Eu demorei para dormir porque eu queria ter a certeza de que o Uchiha estava dormindo. Ele ficou bem sem graça com o que aconteceu essa noite e eu me senti um pouco culpada por causa disso. Talvez eu tenha forçado ele.
Às vezes eu esqueço de que a experiente sou eu de tão bem que ele beija.
Passei minha mão em seus cabelos que insistiam em cair em seu rosto. Macios, lisos e tenho certeza que ele não faz esforço nenhum para o cabelo dele ser assim. Bendita genética.
Sasuke tem uma sobrancelha muito bonita e pele boa. Ai de mim se eu ficar um dia sem cuidar da minha. Enquanto isso ele é bonito naturalmente. Que ódio.
Suspirei encantada. Até dormindo é bonito.
Sasuke conseguiria fácil um emprego de modelo, não sei como nunca namorou. Deve ser porque ele se esconde atrás do cabelo.
Meus olhos foram pesando por conta do sono e eu logo adormeci. Mas em meus sonhos eu ainda via o Sasuke em minha frente. E estava mais bonito do que me lembro.
Acostumada a acordar cedo, meus olhos abriram às quatro. E ele ainda estava ali do meu lado, dessa vez de barriga para cima, com a cabeça virada para o outro lado. Sua respiração era funda, mas não roncava.
Pelo jeito ele dormiu tranquilamente, agora estou menos preocupada com o que aconteceu ontem. Mas será que ele vai acordar bem com isso?
Espero que ele não volte a me ignorar.
Sasuke resmungou alguma coisa que não compreendi e virou a cabeça para o meu lado. Dessa vez o cabelo não estava em seu rosto, me dando uma visão privilegiada.
Senti meu coração errar uma batida e eu ri com isso. Me sinto uma adolescente de novo com meu coração palpitando dessa forma.
O Uchiha abriu os olhos que foram de encontro com os meus. Senti minha bochecha esquentar por ter sido pega no flagra olhando para ele com uma expressão boba na cara.
Mas acho que ele não percebeu, já que logo em seguida ficou olhando ao redor como se perguntasse onde estava e o que aconteceu.
— Bom dia — eu respondi tocando em seu ombro, para que ele se acalmasse — Você caiu no sono e eu não quis te acordar, desculpa.
— Não — piscou como quem está acordando — Eu quem peço desculpas.
— Tudo bem, não me importo — sorri — Pode dormir aqui mais vezes, às vezes eu fico meio sozinha nessa cama de casal.
Faz muito tempo desde a última vez que dormi com alguém e acordei com ela ainda ao meu lado. Ino quem ocasionalmente vinha me fazer companhia, mas minha amiga não está sempre disponível. Então eu realmente me sinto sozinha às vezes.
— Eu vou para o meu quarto — ele estava se levantando quando eu o segurei para que ficasse.
— Por favor — pedi.
Apesar de termos acordado cedo, sabia que tanto eu quanto ele estávamos com sono ainda, então não precisei pedir duas vezes. Sasuke relaxou o corpo e eu aproveitei e me aproximei de seu peito.
Deitei minha cabeça ali e pude ouvir seu coração. Suave e devagar. Diferente do meu, que estava acelerado e me fazendo ter borboletas no estômago. Estou ansiosa por quê?
Senti minhas batidas acalmarem quando Sasuke fez cafuné em mim. Acho que agora é a minha vez de receber um carinho enquanto durmo.
Quando acordei novamente ele ainda estava ali, com uma mão em meu cabelo e a outra deslizando de maneira leve e em círculos em meu braço. Sentia sua respiração quente em minha testa, seguido por um beijo carinhoso.
— Bom dia — dessa vez ele quem falou.
Eu sorri com o gesto e voltei a fechar os olhos, acho que quero ficar aqui mais um pouco. Está muito confortável.
— Ficou esse tempo todo acordado? — perguntei.
— Não, eu dormi também — respondeu baixinho, sem parar com o carinho — Dormiu bem?
