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História Nossa Relação - Um presente para minha musa


Escrita por: Shalala_

Notas do Autor


Enfiiiiiiim estou em casa! De volta para o meu pc <3
Gente esse capítulo ficou maior do que eu esperava e nem deu para colocar o que eu mais queria. vcs vão saber o que é que eu to falando.
De volta aos pov's da sakura, por enquanto.
Musica de hoje: Anna Of the North - Lovers
Boa leitura

Capítulo 16 - Um presente para minha musa


Fanfic / Fanfiction Nossa Relação - Um presente para minha musa

Sakura

A ansiedade é descrita no dicionário como se fosse algo negativo, um transtorno mental, uma doença que ainda não é reconhecida como tal, ou que as pessoas não levam tanto a sério. Eu admito que parte do que está escrito no dicionário é verdade, a ansiedade é um estado de angustia e aflição que atinge seus nervos psíquicos e causa mal-estar tanto físico quanto mental.

Mas o sentimento de ansiedade que experimentei durante os últimos dias era completamente o oposto de algo que se pode ver como pejorativo. Eu estava alvoraçada, mas de um modo bom. Será que é normal sentir angustia e alegria ao mesmo tempo? Era a pergunta que me fazia ao longo do tempo que foi se passando.

Um certo ruivo foi quem me levou a fazer tal questionamento. O Akasuna sabia como deixar uma garota impaciente e sedenta. Não que ele tenha feito isso propositalmente, eu sabia que ele estava tão insofrido quanto eu. Era o que eu achava, pelo menos.

O problema era que Sasori não podia ser negligente com seu trabalho. Ele se esforçava bastante para manter sua galeria. E eu entendia. Também tinha meu trabalho. Por isso, tentei não lamentar muito durante a semana em que mal nos falamos. Apenas trocamos torpedos, uma conversa a distância que não me satisfazia tanto quanto olhar em seus olhos amendoados e ouvir sua voz suave, pessoalmente. Para piorar, Sasori é do tipo que demora para responder, o que é compreensível considerando o quanto ele é ocupado com o trabalho e também por conta do fato dele não gostar muito de celulares, mas isso não diminuía minha tortura.

Na semana seguinte as coisas foram um pouco melhores. Conseguimos combinar de nos encontrar três vezes. Na terça, quarta e quinta. Foram encontros rápidos, durante o almoço, antes do meu expediente. Naquele mesmo café que fomos juntos em nosso primeiro encontro.

Infelizmente, tínhamos pouco tempo e nosso almoço acabava mais rápido do que eu queria. Porém valia pena, pois quando estávamos do lado de fora do estabelecimento, prontos para cada um seguir seu rumo e assumir suas tarefas do dia-a-dia, Sasori se aproximava e emoldurava minha face com suas mãos, dirigindo meu rosto de encontro ao seu em beijo de despedida bem caprichado, que me deixava com vontade mais. Quando estávamos quase a ponto de arrancar as roupas um do outro e saciar nosso desejo que só crescia cada vez mais bem ali na calçada, em meio as pessoas que nos fitavam com olhares curiosos e invejosos, Sasori interrompia o beijo abruptamente e minha eu-interior lamentava, furiosa e frustada.

Logo depois, a irritação dava lugar ao sentimento de afeto que tomava meu peito quando Sasori finalizava nosso encontro com um beijinho carinhoso na ponta do meu nariz, seguido de um selinho nos lábios. E assim, eu observava ele acenar antes de entrar em seu carro e partir. No curto caminho até o hospital, eu tentava me recompor e suprimir a excitação.

Eu me sentia ansiosa, aflita na espera do nosso próximo encontro, mas também estava me sentindo leve, como se estivesse nas nuvens, feliz e rindo atoa. Eram sintomas do amor correspondido. Esse era meu palpite.

No sábado, Konan me convidara para ir junto com ela na comemoração de aniversário do seu namorado, no apartamento dele. Eu aceitei ir, porque sabia que era importante para minha amiga e também para me descontrair do estado de ansiedade em que estava.

