História O garoto das Girafas - Quando estão apaixonadas, as girafas cruzam seus pescoços.

O dia estava claro e ensolarado, um típico dia de Verão na Coreia. Bambam preferia estar indo a praia, mas estava preso como voluntário, não tão voluntário assim já que era seu emprego de estágio, em um passeio escolar para o Zoológico de Seoul.

Bambam fazia faculdade de Pedagogia. Sim, mesmo que muitos não acreditassem, Bambam se dava muito bem com crianças, talvez por ser uma criança enorme presa em um corpo de um quase adulto de 21 anos.

Mas se ele ama tanto crianças, porque não estar feliz com o passeio? Bambam ama tanto crianças quanto odeia o calor. Ele acha desnecessário ter que sair ao sol quando pode ficar no conforto e frescor do ar condicionado dentro de uma sala de aula. Frescura dele, ele sabia. Mas ele esquecia tudo isso ao ver os olhos brilhantes de seus pequenos alunos ao ver os animais.

Mesmo tendo que ouvir o pequeno Jackson todo o passeio perturbando que queria ver os tigres, e depois gritar a todos os pulmões dando olá aos “tigres” que na verdade eram leões, mas ao tentar explicar ao pequeno Wang que aqueles não eram os tigres, a criança simplesmente bufou e fez um bico maior que a boca podia suportar por não querer admitir que estava errado, e o mais velho simplesmente riu da birra do menor. Bambam podia jurar ter ouvido o menor sair resmungando que “os leões são meus, eu chamo de tigre se eu quiser” e voltando a se juntar ao resto da turma.

Bambam não trocava seus pequenos por nada, havia se acostumado com o jeito e mania de todos eles. Ele havia se apegado a Youngjae, que era uma criança cheia de energia, muito escandaloso e sua risada dava para ser ouvida do outro lado da escola. Se apegou a Jaebum, uma criança cheia de manias que era engraçado de ser observado, cismava que iria ser bboying e fazia uns passos até cair e ralar o joelho e vir chorando até o tio Bam para poder “colocar remédio no dodói” mas que logo engolia o choro e se fazia de forte ao ver Youngjae vindo ver se seu Hyung favorito estava bem. Gostava também de Mark, o mais velho da turma, calado, reservado, se sentia um pouco deslocado por ser estrangeiro e ter um pouco de dificuldade com a língua, mas logo conheceu Jinyoung, o mais nerd da turminha, vivia sempre com sua aparência impecável, nem parecia uma criança, era muito bom em tudo que fazia, a criança perfeita, que sempre cuidava dos amiguinhos que faziam zona, o Tailandês podia jurar que nunca havia visto Jin sujo, nem mesmo quando eles brincavam de tinta e todos ficavam cagados de tinta. Mark e Jinyoung se tornaram inseparáveis, eles pareciam conversar com o olhar, Bambam tinha medo daquele tipo de conexão. Mas sempre eram visto juntos com o anteriormente citado, Jackson, que parecia ter uma bateria sem fim que depois que ligado só desligava depois do almoço e ele ia dar o seu cochilo da tarde, era o único momento em que Bambam podia respirar em paz e descansar. Isso quando o Mark não tinha uns “ataques de açúcar” como o Tailandês costumava apelidar e ficava tão agitado e incontrolável quanto o pequeno Wang. Aquelas crianças eram tudo para o loiro, mesmo quando ele reclamava de ter que sair no sol quente para vê-las felizes.

Longe de sua casa, na Tailândia, a faculdade e as crianças eram tudo que o Bambam tinha para de manter naquele país no qual foi em busca de uma educação melhor.

Todos sentaram abaixo de uma enorme árvore para que começassem um piquenique no horário do almoço de todos e o tailandês ajudava as crianças da turma a se organizarem e observava para que Mark não comesse tudo de uma vez e depois tivesse dor no estômago por ter comido tudo muito rápido, aquela criança poderia comer por 5.

De longe, Bambam pode perceber um garoto sentado em um banco, em frente as grades onde era possível ver as Girafas de longe andando no campo aberto que era especialmente para elas. As girafas estavam lá, algumas corriam, outras comiam, outras apenas viviam e o menino alto de cabelos loiros olhava vidrado para elas, parecia nem piscar.

Menino poderia até ser exagero, ele nitidamente era um rapaz, maior de idade, mas com feições e um brilho no olhar infantil, e talvez tenha sido esse ar infantil ao olhar as girafas que prendeu o olhar de Bambam ao garoto misterioso das girafas.

Durante todo o passei ao Zoológico, o loiro não conseguia tirar o rapaz das girafas da cabeça, estava curioso, o que havia de tão interessante nas girafas afinal? Ficou tão perdido em pensamentos que nem viu o dia passar e já estava na porta do local formando os alunos em fila para poderem retornar todos a escola.