— Sim…
Na verdade, eu não durmo bem assim faz meses. A vida como empresária é muito corrida e lidar com a fama é estressante, o tempo todo alguém querendo saber todos os seus passos e com quem você está. E tem minha família também. Mas felizmente eu tenho meu "namorado" aqui comigo.
— Eu pensei em preparar um café da manhã para você, mas — levantou o seu braço que estava embaixo de mim — eu estou preso, como pode ver.
— Por que faria isso?
— Eu preciso de motivo pra fazer minha mulher feliz?
— Hm — murmurei desconfiada — Vou acabar acreditando que estamos namorando sério com você me tratando desse jeito.
— E não estamos? — ele arqueou a sobrancelha e eu imitei sua expressão. — Não combinamos ontem que íamos ficar?
— Mas não precisa me tratar assim.
— Assim como?
— Me mimando.
— Não estou entendendo.
— É tipo como você trata suas amigas, só que beijando — uma explicação bem ruim, eu sei.
— Eu não tenho amigas.
— Ah, eu esqueço que você é antissocial — ele revirou os olhos e eu ri — Só me trata normalmente, igual antes.
— Então não é para eu te mimar?
Qual é o meu problema? Tudo bem que ficar não quer dizer que é para o Sasuke me tratar como uma namorada em potencial, mas qual o problema nisso? Ser mimada é maravilhoso.
— Se você quiser, pode, mas não precisa — precisa sim!
— Você quer?
— Você tem que querer primeiro — só fala que sim, Sakura, deixa de ser besta.
— Se você quiser eu quero.
— Então eu quero — isso!
— Vou preparar o café, então — Sasuke me empurrou gentilmente para o lado para retirar o seu braço que estava embaixo de mim e saiu do quarto, indo direto para a cozinha.
Eu acho que ganhei na loteria! Estou "namorando" sem precisar de carregar as responsabilidades de um namoro sério, ou seja, sem compromisso e ainda vou ser mimada por isso. Quer coisa melhor? Gaara, você é um gênio em ter sugerido isso!
Levantei de minha cama animada e sorri ao constatar que estava bagunçada. Quando é apenas eu dormindo, eu quase não faço esforço para arrumar depois, pois nada sai do lugar. Dessa vez eu tive uma companhia e está tudo desarrumado.
— Oh, meu lençol dobrado já tá todo bagunçado — cantarolei — E o seu cheiro no meu quarto, tá de brincadeira…
Acabei rindo. É um bom momento para ouvir um sertanejo.
Fui até a cozinha e flagrei o Uchiha cantando exatamente o mesmo trecho que eu.
— Então quer dizer que você gosta de sertanejo? — ele me olhou de maneira divertida, enquanto colocava os mistos na misteira. — Suco de laranja?
— Aceito — ri — Gosto às vezes.
— Já que esqueceu de tudo o que aconteceu — ele continuou cantando — Aproveita e faz amor comigo a noite inteira.
Apesar de desafinado, Sasuke tem a voz bonita, e o fato dele estar claramente se divertindo enquanto cantava me fez entrar no ritmo.
— Meu lençol dobrado já tá todo bagunçado e o seu cheiro no meu quarto, tá de brincadeira!
— Espera! — ele fez um gesto para que eu parasse. — Já que vamos cantar, vamos fazer isso direito.
Puxou o celular que estava no bolso e colocou a música no YouTube. Claro, não antes de ouvir um anúncio sobre o patrimônio da Betina.
Ele acordou animado, estava com um sorriso imenso no rosto e cantava com empolgação. É contagiante, eu diria. Já que eu super aceitei quando ele estendeu a mão em minha direção e me puxou para perto de si.
Ainda cantando, Sasuke conduzia o ritmo da dança, segurando em minhas mãos e me fazendo rodar sobre os pés. Me puxou para perto e nossas virilhas se encostaram, ah, é nessa hora que eu agradeço às quadrilhas que participei. Eu amo danças desse tipo.
— E vamos levar junto essa briga lá pro quarto — cantei — Coloca ela pra dormir…
— E puxa outro papo — ele continuou — E aí? Tem jeito ou não tem? Eu e você, meu bem
— Já sei o resultado — prossegui.