Não esperava que Sasuke Uchiha aparecesse. No momento em que o avistei adentrando no apartamento, subitamente me arrependi de ter saído de casa naquela noite. Desde que ele me “visitou” em casa, eu venho o evitando propositalmente, dando desculpas, alegando estar ocupada. Eu não queria vê-lo nem pintado de ouro tamanha era raiva que estava sentindo. Suas palavras grosseiras não saiam da minha cabeça, deixando-me cada vez mais revoltada toda vez que pensava no Uchiha. O ranço era alto. 

Tive exito em evitá-lo nos últimos dias, porém o trabalho que tive em me esgueirar dele foi em vão, concluí quando o vi chegando na festa de Yahiko, já que o destino deu um jeito de nos colocar no mesmo local, eu querendo ou não. Não havia para onde correr, teria que me esforçar para manter o máximo de distancia possível.

Por que?

Eu estava ressentida, uma mágoa profunda, que possivelmente sempre esteve dentro, de alguma forma aflorou, nublando meus sentimentos pelo moreno. Quando penso nele, não mais sinto o fanatismo e deslumbramento misturados com uma forte atração. O que sinto é um sentimento de desagrado.

Eu sempre soube que ele era um ordinário. Sim, eu sabia. Mas, ao mesmo tempo era como se minha ficha tivesse caído só agora. Como se eu começasse a enxerga-lo de verdade agora, como se eu tivesse aceitado isso agora. Eu era cega. Mas era uma cegueira que eu mesma impus em mim.

Porém, apesar de estar irritada com ele, eu tinha medo dele. Medo de deixa-lo se aproximar, mesmo um pouco que seja, e acabar cedendo. Porque, apesar de não estar tão cativada como antes, a atração ainda se fazia presente. Eu não confiava em meu corpo, meus sentidos são traiçoeiros. Por isso, eu considerava extremamente perigoso estar no mesmo cômodo que o Uchiha. Então, evitei até olhar em sua direção.

Precisava de tempo para organizar meus sentimentos e tomar uma decisão definitiva. Se eu deixasse Sasuke se aproximar, as coisas só ficariam ainda mais confusas.

E também havia Sasori. Estava ciente de que não havia nada sério entre nós,- pelo menos por enquanto, mas sentia certo incomodo. Como se estivesse sendo, de certa forma, desleal com o ruivo.

Ficou dificil não encarar Sasuke quando ele estava ao lado do irmão, Itachi Uchiha, um homem de porte atlético, com um físico que dava água na boca de todas as mulheres, rosto lindo como o de um anjo caído. Ele e Sasuke possuíam uma genética maravilhosa, porque nunca em minha vida conheci uma família tão bonita.

Antigamente, sempre que via o Uchiha mais velho meu rosto se avermelhava por vergonha e timidez. Mas ao longo do tempo, com Sasuke me levando para passear com sua família com certa frequência, acabei me acostumando, e o impacto de vê-lo foi diminuindo ao longo dos anos.

No momento, o problema era que eu sentia que os dois estavam falando de mim. Suas olhadelas em minha direção não passaram despercebidas por mim, que captava tudo pelo canto dos olhos. Tentei ignorar mas não pude deixar de me sentir desconfortável.

Estava conversando com Konan sobre meu trabalho quando senti meu celular vibrar no bolso. O primeiro pensamento que tive de imediato foi que só podia ser Sasuke. Revirei os olhos, pegando o aparelho lentamente, com pouca vontade. Olhei no visor para confirmar se realmente era o Uchiha, apesar de estar quase certa, porém, meu corpo se tencionou quando li o nome que não esperava. Mas foi uma surpresa boa, sem dúvidas.

Abri um sorriso largo ao ler a mensagem de Sasori. Ele queria me ver nesse exato momento. Mesmo sendo de última hora, como eu poderia negar?

— Miga, tudo bem para você se eu for embora agora?— perguntei a Konan. Não seria justo eu abandona-la sendo que ela me convidou.

Ela me fitou com a sobrancelha arqueada.

— Ahh...claro que você pode ir. — falou mas pudi notar que estava levemente surpresa. — Quer que eu arrume uma carona para você?— perguntou olhando ao redor já a procura de alguém para me levar.

Não pude deixar de sorri, contente e convencida.

— Não precisa, eu já tenho.

Minha amiga fitou-me com olhar incrédulo.

— Não me diga que...— ela olhou na direção de Sasuke, que ainda conversava com o irmão.

 Revirei os olhos.

