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História O Hóspede 2 (Reescrevendo) - Saudades


Escrita por: BieberCaramelo

Notas do Autor


Sei que demorei, mas estou aqui. As músicas desse capítulo serão Worth It - Fifth Harmony e Skin - Rihanna (principalmente essa, pois ela será música tema do próximo capítulo também). Exatamente nessa sequência. Então, assim que a Lizzie sair do banho, vocês coloquem a música da Rihanna para tocar, por favor, é importante. Os links estarão nas notas finais e espero que gostem do capítulo.
Boa leitura e enjoy it! ;)

Capítulo 7 - Saudades


Fanfic / Fanfiction O Hóspede 2 (Reescrevendo) - Saudades

Passei o dedo indicador pela borda do copo e suspirei, ainda ouvindo a batida estrondosa da música. O barman, que já havia virado uma espécie de amigo para mim, me encarou com a testa franzida e se aproximou, pondo-se a minha frente. Vi seu corpo se inclinar em minha direção e ele apoiou seus cotovelos no balcão.

- Aconteceu algo? Seu desânimo está me contagiando e isso não é muito legal, sabe?

Soltei uma fraca risada e balancei a cabeça negativamente. – Está tudo certo.

- Tem certeza? – perguntou.

Apenas balancei a cabeça afirmativamente e virei o resto do líquido azul em minha boca.

- Acho que por hoje já está bom. – soltei uma risada fraca, referindo-me à bebida. – Não quero ficar bêbada nem nada. Não faz o meu feitio.

- Entendo. Você também não tem uma cara de que sai enchendo a cara por aí.

Um sorriso de canto forçou-se a aparecer em meus lábios e eu ergui minha cabeça momentaneamente, percebendo que seu rosto estava muito próximo do meu. Senti minhas bochechas ruborizarem, denunciando o meu constrangimento, e consequentemente, arrancando um sorriso maroto do meu colega barman.

- Ah, você ainda está aí, graças a Deus! – virei meu rosto e vi Debbie se aproximando de mim, com uma expressão um tanto quanto preocupada no rosto. Sua testa se franziu e ela segurou meu braço assim que parou ao meu lado. – Você está bem, Lizzie? – seu olhar pousou sobre o copo vazio de bebida a minha frente e logo depois voltou para mim.

- Estou, sim. – afirmei prontamente. – Aonde você foi? Sabe há quanto tempo eu estou te procurando feito uma louca? Como você teve o descaramento de me deixar para trás, Deborah Moore?! – cuspi as perguntas, sem tempo para pausas, e isso a fez rir fracamente. – Não, não ria, eu estou falando sério. E também estou extremamente puta com você.

- Ui, Elizabeth Wright falou palavrão! – a surpresa se estampou em sua face. – Você ouviu isso?! Ela falou a palavra ‘’puta’’! – ela olhou para o barman, ainda desacreditada, e ele riu antes de se afastar para atender um homem que acabara de se aproximar do balcão.

Apenas fiquei a encarando com a expressão fechada até que ela se mancasse e resolvesse responder às minhas perguntas de uma vez.

- Ok, ok, desculpe-me por ter te deixado sozinha, mas você já ouviu falar sobre necessidades fisiológicas alguma vez? A natureza simplesmente resolveu me chamar e eu tive de atender ao seu chamado com a maior urgência do mundo, querida. – Debbie jogou seu cabelo para trás dos ombros e eu balancei a cabeça, rindo de suas palavras carregadas de desespero e obvialidade.  

- Mas por demorou tanto? – virei em sua direção, ainda sentada no banquinho.

- É... Bom... – ela entrelaçou os dedos e olhou para baixo. – É que... Bem... Eu...

- Debbie...? – a incentivei a continuar chamando por seu nome.

- É que eu acabei encontrando com o Logan e bem, ele me levou de volta para o banheiro e nós... Hm... Nós...

Uma expressão de horror tomou meu rosto sendo seguida por uma careta de nojo.

- Não acredito que vocês fizeram isso no banheiro de uma balada! Que nojo, Deborah! – exclamei.

- Por que não? Isso é a coisa mais normal do mundo nos dias de hoje. – deu de ombros.

- Para mim, não.

- Ok, esqueçamos isso. Por que você ainda está sentada aqui, exatamente da forma que te deixei? Não saiu daqui em momento algum?

Suspirei.

- Ahn, na verdade, eu saí, mas voltei para cá depois. Eu estava conversando um pouco com o meu novo amigo.

- Amigo? – lançou-me um olhar malicioso.

