir isso, mas com o tempo a admiração também se tornou um desejo dentro de si, se odiou quando se pegou olhando as curvas do companheiro de trabalho, o corpo menor e magro pouco musculoso, a bunda realçada redondinha marcada pela calça do uniforme. Como seria aquele corpo nu embaixo de si?

Shinso viu o olhar pensativo no rosto do amigo - Então, você pode resolver isso hoje também. - Bakugo bufou colocando sua mão em sua cabeça logo em seguida.

Eram 00:00 e as pessoas já se preparavam para ir, Ochaco fez todo mundo virar uma dose de saquê uma última vez, se despediu de Izuku, deu um leve tchau para todos antes de ser levada por Mina que ria da namorada completamente bêbada. - Já está na nossa hora também. - Disse Shinso pegando Kaminari no colo que dormia a uns 10 minutos no balcão. - Vou levar ele para casa, boa noite Izuku, até Bakugo. - Bakugo não deixou de notar Hitoshi piscando para si como forma de sinal, quis dar-lhe um soco no mesmo segundo. Assim que Shinso saiu Izuku foi arrumando a bagunça da festa. Bakugo olhava o esverdeado arrumar tudo rapidamente, quando o mesmo cambaleou para o lado, Katsuki correu e segurou Izuku. - PORRA CARALHO! - Izuku se assustou, olhou para Katsuki que ainda o segurava e começou a rir, sob o efeito de inúmeras bebidas que Ochaco mandou o pequeno virar. Bakugou se viu numa situação que nunca imaginaria que passaria, uma garrafa que estava na mão do outro caiu espalhando vidro pra todo lado. - Merda por que você ta rindo? - Eu quase cai. - Disse Midoriya rindo a cada palavra. - E isso é divertido? Você ia se machucar seu idiota. - Disse o loiro em forma de bronca. - Mas... Você me segurou. - Bakugo viu aqueles olhos inocentes olhando para os seus, logo seguindo de uma risada gostosa, se alguém lhe perguntasse o que ele mais queria naquele momento, provavelmente seria aqueles lábios. - Droga Midoriya você ta bêbado! - Falou alto enquanto levava Izuku e o sentava no balcão. - Desculpa...

- Por que caralhos você ta se desculpando? - Perguntou indignado. - Eu sei que você não gosta... - Disse com um semblante triste completamente manhoso. Porra por que tinha que ser tão fofo? Bakugo tinha que se controlar para não abusar daquela figura bêbada.

- Merda. Fica aí eu vou limpar aquele vidro do chão. - Antes que Katsuki saísse Izuku agarra o tecido de sua roupa e tenta descer do balcão. - Não eu vou limpar fui eu que deixei cair e quebrou. - Pela primeira vez, Bakugo riu da situação. - Idiota você não consegue nem falar direito. - Eu tenho que arrumar tudo pra fechar a lanchonete... - Disse arrastado encostando a testa no peito de Bakugo. - Já disse que eu vou arrumar essa merda porra.

- ESSE NÃO É O SEU TRABALHO. - Exclamou alto emburrado olhando em direção á Bakugo o pegando de surpresa. O quão hilário e fofo era Midoriya bêbado? - Idai. - Disse sério e simples, então Izuku abaixou a cabeça e um silêncio prevaleceu. A cabeça de Katsuki estava uma perfeita confusão até que ouviu um soluço vindo de baixo. Midoriya estava chorando??? 

- Pera você não ta choran-? - Imediatamente Bakugo desceu seu dorso para mirar o rosto do menor, mas no mesmo instante duas mãos seguraram firme a gola de sua camisa o puxando para si, selando os lábios do outro que em completo êxtase de surpresa demorou para raciocinar. Estava mesmo sendo beijando por quem mais queria beijar e não demorou muito para Bakugo aprofundar aquele beijo fazendo com que Izuku soltasse sua gola e segurasse em seus cabelos, as línguas se encontravam em sede sem fim. Bakugo apertou a cintura de Izuku o pressionando contra o balcão, até que sentiu duas pernas arrodilharem sua cintura com firmeza.