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História O Dragão Vermelho e Dourado. - Amor


Escrita por: _Moondancer_

Notas do Autor


Sinto muitíssimo pela demora!

Olhem as notas finais, please…

Capítulo 10 - Amor


Fanfic / Fanfiction O Dragão Vermelho e Dourado. - Amor

Amor

 

A gestação inicial de Rhaenyra foi tranquila, sem mal estar e sem enjoos, por outro lado, ela começou a ficar mal humorada e às vezes emotiva. Curiosamente, Aegon, o marido dela, se mostrou paciente e compreensível em todos os momentos.

 

A compulsão de Rhaenyra por doces foi atenuada, assim como o vício exacerbado que Aegon tinha pelo vinho. Foi um acordo entre o casal, cada um deles queria que o outro melhorasse nesse aspecto. 

 

Eles queriam apreciar as boas coisas da vida sem exageros, sem que fosse um meio para curar um trauma.

 

Até porque não é assim que se curam traumas. 

 

Algumas feridas cicatrizaram, outras só com o tempo, mas ambos estavam fazendo isso juntos, se apoiando. 

 

Começaram a dividir o quarto, a passar mais tempo um com o outro, a compartilhar pensamentos em conversas, como também aproveitar o silêncio.

 

Estava tudo indo bem, na santa paz, exceto pelas constantes reclamações do príncipe sobre o clima frio e hostil de Pedra do Dragão, mas para isso foram encontradas outras soluções. 

 

Os dias e as noites se tornaram mais agradáveis para ambos quando o casal compartilhava do momento mais íntimo que um homem e uma mulher poderiam compartilhar. 

 

O contato com a pele, gestos, carícias, sentimentos aflorados, o cuidado, talvez isso já resolvesse metade dos problemas deles. 

 

Mas se não resolvesse, já seria uma ótima forma de começar a manhã. 

 

E sim, era mais uma das manhãs daquela. 

 

Eles estavam na cama. Aegon estava deitado, com Rhaenyra por cima dele, subindo e descendo num ritmo constante. Ele estava com as mãos na cintura dela segurando firme e controlando o movimento, para que ela não acelerasse tanto, o príncipe queria prolongar o ato, mas aquela posição causava um súbito ardente nele.

 

Ele empurrava os quadris e ela sentava com maestria, no começo lento, sentido cada centímetro dele, até ela poder abrigá-lo todo dentro de si. 

 

Rhaenyra estava de olhos fechados apenas apreciando as sensações, já Aegon estava atento a cada detalhe no rosto dela.

 

Ela pôs as mãos no peitoral dele para se apoiar, afundando as unhas afiadas até tirar sangue. Aquilo doeu, mas ele não se importou. O rapaz já havia notado que ela gostava desse jeito, intenso, feroz e agressivo.

 

“Ah… Aegon…” Rhaenyra geme excitada. 

 

“Isso… clama por mim…” Diz ele entre suspiros, dando uma palmada estridente na bunda dela. Como punição, Rhaenyra faz uma espécie de contração vaginal, fazendo Aegon estremecer abaixo de si. “Ah… porra, não faz isso…” O coitado só faltava chorar quando ela usava essa técnica, mas no fundo, ele adorava. 

 

A princesa arfou com a pressão dentro dela. Ela estava chegando, não aguentaria muito tempo por estar sensível devido a gravidez. 

 

Mas obviamente todo esse tesão que ela sentia, também era por causa dele. 

 

Era duro admitir, mas ela gostava do marido, gostava do jeito dele, das provocações. Rhaenyra poderia se aprofundar nos vários motivos para odiá-lo, mas ela não viveria uma vida de restrições e arrependimentos.

 

Subitamente, o príncipe num movimento rápido se ergue colando seu corpo no dela. As mãos dele vão para o cabelo de sua esposa e ele também entra num ritmo pulsante.

 

Rhaenyra aproveita a aproximação e morde o ombro dele, marcando ele, tornando ele seu, dessa vez Aegon solta um grunhido sôfrego, sua esposa era louca e selvagem.

 

A princesa sente o gosto de ferro e suor em sua boca, ela quer que seu marido sinta também e o beija profundamente. 

 

Ela praticamente devora os lábios dele, isso era o resultado de meses contendo o desejo.

 

Molhado, sedento e necessitado, assim era o beijo do casal, desesperados em apreciar o sabor um do outro.

 

Aegon a abraça, aproximando ainda mais os corpos, se é que isso era possível, e finalmente, ambos chegam a um clímax irresistível. 

 

Rhaenyra estava com lágrimas em seus olhos, toda suada, sorridente e satisfeita. Aquela visão era a coisa mais linda que Aegon já tinha visto, ela parecia uma deusa do amor… e a forma como ela gemia? 

 

Ele percebeu que os gemidos dela eram o seu novo som favorito. 

 

Rhaenyra dá um selinho nele. “Você é tão…” Ela não termina a frase e prefere não dizer, mas seus pensamentos vão longe nas qualidades.

 

Grande, grosso, gostoso…

 

Ele era tudo isso sim e era tudo dela. 

 

O coração de Aegon estava acelerado, sua respiração falha e seu rosto vermelho como um tomate. “Eu sou o quê?” Pergunta ele envaidecido, depois de conseguir puxar ar para os seus pulmões.

 

Irresistível, pensou ela.

 

Mas “Agradável…” foi a palavra que ele ouviu, e ela não falaria mais nada, ainda estava sem respirar.

 

“Você é uma mulherzinha cruel...” Ele ri, já havia se acostumado com o jeito dela.

 

-X- 

 

Rhaenyra estava se lavando na banheira enquanto Aegon já tinha tomado banho, ele estava vestindo uma roupa de montaria, provavelmente iria voar mais tarde.

