História O Exilado - Minerando metal das estrelas

Se não fosse por Sheila, não teríamos conseguido aprender tudo que precisava saber sobre o metal das estrelas, Rodicley apenas sabia da existência, mas aquilo não era suficiente, tinha todo o processo para minerar e fundir o material e Dalinsia explicou tudo detalhadamente enquanto nos guiava para a montanha onde tinha caído as pedras.

Fizemos um acampamento a beira da montanha e subimos apenas eu Dalinsia e Sheila, Rodicley nem questionou de não ir, apesar da ideia ter sido dele, era claro que ele estava arrependido de ter trazido Betty para um lugar como aquele. Em todo caso, não era necessário subir todo mundo, Dalinsia garantiu que só haviam alguns bodes lá em cima e muito frio.

No meio do caminho ela tirou de seu alforje uma bebida e passou para Sheila e eu:

- Bebam, isso vai manter vocês aquecidos.

Não sei o que era, mas era bem forte e queimou minha garganta, Sheila chegou a engasgar, já Dalinsia deu uma bela golada e voltamos a subir com aquele troço queimando meu estomago, o frio apertou mais ainda e antes de procurar o metal das estrelas, tínhamos que pegar uma coisa chamado gelo negro que seria fundido com o metal das estrelas e deixaria o metal ainda mais resistente.

- Mas sendo gelo, não vai derreter?

Perguntei desconfiado.

- Não! Ele apenas parece com gelo, mas é um tipo de minério que pode ser usado até mesmo para construir casas, se souber manuseá-lo. Veja, lá tem alguns.

Realmente parecia gelo preto, usamos uma picareta e pegamos uma quantidade que ela falou que seria o suficiente e depois seguimos em direção ao local onde caiu o metal das estrelas. Paramos para tomar novamente a bebida de Dalinsia e seguimos em frente, com neve caindo e a montanha totalmente branca, mas no caminho encontramos cerca de quatros cimerianos, muito intimidadores e que sacaram suas espadas assim que nos viram.

- Guarde suas espadas, porque se eu pegar a minha, essa neve passará ser vermelha e não vai ser com meu sangue!

Dalinsia sabe usar palavras para intimidar os outros.

- Você é a Caçadora das Neves? A Dalinsia?

- E se for?

Os quatros se olharam entre si e imediatamente guardaram suas espadas.

- O que faz com esses forasteiros? Essa região pertence aos Cimérios!

- Não lhe devo satisfação, eles estão comigo e é a única coisa que precisam saber!

O cimeriano que parecia ser o líder deles, acenou com a cabeça, passaram por nós, um deles mediu Sheila, fiquei incomodado, mas não posso condenar, ela chamava muita atenção mesmo e finalmente foram embora.

- Vamos fazer o que temos que fazer rápido, eles podem voltar com mais e as coisas podem ficar complicadas, se não tive tão debilitada por causa dos malditos espectros, não correria esse risco!

Falou Dalinsia levando a mão em seu ferimento no abdômen e fazendo uma cara de dor.

- Eu e Maks poderia ter dado conta deles então!

Falou Sheila em tom de desdém.

- Não subestime os cimérios, eles lutam bem e suas armas são fortes! Vocês teriam dificuldade até mesmo lutando com um, contra dois ao mesmo tempo provavelmente vocês não teriam chances.

Retrucou Dalinsia repreendendo Sheila.

- Mas ele teve medo de você!

- Mais pelo respeito da minha fama, já lutei e matei um gigante de gelo sozinha, foi por sorte, mas isso foi o suficiente para impor respeito a eles.

- Gigante de Gelo?

Era a primeira vez que havia escutado algo do tipo, mas a pergunta também serviu para mudar o foco daquele pequeno embate que estava causando entre as duas. Duas mulheres orgulhosas, geniosas e armadas era um risco muito grande em uma discussão, vocês não imaginam quantas vezes tive que ter jogo de cintura com essas duas juntas.

- Sim! Eles são agressivos com humanos e um deles me atacou. A luta foi muito tensa, quase morri, mas consegui matar o maldito e consegui o respeito de alguns deles. Tem um que vive aqui perto. Pacífico, mas um tanto tagarela, quer conhecê-lo?

- Vamos!

Falou Sheila antes que eu pudesse responder, ela era muito curiosa e certamente queria ver a um da mesma raça que Dalinsia lutou e venceu, talvez para saber o quanto ela era forte, mas depois ela olhou para mim e perguntou.

- Nós vamos?

Ri da cara dela, parecia uma criança querendo ver alguma coisa legal, também estava curioso e claro que também queria ver um gigante de gelo de perto. Então apenas confirmei com a cabeça.

- Certo! Vamos pegar o minério das estrelas e cair fora daqui!

Ordenou a Dalinsia e Sheila obedeceu imediatamente, deveria estar muito ansiosa para ver o gigante de gelo, bom eu também estava.

Encontramos a estrela que havia caído do céu, ainda saía fumaça dela devido ao fogo que havia nela quando caiu, parecia uma pedra como outra qualquer, mas queimada.  O Processo de minerar o metal das estrelas ela um pouco complexo, Dalinsia, que já estava preparada para fazer aquele trabalho, tirou algumas garrafas com um líquido alaranjado de seu alforje, ela chamou aquilo de orbe de fogo.

- Se afastem!

Eu e Sheila demos alguns passos para trás.

- Mais!

Sheila e eu nos olhamos confuso e obedecemos.

Dalinsia parou do nosso lado e atacou o orbe de fogo e assim que ele bateu na pedra, explodiu, eu e Sheila nos abaixamos assustado.

- Que merda foi essa?

Falei olhando para o lugar onde o orbe explodiu.

- Precisamos tirar a casca do meteoro, que é muito dura, para quebrar o que tem dentro e o que realmente precisamos para fazer as armas.

Não foi isso que havia perguntado, mas fiquei quieto, porque ela jogou outras logo em seguida até que a casca da estrela fosse quebrada e uma pedra azul fosse revelada.

Depois falou que fazia aquilo, os orbes, com glândulas de alguns bichos. Até hoje queria saber como ela descobriu como aquilo poderia virar uma bomba, ela diz que foi um acidente, que estava tentando descobrir um medicamento com um alquimista, mas o recipiente caiu e incendiou sua antiga cabana.

Pegamos o minério e fomos em direção ao acampamento do gigante, eu e Sheila estávamos muito ansiosos para conhecer o gigante, eu não sei se Sheila também estava com medo, pelo menos não parecia, já eu estava um pouco, vai saber se ele não iria com a nossa cara, ou se estava com muita fome. Até hoje eu não sei o que a porra de um gigante de gelo come.