E nessa hora, ele viu um rapaz alto, de cabelos de um loiro amarelado que ele só havia visto em uma pessoa, passar a caminho do portão de saída. “Será que ele passou o dia inteiro olhando as girafas?”, perguntou a si mesmo.

O tailandês não conseguia entender porque tanta curiosidade em um garoto que claramente não tinha nada melhor da vida pra fazer do que passar a tarde inteira admirando animais, e não quaisquer animais, girafas.

Mesmo não querendo admitir, o platinado não conseguia entender porque o loiro de cabelos amerelo não saia de sua cabeça nem mesmo na hora que tentou fechar os olhos e dormir.

No dia seguinte, Bambam foi escalado para ajudar no passeio ao Zoológico da outra turma. “Você foi um excelente professor guia, pegue mais experiência” disse a diretora. Mesmo sentindo seu ego inflado, Banbam sabia que aquilo era mais uma forma de dizer que mais ninguém queria aturar as crianças e sobrou para ele. Suspirou, mais um dia sem ar condicionado afinal.

O dia parecia estar mais quente que o anterior, o tailandês deu graças aos deuses quando finalmente deu a hora do piquenique e as crianças desligaram por algum tempo, a turma do dia era de um ano antes da turma de ontem, ou seja, eram mais novos, com mais energia, e eles não davam um segundo de sossego a Bambam e ao professor da turma deles.

Novamente como se cronometrado, o garoto loiro das girafas chegou pontualmente ao banco em frete a jaula, às 12 horas, como no dia anterior. Havia uma diferença dessa vez, ou Bambam não havia percebido no dia anterior, o amarelado estava com um saco de pipoca que comia, ao observar as girafas.

Uma funcionária do Zoológico que havia reparado no Bambam no dia anterior se aproximou sorrindo.

— Curioso não é mesmo? Ele vem aqui todos os dias pontualmente, às vezes come, às vezes estuda, mas sempre sentado em frente a jaula das Girafas. Incluindo final de semana e feriado. O Yug é um garoto curioso. — a senhora sorriu amigavelmente para Bambam que a olhou curiosa.

— Todos os dias? Nossa.. — e o tailandês ainda não entendia o que havia de tão curioso nas girafas, mas ele achava curioso o garoto de cabelos amarelos.

E foi com esse pensamento que decidiu se aproximar do mesmo e falar diretamente com ele.

Ele só podia estar louco, o que iria falar? Chegar nele e dizer “Oi garoto da girafa, o que há de tão interessante nas girafas?”

Ao se aproximar e sentar ao lado do garoto, Bambam se sentiu nervoso, o perfil dele era ainda mais bonito que suas costas. Mesmo tendo o admirado por tanto tempo no dia anterior, agora, próximo a si, ele parecia muito mais bonito.

O tailandês não sabe quanto tempo passou descaradamente secando o outro com os olhos, ele nem havia se tocado que sequer havia dito uma palavra durante todo o tempo, até que o amarelado quebrou o silêncio.

— Você sabia que só o pescoço das girafas pode chegar até 1,80 metro de cumprimento e pesar cerca de 272 quilos?

Com o cenho franzido, Bambam pode finalmente olhar diretamente nos olhos do estranho, já que o mesmo finalmente o encarou, com um lindo sorriso no rosto, o platinado pode constatar.

Ele tinha um olhar infantil, um sorriso de uma criança grande, e isso fez, inexplicavelmente que Bambam se afeiçoasse a ele imediatamente. Não sabia dizer se pelo rosto infantil, ou pelo belo rosto que o rapaz tinha.

Novamente o platinado não se deu conta de quanto tempo ficou em silêncio, até que resolveu responder ao outro:

— Não não, eu não sabia. E o que mais? Me fale sobre as girafas.

O tailandês não estava realmente interessado nas girafas, ele estava interessado no amarelado e no brilho no olhar que ele tinha ao contar mais algumas curiosidades, que Bambam não achava tão interessantes assim, sobre as girafas.

Logo após um tempo, o almoço das crianças e descanso havia acabado, e o professor chamou o seu assistente para que continuassem o passeio com as crianças ao zoológico.

— Eu preciso ir.. foi ótimo conversar com você.

Yugyeom, o qual o tailandês descobriu ser o nome do rapaz, logo após ele se apresentar, deu um sorriso triste e virou para si.

— Tudo bem. O zoológico fecha as 19 horas.

Mesmo sem entender, e sem mais paciência do professor que gritava e apressava Bambam, junto com as crianças, ele deu um pequeno sorriso ao Yug e saiu sem entender porque ele havia dito sobre o horário de fechamento do Zoológico, já que a excursão acabava às 16hrs.

O tailandês, mesmo depois de ter chegado a creche com as crianças, aproximadamente às 17hrs, logo após todos os pais buscarem as crianças, Bambam olhou no relógio e constatou que até chegar ao Zoológico novamente, ele ainda encontraria o estabelecimento aberto, já que era cerca de 30 minutos até la. Será que ao dizer o horário de fechamento do Zoológico, o amarelado estava marcando um encontro consigo?

