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História O Garoto de Cabelos Verde Menta. - Capítulo Único: Você nem acreditaria.


Escrita por: NickYuki e damnpony

Notas do Autor


[ YoonKook || +18 só pelo yaoi || Menção JiHope || OneShot ]

Depois de rever inúmeras vezes o mv de Run, eis que a ideia dessa fic me surge.

Boa leitura. Relevem qualquer erro, eu corrijo, só que sempre passa um aí...

Capítulo 1 - Capítulo Único: Você nem acreditaria.


Fanfic / Fanfiction O Garoto de Cabelos Verde Menta. - Capítulo Único: Você nem acreditaria.

Eram meados das três e alguma coisa da tarde. Jeongguk caminhava calmamente pela calçada clara do bairro simples em direção ao parque situado nas proximidades do hospital em que fazia estágio meio período como enfermeiro auxiliar. 

Cursava farmacologia na faculdade de Seul e gostava muito, mesmo muitos dizendo que deveria ter escolhido outro campo com, digamos, uma renda mensal mais gordinha, como medicina por exemplo. Mas ele não ligava para isso.  

Morava a tanto tempo em Seul que tinha se esquecido de como era respirar um ar puro de vez em quando. Ficou maravilhado quando descobriu que próximo ao hospital tinha uma espécie de parque, daqueles com a grama verdinha e os bancos de madeira escura contornando todo o local. Mas ele nunca parava por lá.  

Sempre seguia firmemente até a sua casa, já que não morava muito longe dali, apenas apreciando a bela vista das crianças correndo, de jovens namorando e de senhores de idade jogando xadrez em algumas mesas espalhadas perto do parquinho. Mas nesse dia em específico, ele resolveu parar.  

Tinha ficado um pouco chocado naquela manhã, pois teve que ajudar a sedar um paciente com um quadro intratável de dor, falta de ar e náuseas que logo se elevaria a um possível sangramento. Um paciente oncológico. E ele nunca tinha presenciado algo do tipo. 

Resolveu atrasar o caminho para casa e parou no parque para respirar um ar, quem sabe tomar um sorvete, sabe, essas coisas que dizem que acalma os nervos. Sua cabeça entraria em parafuso se pensasse mais uma vez naquilo.  

Caminhou suavemente, respirando fundo o favônio levemente gélido do outono que estava começando. Sentou-se num banco qualquer, levando as mãos ao meio das coxas para aquecê-las um bocado, mesmo que não fizesse todo esse frio aparente. O clima estava um tanto fresco, mas nada que um casaquinho leve não resolvesse a situação. 

Observou tudo ao seu redor, correndo os olhos lentamente por todo o local de grama, agora meio amarelada, vendo as crianças brincarem no trepa-trepa do parquinho sendo vigiadas por seus pais que, vez ou outra, lhes chamavam a atenção. Riu fraco ao se lembrar da infância que teve.  

 

 Por morar num bairro de classe alta, não ia muito para a rua brincar. Fez um único amigo sua infância toda, mesmo que compartilhasse brincadeiras na escolinha com outras crianças. Acontece que Jeongguk é extremamente tímido e seletivo com suas amizades. Mesmo que parecesse amigável com todos – e realmente era – mantinha sua confiança depositada em uma única criança: Park Jimin. Conheceu o baixinho, dois anos mais velho que si, ao observar o menor andando de skate na rua silenciosa, tombando o corpo para frente muitas vezes por ainda não saber se equilibrar naquilo. Foi o que os aproximou.  

O Park era um tremendo desastre na pequena prancha com rodinhas e Jeongguk achava aquilo adorável. Certa vez estava sentado na grama do quintal de casa, tinha dez anos e o moreninho doze. Brincava com sua cadelinha, já falecida, Lady enquanto observava o menor tentar alguma manobra no objeto. Não segurou um riso, recebendo em resposta um olhar um tanto rude do garotinho que possuía os olhinhos pequenos e as bochechas cheinhas, com mãozinhas pequenas e gordinhas que eram extremamente fofas para um irritadinho como ele. Sim Park Jimin era um garoto de pavio curto. Sempre fora. No dia em que se conheceram, foi bem grosso com o mais novo dizendo que se ele estava rindo é porque poderia fazer melhor. E ele podia mesmo.  