O sorriso dele ficou maior ainda, mesmo eu acreditando que seria impossível. Cantamos o refrão juntos enquanto dançávamos, fiquei de costas para ele e ele encostou sua cabeça na minha, durou pouco tempo pois logo ele estava me rodando novamente e me puxando e afastando de si. Sasuke sabe conduzir uma dança.
Assim que a música acabou, os mistos ficaram prontos.
— Desculpa por isso — ele riu meio sem graça. Mas ainda com o sorriso largo.
— Tudo bem, foi divertido — sorri — Mas onde aprendeu isso? Foi bem surpreendente.
— Olha, quem diria, não sou tão previsível como você esperava — se gabou rindo e eu revirei os olhos ansiosa — Acho que não te falei isso, meu irmão é músico.
— É mesmo?
— Sim, ele toca em bares até em casamentos ou eventos mais formais — explicou — A maior parte das vezes em bares, e nesses lugares toca muito esse tipo de música — ele retirou os mistos da misteira e separou em dois pratos. Minha boca estava salivando.
— Ele deve conhecer muita música, deve ser legal.
— Nem tanto — fez uma careta — Às vezes é um saco ficar ouvindo ele repetir o mesmo trecho da música umas mil vezes até acertar o tom.
— É, vendo por esse ângulo… — ri enquanto saboreava aquela delícia de pão com queijo e presunto. Isso está divino! — E ele te ensinou a dançar também?
— Não, isso foi minha mãe — se sentou pegando sua parte — Ela me obrigou a dançar com ela no casamento do meu primo, então pagou umas aulas de dança para irmos treinando.
— E você nem gostou, né? — provoquei e ele riu.
— Foi divertido.
— Eu me diverti — confessei de boca cheia — Mas mudando de assunto, o que você colocou nesse misto? Tá uma delícia.
— Nada — ele riu confuso — Quer o meu?
Credo, ele acha que eu sou uma esfomeada!
— Não, não quero te deixar sem — aceita, sua burra!
— Tudo bem, eu faço outro — empurrou o prato em minha direção.
Eu estou salivando mesmo já com um na boca. Eu sou muito gulosa, credo.
— Obrigada.
— Por nada — respondeu — E você? Onde aprendeu a dançar?
— Pode não parecer, mas eu sou muito fã de quadrilha.
— Não parece mesmo — ele parecia surpreso.
— É bom saber que agora eu tenho um parceiro de dança — pisquei de um olho só e ele respondeu da mesma forma.
Eu estava acabando o segundo misto quando ele se sentou novamente para comer o seu.
— Oh, droga, esqueci do suco — praguejou.
— Eu faço — levantei rapidamente sem dar tempo dele me impedir. Fui direto na geladeira e peguei duas laranjas.
— Obrigado.
— Sem problema. Com ou sem açúcar?
— Sem.
— Você é dos meus — ri e pude escutar que ele riu também.
— Qual a programação de hoje?
— Nada de mais, coisas clichês de um final de semana…
— Eu me trancar no quarto e ficar o dia inteiro estudando?
— É sério que você estuda até nos finais de semana? — bufei.
— Sim — falou como se fosse óbvio.
— Coragem.
— Por quê?
— Estudar é um saco — dei ênfase na última palavra.
— Ah, nem sempre — ele mesmo não parecia convencido disso — Você acha um saco estudar sobre moda? Ou desenhos?
— Ah, uma hora cansa, né? — mesmo que seja algo que eu goste muito, fazer isso o tempo todo é cansativo.
— Eu entendo…
— Mas hoje não é dia de estudar — disse enquanto retirava os fiapos da laranja do suco.
— É dia de quê?
— Sei lá, qualquer coisa sem ser isso — coloquei a bebida em dois copos — O que você faz quando não está estudando?
Coloquei os copos na mesa e os pratos na pia.
— Nada — coçou a nuca, como se estivesse nervoso — Agora que parei para pensar, eu só fico estudando…
— Nossa, mas isso não te estressa? Ficar o dia inteiro sentado é ruim para a saúde.