  — Claro que não!— esbravejei.

   Konan suspirou, aliviada.

  — Acho bom mesmo.

  Achei graça. De todas as minhas amigas, Konan era a mais anti-Sasuke e o ranço que sentia por ele era maior que montanha do Everest.

— Então, vai embora com quem? O que você tá aprontando, senhorita Haruno?— perguntou com tom sarcástico e eu ri, enquanto terminava de digitar uma mensagem para Sasori, informando o endereço do apartamento. — Pelo tamanho do seu sorriso, deve ser coisa boa. — completou minha amiga, comprovando que me conhecia muito bem.

— Sim. Sasori me chamou para sair.

— O príncipe-ruivo-encantado? — ela arregalou os olhos e sorriu. Comemoramos juntas como duas pré-adolescente tontas, soltando gritinhos e se abraçando, falando “miga sua loka, fisgou de vez esse homão”. Konan estava feliz por mim e quase tão ansiosa quanto eu. É para isso que servem as amigas.

Enquanto conversávamos sobre Sasori, sobre ele aparentemente ser o cara certo para mim, sobre o quanto ele me faz bem, sobre a possibilidade dessa noite ser inesquecível, os minutos foram se passando e eu fiquei cada vez mais nervosa.

Mais rápido do que esperava, Sasori mandou um recado avisando que já estava próximo. Tremi em expectativa.

Me despedi de Konan e pedi para ela transmitir meus parabéns para Yahiko, que estava afastado com seu grupo de amigos do outro lado da sala. Olhei uma última vez na direção do balcão, onde Sasuke estava agora sentado sozinho, mexendo no celular. Melhor assim, suspirei, saindo do apartamento e tomando o caminho até o elevador.

Bem na hora que passei pela portaria, avistei seu carro parar a poucos metros de mim. Desci as escadas com um sorriso largo, observando ele com um braço para fora da janela e a outra mão no volante. O canto da boca repuxado em um sorriso charmoso e seus olhos presos em mim. Ele estava extremamente sexy nessa pose, não pude deixar de admirar.

— Entra. — falou ele indicando com a cabeça a porta do passageiro. Com um frio no estomago, dei a volta até o outro lado, sentindo seus olhos me seguindo enquanto abria a porta e sentava no mesmo banco em que estive pouco dias atrás, naquela tarde inesquecível.

— Oi. — sussurrei sorrindo timidamente. Em resposta, Sasori aproximou seu rosto e me cumprimentou com um beijo ameno, mas o suficiente para me fazer suspirar.

— Oi. — ele murmurou com os lábios ainda próximos dos meus. Seu olhar carinhoso se fixou em mim. —Vamos? — Afastou-se um pouco para segurar o volante.

Não pensei duas vezes antes de responder.

— Vamos.

 

 

♦ 

 

 Sua mão segurou a minha e automaticamente nossos dedos se entrelaçaram. Sua palma estava quente e transmitia um sensação de segurança e conforto. A outra mão estava sobre o volante, conduzindo o carro pelas ruas quase desertas devido ao horário.

— Desculpe-me por te chamar assim, do nada. — Sasori dizia, alternando o olhar entre mim e a estrada. — É que... sei lá — balançou a cabeça de um lado para outro com um sorriso simplório.— Me deu muita vontade de te ver.

Quase me desfiz em um milhão de pedaços por causa da explosão de sentimentos que eclodiu no meu interior. Ouvir isso dele me faz quase ultrapassar o limite da sensatez logo nos primeiros minutos do nosso encontro.

Apertei seus dedos nos meus.

 — É verdade? — questionei. Não que eu estivesse descrente, apenas queria ouvi-lo repetir e dizer mais.

O ruivo assentiu.

 — Eu não tava aguentando mais.

 Virei o rosto para janela, tentando esconder o sorriso.

— Mas, e a galeria? — perguntou, ciente do quanto ele era compromissado com seu patrimônio e como nos últimos dias ele estava atolado de trabalho. Não queria atrapalha-lo.

— Não se preocupe. Já estava quase no fim da exposição. Deixei Matsuri no comando. Por hoje,não há problema.

Me senti mais leve após sua explicação e o fitei, sorrindo.

— Que bom. Então, para onde estamos indo?— perguntei, fitando a estrada e percebendo que estávamos dirigindo a esmo.

