1. Spirit Fanfics >
  2. O Garoto do Cemitério >
  3. O Garoto do Cemitério

História O Garoto do Cemitério - O Garoto do Cemitério


Escrita por: kazuno

Notas do Autor


OLAR ARMY!

É UM 2SHOT obg / desculpa pela capa bosta, não consegui fazer melhor (nem ia fazer, na vdd) q

Eu estava voltando do trabalho, e eu SEMPRE passo na rua do cemitério mais caro da minha cidade (ele é lindo tbm, apesar de eu odiar cemitérios), e tive a ideia pra essa 2shot. Espero que gostem...
Boa leitura!

Capítulo 1 - O Garoto do Cemitério


Eu sempre passava naquela mesma rua todos os dias por volta das duas horas da tarde, afinal era o meu caminho do trabalho de volta para a casa. E sempre que por ali passava, eu via um garoto bonito com um pequeno arranjo de flores em mãos, e todos os dias eram flores diferentes.

O muro era extenso e um tanto quanto baixo, dando visão a um campo aberto e uma árvore cerejeira. O cemitério da rua Hyeonchung era bonito e bem cuidado, nada de surpreendente para um ponto turístico.

E como todos os outros dias, lá estava eu, passando por aquela rua e observando o mesmo garoto. Hoje ele estava com um pequeno buque de crisântemos brancos, sentado debaixo da árvore com um olhar um tanto quanto triste. Parei o meu trajeto para olhá-lo, afinal ele sempre estava sorrindo quando eu ali passava. Acenei para o garoto e ele pareceu me notar, me encarando com o semblante um pouco confuso, mas logo acenando de volta. Apontei para si, e logo coloquei cada indicador nas bochechas forçando para cima em um sorriso. Eu queria que ele fizesse igual. E ele fez.

Quando se deu conta que eu queria que ele sorrisse, o garoto deixou seu rosto ser rasgado por um sorriso de tirar o folego. Fiquei satisfeito, assenti diversas vezes com a cabeça, acenando em seguida e seguindo o meu caminho.

 

No dia seguinte, lá estava ele, dessa vez com petúnias brancas. O garoto brincava com as pétalas que desprendiam dos galhos. Adorável. Sorri com a cena e segui o meu caminho como todos os dias.

Chegando no trabalho, meu chefe Seokjin me encarava aflito enquanto tinha o telefone do estabelecimento colado na orelha. Falava esboçando um sorriso forçado, maníaco até. Se despediu e deligou.

- Hoseok, temos um problema e você terá de resolvê-lo. - segurou os meus ombros me olhando intensamente com o cenho franzido em determinação.

- O que? Por que?!

- Encomenda de última hora. - ele caminhava até os lírios, contando as flores e montando um enorme buquê. - Leve essas aqui. - entregou-o a mim, logo indo até as peônias também brancas e repetindo o processo anterior. - E essas também.

- Mas para quem? Onde? - perguntei atônito segurando os dois buquês.

- Sobre o túmulo de Kim Taehyung no cemitério da rua Hyeonchung. A senhora Kim disse que leva flores todos os dias para ele, e que não quer quebrar o ritual, porém teve de viajar para a China e não tem quem possa fazer isso por ela. - disse enquanto voltava para trás do balcão, pegando as chaves da van e me entregando. - Tome, assim você chega lá rápido e pode voltar rápido também.

Assenti e peguei o pequeno molho, admirando o chaveiro com o nome Floricultura Kim envolto em flores cravado no metal em tinta rosa. Eu possuía meus 20 anos recém formados, mas o medo do volante me acompanhava desde os 18. Mesmo engolindo em seco, eu girei a chave na ignição e dei a partida.

 

 

Minutos mais tarde, lá estava eu adentrando os portões do enorme cemitério. Estava animado, já que talvez eu pudesse ver o garoto de antes. Desci da van e fui até a recepção do lugar, perguntando pelo túmulo do Kim.

- Ah, o túmulo dele está sendo reformado, por isso está sem a placa com a foto e o nome, mas é bem fácil de achar. - uma velhinha me dizia com o semblante animado, apesar do ambiente. - Está vendo aquela estátua dourada do Pequeno Príncipe? É ali. - assenti e logo fiz uma breve reverencia, me dirigindo até o local com os buquês em mãos.

