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História O Destino do Áries - O Receio do Grande Mestre


Escrita por: Marte_Anticrist

Notas do Autor


"Olhando além das cinzas de pontes resplandecendo atrás de nós
Um relance do quão verde era do outro lado
Passos rumo ao progresso são tomados, mas em seguida regredimos de novamente
Arrastados pela força de alguma maré interior
Em grande altitude com a bandeira desfraldada
Alcançamos às rarefeitas alturas daquele mundo tão sonhado

Sobrecarregados para sempre por desejo e ambição
Há uma fome ainda não saciada
Nossos olhos cansados ainda se perdem pelo horizonte
Embora passemos por esta estrada tantas vezes

A grama era mais verde
A luz era mais brilhante
O sabor era mais doce
As noites maravilhosas
Rodeado pelos amigos
A brilhante névoa do amanhecer
A água correndo
O rio sem fim
Para sempre e sempre" - Pink Floyd, "High Hopes" (Grandes Esperanças).

Capítulo 1 - O Receio do Grande Mestre


Fanfic / Fanfiction O Destino do Áries - O Receio do Grande Mestre

Santuário, 1973: 


Os sons dos punhos trocados entre dois rapazes eram ouvidos por toda arena que era iluminada pela luz do sol no entardecer. As cores do local eram de tons avermelhados do carmesim ao da cor das labaredas devido ao pôr-do-sol. O cheiro da primavera estava no ar e o aroma das rosas pairava por todo o Santuário. O vento doce e refrescante trêmula as vestes do Pontífice do Santuário.  

O Grande Mestre se mantinha de pé em uma das escadas da arena, enquanto observava dois rapazes de sete anos trocando socos entre si: um rapaz magro, de cabelos levemente rosados, branco, e com olhos azuis; e o outro com cabelos da cor do mel, pele parda e olhos verdes. Eles estavam focados no combate e tinham muito potencial, segundo a análise do Mestre do Santuário.

A criança de cabelos rosados deu um soco rápido no estômago do rapaz de cabelos da cor do mel, que se contorceu de dor.

— Aioria, não se esqueça de manter o foco! — um rapaz rígido, de cabelos castanhos com uma fita vermelha na testa, olhos castanho-esverdeados e pele levemente parda, berrou para a criança que parecia sentir muita dor.

— Desculpe... Se quiser pode me bater também. — a criança de cabelos rosados ergueu os braços, pedindo para que o rapaz se vingasse.

— Mu, isso não é uma atitude adequada. — a voz do Grande Mestre cortou pela arena.

A criança fitou o pontífice, de pé e com suas roupas tradicionais e com o elmo que servia como máscara, ocultando parte do rosto.

— Desculpe, Mestre...! — a criança tentou dizer, quando foi atingida por dois socos de força moderada do oponente.

— Haha! Peguei você, Mu! — Aioria murmurou, rindo.

Mu se levantou com os braços em posição de luta.

— Foi sorte! — a criança sorriu correndo até ele. — Se prepare!

"Esses dois lutando...", O Grande Mestre olhava para os rapazes treinando com admiração e nostalgias. "Esses rapazes me fazem lembrar de tempos distantes..." Ele lembrou-se dos velhos tempos, em que lutava lado a lado com seu melhor amigo, Dohko de Libra, "... Oh, Dohko, o Santuário segue tão cheio de vida.", Ele ainda pensava, tendo certos devaneios.

Enquanto os garotos treinavam, o rapaz de cabelos castanhos veio andando lentamente até o Grande Mestre:

— Rá... Treinando até o fim da tarde numa arena vazia. — ele dizia, sorrindo. — Fico impressionado com o talento de seu pupilo, Grande Mestre Shion.

O Mestre virou o rosto lentamente para o rapaz.

— Há muitas pessoas de dia aqui na arena e o final da tarde é mais tranquilo para treinos, Aioros de Sagitário. — o Mestre justificava, num tom doce. — Além disso, Mu não está acostumado com o horário da Grécia... Ele viajou de Jamiel até aqui e ainda se mantém confuso. — o Mestre deu um leve riso.

— Nesse tempo que está aqui, Aioria e Mu conseguiram desenvolver uma bela amizade. — Aioros sorriu, vendo os dois trocarem socos, como amigos, como se conhecessem há muito tempo. — Afinal, por que o trouxe para cá? Quer que ele treine conosco aqui no Santuário?

— Não... Mu foi meu pupilo desde muito cedo e lhe ensinei praticamente tudo o que sei. Ele, no Tibete, conseguiu treinar e aprender muito. — o Grande Mestre respondeu. — Mas não o trouxe aqui para o Santuário com o intuito de fazê-lo um Cavaleiro...