— Bom... Não sei bem. — tombou o rosto para lado, pensativo. — Não há muitos lugares abertos a essa hora.

 — Deve haver algum bar por perto, não? Podemos ir beber alguma coisa, para mim tá bom.

 — Pra você — enfatizou incrédulo, apertando de leve minha mão. — que não tá dirigindo é bom né?! E eu, como fico?

Sasori é do tipo conservador e cuidadoso, gostava de seguir a lei. O bordão se beber não dirija ele leva ao pé da letra, o que é estranho e novo para mim, uma vez que é o total oposto de Sasuke, que não está nem aí com nada.

Achei graça, porém aceitei que não era mesmo uma boa ideia. Não queria aproveitar sozinha. Além disso, no bar estaria repleto de gente, e sei que ambos de nós queria mais sossego. Privacidade. 

— O que sugere, então?

Sasori riu e deu de ombros, olhando por um longo tempo a estrada. O silêncio se aprofundou enquanto esperava sua resposta. Escutava apenas o ronco do motor e o som dos pneus deslizando pelo asfalto.

Ele virou o rosto e fixou seus olhos nos meus com olhar hesitante.

— Podemos ir para o meu AP.

Senti uma fisgada no ventre ao escutar sua sugestão. O coração bateu um pouco mais acelerado, porém tentei controlar meu tom de voz para que não transparecesse o quanto seu convite me afetou.

— Eu topo. — afirmei em tom baixo, desviando olhar para janela. Sasori então fez o retorno com o carro e acelerou.

 

 

Não era nenhuma surpresa Sasori morar em condomínio de classe alta em uma das melhores regiões da cidade. A arquitetura do prédio era imponente, parte da fachada era espelhada enquanto outra parte possuía cores neutras, no meio havia a fileira vertical com sacadas que aparentavam serem maiores que meu quarto na república.

No estacionamento subterrâneo, ao sair do carro, percebi que o carro de Sasori não era o único que se destacava, só havia veículos de luxo, das marcas mais renomadas que tem mundo. Um mais bonito que outro.

Minha atenção foi desviada por Sasori, que de repente estava ao meu lado.

 — Vamos subir?

 Assenti de leve, logo sentindo sua mão em minhas costas me conduzindo em direção ao hall. Caminhamos por um corredor pintado com tinta salmão, com lustres iluminando o chão de ladrilho. Logo no fim do corredor encontramos o elevador, que por sorte estava parado nesse andar, então rapidamente entramos no mesmo. Sasori apertou o botão do 20º, ou seja, ele morava no último andar e imaginei que fosse uma Cobertura.

O elevador era equipado com ar condicionado, deixando a área arejada. Também havia um enorme espelho pelo qual eu pude ver nossos reflexos. Analisei o homem ao meu lado. Sasori estava com típico cabelo vermelho bagunçado caindo sob a testa, o rosto mostrava sinais de cansaço de tanto trabalhar. Usava uma camisa social branca por baixo de um blaizer preto. Calça e sapatos também social. Ele era a imagem da elegância simplificada.

Sasori, percebendo meu olhar sob si, sorriu de canto e piscou um olho, fazendo meu coração falhar algumas batidas. Virou de frente para mim e pegou meus rosto em suas mãos, do jeito carinhoso que só ele sabia fazer.

— Você está linda essa noite — elogiou. Logo seus olhos se fixaram em meus lábios e fiz questão de prender meu beiço com os dentes, mordendo de leve, fazendo os olhos do ruivo nublarem de desejo. Então sua boca tomou a minha em beijo lento e suave, nossas línguas se acariciando com afabilidade. Quando percebi, o elevador já havia parado no 20º. Sasori finalizou o beijo com um selinho delicado.

Seu braço envolveu minha cintura e juntos abandonamos o cubículo de metal. Andamos poucos metros até a porta de seu apartamento. Me assustei com a enorme estátua ao lado da entrada. Era a escultura de uma sereia sentada sob uma pedra, a calda longa e os cabelos cobrindo os seios.

— Deidara fez para mim. — disse o ruivo, respondendo a pergunta que eu mal havia feito.

— É...peculiar. — dei minha opinião. Sasori riu.