 

“O que quer fazer hoje?” Ele pergunta interessado. “Deveríamos escolher um ovo de dragão para o nosso filho. O dragão dele deve ser tão bonito quanto sunfyre…”

 

“Sim…” Ela responde serena, ainda cansada do que acabaram de fazer. 

 

Escolher o ovo de dragão para um Targaryen era uma tradição valiriana, somente o pai ou a mãe, ou até mesmo um irmão poderia escolher. Era um gesto importante e significativo. Curiosamente, seu pai Viserys escolheu o ovo de Jace, Laenor escolheu o do Luke, e este escolheu o de Joffrey. O único que ela havia escolhido de fato foi o de seu irmão Aegon.

 

“Sabia que fui eu quem escolheu o seu ovo de dragão, marido.” Na verdade foi para o seu irmão Baelon, que durou apenas um dia, mas Aegon veio logo a seguir.

 

Rhaenyra havia escolhido o ovo Sunfyre, da ninhada de Dreamfyre, ela o achou formidável quando o viu pela primeira vez. E pensar que em seu sonho ou pesadelo, aquele dragão a mataria, jorrando chamas flamejantes.

 

“Verdade?” Ela apenas acena, afirmando. “Então obrigado…”

 

“Obrigado? Só isso? Deveria me agradecer de joelhos.” SunFyre era o dragão mais lindo que ela já tinha visto, mais até do que Syrax.

 

“Bem… se quiser, eu posso agradecer agora, do jeito que você gosta.” Diz ele se aproximando da banheira com um sorriso malicioso no rosto. 

 

Ela ri da sugestão dele, e para provocá-lo, ela coloca cada uma das pernas nas bordas da banheira, se mostrando para ele.

 

Pena que ele não viu nada, pois a água estava turva pelos sais e essências. 

 

“Rhaenyra, Rhaenyra…” Ele sussurra e a princesa gosta do jeito envolvente que ele pronuncia seu nome. Eles se beijam, e Aegon coloca a mão no pescoço dela, de forma delicada, deslizando o polegar pela pele macia. “Rhaenyra…” ele suspira o nome dela mais uma vez. 

 

Os dois estavam prestes a se beijar quando são despertados do transe com um bater na porta. Alíria entra no quarto, trazendo uma carta em suas mãos.

 

“Perdão, princesa, mas é de extrema urgência. Chegou agora pouco um corvo de Porto Real.”

 

A princesa estremeceu, estariam anunciando a morte de Viserys? Ela sai rapidamente da banheira com a ajuda da serva e veste um robe. 

 

Ela com as mãos trêmulas pega a carta, e começa a ler, Aegon apenas a observa. Rhaenyra muda as expressões rapidamente, de aliviada para desgostosa, e por fim irritada.

 

“O que a carta diz?” Perguntou o príncipe.

 

“Nosso pai melhorou.” Ela joga a carta na mesa. “Está exigindo a presença do Herdeiro do trono de ferro. O rei passará a coroa numa cerimônia daqui a alguns dias.” Ela profere cada palavra sem resplandecer nenhuma emoção. “Você deve estar pronto…”

 

“Por que acha que é comigo?” 

 

Ela tentou se manter calma, mas a pergunta dele foi a faísca para ela se irritar. 

 

“Sua mãe e seu avô armaram um complô para me usurpar e você acha que não é com você?” Aegon devia ter desconfiado, ela estava calma demais. “Não seja cínico!” 

 

Às vezes, era difícil lidar com Rhaenyra, ainda mais quando ela tinha essas rompantes. 

 

“Daqui a pouco até Pedra do dragão vão tirar de mim, talvez eu deva ir embora de Westeros de uma vez, como Saera fez.” 

 

A princesa normalmente não era assim, mas a gravidez fazia isso, ela se sentia vulnerável, ameaçada e traída. 

 

Rhaenyra não suportava traições.

 

Ela sempre fazia esse drama na maioria das vezes, o príncipe sabia disso, mas ainda sim, só a menção da Rhaenyra longe dele, lhe causava uma angústia sem fim. 

 

A mulher procurou se acalmar, inspirando e respirando profundamente. 

 

Passado uns minutos, ela senta na cama e Aegon ao lado dela. “Se sente melhor?” 

 

 “Sim… eu só estou cansada de tudo isso.” Ela suspira frustrada. “O fardo é pesado.”

 

“Divida este fardo comigo então. Eu sou o seu marido, você pode confiar em mim.” Para afirmar suas alegações, ele segura a mão dela e deposita um beijo.

 

“Acredite em mim, eu estou tentando, Aegon.”

 

Eles ficam em silêncio por um tempo, e o príncipe passa a mão na barriga dela. “Vamos para Porto Real?”

 

“Sim.” Ela decide dar um voto de confiança nele. 

 

-X-

 

Ao chegarem na Fortaleza Vermelha, eles foram recebidos por uma calorosa comitiva no Castelo. Alicent, Otto e alguns membros da Corte estavam lá. 

 

O guarda real, Sor Criston Cole, anunciou Aegon como herdeiro do trono de ferro e a presença dele foi requisitada pelo rei Viserys imediatamente, parece que o monarca havia melhorado.

 

Rhaenyra se despede do marido e, conformada com a sua nova posição de consorte, vai para os seus aposentos descansar. 

 

-X-

 

Meinstre Gerardys esteve com o rei todo esse tempo, cuidando da saúde dele. O melhor caminho para a recuperação de Viserys foi evitar o consumo excessivo de leite de papoula e optar por medicamentos mais naturais. 