Jeongguk era um garoto elétrico. Gostava de todo tipo de esporte sobre rodas. Andava de kart, bicicleta, patins, patinete... E skate. Foi caminhando de mansinho até o baixinho pedindo o objeto emprestado. O mesmo lhe alcançou rindo e soltando “O pirralho acha que consegue? Quero só ver” e, lógico, pagando a língua depois. Viraram amigos depois que o mais novo disse que lhe ensinaria a andar de skate. E a amizade deles dura até o presente momento, quando, há mais de um ano, compraram um apartamento em uma área mais simples da cidade grande e foram morar juntos. Jimin cursava engenharia mecânica em uma instituição federal e sempre que o maior chegava em casa encontrava o mesmo empenhado em algum projeto que envolvia fios e pedaços de um zippo desmontado – aqueles isqueiros metálicos em formato de caixinha – da qual ele não entendia nada.  

 

Jeongguk se deixou sorrir aberto ao pensar que, nesse momento, Jimin deveria estar no sétimo copo de café, já que estudava de manhã e trabalhava à tarde em um cybercafé que só abria no meio da semana, vivendo praticamente a base de cafeína para se manter acordado. Levou as mãos aos cabelos loiros, deixando que a franja dividida na lateral caísse novamente ao rosto no final do ato. Voltou a observar as coisas a sua volta, gostava de apreciar tudo, era um tremendo curioso e curtia apreciar o mundo ao seu redor.  

Dizia que tudo era uma imensa fotografia em movimento e observava tudo capitando cada detalhe. Em uma dessas observadas pousou o olhar em um rapaz de cabelos tingidos em verde menta, sentado sob a sombra de uma árvore grande que já começava a despejar suas folhas amareladas pelo chão. Ele parecia concentrado, com as pernas esticadas compactadas em uma calça azul escuro, dobradas na barra para dar visão as botinhas marrom extremamente gastas ao redor. Seu olhar corria pelas palavras de um livro de capa vermelha e cinza, atento a cada frase lida, com os olhos pequenos, semicerrados formando uma ruguinhas entre suas sobrancelhas que permaneciam ainda no que devia ser a coloração natural de seu cabelo. Usava uma camisa de botões branca com algumas pequenas flores estampadas no peito dobrada até o ante braço e um suspensório preto que vez ou outra ele segurava como se fosse um tique, se concentrando mais ainda na leitura – se é que era possível. Jeongguk não conseguia desprender os olhos daquela criatura tão lindamente confortável, com as costas apoiadas no tronco da grande árvore. Pode perceber também que, além de todo o estilo quase único do rapaz, ele também possuía algumas tatuagens bastante coloridas dispersas na pele um tanto pálida, que subiam das costas de suas mãos até o que conseguia ver de seus braços. Ele era, como o próprio já havia dito baixinho, uma das pessoas mais lindas que já tinha visto, se não a mais. E isso não era nem um pouco exagerado. Pelo menos não para ele.  

 

 Queria se aproximar, mas não sabia como, então deixou sua timidez o manter sentado ali mesmo, observando os fios esverdeados balançarem com o vento fraco. Ele era tão lindo e parecia trazer de volta à imensa vontade de Jeongguk de desenhar. Queria desenhá-lo.  

O loiro desenhava maravilhosamente bem. Parou com o ato quando começou a faculdade e isso aconteceu a mais ou menos a um ano. Foi diminuindo o hábito aos poucos até parar por completo. Tinha ainda seu caderno de desenho na gaveta, com os lápis número 0.2 e as borrachas semi novas que tinha comprado quando se mudou. Andava um tanto cansado ultimamente, principalmente agora que havia começado o estágio, e não tinha muita inspiração para desenhar. Não desenhava para desestressar ou porque era bom nisso. Desenhava porque amava. Amava riscar o papel em branco até que começasse a ganhar forma e desenhos começassem a surgir. Amava guardar as coisas numa memória palpável, como um tipo de fotografia feita a mão. Por isso não desenhava toda hora, só quando sentia ânimo e inspiração para isso. E era exatamente o que sentia agora.  