- É, o barman. – apontei para ele, que sorria enquanto fazia malabarismo com algumas garrafas.

- Barman? – minha amiga me lançou um olhar entediado. – É sério que você vem para a balada para ficar conversando com barman, Lizzie? Conte-me outra, pelo amor de Dios!

Dei de ombros. – Ele é bem legal, se quer saber. E ele me fez companhia enquanto a minha querida amiga estava transando com o namorado num banheiro de balada.

- Já falei para esquecermos isso. Mas que pessoa rancorosa, huh? Cruz credo!

Ri de sua careta de indignação.

- Vamos, Lizzie, vamos dançar um pouco. Agora que eu voltei para você, vamos requebrar as cadeiras, menina! – ela me puxou pelo braço, nem me dando tempo de protesto.  

Deborah me puxou até a pista de dança e começou a mexer os quadris, segurando nos meus e tentando me fazer dançar exatamente igual a ela, mas convenhamos que eu era um pouco desgovernada e não tinha nenhum jeito para aquilo. Justin só havia me ensinado a dançar música lenta, não aquele tipo de música que quase estourava os tímpanos com a batida. Ainda parada no meio da pista de dança, eu observei as pessoas dançando ao meu redor. Alguns casais dançavam de uma forma tão sensual, que só faltavam tirar suas roupas e partirem para o lado sexual da coisa; um casal de mulheres estava dançando do meu lado esquerdo, e eu fiquei encarando a cena com o cenho franzido ao ver a maneira como elas se esfregavam uma na outra sem nenhum pudor. Era passada de mão para todos os lados até que elas aproximaram seus rostos e se beijaram. Só o que se passou na minha mente foi a palavra ‘’Ok’’ e eu virei meu rosto, observando duas mulheres dançando com um homem. E aquela cena me chamou a atenção porque o homem dançava no meio e uma mulher ficava em sua frente enquanto a outra ficava atrás, de alguma forma obrigando o cara a dançar no mesmo ritmo que elas. As mulheres guiavam os seus movimentos e ele parecia gostar muito daquilo, já que estampava um sorriso cafajeste nos lábios e se aproveitava quando alguma delas se aproximava mais de seu corpo, passando a mão pelas coxas da mesma.

A música acabou e começou uma outra totalmente diferente. Eu reconheci o som do instrumento como trompete, ou era um saxofone? O que importava é que eu acabei levando um susto quando Deborah começou a pular feito uma maluca a minha frente.

- Ah, minha música! Porra, minha música! – ela gritou e eu arregalei meus olhos, vendo que ela se virou de costas para mim, começando a sacolejar os quadris de um jeito exagerado e engraçado.

Give it to me, I'm worth it

(Me dê isso, eu valho à pena)

Baby, I'm worth it

(Baby, eu valho à pena)

Uh huh I'm worth it

(Uh huh, eu valho à pena)

Gimme, gimme, I'm worth it

(Me dê, me dê, eu valho à pena)

Give it to me, I'm worth it

(Me dê isso, eu valho à pena)

Baby I'm worth it

Uh huh I'm worth it

Gimme gimme I'm worth it

 

- Ahn, Debbie, eu não sei... – ela me interrompeu.

- Dança, Lizzie, dança! – puxou-me em direção ao seu corpo e eu tropecei nos meus próprios pés, quase caindo de cara na pista. Segurei meus óculos para não voarem longe enquanto ela agarrava meus quadris novamente, sacolejando-os semelhantemente aos seus.

Juro que fiquei constrangida com aquela situação toda, afinal, um monte de gente direcionava o olhar até nós, por conta de todo o alarde de Deborah. Aliás, esta, não parecia se importava com os olhares que eram depositados sobre ela. Apenas fechou os olhos e levantou os braços, continuando a dançar.

Just gimme you, just gimme you

(Apenas me dê você, apenas me dê você)

Just gimme you, that's all I wanna do

(Apenas me dê você, isso é tudo o que eu quero)

And if what they say is true

(E se o que eles dizem for verdade)

If it's true, I won't get mad at you

(Se for verdade, não ficarei brava com você)

I may talk a lot of stuff

(Eu posso falar um monte de coisa)

Guaranteed, I can back it up

(Garantido, eu posso te alucinar)

I think I'mma call your bluff

(Eu acho que vou pagar para ver)

Hurry up, I'm walkin' out front

(Apresse-se, estou andando na frente)

Seus lábios se mexiam conforme a letra da música e eu acabei por me lembrar de mim mesma enquanto cantava Titanium. Sorri e de forma tímida, comecei a movimentar meus pés, indo de um lado a outro na pista. Olhei para os mesmos, que estavam cobertos pelos saltos altos, e em seguida, ergui meu olhar até Debbie, que me encarava sorrindo e assentindo com a cabeça, dando-me coragem para continuar o que eu havia começado. Observando seus movimentos com a cintura, tentei fazer o mesmo, movendo-a de um lado a outro. Ela sorriu e balançou a cabeça, continuando a dançar para que eu a imitasse. Sorri fraco e ergui os braços, assim como Debbie. Por um momento fechei os olhos e continuei a mover os quadris, aumentando a velocidade gradativamente, conforme a batida envolvente da música.