— Eu sei. Foi um presente de aniversário então não pude recusar.

Enquanto riamos, ele retirava um molho de chaves do bolso do blaizer e abria a fechadura. Assim que abriu, ele me deu passagem para entrar, e assim o fiz, lentamente, um pouco hesitante. Ele acendeu a luz.

Já sabia que Sasori era muito bem de vida. Mas não pude deixar de me surpreender. Era muito mais espaçoso que o apartamento do Yahiko. Ganhava até do Sasuke.

O cômodo era amplo, com duas salas de estar. De um lado havia duas poltronas sob um tapete, uma de frente para outra, e entre elas havia uma mesinha de centro. Ao lado havia um enorme piano preto. Do outro lado tinha um sofá de couro escuro, com outra mesinha de centro logo em frente a tv de led que deveria ter umas 55 polegadas.

Mas o mais impressionante era a janela de vidro que ia do chão até o teto e se estendia até sala de jantar. A visão era espetacular. Dava para ver a cidade inteira.

— Uau. — deixei escapar.

— Fique a vontade.—  escutei ele dizendo. Com essa deixa, aproximei-me do vidro para observar mais de perto. — Vou arrumar alguma coisa para nós bebermos.

— Não se preocupe...— ia dizendo mas o mesmo já havia sumido  por um corredor e eu fazia não ideia se deveria segui-lo ou não. Resolvi esperar, enquanto desfrutava da vista maravilhosa que tenho a minha frente. Os prédios da cidade,as luzes, os parques, as ruas quase vazias, o céu aberto e cheio de estrelas. Era um privilégio ter uma visão dessa em casa.

— É bonito, não é?— sobressaltei ao escuta-lo de repente. Sasori estava ao meu lado com duas taças nas mãos. Não havia percebido que voltara. — Eu nunca me canso de ver. — completou ele.

— É realmente sensacional.

Peguei uma das taças que ele estendeu e logo levei o líquido aos lábios, percebendo que se tratava de vinho branco. Saboreei.

Ficamos em silêncio, ambos apreciando a visão e a bebida doce.

— Preciso te contar uma coisa.

Sua voz não expressou nada fora do normal, porém o fitei atenta. A luz da lua iluminava seu perfil, deixando ainda mais bonito.

— Eu venho andando mais ocupado por causa de uma nova coleção de pinturas em que estou trabalhando.

— Eu entendo, Sasori.

O ruivo assenti.

— Sim, mas o que quero dizer... o que deveria ter dito há muito tempo, é que eu me inspirei em você.

Quase engasguei com a bebida. Se inspirou em mim?

 — Como assim?

Sasori suspirou, pacientemente.

— Você virou minha musa inspiradora. Os quadros que pintei são retratos seus..

Arregalei os olhos. Ele fez um retrato meu. Eu sou sua musa. Meu coração se aqueceu.

— É sério?

Sasori me encarou com um sorriso de lado.

— Sim.

— Mas eu sou tão sem graça...

Sasori riu de leve, em seguida segurou minha mão na sua de forma delicada, seu dedão acariciando os nós dos meus dedos.

— Sakura, só um tolo acharia isso.

Desviei os olhos com um sorriso tímido.

— Eu achei que você só pintasse paisagens. — apontei, lembrando de uma das nossas conversas.

O ruivo deu de ombros.

— Pois é. Eu gosto de pintar coisas bonitas. Você, Sakura, é mais bonita que qualquer paisagem que já vi.

Olhei para chão sentindo meu rosto fervendo. Minha vontade era gritar para ele parar de falar coisas como essa, que acariciam minha alma e renova meu ser. É muito traiçoeiro uma vez que declarações assim deixavam meu coração vulnerável e totalmente a sua mercê.

— Você é inacreditável, Sasori.

Ele inclinou seu rosto para perto do meu e depositou um beijo em minha bochecha. Minha pele formigou na área que seus lábios tocaram.

— Eu só digo o que eu realmente acho que é verdade. Como falei antes, você é uma inspiração para mim, minha vontade de retratar seus traços tão belos, deixa-los eternizados em uma pintura, é tão grande que não pude ignorar. É primeira vez que faço uma coleção de retratos, sabia?

   O encarei com olhar impressionado, a boca entreaberta em ceticismo.

   — Sério?