Mesmo pensando ser uma completa loucura toda essa história, resolveu tentar, e se surpreendeu ao chegar ao local e o garoto ainda estar lá sentado, a observar as girafas.

— Você voltou.

O tailandês foi recebido com um lindo sorriso. Sorriso esse que valeu a pena todo o esforço de chegar até lá mesmo depois de um dia cansativo de trabalho.

E isso se tornou uma rotina. Todos os dias, após as aulas das crianças, Bambam ia até o Zoológico encontrar Yugyeom e ambos conversarem em frete a jaula das girafas.

Os assuntos eram variados, eles aos poucos iam se conhecendo e percebendo diversas coisas em comum e a amizade ia florescendo ainda mais.

O tailandês estudava e fazia seus trabalhos da faculdade nos encontros. As vezes Bambam não podia comparecer aos encontros, pois ele tinha que ficar até mais tarde no trabalho ajudando em algo, ou havia algum trabalho das férias para adiantar e entregar quando as aulas voltassem.

Yugyeom não se importava, na verdade, mesmo distante, ambos conversavam bastante pelo aplicativo de mensagens e perguntavam sobre o dia um do outro.

Logo as férias de Bambam acabariam, e as aulas de Yugyeom começariam. Os encontros teriam que terminar, uma hora ou outra, infelizmente, para a infelicidade de ambos.

Kumpi, como havia sido carinhosamente apelidado pelo coreano, descobriu o porque do fascínio do menor pelas girafas. Quando mais novo, ao ir ao Zoológico e ver uma girafa pequena mancando, ele decidiu que seria veterinário e ajudaria aos animais no Zoológico. E desde então começou a estudar sobre os animais e havia passado recentemente para a maior faculdade de medicina veterinária do país. Ele não podia estar mais orgulhoso de si mesmo, e Bambam mesmo o conhecendo a pouco, também estava.

Eles criaram um vínculo forte, mesmo que eu tão pouco tempo e chegaram ao ponto de conversarem por olhares. Quando o platinado dizia ter medo dos olhares que Mark e Jinyoung trocavam, ele não sabia a intensidade de sentimentos que podia ser trocado apenas através do olhar.

Tudo na personalidade do coreano era único. Desde de gosto para cabelo, que convenhamos, nenhuma outra pessoa no mundo ficaria extremamente lindo em um cabelo amarelo sol, até mesmo uma pinta que ficava logo abaixo do seu olho esquerdo e Bambam achava a coisa mais linda do mundo.

— Sabe, estava pensando. — os pensamentos de Bambam foram cortados pela fala do mais novo e o mesmo olhou para o amarelado — Em breve iremos começar as aulas, e nossos e encontros diários irão acabar, então eu pensei em arriscar.. Kumpi, você sairia comigo?

O tailandês não esperava por aquela pergunta. Fora pego desprevenido, não que nunca houvesse pensado no outro dessa forma, negaria até a morte se dissessem, mas até sonhos impróprios com o menos havia tido, mas nunca imaginou que o outro seria tão direto e correspondesse aos seus sentimentos.

Sim, o mais velho havia criado sentimentos pelo menor. Era impossível não se encantar por uma pessoa extremamente encantadora e marcante quando Kim Yugyeom.

Pouco tempo para sentimentos? Para muitos talvez, mas eles conversavam por olhar, se entendiam no silêncio, sabiam mais sobre o outro do que podia ser possível, a ligação entre ambos foi quase instantânea, assim como os sentimentos no tailandês.

— Só se esse encontro envolver alguma girafa, afinal, foram elas que nos uniram.

Yugyeom sorriu grande, da forma mais infantil que Bambam já vira antes. Sabia que era um sorriso verdadeiro, um sorriso de felicidade, pois ele não só havia compartilhado uma paixão com alguém, mas essa pessoa havia se apaixonado e aprendido com sua paixão, aparentemente, se apaixono por si também.

Uma das curiosidades das girafas que o mais novo contou é que as girafas não emitem nenhum som característico igual a um cachorro por exemplo, que late. Pelo menos, não algum que o ouvido humano possa captar, as girafas conversam entre si no próprio mundo delas, assim como Bambam e Yugyeom, que tinham uma conexão muito forte entre eles.

— Podemos ir ao parque, ouvi dizer que eles tem pelúcia de girafas como prêmios.

— Você promete ganhar uma para mim?

E apenas com o olhar, ele soube, Yugyeom prometia, prometia não só sua pelúcia, como muitas coisas que seriam melhores sentidas, do que colocadas em palavras.

Bambam sorriu e deitou sua cabeça no ombro do mais novo, fazendo assim seu rosto se aproximar de seu pescoço e ali depositar um beijo, não foi preciso palavras, Yugyeom entendeu aquele ato, afinal, as girafas cruzam seus pescoços quando estão apaixonadas.