 

No quarto do monarca, havia um incenso para amenizar o odor desagradavel. Aegon não sabia como Viserys ainda não havia morrido. Seu pai parecia um cadáver ambulante.

 

Alguns criados limpavam algumas feridas em estados deploráveis. Que doença era aquela? Como um monarca havia chegado naquele ponto? 

 

Dizem que quando um dragão morre primeiro que o seu montador, este não teria uma vida longa e sua saúde ficaria fragilizada. 

 

E foi o que aconteceu com Viserys quando Balerion morreu. 

 

O rapaz anda pelos aposentos reais, e para bem à frente de seu pai, chamando a atenção dele.

 

“Aegon….” Pronuncia o rei ainda fragilizado. O príncipe realmente ficou surpreso por Viserys ter o reconhecido, visto que ele tinha uma péssima memória.

 

“Eu estou aqui, pai.” Pronunciar aquela palavra era tão estranho.

 

“Você está diferente. Espero que esses meses em Pedra do Dragão tenham lhe feito refletir.” 

 

“Bem… eu mais do que refleti.” O príncipe pensa nos momentos que teve com Rhaenyra, os bons e ruins.

 

“Meu filho, eu não sei o que se passa pela sua cabeça, mas amanhã haverá uma coroação.” Viserys apesar de transparecer dor e desconforto, ele parecia desconfiado. 

 

“Sim… da Rhaenyra.”

 

O monarca fica confuso com a resposta do príncipe. “Você a apoia?” Questiona o rei surpreso. “Mesmo sendo nomeado pelo Conselho?”

 

“É claro que sim. Você teve vinte anos para me nomear, e isso não aconteceu. Eu respeito a linha sucessória legítima e não serei uma objeção.” Aegon é firme e categórico em cada palavra.

 

Viserys fica em silêncio por um tempo, ele não sabe como reagir, mas no fim sorri satisfeito.. 

 

“Aegon, você ama sua irmã?” Inquire o rei e isso surpreende o rapaz. 

 

Era claro e evidente que o príncipe sempre a desejou, nunca foi um segredo para ninguém. Desde adolescente, ele teve a síndrome da paixonite aguda pela irmã, mas amar? Ele não havia pensado nisso ainda. Seu pai tinha o dom de trazer situações e pensamentos desconfortáveis. 

 

“Eu fui tão indiferente todos esses anos, você é meu filho, seria um bom líder…” Viserys se lamenta. 

 

“Rhaenyra será melhor.” 

 

“Ah sim, certamente que sim.” O rei concorda alegremente, seu desejo foi realizado. “Ela precisa de você, ela tem uma grande responsabilidade nas mãos.” O Monarca não se referia apenas ao reino, mas também à profecia do Conquistador e que de certa forma, lhe trazia emoção.


 

-X- 

 

Assim que Aegon saiu da câmara do rei, Viserys ordenou a prisão de todos os membros do Conselho Verde, incluindo Sor Criston, eles passaram semanas nas masmorras e depois foram mandados ao Norte para vestir o Preto e servirem na Patrulha da Noite.

 

Otto Hightower foi ordenado a permanecer o resto de seus dias em Vila Velha em constante vigilância, sob o pedido de Alicent, mas qualquer suspeita de traição, ele seria decapitado. 

 

Todo o Conselho Verde foi destituído com o aval de Aegon e Alicent, a rainha parecia conformada.

 

Pobre daquele, nativo ou estrangeiro, plebeu ou nobre, que se pusesse contra a reivindicação legítima de Rhaenyra Targaryen. Eles pagariam com a vida, sendo incinerados pelas chamas do Dragão.

 

-X-

 

No dia centésimo oitavo primeiro ano depois da Conquista, o salão estava deslumbrante na coroação da nova rainha Dragão. Havia tochas iluminando o saguão prenunciado o anoitecer; um tapete vermelho foi estendido da entrada do salão até o trono de ferro. 

 

Haviam vários estandartes da casa Targaryen e as casas mais importantes de Westeros estavam presentes. 

 

Rhaenyra ainda não havia chegado, mas todos a aguardavam ansiosamente, principalmente o marido dela, que de minuto em minuto olhava para a entrada.

 

Ele ansiava por esse momento, o peso em suas costas sumiria, e qualquer desconfiança de usurpação, mesmo que mínima, desaparecesse.

 

Aegon estava tão pensativo que não se deu conta quando Cogumelo apareceu atrás dele sorrateiramente. O anão sob forte influência da estupidez, deu um tapa na bunda do jovem príncipe, fazendo ele dar um sobressalto pelo susto. 

 

“Desculpa, meu príncipe. Eu te confundi com a rainha, sua esposa.” Debochou o Bobo da Corte com um sorriso malicioso no rosto.

 

A possibilidade de Cogumelo fazer isso com Rhaenyra irritou o príncipe ainda mais, que não contendo a ira, puxou o anão por de trás da camisa, o erguendo no ar. “Você perdeu a porra do juízo, anão desgraçado?” Exclamou ele raivoso. 

 

“É melhor você não tentar nada, a rainha Rhaenyra tem muito apreço pela minha pessoa.” Cogumelo argumentou desesperado, balançando as perninhas, querendo se soltar. As pessoas no salão se entreolham assustadas, mas não interferiram. 

 

“Ela terá mais apreço quando eu te servir de bandeja para Syrax… eu juro pelos deuses que se você fizer algo desse tipo com a Rhaenyra, você vai virar comida de dragão.” O príncipe afirma como se fosse um destino inevitável, alguém tinha que virar.

 

“Que palavras amáveis, irmão…” Disse um rapaz logo atrás do príncipe, Aegon, obviamente, não reconheceu a voz e nem o rapaz, mas ele não era estranho. O garoto parecia uma cópia dele, só que mais novo. 