  — Sim. Tudo tem uma primeira vez, não é?— Sasori dei de ombros. Pousou o olhar em mim novamente, me fitando com intensidade. — É por isso que preciso pedir sua permissão. Não posso expôr sua imagem sem sua aprovação. O que me diz?

 Mordi o lábio. Nunca pensei que encontraria um artista que quisesse fazer retratos meus. Isso parece um caso de romance do século XIX, em que a dama posa para o cavalheiro, que a retrata no quadro com amor e paixão. É tão romântico que não acredito que está acontecendo comigo.

— É óbvio que você tem minha permissão. Mas eu quero ver!

O ruivo riu com um enorme sorriso contente.

— Claro, eu irei te levar lá quando tudo estiver pronto. Você tem direito de ser a primeira a ver.

— Eu exijo isso. — brinquei, fazendo ele rir mais.

— Então, podemos selar nosso acordo com um brinde. — disse, levantando sua taça.

— Sim! — exclamei, levantando minha taça. — Um brinde a...

— Você. Minha musa inspiradora e...— ele hesitou, descendo o olhar para os meu lábios. Engoliu em seco. — Amiga querida.

Eu ri de leve, corada. Não era exatamente o que eu esperava, mas tinha a forte impressão que não era isso que ele queria dizer também. Não que eu não goste de ser considerada sua amiga. Mas não posso mentir para mim mesma. Eu quero ser muito mais que amiga.

Nós brindamos, o som agudo do vidro de nossas taças se chocando ecoaram pelo ambiente, nossos sorrisos e olhares em sincronia. Em seguida, ambos viramos o líquido garganta abaixo, saboreando o sabor doce e amargo junto com álcool.

— Tenho uma coisa para te dar. Promete que vai aceitar?— disse Sasori com olhar questionador.

 O encarei, surpresa.

— O que é?

Sasori sorriu enigmático, depositando a taça vazia em cima da mesinha ao nosso lado, escorada no vidro da janela. Fiz o mesmo, enquanto observava ele levar a mão ao bolso do blaizer e retirar uma caixinha preta de veludo. A caixa era quadrada, com cumprimento largo. Meu coração falhou uma batida quando li o emblema da Tiffany & Co.

— É presente que eu comprei para você. — disse enquanto abria a caixinha e me revelava o que tinha dentro

 Ai meu Deus. Arfei.

— Sasori..— ofeguei.

Era uma joia linda, uma colar com cordão de prata reluzente com um belo e delicado pingente de duas cerejas. Meus olhos se arregalaram ao perceber que eram duas pedrinhas de rubi.

— Nossa...— falei, embasbacada.

Sasori deu de ombros.

 — É simples, mas quando eu vi, lembrei muito de você.

 — Simples?—Falei incrédula. Tudo bem que não era tão extravagante mas era lindo, delicado, e de uma das joalherias mais chique do mundo — Pode até ser, mesmo assim deve ter custado o olho da cara.

— Você não tem que pensar nisso. Eu que comprei e quero dar a você.

Juntei as mãos ao peito e o encarei com olhar sofrido.

— Eu amei. Mas não posso aceitar. Nem é meu aniversário, então não tem porquê me presentear.

 Sasori revirou os olhos.

 — Deixa disso. É um presente como agradecimento por tudo que você fez por mim, me ajudando quando eu estava internado. Por favor, aceite. — insistiu.

Balancei a cabeça.

— Não posso. Eu não mereço. Eu só fiz o meu trabalho.

— Está errada. — ele aproximou-se e tocou meu rosto suavemente com a costa de sua mão, seu olhar sério fixo no meu. — Você cuidou de mim de muitas formas diferentes. Você não faz ideia, mas quando chegava em meu leito, você trazia consigo não só o remédio para minha doença, como também o remédio para minha alma. — seu tom era baixo, como se estivesse contando um segredo importante. Eu o fitava atônita. — Você alegrava meus dias a ponto de até esquecer que corria risco de morte. Depois que eu te conheci, eu não me sentia mais tão solitário naquele quarto. Você trouxe vida quando eu estava quase sem esperanças.

Continuei encarando, enfeitiçada por suas palavras.

— Então, por favor, aceite o colar. — seus olhos brilharam em súplica.