 

Ergueu-se do banco, checando o relógio de pulso. 4:06. Havia perdido um bom tempo observando o estranho rapaz de cabelos verde menta sentado sob a árvore. Perdido não, ganho. E ganhou muito mais que tempo. Ganhou inspiração novamente. Aquela que jamais pensou recuperar

Resolveu ir até o café, onde sabia que encontraria Jimin. Queria contar para o amigo sobre a súbita vontade de voltar a desenhar. Queria contar sobre o garoto lindo de suspensórios e cabelos verdes sentado sob a grande árvore. Foi andando a passos largos até o local de trabalho do moreno. Nem sabia o porquê de andar rápido, já que nunca o fazia. Nada mais na paisagem lhe chamava a atenção. Só queria pedir ao universo que o permitisse estar lá amanhã de tarde. Ou se arrependeria amargamente de não ter ido falar com ele.  

 

[...] 

 

Jeongguk nunca, em momento algum, fora tão impaciente quanto naquele dia. Para ser bem sincero, nem se lembrava da última vez que tinha estado tão agitado e fazendo tudo às pressas, checando o relógio a cada cinco minutos, na ansiedade de que as três da tarde chegassem logo, para que pudesse pegar sua mochila e correr até o parque na esperança de encontrar o garoto de cabelos verdes de novo.  

 

Jimin havia achado uma imensa loucura tudo que lhe fora contado. Disse que Jeongguk estava passando tempo de mais sentindo o cheiro forte de produtos de limpeza e álcool dentro daquele hospital, por isso estava viajando na maionese, mas como bom amigo que era, deu maior força para que o mais novo voltasse a desenhar. E ele foi dormir com um tremendo sorriso que parecia querer sair do próprio rosto. 

 

Estava terminando de ajeitar algumas coisas no almoxarifado quando fitou o relógio, percebendo faltar um minuto e uns quebrados para que seu turno tivesse fim, o que o fez correr em velocidade máxima até sua mochila, tirando o jaleco todo apressado para bater seu cartão e finalmente ir até o parque. Desceu as escadas de entrada do imenso hospital com pressa, pedindo a Deus que ninguém lhe parasse para pedir informação ou tentar cumprimentá-lo, seguindo rápido pela calça clara em direção ao seu destino esperado.  

Parou a alguns metros do banco que havia sentado no dia anterior, levando as mãos aos joelhos a fim de controlar a respiração ofegante e então se dirigiu até o lugar. Se acomodou, tirando a mochila das costas e a colocando no chão, entre suas pernas. Correu os olhos pelo local até avistar a grande árvore e, junto com ela, o rapaz de cabelos verdes e suspensório lendo o mesmo livro de capa vermelha e cinza. Queria saber que livro era que lhe prendia tanto a atenção, mas não queria incomodá-lo e por hora se contentava em apenas observar os seus traços joviais concentrado na leitura. Deixou-se sorrir involuntariamente, abrindo a mochila em seguida e retirando de lá o caderno de desenho junto com seu lápis de madeira verde escura que usava para desenhar. Abriu em uma página em branco, passando os dedos pelo papel fino como se limpasse algo. O caderno nunca estava sujo mas sempre fazia isso como um ritual, dando tempo do desenho se formar em sua mente.  

Começou a traçar delicadamente o papel com rabiscos sem nexo algum mas que faziam sentido para si. E lá ficou, por algumas horas, talvez duas, três... Não sabia ao certo, mas sabia que era muito tempo. E como se fosse sincronizado, ao terminar o último simples detalhe do desenho, notou o corpo do rapaz se erguer da grama e estapear de leve sua roupa, vestindo de volta a jaqueta de couro preta cheia de patches dos mais variados tipos, pondo-se a caminhar com o livro em mãos, sumindo da vista de Jeongguk. O mesmo voltou a observar o desenho. Estava orgulhoso, ao passo que também estava revigorado. Olhou para o relógio, se assustando por ser quase seis da tarde. E mais uma vez naquele dia correu a todos pulmões para chegar logo em casa e se arrumar para a faculdade, ou acabaria se atrasando.  