 

Poderia ser algum de seus bastardos, mas o desconhecido o chamou de irmão. “Quem é você?” Questionou Aegon com arrogância.

 

“Não está me reconhecendo?” O menino estranho pergunta. “Sou eu! Daeron!”

 

A cabeça de Aegon colapsou, já fazia tantos anos. “Oh.. então você realmente existe, pensei que fosse um mero delírio da nossa família.”

 

“É claro que eu existo.” Afirmou Daeron levemente ofendido. “A propósito quem é ele?” Perguntou o príncipe mais novo se referindo a Cogumelo. 

 

“Eu sou o conselheiro sexual da rainha e do príncipe Aegon.” Declarou Cogumelo com naturalidade. 

 

“Cala a boca, você é uma péssima influência para gente, isso sim.” Aegon solta o bobo da Corte, deixando ele cair de cara no chão. “Vem Daeron, deixa eu te apresentar para o resto da família.”

 

Aegon levou Daeron até onde estavam conversando os filhos de Rhaenyra e as filhas de Daemon.

 

Aemond e Baela também estavam aqui.

 

Primos e primas pareciam entretidos em suas conversas, mas se surpreenderam quando viram Daeron. Era incrível como todos da família esqueceram da existência do filho mais novo de Viserys.

 

Se Aegon, o primogênito, e Aemond, o filho exemplar, não tinham a menor atenção do rei, imagine o filho caçula que parecia mais um Hightower do que um Targaryen.

 

Dado momento da conversa, o grupo de jovens focaram na história do casal problemático Aemond e Baela. 

 

O fato de Aemond estar vivo era mesmo um milagre. 

 

Parece que Daemon havia achado o casal fujão a leste da região das Cidades Livres onde encontra-se o vasto Mar Dothraki. Eles foram pegos no flagra, bem na hora em que o caolho ajudava Baela a tirar o justilho.

 

Daemon, furioso, arrastou Aemond para o covil de Caraxes, o levando para morte. Daemon se sentiu traído pela sua filha e principalmente pelo rapaz, cujo ele o criou e o tratou como filho, mas com essa traição, Aemond pagaria com a vida por ter desonrado Baela.

 

Foi apenas graças à intercessão chorosa da menina que ele foi poupado.

 

Era muito inesperado que Baela e Aemond tivessem se casado. No começo, os jovens se odiavam, ela vivia brigando com Aemond no pátio de treinamento quando ele era  escudeiro, mas depois ela passara a fazer brincadeiras de beijos com o príncipe, e no decorrer do tempo, eles descobriram que tinham muita coisa em comum. Ambos gostavam de passear com seus dragões, falcoar e lutar com espadas.

 

Baela estava ao lado do marido, orgulhosa, falando a todos como foi lindo seu casamento. “Você tinha que estar lá, Rhaena, um casamento valiriano é algo indescritível.. Você e o Luke deviam tentar.”

 

Lucerys fez uma careta amedrontado.. “Pelos deuses, não… Só de pensar que teremos que cortar nossos lábios e mãos... deve ser bonito, mas mutilações não fazem o meu estilo..” Afirmou o montador de Arrax.

 

Aegon soltou uma risada sincera. “Como não? És um mutilador nato… Sabe manusear uma faca como ninguém…”

 

A fala do príncipe consorte causou um clima tenso no recinto, deixando Aemond e Luke desconfortáveis.

 

Rhaena percebendo isso, voltou a história do casamento. “Fico muito triste por não ter presenciado a cerimônia, irmã, não entendo porque se casaram tão rápido assim…”

 

Dessa vez, Aemond se pronuncia. “Eu e Baela… tínhamos urgência.” Afirma o caolho colocando a mão sobre a barriga da esposa e logo depois a beija no rosto. Todos ali entenderam na hora o motivo do casamento repentino, a garota fujona estava grávida. 

 

“Soube que você e Jace também se casaram, minha irmã.” Daeron inquiriu a Helaena.

 

“Ah sim, foi em Pedra do Dragão, mas foi sem cortes nos lábios, nos casamos seguindo a tradição dos Setes numa cerimônia acolhedora.” Respondeu Helaena. 

 

“Que maravilha! Confesso que fiquei chateado por não ter recebido nenhum convite.” Revelou Daeron, deixando Jace e Helaena sem graça.

 

“Ah.. foi uma cerimônia muito rápida e particular, nem tivemos tempo de chamar ninguém.” Jace tentou dar qualquer desculpa. 

 

“É mentira, Daeron.. eles não te convidaram porque te esqueceram mesmo.” Afirma Aegon. 

 

Quando Jacaerys ia contradizer seu tio, o salão ficou repentinamente em silêncio chamando a atenção do grupo. O lorde comandante da guarda real anunciou a chegada da rainha mãe Alicent, que pela primeira vez em muitos anos não usava verde, mas sim o vermelho e preto dos Targaryen. 

 

Era algo surpreendente para todos e até mesmo assustador, ela definitivamente tinha aceitado a decisão do marido.  Viserys veio logo atrás dela, o que significava que Rhaenyra estava a caminho.

 

Aegon se distancia de seus irmãos, sobrinhos e primas e sai do saguão indo direito aos aposentos da esposa, ele entra no quarto e vê que Aliria e outras servas ajudavam a futura rainha a se vestir. 

 

Ela usava um belíssimo vestido branco cintilante com detalhes dourados, as mangas longas iam até o pulso, onde tinham laços encruzilhados na cor cobre.

 

Na cintura, se evidenciou o corset bordado com fios de ouro e  bem folgado por ela estar grávida, mas ainda assim bem modelado.

