Austrália não era pior do que eu imaginava, pelo contrário: eu estava encantada e era tudo muito bonito por aqui. Aquela apreensão toda havia passado e procurei me acomodar. Jack não era mais um louco, psicopata da internet como eu dizia. Até conversei com ele antes de viajarmos, ele era sim bem divertido e mamãe estava feliz, tanto que o sorriso dela ia de orelha a orelha. Benjamin também faltava soltar fogos por ter uma criança na casa para poder brincar com ele. Jack era pai solteiro e tinha dois filhos, Anna e Henry.
- Ei ei ei! - Jack chamou minha atenção enquanto estava parado na porta do quarto, mamãe envolvida pelo braço dele olhava sorridente - Você não vai mexer nessas malas agora né, Sam?
Era de manhã por volta das nove horas, acordei e me propus a organizar a minha mala e a de Ben, já que dormiríamos no mesmo quarto. E eu não estava sossegada com aquele tanto de bolsas espalhadas.
- Eu sei que você é louca por coisas organizadas, mas agora levanta dai e vamos dar uma volta - ele riu - Vou levar vocês para conhecer a cidade.
- Promete que vou poder organizar todas as minhas coisas em paz, sem nenhuma lamentação quando chegarmos - respondi
- Tudo bem, vai - Jack levantou as mãos se rendendo e saiu do quarto com mamãe
- Arrume-se rápido, Sam, estamos todos te esperando aqui em baixo - minha mãe gritou
Já tinha tomado banho mais cedo, então apenas coloquei uma calça preta, uma blusa marrom soltinha e o primeiro tênis que vi na minha frente. Soltei o coque do meu cabelo e ele caiu ondulado sobre os meus ombros. Peguei também um óculos de sol, era verão na Austrália. Desci rapidamente e estavam todos me esperando mesmo, senti minhas bochechas corarem. Mamãe estava sentada junto com Jack, Ben e Anna e no outro sofá Henry estava incrivelmente jogado e confortável no sofá passando pelos canais frequentemente. Eu havia esquecido de destacar o quanto esse homem era lindo.
- Vamos? Demorou - Henry disse ao perceber minha presença, mas sem desgrudar os olhos da televisão.
- Vamos crianças - mamãe falou deixando Ben e Anna empolgados
- Aonde nós vamos, mãe? - Ben perguntou
- Surpresa, Ben - Jack respondeu na frente para evitar que mamãe falasse
- Você é tão linda Sam - Anna falou um pouco envergonhada perto do meu ouvido
- Você também é muito linda, meu amor! - a abracei
- O seu cabelo é loiro, eu queria ter um igualzinho. Você acha o meu lindo? - ela perguntou mexendo no seu cabelo e segurando minha mão enquanto íamos até o carro
- Sim - sorri para ela vendo sua feição alegre - O seu parece de uma princesa!
Anna era realmente muito linda. Era branquinha, cheia de sardas e com o cabelo naturalmente ruivos pouco ondulados na pontas. Mas o que atraia qualquer pessoa era a sua meiguice. O carro de Jack era grande, tinha sete assentos então ficamos todos acomodados. Aproveitei o caminho para observar a cidade. Era tão lindo que eu soltava pequenas faíscas dentro de mim. Canberra era demais.
- Qual é! Aposto que New York é tão bonito quanto aqui - Henry chamou minha atenção
- São belezas diferentes, Henry - respondi e ele riu um pouco sarcástico
- Odeio passeios em família - ele resmungou
- Então você é o jovem revoltado? Nas famílias sempre tem desse tipo
- Se jovens revoltados odeiam passeios em família, eu sou um jovem revoltado - ele disse pegando seu celular ignorando minha presença depois disso - Para de gritar Anna, caramba!
- A boca é minha! - Anna gritou em seu ouvido, fazendo Benjamin dar gargalhadas
- Tá vendo? - Henry olhou pra mim - Eu odeio passeios em família.
Fomos num lugar chamado Australian War Memorial, um museu militar frequentado da Austrália. As crianças viam diversão em tudo. Depois fomos ao Lago Burley Griffin e finalmente paramos para comer algo. Benjamin pediu Mac Donald e Anna concordou, então fomos. Estava na hora do almoço, eu estava morta de fome, pedi um lanche grande e passei a devorar aquilo rapidamente.
- Pode falar, essa é a melhor parte do passeio - Henry falou mordendo seu lanche também
- Uhum - falei não dando muita atenção
Depois que comemos, tudo o que meu corpo pedia era uma cama, mas Jack sugeriu que fossemos ao parque de diversões e todo mundo se animou ainda mais - menos Henry - então fomos. Aquele lugar era enorme e eu comecei a ficar empolgada.
- Vamos Henry! - despertei sua atenção do celular
- Você acha que eu vou nessas coisas? Na boa, Samantha... - ele riu debochado
- Para de ser rabugento, parece um velho que reclama de tudo. Larga essa merda e vamos, é divertido.