 

E foi o que Jeongguk fez todos os outros dias. Ia apressado depois do expediente até o mesmo parque, sentava no mesmo banco e observava o mesmo garoto de cabelos verde menta. O desenhava até que ele se levantasse e fosse embora, que sempre acontecia mais ou menos no mesmo horário. Se pegou vez ou outra pensando onde ele iria depois de ler e a que horas ele chegava. Se estudava ou trabalhava, se morava só ou se tinha companhia, dos pais talvez ou de qualquer outra pessoa.  

Sempre via o rapaz com as mesmas calças jeans azul escuro e a mesma botinha surrada, mas sempre o via com uma camiseta diferente todo dia e, vez ou outra ele também trocava o suspensório preto por um de outra cor. Branco, azul, vermelho, verde como os próprios cabelos. Se perguntava quantos ele tinha no armário. Já viu ele com camiseta sem estampas, com estampas de bandas ou apenas um desenho qualquer. Já viu ele com camisas de varias cores, mas que sempre combinavam com o tom das madeixas coloridas. Parecia até que as peças que compunham seu visual puxado para o clássico conversavam entre si.  

 

Jeongguk estava lá, mais uma vez, pronto para desenhar o garoto, quanto notou algo diferente. Dessa vez ele usava um suspensório branco com uma camiseta do Rolling Stones, mas não lia livro algum. Ao invés disso, estava de olhos cerrados com dois fones de ouvido pretos, batucando os dedos na perna no provável ritmo dela. O livro estava posto ao seu lado, na grama.  

Jeongguk abriu o caderno, pronto para desenhar, mas parou ao notar que o mesmo estava em sua última folha. Pensou se deveria desenhar mesmo assim, mas tinha o perigo de errar muito e ter que rasgar a folha, coisa que fazia raramente mas mesmo assim fazia. Soltou um riso soprado, levando as mãos aos fios loiros. Resolveu que iria sanar sua curiosidade sobre o garoto que desenhava. Fechou o caderno, o devolvendo a mochila e, após jogá-la nas costas, passou a caminhar mansamente até a grande árvore. Podia parecer que não, mas estava incrivelmente nervoso. Cerrava o punho forte ao lado do corpo na esperança de esvair o nervosismo, mas era quase impossível.  

Ao se aproximar do rapaz, parou em frente a ele, que logo percebeu a presença estranha e abriu um dos olhos, fitando o loiro. Encontraram os olhares e só então o rapaz abriu o outro olho, erguendo a cabeça para olhá-lo melhor. Jeongguk engolia em seco, apertava a única alça da mochila que estava em seu ombro com força, atitude que o rapaz de cabelos verdes percebeu e deixou soltar um riso fraco, retirando um dos fones da orelha, fazendo o loiro perceber alguns brincos no lóbulo da mesma. 

 

— Eu juro que eu não vou te morder. – Disse extremamente calmo e tranquilo, e Jeongguk pode ouvir que sua voz rouca e doce combinava tão bem ao estilo do rapaz. – Você precisa de algo? – Perguntou sem desprender o olhar do garoto.  

 

— É... eu estava desenhando, mas meu caderno de desenho acabou e eu vi que você não estava lendo como nos outros dias. – Respondeu tentando não parecer nervoso.  

 

 O rapaz sorriu acanhado com o comentário, cortando o contato visual e Jeongguk ficou sem entender, pensando ter dito algo de errado. 

 

— Então quer dizer que você me observa. – Disse em tom de brincadeira, ao passo que voltava seu olhar ao garoto, agora com o rosto completamente ruborizado. – Bom, sanando sua curiosidade, é que eu terminei de ler o livro.   

 

— Que livro estava lendo? – Perguntou acanhado, tentando não travar em cada palavra que dizia.  

 

— Eu sou o mensageiro, de Markus Zusak. Gosta de ler? – Indagou, suspirando em seguida ao ver o garoto negar com a cabeça.  

 

— Não leio muito. Quer dizer, não leio muita coisa além dos livros da faculdade.  

 

— Ora ora, temos um universitário aqui. – Disse sorridente vendo Jeongguk repetir o ato. – Vem, senta aqui, já que você não pode desenhar e eu já acabei de ler, vamos bater um papo. – Completou, retirando o livro do lugar e dando dois tapinhas na grama em seguida, vendo o loiro retirar a mochila das costas e se sentar ao seu lado. – Qual seu nome garoto? 