 

Na composição das vestes, também tinha uma espécie de capa longa e dourada presa na parte de trás do vestido; na capa havia bordados estampados com o símbolo da casa Targaryen. O vestido também tinha ombreiras grandes e chamativas dando destaque para o busto.

 

Sobre a cabeça de Rhaenyra havia um diadema de diamantes e seu cabelo estava preso em um coque trançado. 

 

É importante ressaltar que o príncipe Aegon também estava apresentável, ele trajava uma belíssima túnica na cor vermelho vinho, o que evidenciava seu tom de pele, mas nada sobre ele importava, quando Rhaenyra estava diante dele. 

 

O rapaz ficou encarando ela por um longo tempo sem dizer uma palavra. Ele parecia hipnotizado até sua esposa estalar os dedos despertando ele do transe. 

 

“Parece que está sonhando acordado..” Ela diz rindo. “Como eu estou? Pareço uma rainha?”

 

“Não… Parece uma deusa.” Ele declara pausadamente e ela ri novamente. 

 

“Me deixe a sós com o meu marido.” Dito isso, as servas saíram do quarto. Aegon se aproxima de Rhaenyra, e a olha da cabeça aos pés.

 

“Você está tão linda com essa barriga de grávida.” O príncipe confessou e dessa vez ela sorriu ternamente com o elogio, foi o mais carinhoso que ele já fez. “Eu quero te dar um presente.” O rapaz tira uma caixinha vermelha do bolso e abre.

 

Lá havia um anel dourado cravejado com um belíssimo rubi. 

 

Rhaenyra, surpreendida, oferece a mão e Aegon coloca o anel em seu dedo anelar. “É lindo.” Ela diz olhando nos olhos dele.

 

“Linda é você.” Ele diz ainda em suspiros. “Está na hora de você tomar o que é seu por direito. Vamos?” Ele estendeu o braço e ela aceitou de bom grado. Juntos, o casal seguiu rumo ao salão.

 

-X-

 

Naquele mesmo dia, Rhaenyra foi coroada Rainha dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Senhora dos Sete Reinos e Protetora do Reino diante de toda a Corte. 

 

Os lordes de Westeros mais uma vez fizeram o seu juramento e o rei Viserys fez questão de que seus filhos homens, Aegon, Aemond e Daeron também se ajoelhassem e reconhecessem a herdeira legítima perante a todos. 

 

O que eles, prontamente, fizeram de bom grado. Viserys também deu muita ênfase no juramento da casa Hightower e das consequências de uma futura traição. 

 

Rhaenyra recebeu a benção do Grande Meinstre Gerardys, que derramou o óleo sagrado da ampola para ungir a nova rainha em suas mãos, peito e cabeça. 

 

Depois o rei Viserys retirou o diadema de Rhaenyra e colocou sobre a cabeça dela, a coroa de Jaehaerys.

 

“Que você governe com graça e sabedoria, minha filha.” Disse o monarca.

 

A ocasião foi testemunhada não só pelos nobres como também por alguns plebeus que entraram no palácio, a pedido de Rhaenyra. 

 

Os atos de uma coroação também incluem o recebimento de símbolos da monarquia Targaryen, símbolos de legitimidade. 

 

A espada do Conquistador e a adaga da profecia são apresentadas. Normalmente os reis pegam a pesada espada BlackFyre, mas Rhaenyra pegou a adaga feita de osso de dragão e aço valiriano. 

 

Ela lê para si a profecia escrita na lâmina em alto valiriano. 

 

Do meu sangue veio o príncipe que foi prometido.
E dele será a Canção de Gelo e Fogo

 

A rainha dragão sorriu emocionada e prometeu a si mesmo que protegerá a profecia com a vida. Aquilo era a verdadeira razão da existência de uma monarquia Targaryen. 

 

Dragões nos fizeram Reis, mas os Targaryens só estavam vivos por causa dos sonhos. 

 

-X-

 

Alguns dias depois da coroação da rainha Rhaenyra, ela entrou em trabalho de parto.

 

Em seus aposentos, havia várias aias, seu fiel Bobo da Corte, o meinstre Geradys e uma parteira experiente de setenta anos. 

 

No entanto, mesmo ela tendo todo esse suporte, Rhaenyra tinha receio do estado em que se encontrava, era difícil não pensar em sua mãe Aemma e por isso, ela proibiu a entrada de Alicent no quarto. 

 

Ela andava de um lado para outro, gemendo de dor, mas também de raiva. Seu marido deveria estar ali, dando apoio moral a ela. 

 

“Aegon, seu desgraçado… Onde está você?” Ela diz rangendo os dentes.

 

Já fazia uns setes anos que ela não sentia aquilo, as dores do parto. O suor e as lágrimas em seu rosto se misturavam, resplandecendo a aflição da mulher grávida.

 

Aegon, que estava numa caçada, foi convocado imediatamente por sua mãe Alicent, que mesmo não podendo ver o nascimento de seu neto, ainda exigiu que seu filho estivesse no parto da criança.

 

Ele seria um pai presente, diferente de Viserys.

 

Aegon ao entrar no quarto, se impressionou quando viu Rhaenyra naquele estado. O príncipe aparentemente nervoso, se aproximou da esposa, era uma situação totalmente inesperada para ele. “Rhaenyra?” 

 

Ela estava irritada, mas pelo menos ele estava ali. “Por que demorou tanto para vir?”

 

“Eu estava caçando...” Ele tenta se justificar.

 

“Meu príncipe, fique ao lado da rainha.” Aconselhou Aliria e assim ele fez, ajudando Rhaenyra a se ajoelhar próximo da cama.