— O quê? — Aioros pareceu contrariar o Mestre. — Um garoto como Mu poderia ser grandioso! Treino Aioria para que ele possa ser um Cavaleiro dourado e suceda nosso pai na armadura e chefiando a casa de Leão, mas o senhor, Grande Mestre, não treinou Mu para ser um Santo de Ouro?!

Os sons dos garotos duelando em baixo era ouvido. O Mestre fez silêncio, brevemente.

— Aioros, Mu tem um grandioso potencial para ser um Cavaleiro de Ouro, porém temo que o seu destino ele não consiga suportar. — respondeu.

— Mas por quê?

— Se Mu fosse escolhido para ser um Cavaleiro de Prata, certamente herdaria a armadura de Altar, a mesma armadura de meu Mestre, Hakurei, irmão maior do Grande Mestre Sage, meu antecessor. — o Grande Mestre respondia. — Por outro lado, vejo que ele não está destinado à uma armadura prateada... Se ele fosse um Cavaleiro de Ouro, seria o Cavaleiro da primeira Casa Zodiacal, a de Áries.

Aioros ficou surpreso.

— Isso seria bom, afinal a Casa de Áries está vazia desde tempos remotos. — ele contrapôs.— Mu seria um Cavaleiro interessante...

— A Casa de Áries não está vazia, pois meu cosmo a está protegendo, assim como o Santuário, desde os tempos antigos. — o Mestre respondeu.

Aquelas palavras fizeram o Cavaleiro de Ouro de Sagitário pensar.

— Então o senhor era o Cavaleiro de Áries não é?

O Mestre fez que sim.

— Ser o Cavaleiro da primeira Casa Zodiacal requer uma prova incontestável de que a pessoa estava destinada a tal. — respondeu. — Além disso, Aioros, os Cavaleiros Dourados Arianos mantém um destino pesado... Gostaria de ter a plena certeza se Mu está totalmente disposto.

As palavras do Mestre levantaram perguntas na cabeça de Aioros.

— Aioria também gostaria de ser um Cavaleiro de Ouro. Lhe disse que nosso pai era o Cavaleiro de Leão e ele gostaria de ser como nosso pai. — o rapaz comentou, olhando para o irmão, treinando contra o amigo.

O Mestre sorriu, olhando para baixo.

— É natural uma criança se espelhar naquele mais velho que a conduz. — o Grande Mestre dizia, tendo nostalgias. — Espero que Aioria consiga realizar tal sonho e, do jeito que é, se tornará um dos Cavaleiros de Ouro mais poderosos de nosso tempo. No entanto, Mu ainda me faz pensar em muitas coisas. Pela primeira vez pude entender meu Mestre...— agora olhava para os garotos. — Além disso, tenho uma certa suspeita de que meus dias estão contados, por isso trouxe Mu aqui.

"Dias contados?", Aioros pensou, intrigado.

— Mestre... — ele tentou dizer, mas foi interrompido.

— Aioros, você é um garoto especial e fiel a deusa Atena, que acaba de reencarnar. Gostaria muito que meu sucessor fosse um homem como você. — o Grande Mestre disse, sorrindo.— Os tempos irão mudar agora que a deusa veio à terra e tais fatos me fazem hesitar diante da hipótese de minha morte e de Mu assumir como meu sucessor em Áries.

— Mestre... Acha que vai morrer? — Aioros perguntou, preocupado. — Logo que a Guerra Santa poderá começar?

— Isso é algo que tenho que averiguar. — o Mestre respondeu. — Terei que ler as estrelas em Star Hill e lá terei respostas. Estou contando isso a você, pois é o homem mais fiel à deusa Atena e, consequentemente, a mim. Além disso, você poderia ceder um espaço a Mu em sua casa esta noite?

Aioros fez que sim, olhando para os rapazes treinando.

— Será um prazer, Mestre.

✴✴✴

O vento sussurrava e a brisa era refrescante. O céu estava límpido, como de costume, e a visão das estrelas e diversas constelações era bem privilegiada.

O Grande Mestre se mantinha em profundo silêncio, enquanto observava às estrelas, como inúmeros pontos brilhantes no céu. Lá, ele pôde contemplar a constelação de Peixes, ao lado a constelação de Pégaso e Andrômeda. Um pouco mais próximo ao horizonte, ele pôde contemplar sua constelação protetora: Áries, o Carneiro.Olhar para sua constelação lhe trouxe memórias felizes: de quando ele lutava junto aos seus companheiros na Guerra Santa e de todos aqueles sorrisos e cores que passaram em sua vida.

"A mensagem já foi decifrada.", O Mestre pensou, tranquilo. 

— Não é mesmo, Saga? — o Grande Mestre virou para trás e pôde contemplar o rapaz de cabelos brancos, despenteados, olhos vermelhos com um olhar demoníaco e um sorrisinho malicioso, no rosto.



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