— Às vezes eu estudo deitado também — deu de ombros.
— Você precisa de uma atividade de lazer, Sasuke — falei preocupada, esse menino ainda vai ter um piripaque na vida — Não sai nem com seus amigos?
— Não é como se eu tivesse dinheiro para ir aos lugares que eles me chamam — suspirou.
— Nem para ir para a casa deles ou eles na sua?
Sasuke parecia pensativo e pude ver um pouco de tristeza em seu olhar.
— Acho que não somos próximos o suficiente para me convidarem para a casa deles.
— Mas eu e você somos amigos, certo? — sorri tentando animá-lo. — Podemos fazer muitas coisas legais.
— Tipo? — perguntou desconfiado.
— Cuidar da pele, do cabelo, fofocar sobre a vida de quem a gente não gosta… — listei.
— Daqui a pouco você está me chamando de miga.
— Para com isso — segurei a risada, mas escapou em um sorriso — Homens também fazem isso.
— Eu não falo mal de ninguém — se defendeu.
— E os outros você faz?
— Como você acha que eu mantenho esse rostinho bonito? — falou fazendo pose e nós dois rimos.
Terminamos nosso café da manhã e eu sugeri ao Uchiha que fôssemos caminhar, já que ainda era cedo. É importante fazer exercícios físicos, ainda mais na nossa idade, quero envelhecer saudável.
Eu vesti uma calça legging preta e um tope branco da Nike. Sim, eu também uso outras marcas. Tênis branco esportivo e o cabelo preso em um rabo de cavalo alto.
Fiquei esperando o Uchiha na porta de casa enquanto fazia uns alongamentos para aquecer. Ele não demorou muito, apenas trocou a camisa azul por uma regata branca, ele já estava de calça moletom desde ontem, em suas mãos havia duas garrafas de água.
— Que bom que você trouxe, eu estava esquecendo — peguei uma e já dei um gole.
— Sakura — Sasuke arregalou os olhos e me puxou para perto parecendo desesperado — Meu Deus, o que foi que eu fiz?
— O quê? — ele tocou meu pescoço preocupado e eu logo entendi. — É só um chupão.
— Tá doendo? — ele analisava com muito cuidado, como se eu tivesse me machucado seriamente. Ou melhor, como se ele tivesse me machucado.
— Não, eu nem estou sentindo — ri.
— Você não tem nenhuma blusa de gola alta para tampar isso aí? — suas bochechas ficaram vermelhas. Coitado, tão bobo — Vão achar que eu estou te batendo.
— Se fosse em outro lugar eu até concordava, mas no pescoço… eles vão pensar outra coisa, se é que você me entende — falei de maneira pervertida e ele corou mais ainda — Qual é? Somos um casal, super normal isso.
— Não te incomoda?
— O que as pessoas pensam ou a marca?
— Os dois.
— Nenhum dos dois — sorri tranquila — Mas se te incomoda, eu coloco uma blusa.
— Por favor, faz isso — ele estava nervoso — E me desculpa, pelo amor de Deus, eu nunca mais faço isso.
— Tudo bem, eu deixo você fazer em um lugar que ninguém vai ver.
— Sakura!
Agora eu consegui deixar ele roxo de vergonha. Eu sou terrível! Espero fazer isso mais vezes.
[...]
Ao contrário do que eu imaginei, caminhar com a Sakura não atraiu muita atenção dos fãs dela. Talvez por ela morar em bairro nobre e ainda ser oito da manhã, as pessoas ainda estão acordando. Apesar disso, ainda apareceu umas garotas do ensino médio vindo pedir autógrafo e tirar uma foto. Tive que participar dessa besteira toda.
Fiquei aliviado delas não terem perguntado nada sobre mim e a Sakura, no máximo alguns comentários dizendo que nos shippavam, acho que era essa a palavra. Adolescente é tudo emocionado mesmo.
A caminhada foi tranquila, embora cansativa, mesmo que tenha sido apenas 4 quilômetros no total. Enquanto eu tive que parar umas 5 vezes no caminho, Sakura estava animada e até dava uns pulinhos. Estou sedentário.