 

“Você pode fazer massagem nas costas da sua esposa, meu príncipe, para aliviar a dor das contrações.” Sugeriu a parteira. Aegon acha aquilo completamente estranho, ele não sabia que homens poderiam ter alguma função naquele momento. 

 

“Eu acho que não sou apropriado para isso..” Diz ele receoso.
 

“Se você não quiser, eu posso fazer a massagem, príncipe Aegon. Eu tenho muito experiência com isso.” Cogumelo se voluntariou.
 

“É claro que não! Eu mesmo irei fazer isso..” Aegon expulsou Cogumelo do quarto; arregaçou as mangas da camisa e ficou atrás de Rhaenyra, que estava de joelhos perto da cama.

 

Alíria o ensinou como deveria ser feito a massagem; ele iniciou ao longo da coluna vertebral, começando pelos ombros até a lombar, mantendo um movimento rítmico, longo e constante.

 

Em situações de medo e dor, uma grávida tende a enrijecer a musculatura durante o parto.
 

Aegon intensifica a massagem na coluna para neutralizar as contrações. Isso ajudou bastante a rainha que estava tensa, mas ainda assim, ela gemia de dor e isso assustava o príncipe.

 

A parteira toca na barriga de Rhaenyra para ver se o bebe estava na posição correta e percebe algo. “Estranho, essa barriga está muito grande.”

 

“Você não tem ideia do quanto ela tem comido ultimamente.” Comentou o príncipe.

 

“Acho que são dois…” Revela Rhaenyra cheia de lamúria, ela olha suplicante para Aegon e segura a mão dele. “Fique comigo e me dê forças!” 

 

O príncipe ainda estava raciocinando o ‘dois’, ele não poderia ser pai de gêmeos, poderia?!

 

“Você tem certeza que quer a minha presença aqui? Acho melhor eu ir…” O príncipe estava nervoso e amedrontado, ele não sabia se estava pronto para vivenciar aquilo. 

 

“Não! Você vai ficar e dar suporte a sua esposa.” A parteira, que era uma senhora idosa, impôs de maneira incisiva. “Vamos, rapaz... na hora de fazer é bom, mas agora é a hora de assumir as responsabilidades.”

 

Rhaenyra, num estado deplorável, puxa Aegon pelo colarinho. “Você vai ficar aqui e me apoiar, isso tudo é culpa sua.... você fez isso comigo.” Ela ordenou irritada.

 

Ele não respondeu, apenas balançou a cabeça e ficou do lado dela o tempo todo. 

 

Rhaenyra foi posta na cama, o bebê já estava vindo. Dentre todos os partos dela, aquele foi o mais difícil, ela apertava a mão do marido com tanta força, que parecia que iria esmagar a qualquer momento.

 

Ela era forte, mas numa situação como aquela, não tinha como não ser. O parto é o campo de batalha da mulher. A rainha queria estar pronta para mais uma batalha, mas cada parto era diferente, cada gestação era única e especial. 

 

Ela começa a sentir a dilatação e as contrações piorarem. Dores insuportáveis. 

 

A parteira olhou por debaixo do vestido da rainha e viu a cabeça do bebê. “Vamos, vossa graça, mais um pouco.” Então Rhaenyra faz força, pressionando a mandíbula.

 

A cada parto ela renascia junto, se transformava, ela aprendeu a respeitar o fluxo, a confiar no divino e no sagrado feminino. 

 

Aquela gravidez era um milagre. Ela já tinha trinta e dois anos, e normalmente as mulheres costumavam ter filhos mais jovens. Todavia, o que era mais surpreendente ali era o fato dela estar parindo o filho de seu irmão insuportável.

 

E logo na primeira vez deles ainda..

 

Faltava pouco, novamente ela faz força, empurrando a criança, várias e várias vezes até o recém-nascido sair completamente. 

 

Um choro é ouvido e a parteira tem em seus braços um bebê todo ensanguentado. Uma menina nasceu, Visenya Targaryen.

 

A rainha dragão se encheu de felicidade e sorriu emocionada. Alíria pega a garotinha para entregar aos braços de Rhaenyra, mas ela prefere que Aegon segurasse a Visenya primeiro. 

 

O príncipe fica sem reação, todo bobo; ele nunca pensou que pudesse fazer algo tão perfeito assim. 

 

Todos estavam alegres até a atenção ser novamente voltada para a rainha, que ainda estava com uma dor intensa. 

 

Como ela previu, Rhaenyra estava grávida de duas crianças. Ela fechou os olhos novamente, mergulhando em seu processo de dar à luz, felizmente dessa vez foi mais rápido e fácil. 

 

Outro bebê veio, um menino, e seu nome seria Maelor Targaryen. A parteira entregou o garotinho nos braços da mãe.

 

“Eles estão bem? São saudáveis?” Rhaenyra pergunta enquanto Aegon segurava Visenya, completamente fascinado com seus filhos.

 

“Como um touro, vossa graça.” Afirma Alíria.

 

Depois que a felicidade e a calmaria finalmente predominaram no quarto, foi permitida a entrada de Alicent, dos garotos Velaryons e até mesmo de Cogumelo, que veio correndo para ver os bebês.

 

“Deixe-me vê-los.” Pede o bobo da corte se aproximando de Aegon e Rhaenyra. “Oh… olhe só.. Os dois são a cara da mãe…” Uma grande mentira, pois ambos os bebês eram a cópia do pai “Ainda bem né, os deuses tiveram misericórdia.” Brinca o anão, fazendo Aegon revirar os olhos.

 

A rainha Verde receosa se aproxima das crianças e verifica a cor de cabelo dos gêmeos.

 

Brancos,

Platinados,

Como 

Valirianos tradicionais.

 

Rhaenyra percebe e se irrita, mas ela está fraca demais para fazer qualquer reclamação.