- Eu até iria, mas se eu for você vai me arrastar pra uma roda gigante, ou um carrinho bate bate e se você fizer isso eu vou ficar com muita raiva, e eu mal te conheço ainda.
- Mas é um velho mesmo. Vamos Henry, por favor - insisti
- Eu vou porque você realmente fica uma gracinha fazendo essa cara de cachorrinho sem dono - ele riu e saiu da minha frente, dei um tapa no seu ombro - Ai porra. Que intimidade é essa garota?
- Sam a gente pode ir no brinquedo grande com vocês? - Anna pediu - Estamos cansados de carrossel - ela falou se referindo a ela e Ben
- Olha seu tamanho menina, você não vai não - Henry respondeu-a
- O brinquedo grande é muito perigoso meu bem, fica aqui com o Ben que depois eu vou com vocês em outro brinquedo, tá bom? - eles assentiram
Henry tinha escolhido o brinquedo mais alto, perigoso, daqueles que te deixam de ponta cabeça lá no alto, e eu sabia que ele iria escolher desses, não sei porque chamei.
- Henry, não vamos nesse - disse com um pouco de medo de entrar no brinquedo
- Vamos sim, e é só nosso que eu vou. Só pra matar sua vontade de ficar perto de mim, eu só vou nesse. - ele piscou pra mim e revirei os olhos
E acabou que fomos em praticamente todos os brinquedos. Inclusive no carrinho bate bate, eu estava com Anna no mesmo carro e Henry e Ben em outro. Era a primeira vez que eu vi Henry dar risadas sem ser debochadas ou sarcásticas. Estávamos numa lutinha e claro, eu e a Anna estávamos fugindo dos meninos porque não sabíamos como conduzir o brinquedo.
- Pensei que você não gostasse de carrinho de bate bate - cutuquei Henry
- Cala a boca, Samantha - ele riu
- Agora vamos na roda gigante - falei
- Nem fudendo, eu to soado e cansado - ele respondeu
- O que é fudendo? - Benjamin perguntou
- O que é fudendo? - Anna também, repetindo a mania de Ben de perguntar muito. Henry gargalhou.
- Você já foi em todos, não vai fazer diferença - falei indiferente ao drama de Henry - Fudendo é uma palavra que vocês não devem repetir nunca na vida de vocês. Aliás, nunca repitam nada que sai da boca do Henry, ok?
- Ok! - eles responderam juntos
- Na boa, a primeira impressão é a que fica e a impressão que eu tenho é que você é chata pra caralho
- Cala a boca, Henry - repeti sua fala anterior, fazendo o mesmo bufar entediado
Fomos todos na roda gigante. Jack, Helena, Benjamin e Anna em uma cabine e eu e Henry tivemos que ir em outra porque o máximo de pessoas eram quatro e não podíamos ir todos juntos. Não sei qual era a graça que eu via em rodas gigantes mas definitivamente era a minha parte preferida, essa era maior do que qualquer outra que eu já tinha ido e dava pra ver quase que a cidade toda. Henry não falava nada, e tinha uma feição completamente frustrada por estar ali.
- Como você não gosta disso? Dá pra ver a cidade toda! - falei maravilhada
- Quando eu quero ver a cidade toda eu pesquiso no google imagens à vista aérea de Canberra, não preciso nem levantar da minha cama pra isso - ele disse me fazendo rir
- Passeio em família - debochei
- Não... Passeio em família não - senti os passos lentos de Henry se aproximar de mim - Eu prefiro imaginar você como a filha gostosa da namorada do meu pai - quando ele finalmente chegou perto, eu já estava encostada na parede da cabine, Henry apoiou seu braço um pouco acima do meu pescoço - Imagina só, Sam, se eu te considerasse como membro da minha família, não íamos poder nem nos divertir de vez em quando.
- É... - falei e coloquei uma mão no seu peito, para tentar afastá-lo - Eu saquei qual é o tipo de diversão que você gosta
Henry finalmente atacou meus lábios, dando-me um beijo extremamente sexy e quente. Seu corpo alto me envolvia e ele pediu espaço, cedi rapidamente. Suas mãos vagavam na lateral do meu corpo e minha intimidade começava a dar sinal de vida. Estava sem sexo a quase um mês e tudo o que eu queria é que não estivéssemos dentro de uma cabine de uma roda gigante. Ele percorreu ao botão da minha calça e desabotoou enquanto beijava meu pescoço. Henry me fazia carícias por cima da minha calcinha e eu soltei um pequeno gemido na altura do seu ouvido.
- Já tá molhadinha? - ele disse e riu enfiando a mão agora dentro da minha calcinha percebendo meu estado
- Uhum
- Mas em casa a gente continua, meu bem - ele sussurrou - O passeio na roda gigante acabou.
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