No instante seguinte foi como se eu tivesse sido teletransportada para outro mundo. Um mundo em que só eu existia e dançava de forma suave, libertando-me talvez de mim mesma. Libertando-me da minha casca de timidez e constrangimento. Eu me sentia livre enquanto ouvia a música e a batida me envolvia, fazendo-me sentir quente. A temperatura do meu corpo parece subir repentinamente, assim como qualquer controle sobre mim pareceu ter evaporado. Eu já conseguia dançar sem qualquer coisa para me impedir. Era como se eu não tivesse ninguém a minha volta, como se eu estivesse sozinha em meu quarto, com o som ligado tocando a minha música favorita, e dançando da forma mais espontânea e sem restrições que eu conseguia. Lembrei-me de quando morava com o meu pai e ele saia para trabalhar e me deixava sozinha em casa, eu saia correndo para ligar o som e começava a dançar pela casa, usando a minha escova de cabelos como microfone. Eu nunca havia deixado com que alguém me visse daquele jeito; eu somente fazia aquilo nos meus momentos de solidão, e agora, aqui, numa balada, eu me sentia livre o suficiente para dançar da forma que eu quisesse, talvez até da forma mais louca a qual eu podia deixar o meu corpo ser levado.

Sorri ao ver um flashback ser passado a minha frente, comigo em meus dezesseis anos, dançando de um lado a outro pela casa, vestindo o meu pijama favorito. Aquele era um dos poucos momentos de diversão que eu tinha, e ainda assim, sozinha... Como a maioria das situações em minha vida. Eu sempre tive a companhia de meu pai, mas ainda assim, sentia-me recentemente sozinha.

Quando o refrão da música voltou a tocar, eu acabei sendo puxada novamente para o presente. Abri meus olhos e olhei sorrindo para Deborah, vendo que Logan agora dançava conosco. Ele ficou por trás de Debbie e segurou sua cintura, acompanhando o movimento que seu corpo fazia. Franzi a testa ao sentir um par de mãos envolvendo minha cintura por trás, assim como Logan fazia com Debbie. Virei meu rosto e encarei o rapaz por cima do ombro. Seus olhos escuros faiscaram em minha direção e ele sorriu de forma safada, colando seu corpo no meu, fazendo-me sentir seu membro encostando-se a minha bunda. Ele começou a dançar enquanto se esfregava em mim e aquilo me deu tanto nojo que a Blue Lagoon que eu havia bebido quase voltou por minha garganta.

Agarrei seus pulsos e o obriguei a me soltar, mas ele apertou ainda mais minha cintura, fazendo pressão com seu corpo contra o meu, que eu tentava inutilmente afastar. Bufei inconformada com isso. Já era a segunda vez naquela noite que algum infeliz tentava me agarrar à força e isso já estava mexendo com os meus nervos.

- Hm, com licença? – uma voz rouca pigarreou ao meu lado e eu encarei Deborah e Logan que haviam parado de dançar e agora nos encaravam com a testa franzida. – Estou atrapalhando algo? – ao ouvir a voz novamente, eu virei o rosto, dando de cara com um Justin sério, intercalando seu olhar entre mim e o cara.

- Só estamos dançando, cara. Vai procurar uma gatinha para você e nos deixe em paz. – o cara falou normalmente e continuou a me agarrar pela cintura, praticamente obrigando-me a acompanhar seu corpo em uma dança um tanto quanto atrapalhada.

- Sério? Pois não é o que parece. A senhorita parece não estar muito confortável. – Justin fez uma breve observação, erguendo uma das sobrancelhas. Rolei os olhos ao ouvi-lo me chamar de ‘’senhorita’’, como se não me conhecesse.