 

Alicent orgulhosa beija seu filho no rosto, e o príncipe entrega Visenya no colo da avó. “Que benção, Aegon.” Ela estava plenamente feliz. “Muito bem, meu filho, você acertou dessa vez.”

 

Sim, certamente foi a melhor coisa que ele já fez em sua vida.

 

-X-

 

Semanas depois, os bebês continuavam bem e saudáveis. Alicent não saiu de perto da Rhaenyra em nenhum instante, a presença dela era um pouco ruim, mas às vezes podia ser sufocante. 

 

Rhaenyra estava amamentando a pequena Visenya enquanto Alicent colocava Maelor para dormir. A rainha Verde fazia questão disso, ao invés de deixar as aias trabalharem. 

 

Aegon também estava presente no quarto,  sentado na cama ao lado da esposa.

 

A Hightower embalava a criança e logo começa a cantar uma canção de ninar, Maelor adorava quando sua avó fazia isso, para a infelicidade de Rhaenyra.

 

“Meu neto, meu doce príncipe…” Alicent proferiu amavelmente, já Maelor deu um sorrisinho e balbuciou algumas palavras para a avó coruja. “Oh.. Imagine só quando ele estiver falando… tenho certeza que sua primeira palavra será o meu nome.”

 

Aegon achou graça daquilo, sua mãe tinha uma imaginação fértil. “Por que acha que ele falará o seu nome primeiro?” 

 

“Nada mais justo… já que a sua primeira palavra, foi o nome dela…” A Hightower aponta para Rhaenyra. “Você tinha três anos e ainda não havia dito nenhuma palavra.” Alicent e o rei Viserys ficaram preocupados, pois Aegon dava indícios de ser mudo. “Mas bastou sua irmã ser persuasiva que você falou.”

 

“Você deve ter ficado com ódio…” Ele ri imaginando a cena. 

 

“Na verdade não.” Dessa vez Rhaenyra responde. “Naquela época não éramos tão… conflitantes…”  Aquilo surpreendeu mais Alicent do que Aegon. 

 

Quando foi que elas se tornaram inimigas?

 

A rainha Verde só se tornou uma megera quando se deu conta que seus filhos não tinham valor para Viserys, que eles somente seriam usados de alguma forma para manter a legitimidade de Rhaenyra e nada mais.

 

Olhando por esse lado, a raiva da Alicent  era compreensível. 

 

Parece que toda a vida do príncipe Aegon girava em torno da irmã mais velha.

 

Rhaenyra foi a primeira na vida dele em muitas questões: primeiro amor, primeiro casamento, primeira palavra dita, a mãe dos seus filhos, sua rainha, até o seu dragão dourado, ela escolheu. 

 

Curiosamente, Aegon parecia satisfeito, ele não via aquilo de uma forma ruim, apesar de ser. Rhaenyra no lugar dele, não suportaria viver assim, tendo sua vida condicionada a uma pessoa.

 

-X-

 

O rei Viserys viveu alguns dias com os seus netos, mas no quarto dia da quinta lua, Viserys, o pacifico, morreu. Deixando um legado de paz e progresso no que diz respeito às futuras sucessões da linhagem Targaryen. 

 

Depois do velório do rei, Rhaenyra havia mandado Alicent para Torralta, em Vila Velha. O único filho dela, que poderia um dia reivindicar a coroa, Daeron, decidiu virar um meinstre da cidadela, mas ele e os Hightower eram constantemente vigiados. 

 

Aemond e Baela somente tiveram meninas. Assim, tecnicamente, excluindo qualquer pretensão da linhagem masculina dos Verdes, exceto por Aegon e seu filho Maelor, mas o garoto cresceu respeitando a linhagem legítima de Jacaerys e Helaena, que logo de cara tiveram um bebe chamado Viserys.

 

-X-

 

Três anos se passaram, os gêmeos de Rhaenyra e Aegon já haviam crescido um pouco. O ovo de Rhaena Targaryen chocou e nasceu um lindo dragão cor de rosa chamado Manhã. A menina ficou feliz da vida, mas a felicidade dela só ficou completa quando ela se casou com Lucerys. 

 

O reino ia bem, sem qualquer indício de guerra ou conflitos à vista. Rhaenyra se mostrou uma grande governante, muito melhor do que seu pai e até mesmo do que Jaehaerys; muitos direitos das mulheres começaram a ser abordados de forma mais incisiva e eficaz. 

 

Rhaenyra de fato criou uma nova ordem.

 

O casal aproveitou a bela tarde ensolarada e aproveitou para voaram juntos em seus respectivos dragões, deram algumas voltas em Porto Real e depois na ancestral casa dos Targaryen.

 

Subindo o Monte Dragão, SunFyre fez uma espécie de voo rasante deveras arriscado, mas depois estendeu as asas e ergueu aos céus pegando altitude. Rhaenyra não sabia quem era mais exibido, se era Aegon ou o dragão dele.

 

Mas tanto Aegon quanto Sunfyre queriam impressionar Rhaenyra e Syrax.

 

No final do passeio, eles decidiram parar numa ilha próxima dali e começaram a caminhar na praia. Apesar de ventilado, o clima estava quente.

 

Assim que chegaram próximo de uma caverna, Aegon sugeriu que eles fizessem sexo na gruta entre as montanhas ou na praia mesmo, porém Rhaenyra negou, ela estava transpirando por causa do sol e do mormaço.

 

O verão estava tão intenso naquele ano, que parecia que ela tinha brasas dentro de si ou que tinha uma fornalha em cima dela.

 

Alguns minutos de caminhada já fizeram ela suar mais ainda. “Eu estou com tanto calor ultimamente.” Ela murmura incomodada.