Faz tanto tempo que não faço exercícios que a primeira coisa que fiz ao chegar foi me jogar no chão gelado da sala dela. Soltei um forte suspiro de alívio e a rosada riu.
— Quer água? — eu apenas confirmei com a cabeça porque nem fôlego para falar eu tenho.
Sakura foi rápida e logo veio com uma jarra de água e um copo cheio. Acabei com os dois.
— Obrigado — agradeci lhe entregando o copo e voltando a deitar no chão.
— Nossa, você cansou mesmo — riu.
— Não está cansada?
— Ah, eu já estou acostumada, já virou rotina — deu de ombros — Da próxima vez a gente diminui os quilômetros, até você pegar o jeito.
— Próxima vez? — se eu tivesse força para abrir os olhos é certo de que estariam arregalados.
— Deixa de preguiça, Sasuke, exercícios são importantes.
— Importante pra quem? Tem que ver isso aí.
— Pra todo mundo! Vamos, vai me dizer que não achou divertido?
— Foi divertido porque eu estava com você, não porque fazer exercício é legal — bufei.
Eu sentia cada músculo da perna latejar e minhas coxas davam alguns espasmos, faz tempo que não tenho essa sensação. Agora lembrei porque acho caminhada um saco. Detesto sentir dor depois, eu devia ter me aquecido antes.
Minhas costas também doíam, principalmente a lombar por ter ficado muito tempo em pé. Embora eu saiba que é necessário, é cansativo demais adotar uma rotina fitness.
Senti que Sakura ainda estava ao meu lado, embora quieta, o que achei estranho. Resolvi abrir os olhos e me deparei com uma Haruno vermelha. Não sei se de vergonha ou por conta da caminhada e do sol quente da manhã. Ela estava sem o casaco que havia pego para tampar o pescoço e agora eu tinha uma visão nítida de como ele estava. Eu fiz um estrago ali. Se antes eu estava vermelho de cansaço, eu estou mais ainda por causa da vergonha.
— Fico feliz com isso — ela deu um pequeno sorriso e soltou os cabelos.
O rostinho vermelho com alguns fios de cabelo grudados em sua face suada e os cabelos levemente marcados por conta da presilha, juntamente com um olhar vacilante e sua respiração acelerada, tudo isso, por algum motivo, me fez achar esta Sakura uma Sakura muito atraente. Meu coração até errou uma batida.
— Eu só falei a verdade — embora não quisesse, fechei os olhos para que meu coração parasse de ficar acelerado. Já bastava o exercício físico.
— Então… eu vou tomar banho — senti ela se levantar e se retirar.
— Eu vou ficar aqui mais um pouco — comentei antes de ouvir a porta do quarto se fechar.
E então eu abri meus olhos e coloquei a mão em meu peito.
O que foi isso, coração?
Minha cabeça repetia de novo e de novo a cena da Sakura soltando os cabelos e dando um sorrisinho tímido. E de novo e de novo nós dois dançando na cozinha. E de novo e de novo ela encostando a cabeça em meu peito para que eu lhe fizesse carinho. E de novo e de novo nós dois ontem…
Chega!
Bati em meu peito e levantei rapidamente, o que causou uma tontura, mas está tudo bem. Corri para a suíte de meu quarto e fui direto para o chuveiro, de roupa e tudo.
O choque da água gelada em minha cabeça quente me causou uma dor aguda e latejante na cabeça, o que me fez fazer uma careta e me deu vontade de sair dali. Mas eu não saí. Preciso afastar esses pensamentos.
Respirei fundo e fui tirando minha roupa aos poucos. Limpando cada articulação para que não fique uma gota de suor.
Minha cabeça ainda está latejando, o que me fez pensar mais na dor do que na Sakura. Droga, pensei nela de novo!
Joguei água na cara e esfreguei o corpo e os cabelos. Preciso de um shampoo novo, esse tá acabando.
Ela estava muito bonita naquela roupa esportiva, ela tem bom gosto para roupa. Não esperava menos, aliás.