Olhei para a joia dentro da caixinha. Apesar dele estar oferecendo com boas intenções, algo me incomodava. Sasori estava em um nível muito mais elevado que eu, percebo isso agora. Ele era rico, dono de uma galeria, e eu era um simples estudante de enfermagem. A diferença econômica era gritante. Eu não sei se uma relação tão desproporcional poderia dar certo.

Mas eu sabia que no fundo, nada disso importava. Ele gosta de mim tanto quanto eu gosto dele, e acima de tudo, Sasori tinha um coração bom, que não vê minha vê minha conta bancária, e sim meu coração. Nossos sentimentos estão acima de qualquer ambição. É por isso que aceitarei o presente, porque sei que ele comprou com carinho e está me oferecendo por realmente estar agradecido.

Sorri levemente enquanto virava de costas para ele.

— Você pode colocar em mim? — perguntei.

Sasori sorriu vitorioso e logo tratou de tirar a gargantilha da caixinha, deixando a mesma sob a mesa, depois rodeou meu pescoço com o colar. A corrente fria tocou minha pele, mas o arrepio que percorreu meu corpo se devia a sua respiração quente que bateu em minha nuca. O fato de eu estar com os cabelos presos em um coque facilitava seu trabalho. Meu pescoço estava totalmente livre para ele.

— Pronto. — ele disse assim que conseguiu fechar o fecho do colar. Antes que pudesse virar, senti o toque de seus lábios roçando minha nuca. Fechei os olhos, sentindo um choque prazeroso percorrer todo meu corpo. Seu braço rodeou minha cintura e puxou-me, colando minhas costas em seu peitoral.

 — Gostou?— ele perguntou ao pé do meu ouvido.

Estremeci. Meu ritmo cardíaco descompassou por um momento. Minha pele se aqueceu.

Levei a mão ao pingente.

— Eu amei.

Sasori inspirou profundamente meu cheiro e começou a distribuir beijos em minha nuca. Uma névoa tomou minha mente e eu já não conseguia raciocinar direito.

— Fico feliz.

Logo ele me virou em seus braços, lentamente. Seus beijos aquecendo a pele sensível do meu pescoço. Agarrei seus ombros em busca de um sustento enquanto sentia seus lábios subindo pelo meu pescoço, deixando um rastro em meu maxilar, até alcançar minha boca, e por fim ele tomou meus lábios, acabando de vez com a tortura.

O beijo era desesperado, selvagem e faminto. Eu precisava dele. E pelo modo intenso como ele ofegava, sabia que Sasori também estava necessitado de mim. Eu deixaria ele fazer o que quisesse comigo. Não havia outra escolha, eu já estava totalmente entregue a ele.

 


Notas Finais


LINK DA MÚSICA: https://www.youtube.com/watch?v=mvHNk1IBCv4
Meeee desculpeeeem por ter terminado ai, mas se eu continuasse o capitulo ia demorar mais para sair. Eu prometo que não vou demorar para continuar, acreditem em mim, então tenham paciência. eu sei que é dificil mas por favor, não me matem <333 kskkssks
Mas oq será que vai rolar? palpites? rsrs começa com H termina com i
Bom. Só queria que vocês soubessem que eu já sei como vai ser o final. Tenho ele pronto na cabeça, só dou certeza pq depende de vcs, ao longo da história vamos ver como ficam a torcida do sasuke e do sasori. Por vou ser sincera com vcs, essa relação da sakura com sasori tem tudo pra dar errado. eles terão muitas dificuldades pela frente. e o sasuke continua firme e forte na jogada.
Enfim. Alguma teoria? sugestão? critica?
Espero que tenham gostado do capitulo, fiz com carinho♥

Carro do Sasori: https://s.aolcdn.com/dims-global/dims3/GLOB/legacy_thumbnail/788x525/quality/85/https://s.aolcdn.com/commerce/autodata/images/USC30AUC041A021001.jpg *-*


Prédio do Sasori: http://www.flatsdeluxo.com.br/predios/lux-home-design-03032015.jpg

Sala de estar: http://www.christiangreysapartment.com/images/tutorial_1.gif

Colar da Sakura: https://cdn.shopify.com/s/files/1/2427/1795/products/[email protected]?v=1508368572


Obrigada por tudo! até a próxima


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