 

— Jeon Jeongguk. E o seu? – Perguntou, coçando a garganta em seguida. Estava nitidamente nervoso. 

 

— Min Yoongi. – Respondeu-lhe sorrindo fraco. – Então Jeongguk, o que você cursa?  

 

— Farmácia... E de manhã eu faço estágio num hospital aqui perto.  

 

— Uau, é realmente maneiro. Eu queria ser médico quando era criança mas eu tenho certo nojo de sangue. – Soltou uma risada fraca vendo o garoto repetir o ato.  

 

— E você? Quer dizer, o que você faz da vida?  

 

— Eu escrevo.  

 

— O que escreve? – Perguntou curioso vendo Yoongi sorrir.  

 

— Estórias das mais diversas e publico-as online. Bem, eu não vivo só disso, eu também sou crítico. Eu tiro um bom dinheiro, isso me basta. Talvez em alguns anos eu comece a lecionar em letras, mas ainda não sei ao certo.  

 

— Lecionar? Quantos anos tem? – Perguntou fitando o rapaz com espanto. 

 

— Você é bem curioso né. – Disse rindo baixo, vendo o garoto abaixar os olhos, envergonhado. Riu mais, no intuito de quebrar a ideia errada que passou. – Eu tenho vinte e seis. E você? 

 

— Vinte e seis? Eu te dava muito menos, desculpa. – Riu abafado vendo o garoto de cabelos verdes abrir um sorriso gengival. – Eu tenho dezenove.  

 

— É, eu meio que te dava essa idade mesmo. – Comentou em tom sarcástico fazendo o mais novo rir, se soltando um pouco mais. –  Então Jeongguk, o que você gosta de desenhar? 

 

— Ah, sei lá. – Respondeu, coçando a nuca. – Gosto de eternizar o momento com minhas próprias mãos. O que me der inspiração, sabe? 

 

— Hm. – Resmungou Min, pensativo. – E o que te deu tanta inspiração para que você gastasse seu caderno de desenhos aqui?  

 

 “Você”, quis responder o maior, mas se conteve. Soltou uma risada baixa fitando as próprias pernas cruzadas na grama. Voltou seu olhar a Yoongi, que o observava sem nem se quer ter a capacidade de disfarçar.  

 

— Você nem acreditaria. – Disse, vendo nascer um sorriso ladino no mais velho, que voltou seu olhar a paisagem a sua frente. – Yoongi, posso fazer uma pergunta?  

 

—  Acabou de fazer. – Respondeu-lhe sorrindo doce, retornando sua atenção às orbes negras e redondinhas de Jeongguk.  

 

— Eu sei mas... Posso fazer outra além dessa? – Retrucou timidamente vendo o maior sorrir largo. 

 

— Pode. 

 

— Quantos suspensórios você tem no seu guarda-roupas?  

 

 O Min sorriu. Aquela pergunta tinha sido tão inocente, mesmo assim havia lhe aquecido o coração. Como o próprio garoto que, mal havia chego e já estava comentando a fazer um estrago no emocional de Yoongi. Fitava o belo rosto do garoto sem pudor algum. Estava à beira de se encantar de vez com os traços delicados do rosto um tanto infantil para a idade. Os cabelos loiros repartidos ao meio lhe caíam na face, se misturando a beleza do mesmo. Era quase um charme vê-lo ajeitar os fios entre os dedos vez ou outra, mesmo que não fosse adiantar muito, pois sempre voltavam para o mesmo lugar. Desprendeu dos olhos do menino Jeongguk, voltando a observar as crianças no parquinho mais a longe. 

 

— Você nem acreditaria. 

 

[...] 

 

Yoongi e Jeongguk se encontraram em todos os outros dias seguintes. O maior saia do hospital e caminhava em direção a grande árvore, onde um Min sereno e tranquilo lhe esperava. Aparecia todos os dias com uma camiseta diferente, lendo um livro novo quase toda semana, e vez ou outra tendo que explicar a história para o mais novo.  