Ela dança bem também, sua voz não é nada mal. Mesmo que o especialista em música seja o meu irmão, não eu… na verdade, a voz dela é bonita até quando ela está simplesmente falando.
Ela… mas que merda, Sasuke! Presta atenção no banho!
Lavei minhas partes íntimas o mais rápido e o melhor que pude, não quero que minha mente me pregue mais peças. Finalizei o banho e me enrolei na toalha que estava ali.
Peguei as roupas molhadas e coloquei em um cesto que havia no banheiro. Fui para o quarto enquanto me secava e me joguei na cama.
Eu preciso me acalmar. Eu preciso me acalmar.
E de novo eu acordando com ela em meus braços hoje de manhã retorna a minha mente. E de novo e de novo. Eu beijei a testa dela…
Era só o que me faltava! Eu quero beijar a testa dela de novo!
— Inferno! — gritei.
Mas que saco! Eu só queria não pensar nela por um segundo, será que dá pra colaborar, cérebro?
Ela, ela, ela, ela… chega dela!
Respirei fundo umas cinco vezes. Talvez eu precise me acalmar e isso vai passar.
Eu já vi isso em filmes, ela é só uma garota bonita que mexe comigo porque eu sou inexperiente. Isso. Apenas uma garota bonita que mexe com meus hormônios. Apenas uma garota bonita.
Me arrumei colocando uma bermuda preta e uma camisa branca, está um dia quente.
Em meu guarda-roupa havia um perfume que Gaara me deu. Será que eu uso? O cheiro é bom, mas não sei se a Sakura vai gostar…
E isso importa, Sasuke? Usa a droga do perfume sem pensar nela!
Fui em direção a cozinha para pegar mais água e enquanto isso fui secando meus cabelos na toalha. Talvez eu devesse fazer algo mais leve para o almoço, alguma coisa com legumes…
Enquanto eu me distraía na internet procurando alguma receita simples, mas gostosa, eu senti um cheiro doce muito agradável se aproximando. E eu tenho quase certeza de que já cheguei a experimentar isso, seja lá o que for. Quando virei meus olhos em direção ao cheiro, confirmei minha teoria.
Sakura estava com uma blusa leve e sem alças, branca e com várias bananas desenhadas — com e sem casca, tinha algumas até descascadas pela metade —, estava sem sutiã e um shortinho que combinava com sua blusa. Os cabelos molhados na toalha branca, a qual ela usava para fazer pressão e secar suas madeixas. Ela olhou para mim, sorriu e se aproximou, e o cheiro ficou mais intenso.
É o mesmo cheiro que me fez fazer o estrago que eu fiz em seu pescoço ontem a noite. Que por sinal, parece um pouco menos pior do que eu me lembro.
Céus, ela está muito sexy.
— Que cheiro bom — ela se aproximou mais e percebi que se referia ao meu perfume.
— Digo o mesmo.
— O que está fazendo? — Sakura encostou suas mãos em meus ombros e apoiou a cabeça no mesmo. — Receitas leves? Vai cozinhar hoje?
— Se você me permitir usar a sua cozinha.
— Ela é toda sua, chef — riu — Vai precisar da minha ajuda?
— Ajuda sempre é bem-vinda — me virei para ela.
— O que foi?
— Nada — sorri.
— Você está sorrindo igual bobo. Aconteceu alguma coisa?
Ah, Sakura, se você soubesse…
Eu sei aonde isso vai me levar, ou melhor, aonde está me levando.
Talvez eu caia em um buraco sem fim e me arrependa amargamente por essa decisão que estou prestes a cometer. Acontece que eu estou muito emocionado por causa dela.
Meu coração não volta às batidas normais desde que terminamos aquela dança nessa cozinha. Talvez eu esteja infartando.
Minhas mãos seguravam sua cintura e eu nem sei quando elas foram parar ali, mas Sakura não me afastou. Olhei em seus olhos e fiz uma pergunta que vai me levar a um caminho sem volta, mas eu preciso confirmar se isso que estou sentindo é realmente o que eu acho que é.
— Eu posso te beijar?
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