Caminhei até onde me fora indicado sem pressa, por mais estranho que fosse, eu adorava a tranquilidade e calmaria dos cemitérios, mesmo que raramente tivesse que ir até algum.

Cheguei até o túmulo, e ele era incrivelmente lindo. Todo em mármore branco, com detalhes dourados assim como a grande estátua em sua outra ponta. Mas o que me surpreendeu mesmo foi o garoto dos buquês, ele estava ali, sentado sobre a placa de pedra. Ele tinha o mesmo olhar triste, não notando minha presença.

- Oi. - ele se virou para mim com o cenho franzido. - Está tudo bem? - ele olhou para os lados, não parecendo entender. Sorri, mesmo que sua atitude fosse estranha.

- Oi! - ele respondeu animado, abrindo um sorriso enorme e me encarando com os olhos brilhando. - Você veio me ver?! - se sentou de perna de índio, e espalmou lado a lado no mármore.

- Fiquei animado com a possibilidade de te ver sim, mas vim para deixar essas flores para o Taehyung. A mãe dele não pôde vir, por isso vim aqui. - ele me encarou com o cenho franzido, voltando a se entristecer. - São bonitas? - puxei assunto, vendo seu semblante se iluminar novamente. - São lírios e peônias. Gosta?

- Sim! - ele assentiu freneticamente, com aquele sorriso que rasgava sua face. - Peônias são uma das minhas preferidas. Mas as que eu mais gosto são as coloridas.. apesar de não receber nunca.. - baixou a cabeça e sussurrou a última parte tão baixinho que eu mal pude ouvir e entender.

- Posso trazer para você qualquer dia. - ele sorriu e me encarou.

- Mesmo?!

- Sim! - sorrimos um para o outro e logo eu me peguei admirando o garoto a minha frente. Parecia ter uns 17 anos, não muito mais velho que isso. Tinha os cabelos em um tom de lilás e roupas aparentemente leves: uma camisa branca e um colete largo e cumprido na mesma tonalidade, além de uma bermuda em tom ocre. Estava descalço e seu rosto era liso, perfeito sem manchas. Ele era incrivelmente lindo.

Ele nada disse, mesmo após perceber que eu o encarava. O garoto parecia fazer o mesmo, observava-me de forma curiosa, passeando pelas minhas vestes e parando no meu rosto, se demorando ali.

- Qual o seu nome? - indagou sem deixar de me analisar, mas para mim, o som grave de sua voz me fez voltar para a realidade no mesmo instante.

- Jung Hoseok. - ele olhou nos meus olhos, sorrindo. - E o seu? - o garoto deixou seu sorriso morrer, mordeu o lábio e olhou para o chão, depois para os lados, enfim voltando para mim com determinação. Porém antes que ele pudesse abrir a boca para me dizer, um senhor caiu, fazendo um barulho próximo, chamando a minha atenção.

Olhei para o homem e ele carregava um carrinho de mão, observei o chão e havia uma pedra disposta bem no meio de seu caminho. Olhei para frente, mas o garoto havia desaparecido, e mesmo buscando ao redor, não o vi. Só me restou a alternativa de ir até o senhor e o ajudar.

- Você está bem? - segurei sua mão, o dando apoio para se levantar. Ele aceitou de bom grado, me sorriu e após um acenar de cabeça, voltou a seguir seu caminho até o túmulo onde eu me encontrava antes conversando com o garoto.

O segui, observando atrás de si, vendo-o colocar um suporte no meio do mármore branco, para logo após encaixar uma placa dourada com o nome Kim Taehyung gravado em preto com a data 1990 - 2008. Ele havia morrido tão jovem.. Qual seria a causa da morte? Teria divagado ainda mais, se o barulho do carrinho de mão se afastando com o velho o arrastando não fizesse minhas pernas bambearem e minha fala sumir antes de chegar a garganta. O retrato grande que adornava o suporte continha a foto dele, o garoto do cemitério.

Antes que minhas pernas me traíssem, coloquei-me a caminhar de volta para a van, totalmente em choque. Com muito esforço me voltei para o túmulo, mesmo que ele já estivesse longe. Arregalei meus olhos, sentindo minhas mãos tremerem, Taehyung estava segurando uma flor de cada buquê, me olhando triste com o queixo tremendo levemente, enquanto acenava um adeus. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...