O homem ignorou a carranca de Justin e continuou a me agarrar. Quase soltei um grito de surpresa ao ser puxada rudemente contra seu corpo. Bufei de raiva e ergui meu pé, fazendo a mesma coisa que fiz com o outro abusado. Pisei em seu pé com o salto de meu sapato e suas mãos me soltaram na mesma hora. Justin me afastou delicadamente para o lado, longe do homem, e ergueu seu punho. Foi questão de menos de um segundo para eu ver a sua mão ir de encontro ao rosto do cara, dando-lhe um soco, provocando o desequilíbrio do mesmo. O homem foi parar no chão e Justin apontou para ele, encarando-o de cima com um olhar de superioridade, enquanto o rapaz massageava o maxilar.

- Não volte a tocá-la novamente, ou sairá daqui com uma costela quebrada. Entendeu?

O rapaz apenas balançou freneticamente a cabeça em afirmação e se arrastou pelo chão, erguendo-se rapidamente para em seguida, sumir pelo meio da multidão. Multidão esta, que nos encarava com surpresa. Assim que a música foi trocada, as pessoas pareceram não dar mais importância ao acontecimento, logo voltando a dançar como anteriormente. Assim que Justin se virou em minha direção, eu cruzei meus braços e o encarei seriamente, totalmente indignada com o que ele havia feito.

- Eu não precisava da sua ajuda! Eu podia ter me livrado dele sozinha.

Ele me encarou surpreso, começando a rir em seguida.

- Como pode afirmar algo com tanta convicção? Era óbvio que você não ia dar conta, Elizabeth! O máximo que ia conseguir era dar aquela pisadinha de nada no pé dele e deixá-lo com raiva. Você sabe o que um homem faz quando está com raiva? – continuei em silêncio, olhando-o com raiva. – Não queira nem saber. E, aliás, você devia estar agradecida por eu ter te ajudado. Eu não entendo o porquê de você estar com raiva.

- Eu já disse que não precisava de ajuda. Você estava pouco se importando quando o primeiro cara me agarrou, por que se importou agora? Eu podia muito bem ter cuidado de tudo sozinha.

- Ah! – ele riu novamente. Sua risada estava provocando ainda mais raiva por minhas veias. – Então achamos a raiz do problema aqui.

- Não existe raiz de problema nenhum. O problema em si está bem a minha frente, dando uma de preocupado. – sorri raivosa. – Olha, por que não volta para aquela morena com a qual você estava agarrado agora pouco e não me esquece? Você parecia estar bastante entretido com ela. Aposto que ela está te esperando em algum lugar. – olhei em volta, procurando pela mulher.

- Agora sim encontramos a real raiz do problema. – ele sorriu presunçoso – Você está com ciúmes, Elizabeth?

Arregalei levemente os olhos em surpresa e gargalhei alto.

- Eu com ciúmes? Por favor, inventa outra. Só não quero que se meta mais onde não é chamado, por favor.

- Eu me meto onde eu quiser. – ele se aproximou de mim, quase colando nossos corpos. Sua boca foi até minha orelha e sussurrou: - Inclusive, no meio de suas pernas.

Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo ligeiramente trêmulo, mas tratei de espantar a expressão de surpresa em meu rosto, substituindo-a por uma careta, e me afastei minimamente de seu corpo que transmitia aquele típico calor e cheiro já conhecido por mim.

- Você é ridículo.

Ele riu de forma amarga, como eu nunca havia visto antes, e balançou a cabeça em afirmação. – Certo. – começou a se afastar, encarando-me nos olhos. – Tenha uma ótima noite, Elizabeth.

Justin se virou e continuou a se afastar, até sumir novamente por entre as pessoas. Encarei o caminho por onde ele havia passado e suspirei, abaixando a cabeça, sentindo-me ligeiramente culpada. Culpada por tê-lo xingado quando na verdade, a sua intenção era somente me ajudar. E mais uma vez, Justin havia se mostrado um ótimo amigo, e eu simplesmente o rejeitei, exatamente quando ele me disse que estava apaixonado por mim. Rejeitei a sua preocupação para comigo. E tudo isso por causa do ciúme idiota que eu senti.

Parabéns, Elizabeth. Você acaba de ganhar o prêmio de idiota do ano.

 

A noite se passou e eu fiquei somente sentada em um dos pequenos sofás que havia espalhados pelo local. Fiquei num canto, sozinha, e observando tudo em volta em silêncio. Encarei a minha garrafinha d’água que eu havia pedido e suspirei, passando a mão pela mesma. Observei, de longe, um Justin um tanto quanto animado dançando com outra mulher. Já não se tratava mais da morena, e sim, de uma ruiva. Ruiva falsificada, porque aquele cabelo não era natural nem na China. Meu olhar se prendeu nele de tal forma que eu não conseguia desviar. Nada chamava mais a minha atenção do que ele e a maneira como ele estava deslumbrante naquela noite. Tive de admitir internamente que Justin era o homem mais bonito que eu já havia visto na minha vida, assim como tive de aceitar o fato de que ele era livre e podia ficar com quem ele quisesse, mesmo isso não me agradando em nada.