 

“Deve ser a idade chegando... as mulheres maduras sentem muito calor.” Brinca o príncipe na intenção de provocá-la.

 

Rhaenyra faz uma cara de poucos amigos para ele, mas continua andando. 

 

Ela já aceitou o fato de que Aegon poderia mudar em muitas questões, mas jamais em sua personalidade desdenhosa. 

 

Eles andaram pela praia e para descontrair, começaram a conversar sobre assuntos aleatórios, primeiro sobre as crianças, sobre o reino, sobre futuras festas e torneios, até que chegaram no tema dragão. 

 

Eles estavam comentando algo sobre a alimentação da Syrax e Sunfyre, que os dragões deveriam aumentar o consumo de cabras, já que estavam cada vez maiores.

 

Rhaenyra olha para os dragões voando juntos. Todos esses anos, o medo dela do dragão dourado diminuía a cada vez em que ela voava na companhia do marido, mas isso não a impediu de perguntar.

 

“Você já pensou em alimentar alguém para SunFyre?”  

 

“Que tipo de pergunta é essa?”

 

“Responda-me.”

 

Ele para pensar, não é como se ele nunca tivesse pensado nisso antes. “Na verdade, sim, mas só alguém que eu odiasse muito.”

 

“Quem você já imaginou?” No sonho horrível que ela teve, ela própria foi devorada.

 

“Meu avô Otto.” Ele responde casualmente como se não fosse nada demais, o ranço que ele pelo avô não era segredo para ninguém. 

 

“E quanto a mim?” Dessa vez, Rhaenyra foi mais específica.

 

“Por que eu faria isso?” Ele se surpreende pela pergunta, mas logo a abraça fortemente. “Você é deliciosa demais para virar comida de dragão.” Nunca, em hipótese alguma, ele faria isso.

 

“Estou falando sério, Aegon.”

 

“Eu também. Eu jamais faria isso. Você é a minha irmã, além do mais eu nunca te odiei... eu só tinha… inveja.” Havia sinceridade em suas palavras. 

 

“Inveja do quê? Você é homem, um príncipe, cheio de privilégios.” Ela diz o óbvio, mas talvez não fosse só isso. “A não ser que você quisesse ser o herdeiro do trono.”

 

“Eu nunca quis o trono, eu só queria relaxar e gozar dos prazeres da vida.” Ele debocha, mas logo depois fala seriamente. “Eu tinha inveja do amor que nosso pai tinha por você, mas agora compreendo perfeitamente. Eu sou insignificante demais comparado a você.” O casal permanece abraçado e ele aproveita para beijar o pescoço dela. “Você é tão boa, em tudo o que faz.”

 

“Não diga isso, você tem suas qualidades.” 

 

“É mesmo? Quais?” Diz ele enquanto continua distribuindo beijos.

 

“Você é muito insistente no que quer e eu admiro isso.” Ela se lembra do que ele disse no casamento deles.

 

O príncipe sorriu orgulhoso. A insistência dele valeu a pena. “E você? Já pensou em alimentar alguém para Syrax?”

 

“Só alguém que machucasse ou ameaçasse meus filhos.” Não tinha ninguém acima deles.. “O amor que eu sinto por eles, eu não sei descrever…” 

 

“E quanto a mim?” Ele perguntou sem pensar, mas logo se arrependeu quando as palavras saíram de sua boca, na cabeça dele, aquela pergunta não tinha tanto peso quando pronunciada em voz alta, mas já que perguntou, ele queria a resposta. “Você me ama?” 

 

Era uma dúvida que de vez em quando surgia no subconsciente do príncipe, apesar de três anos casados.

 

Rhaenyra desfaz o abraço e olha para ele com um semblante chocado. “Seu tolo, como pode perguntar isso?” Ela pareceu ofendida com aquele questionamento. “É claro que sim…” 

 

Aegon esboçou um sorriso em seu rosto. Aquilo foi a coisa mais sublime que ele já ouviu, mas rapidamente ele faz uma expressão duvidosa.

 

“Espera aí… Você me ama como seu irmão ou como seu marido?” 

 

Rhaenyra dá um suspiro entediado, por que ele tinha que ser tão inseguro? 

 

“Eu te amo como marido, mas te odeio como irmão, e então, qual dos dois você prefere ser?” 

 

Aquela não era bem a resposta que ele esperava, mas pelo menos era amado.

 

“Eu serei seu irmão, seu marido, seu amante, eu serei o que você quiser que eu seja. Eu serei seu, porque drējī Avy jorrāelan, ābrazȳrys. Ele profere em alto valiriano. 

(Eu te amo verdadeiramente, esposa.)

 

Iksan gīmigon ziry, valzȳrys ( Sei disso, marido.)

 

Anoiteceu e aquelas declarações mesmo num dia quente foi o suficiente para persuadir Rhaenyra a se entregar a Aegon naquele lugar peculiar.

 

O que futuramente sucedeu a uma gravidez inesperada, de uma menina chamada de Jaehaera Targaryen. 

 


Notas Finais


A frase final de Aegon “Eu serei seu” se inspirou numa música chamada I’ll be yours, da banda Placebo.

Para quem tem interesse em saber como era o vestido da rainha Rhaenyra e seu diadema, os links abaixo:

https://br.pinterest.com/pin/347903139935547665/

http://deolhonarealeza.blogspot.com/2012/11/tiara-de-kokoshinic.html

Pra quem virou fã de Rhaegon, peço de coração que vcs leiam minha próxima fic: “de Septã a rainha.” Postarei logo logo 💕 até breve..

e leitoras fantasmas, saibam que esta autora aprecia vossos comentários ✨


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