Um mês depois Yoongi se permitiu deitar a cabeça na coxa alheia, recebendo um afago carinhoso do garoto, que no começo ficava bastante corado. Um mês e meio depois, Jeongguk quem decidiu ter os cabelos afagados pelos dedos compridos de Min.  

Teve a vez que Jeongguk chegou e não encontrou o rapaz sentado sob a árvore. Se entristeceu por completo, mas não durou muito, logo deu lugar a um sorriso aliviado quando sentiu um toque em seu ombro e, ao se virar, poder avistar um Yoongi sorridente dizendo que dessa vez iriam tomar café próximo dali. E foram. Foram muitas vezes. 

Também houve a vez que Jeongguk criou coragem para mostrar-lhe seus desenhos e quando achou que receberia um “puxão de orelha” por ter lhe desenhado sem que ele soubesse, recebeu na verdade o oposto. Um sorriso gengival maravilhoso que combinavam tão bem aos olhinhos brilhantes de Min. “Eu adorei. Não, adorei não. Eu amei. Parabéns Gukkie, Você desenha fodidamente bem.” era o que recebia como resposta, deixando-se levar por um sorriso involuntário.  

Houve uma vez em específico, que Gukkie acidentalmente esbarrou – ou talvez não tanto assim – sua mão na mão do mais velho, que caminhava ao seu lado. E esse, por ter gostado da sensação, apenas deixou-se levar pela emoção do momento, e entrelaçou os dedos com os do mais novo, fazendo seu coração quase sair pela boca e um aperto forte ser desferido em sua destra, como se desejasse nunca mais desatar o toque.  

E teve a vez que, debaixo da mesma árvore, depois de meses compartilhando gostos, histórias e fones de ouvido, houve finalmente o primeiro beijo deles. Ah, fora tão adorável a forma que Min delicadamente puxou o outro para um selo calmo, levando um pequeno susto quando o menor pediu passagem com a língua, concedida instantâneamente. Havia sido engraçado, Yoongi estava com a cabeça depositada na coxa do maior, enquanto este contava sobre sua experiência de um encontro desastroso. Não pode se segurar da dúvida que tinha e soltou baixinho a pergunta a seu hyung de maneira tímida. “Hyung, você gosta de rapazes?” fora o que saiu de sua boca, meio gaguejado e com direito a bochechas ruborizadas. O Min apenas riu. Ergueu-se da grama, dando alguns tapinhas na roupa para tirar qualquer resquício de poeira, e sem nem se quer respondê-lo, apenas se aproximou, beijando os lábios demoradamente, até que o beijo fora aprofundado por Jeongguk.  

A relação se estendeu por mais tempo, até que Jeon tivesse a coragem de pedir o adorável rapaz de madeixas verde menta em namoro. Lógico que o mesmo aceitou sorridente, trocando um ósculo doce com o, agora, namorado.  

 

[...] 

 

— Yoon... – Chamou manhoso o mais novo, enlaçando a perna esquerda e o braço esquerdo por cima do namorado, puxando-o para mais perto de si. 

 

O menor apenas riu do dengo do loiro, se limitando a resmungar em sinal para que ele continuasse.  

 

Estavam deitados fazia uma meia hora, sem coragem alguma para se levantarem, pois não queriam encarar o frio que fazia do lado de fora, devido ao inverno que torava a todo vapor, enchendo as árvores secas de neve branca e gélida. O outono já havia partido a tempos, e mesmo que estivesse já quase no fim da nova estação, as temperaturas continuavam baixas e o frio, intenso.  

  

— Que que você acha da gente preparar um chocolate quente e tomar na cama, hm? – Perguntou rente à nunca do namorado, vendo os pelos de Yoongi se arrepiarem com o bafo quente em uma área tão sensível.  

 

 Min se virou lentamente, passando a fitar o namorado nos olhos, vendo que o mesmo sorria grande, deixando à mostra seus dentinhos de coelho que o mais velho tanto amava. Ah, amava cada pedacinho daquele garoto, um bocado maior que si, que lhe fitava com aqueles olhinhos gordinhos, fazendo um carinho leve com o próprio nariz no semelhante de Min.  