Eu não quis nada com ele quando ele abriu o seu coração para mim. Agora, eu não tinha o direito de ficar com ciúmes.

Eu não queria estar com ciúmes.

Entretanto, a visão que meus olhos me proporcionavam me deixava com raiva, ciúmes e tantos outros sentimentos ruins. Aquilo despertava o pior de mim, o lado o qual eu não sabia que existia. O lado em que se encontrava a minha possessividade. De alguma forma, eu me achava dona – e eu sei que isso é ridículo – de Justin. Lá no fundo de minha mentezinha maligna, eu achava que ninguém tinha o direito de tocá-lo, de beijá-lo e muito menos de estar com ele. Somente eu tinha esse direito. Fora Justin quem tirara a minha virgindade, fora ele quem me ensinara algumas das coisas mais maravilhosas da vida.

Fora ele quem havia despertado o desejo dentro de mim. Fora ele quem mexeu completamente com o meu interior. E ele não tinha esse direito de arrancar tudo isso de mim, como se nada tivesse acontecido entre a gente. Justin não podia me obrigar a esquecer tudo pelo qual já passamos em tão pouco tempo.

Ele não podia me substituir como se eu tivesse sido mais uma em sua vida.

Ele não pode.

Amizade colorida uma ova. Eu não quero dividi-lo com ninguém.

Minha mão apertou a garrafa d’água quando vi a ruiva abraçá-lo pelo pescoço e em questão de segundos, beijá-lo avidamente. E ele simplesmente correspondeu. Ele correspondeu como se nada mais importasse, como se eu não estivesse no mesmo local que ele.

Engoli o gosto amargo que subiu por minha garganta e me levantei, agarrando minha bolsa. Passei por todas aquelas pessoas que ainda dançavam como se não houvesse amanhã e parei ao lado de Deborah que estava com Logan perto do balcão de bebida.

- Eu quero ir embora. – declarei um pouco rude. – Não aguento mais ficar aqui.

- O quê? Como assim, Lizzie? – Debbie perguntou confusa. – O que... – ela se autointerrompeu quando seus olhos pousaram na pista de dança e ela viu a mesma cena que eu havia visto há alguns segundos atrás. – Ah, entendi... – passei minha mão pelo cabelo, demonstrando a minha impaciência. – Certo. Amor, você pode levar a Lizzie para casa? Acho que ela precisa descansar.

Logan assentiu rapidamente. – É claro.

Ele me abraçou de lado e eu me despedi de Deborah antes de acompanhar meu amigo para fora da balada.

Fiquei em silêncio durante todo o caminho e assim que chegamos em frente ao meu prédio, eu me despedi de Logan com um beijo na bochecha. Ele, me conhecendo como ninguém, perguntou se estava tudo bem, e eu apenas disse que sim, e saí do carro de Justin. Eu não queria falar para ninguém sobre os meus sentimentos, sobre a confusão a qual minha cabeça se encontrava. Logan disse para ligar para ele se eu precisasse de alguma coisa, já que ele voltaria para a balada. Apenas assenti e assim, adentrei o prédio. Passei pelo porteiro que já não era Ezequiel por conta do horário e lhe desejei uma boa noite; o homem agradeceu e me desejou o mesmo, e eu me dirigi ao elevador. Adentrei o mesmo e apertei o botão do meu andar. Encostei-me à parede e fechei os olhos, até para acalmar um pouco o meu nervosismo por estar dentro de um elevador, sendo que eu tinha claustrofobia.

Concentrei-me em outra coisa, como eu sempre fazia, e assim que a porta se abriu, eu saí. Andei por todo o corredor e parei em frente à minha porta, pegando a chave em minha bolsa, e logo abrindo aquele pedaço de madeira que me afastava do conforto do meu apartamento. Assim que entrei, vi que Mike se levantou do sofá e veio correndo em minha direção. Sorri minimamente logo depois de fechar a porta e me agachei, fazendo uma pequena carícia em sua orelha. Ergui meu corpo e passei pelo balcão da cozinha, jogando a chave em cima do mesmo, e tendo como objetivo o meu quarto. Mike me seguiu e eu coloquei minha bolsa sobre a cama e tirei os sapatos antes de me deitar na cama, encarando o teto branco acima de minha cabeça. Soltei um suspiro alto e minha garganta ardeu, dando-me a certeza de que um choro se aproximava. Assim que fechei os olhos, uma pequena lágrima correu por minha têmpora e parou na colcha de minha cama.

Então era isso. Eu me encontrava sozinha novamente.

Eu já devia estar acostumada.

Levantei-me e fiz o meu caminho até o banheiro, jogando minhas roupas pelo caminho. Eu não me importava com mais nada. Só queria tomar um banho para ver se todo aquele mar de sentimentos e confusão deixava minha mente em paz. Entrei no banheiro e passei pelo espelho, dando uma rápida olhada na minha imagem refletida antes de entrar no box e ligar o chuveiro, enfiando meu corpo debaixo da água quente que logo embaçaria todo o banheiro. Fechei meus olhos enquanto a água molhava meu couro cabeludo e escorregava por meu corpo posteriormente, trazendo-me um momento de paz momentâneo. Passei o sabonete por meu corpo e lavei meus cabelos e meu rosto de qualquer maquiagem que ainda restava. Não sei por quanto tempo eu fiquei debaixo daquele chuveiro, mas sei que foi tempo suficiente para me deixar relaxada e esvaziar a minha mente.

Entretanto, assim que saí do banheiro, os pensamentos voltaram. As cenas de Justin com outras mulheres voltaram. Enrolada na toalha, eu passei pelo corredor, molhando o piso por conta das gotículas de água que escorregavam de meus cabelos, e parei em frente ao quarto de Justin. A porta estava aberta e eu fiquei o encarando por um momento, imaginando que provavelmente ele não voltaria para casa hoje, e estaria acompanhado pelo resto da noite. Respirei fundo antes de adentrar o mesmo e acender a luz. Segurei o nó da toalha com uma das mãos enquanto andava pelo seu quarto, observando tudo em volta. Aquele quarto, que antes só havia os móveis, e era exclusivamente para hóspedes... Agora era dele. Suas coisas estavam ali. Suas roupas estavam no armário, seu violão estava encostado à parede ao lado da cama arrumada, a sua pasta de trabalho estava sobre a escrivaninha e o seu perfume estava espalhado por cada canto daquele lugar. Seu cheiro impregnava as mínimas coisas, desde sua cama, travesseiro e colcha até o tapete ao lado da cama. O ar que adentrava o meu nariz tinha o cheiro dele.

E esse simples pensamento me fez arrepiar.

Em passos calmos, eu fui até o seu guarda-roupa e o abri, observando a fileira de roupas penduradas. Calças, camisas de todos os modelos e alguns sapatos na parte de baixo do guarda-roupa. Estendi minha mão lentamente e toquei a manga de uma camisa social branca que estava em meu campo de visão. O perfume da camisa invadiu minhas narinas e eu suspirei por um momento antes de puxá-la lentamente do cabide e trazê-la em direção ao meu nariz, sentindo ainda mais o cheiro ali impregnado. Suspirei novamente e fechei os olhos, sentindo o tecido fino da camisa correr por meus dedos enquanto eu o acariciava. Levei sua camisa até o meu colo e a abracei, sentindo ainda mais o perfume me envolver, começando a adentrar minha pele.

Eu sentia falta dele.

Sentia falta de Justin me tocando, me beijando, me dizendo coisas obscenas e mais ainda, sentia saudades de fazer amor com ele, de sentir seus dedos percorrerem minha pele desnuda, de seu nariz percorrendo meu pescoço enquanto guarda o meu cheiro para si. Sentia falta de Justin beijando minha pele e meus lábios. Sentia falta do prazer o qual ele me proporcionava, e isso esmagava o meu coração. Meu peito se apertou e eu suspirei com sua camisa ainda em minhas mãos. As lembranças de nossos momentos juntos fizeram meu corpo se acender incontrolavelmente. Eu podia sentir tudo novamente. Podia sentir suas mãos, seus lábios, seus cabelos sendo acariciados por meus dedos, a suavidade a qual ele me beijava e me tocava. Podia ouvir sua voz sussurrando em meu ouvido, podia ouvi-lo dizendo que estava apaixonado, e podia ouvi-lo me chamando de Lizzie de uma forma tão única. A forma a qual somente ele conseguia me chamar e no mesmo instante, incendiar todo o meu corpo.