 

— Você adora me dar beijinhos de esquimó de manhã, né? – Perguntou, fechando as pálpebras de leve, apenas para aproveitar mais do carinho alheio.  

 

— Eu te amo Yoon. – Disse baixinho, como se contasse um segredo, entrelaçando mais ainda os corpos que permaneciam quentinhos no calor corpóreo um do outro, em meio a grossos edredões da cama de casal.  

 

— Não precisa me bajular, eu te faço chocolate quente. – Respondeu risonho, abrindo os olhos e vendo Jeongguk analisar as poucas tatuagens que possuía nos braços, passando os dedos pela pele macia do namorado.  

 

— Mas eu te amo mesmo, com ou sem chocolate quente. – Disse, voltando a olhar nos olhos de Yoongi, que lhe sorria fraco.  

 

— Eu também te amo Gukkie. – Completou a declaração, selando os lábios de Jeon, que sorria de leve entre os selinhos que o mais velho depositava em sua pele quente, demorando mais na marquinha que o mesmo possuía em baixo do lábio.  

 

 Estavam em meio a carícias doces quando viram a porta do quarto do maior ser aberta com voracidade e um Park Jimin muito animado pular em cima dos dois, envolvendo-os com seus bracinhos.  

 

— Gente, gente. Vocês não vão nem acreditar. Tá’ nevando. – Dizia animadamente, como uma criança, fazendo ambos sorrirem com o ato. 

 

— Eu sei hyung, nevou ontem também, estamos no meio do inverno. – Disse Jeongguk calmamente, rindo fraco.  

 

— Mas não é só isso. – Continuou intercalando olhares aos dois abaixo de si. – Eu tirei nota máxima na minha prova semestral.  

 

— Parabéns Jimin – Foi a vez do mais velho falar, em meio a risinhos, afagando os cabelos escuros do baixinho.  

 

— É, parabéns hyung. Eu sabia que conseguiria. – Completou Jeon, contente pelo amigo.  

 

— E não é só isso. 

 

— Tem mais? – Perguntou Jeongguk, rindo da animação do moreno, que concordou com um aceno de cabeça afobado. 

 

— Sabe aquele garoto fofinho do seu curso Gukkie? O Hoseok? – Disse Jimin, fazendo seu sorriso típico que quase cerrava seus olhinhos por completo, vendo o maior apenas concordar com a cabeça. – Ele me chamou para jantar. E eu aceitei. Vamos comer macarrão italiano. Eu fiz chocolate quente para vocês, eu sei que vocês querem. Levantem esses traseiros dessa cama e venham, aproveitem que hoje eu to de bom humor.  

 

— É amor, aproveita que ele tá de bom humor. – Disse Yoongi, sorrindo sugestivo ao namorado, que ria da cena.  

 

 Jimin se levantou num salto de cima de ambos, correndo porta a fora. Os dois que permaneceram deitados se entreolharam, rindo da animação alheia.  

 

— Acha que ele ouviu a nossa conversa atrás da porta? – Perguntou Jeongguk, rindo.  

 

— Olha, ou é isso... Ou ele tem poderes psíquicos. – Respondeu arrancando um riso maior do namorado. – Seja lá o que for eu não quero desperdiçar aquele chocolate.  

 

— Seria uma lástima recusar e acabar com o bom humor do Jimin. – Retrucou o mais novo, sarcástico.  

 

— Já disse que eu te amo? – Indagou Min, atento ao lindo sorriso do namorado.  

 

— Não me lembro. – Respondeu sorrindo travesso. – Será que disse?  

 

— Se não disse, eu te amo. – Disse selando a ponta do nariz de Jeongguk, o vendo sorrir doce. – E também amo chocolate quente de graça, vem.  


Notas Finais


É isso garotadinha marota. Comentem o que acharam. Eu particularmente amei escrever essa história, pois eu ando trabalhando em um projetinho ai que está me deixando levemente louco. Essa one meio que me relaxou.

Leiam minha shortfic nova Yoonkook: https://www.spiritfanfiction.com/historia/dont-leave-me-12172755

Leiam minha outra oneshot Yoonkook também: https://www.spiritfanfiction.com/historia/basquete-moletom-e-polaroides-12029742

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Beijos e abraços. xoxo <3


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