Dei alguns passos para trás e me sentei em sua cama. Foi ali que eu cometi o maior erro quando ele me confessou seus sentimentos. Foi dali que eu simplesmente fugi ao ouvir suas palavras carregadas de sentimentos os quais eu não saberia identificar. E era exatamente ali que eu sentia a excitação a qual eu nunca havia sentido antes. Passei minhas mãos pela colcha da cama e fui me deitando lentamente sobre a mesma, sem ao menos me preocupar em molhá-la com meus cabelos ou toalha. Assim que minha cabeça descansou sobre o seu travesseiro, eu mordi o meu lábio inferior ao sentir o seu cheiro me arrebatar de uma forma sobrenatural. Com sua camisa ainda em mãos, eu apertei o tecido entre meus dedos e virei o rosto, encontrando a fronha de seu travesseiro e o cheirando. Puxei todo o ar que conseguia e o liberei em um suspiro, com as lembranças me dominando novamente. Desde sua chegada ao meu apartamento até o dia em que fizemos amor pela primeira vez. As provocações de sua parte, as carícias, os limites ultrapassados, as palavras sussurradas em meu ouvido, a intensidade com a qual ele me tocava e me possuía naquela cabana. Suas mãos me massageando lentamente... A intensidade dos orgasmos que ele me proporcionou. E um deles foi justamente nessa cama, quando sua boca macia e quente beijou minha intimidade pela primeira vez, fazendo uma corrente elétrica poderosa passar por todo o meu corpo.

Eu podia sentir sua boca em mim, sua língua acariciando a minha entrada e o meu clitóris, que, aliás, pulsava descontroladamente. Mordi o lábio inferior ao fechar os olhos e ver Justin ajoelhado na cama a minha frente. Minhas pernas foram abertas e em questão de segundos, eu desatei o nó de minha toalha, abrindo-a. Um arrepio tomou meu corpo quando o mesmo se encontrou nu sobre aquela cama, e meus dedos ainda apertando firmemente a camisa. Eu sentia o olhar fixo de Justin sobre mim, suas palmas quentes acariciando minhas coxas ainda úmidas. Justin me lançou aquele sorriso malicioso enquanto se aproximava ainda mais de mim, fazendo-me prender a respiração momentaneamente. Coloquei sua camisa sobre meu colo, em cima de meus seios, e mordi o lábio inferior ao sentir minha intimidade pulsar por mais uma vez. Ainda de joelhos e parado em frente a mim, Justin levou suas mãos até a barra de sua camisa e a ergueu, tirando-a completamente e dando-me a visão de seu peitoral e abdômen definidos, juntamente às tatuagens.

Ofeguei baixo e reprimi um gemido ao vê-lo morder o lábio inferior, ainda sorrindo de forma maliciosa. Ele se aproximou de mim e ficou sobre o meu corpo, sussurrando uma voz sedutora e que foi capaz de me deixar totalmente trêmula:

- Se toque, Elizabeth... Por mim...

Gemi baixo com sua voz e senti quando sua mão envolveu a minha e lentamente, levou-a até a minha intimidade que pulsava intensamente. Quando passei o dedo indicador por minha entrada, senti a excitação escorrendo pela mesma, provocando-me um arrepio na região do ventre. Sua mão levou a minha até o topo de minha intimidade e o choque que percorreu meu corpo ao tocar o meu clitóris me deixou bamba. Minhas pernas estremeceram e um gemido sôfrego escapou por meus lábios.

- Vamos, amor, toque-se... Você quer isso tanto quanto eu. – ele sussurrou e mordeu o lóbulo de minha orelha.

Aquilo foi o auge para que eu pressionasse meu clitóris com o dedo indicador e começasse a movimentá-lo em círculos, ainda como Justin havia feito comigo na minha primeira vez em que me masturbou no sofá. Eu podia sentir tudo aquilo de novo. A forma como seus dedos me tocavam e se movimentavam com maestria, levando-me ao paraíso. Gemi alto e levei a minha outra mão ao meu seio esquerdo, acariciando-o suavemente enquanto continuava com os movimentos circulares em meu ponto de prazer. Apertei o bico rígido de meu seio com os dedos polegar e indicador, fazendo a corrente elétrica se aglomerar naquela região e posteriormente, descer por minha barriga e ventre, chegando à minha intimidade que estava extremamente molhada. O cheiro da camisa de Justin sobre meu corpo, assim como os movimentos de minhas mãos fizeram-me gemer mais alto. O gemido que eu me controlava para não segurar, mas que até então, chegava a cortar minha garganta para ser liberado.

Parei de massagear meu seio e lentamente, desci minha mão para minha intimidade, sentindo o arrepio de expectativa se apossar de minha barriga. Acariciei suavemente os meus grandes lábios e em seguida, os pequenos lábios, abrindo ainda mais minha intimidade para que o prazer incendiasse todo o meu corpo. Passei a ponta do dedo indicador em minha entrada encharcada, rodeando-a, antes de começar a inseri-lo em mim. Gemi alto e revirei os olhos, mordendo o lábio inferior, assim que senti meu dedo tocar as minhas paredes vaginais escorregadias. Aumentei o movimento do dedo da outra mão em meu clitóris e minhas pernas tremeram. Instintivamente, meus quadris começaram a se mover para criar mais fricção entre meu dedo e meu clitóris inchado. Comecei um movimento de vai e vem com o dedo da outra mão e apertei os olhos fortemente com aquela sensação maravilhosa. Assim que eu ia inserir um segundo dedo, aumentando ainda mais o meu prazer, ansiando pela minha libertação em um orgasmo, uma voz muito próxima fez-se presente no quarto.

- Elizabeth?

Repentinamente, o Justin de minha mente – que ainda me encarava parado e com um enorme sorriso de satisfação em seus lábios – sumiu como se evaporasse e eu parei os movimentos com meus dedos, obrigando-me a abrir os olhos. Meu rosto esquentou no exato momento em que meus olhos pairaram sobre um Justin de carne e osso, parado em frente à cama, exatamente no meio das minhas pernas que ainda se encontravam abertas. Ele olhou fixamente para a minha intimidade molhada e pulsante totalmente aberta para ele. Justin não tinha reação, ele apenas me encarava em silêncio, entretanto, seus olhos pareciam estar nebulosos. Suas íris castanhas estavam fixas em mim, e a vergonha só aumentou.

No que eu estava pensando? Como eu pude chegar a esse ponto de me tocar em sua cama? Eu só queria cavar um buraco e me enterrar.

Seus olhos passaram por meu corpo nu e chegaram ao meu colo, que era coberto por sua camisa social, antes de pararem em meus olhos. Ele se aproximou da cama um pouco mais e sua boca ficou entreaberta por um momento antes de ele perguntar em voz baixa:

- O que... O que você estava fazendo?  – sério que ele me perguntou isso? Como se ele já não soubesse da resposta!

- E-eu... É... – eu gaguejava, simplesmente não conseguia formular uma frase concreta. Que vergonha.

O meu corpo, que antes se encontrava quente de excitação, agora se encontrava quente de vergonha.

Encarei seus olhos, que brilhavam intensamente, sem conseguir me explicar. E eu também acho que nem precisava de explicação... Ele sabia o que eu estava fazendo. Eu via pela forma que ele umedecia seus lábios e mordia o inferior dos mesmos. Justin pôs suas mãos nos bolsos da calça e mordeu o canto dos lábios, antes de dizer num tom baixo:

- Continue.

Neguei com a cabeça e fechei as pernas, ameaçando me levantar de sua cama. Porém, ele quebrou o resto da distância que nos separava e ficou de joelhos na cama, exatamente onde eu o havia imaginado anteriormente. Ele segurou firmemente em minhas pernas e as abriu lentamente, voltando a descer seu olhar para minha intimidade ainda molhada. Acompanhei seus movimentos com o olhar enquanto ele se inclinava em direção ao meu clitóris. Seu olhar se voltou para o meu rosto e ele depositou um leve beijo sobre meu ponto de prazer antes de soprar sua respiração sobre o mesmo, dizendo:

- Continue, amor. Por favor.


Notas Finais


Worth It > https://www.youtube.com/watch?v=m45DTO8sKcE
Skin > https://www.youtube.com/watch?v=6kjaagQcYkc

Meu twitter: https://twitter.com/BieberCaramelo
Minha ask em grupo: http://ask.fm/obsessionwriters

Então é isso, meninas! Desculpem a demora e não vou explicar o porquê demorei, pois acho que já expliquei isso em outros capítulos. Não quero parecer um disco arranhado, repetindo tudo de novo. Agradeço pela paciência de todas e pelos comentários e favoritos. Vocês são demais (como sempre digo) <3333
OBS: Eu estou postando O Hóspede em outros sites, como Fanfic Obsession, Fanfic Revolution e Time For Fictions (esses dois últimos estão fora do ar temporariamente, mas aqui está o link da fic no Ffobs para quem quiser dar uma relida lá ou simplesmente quiser ler com os personagens que desejarem, já que ela é totalmente interativa > http://*fanficobsession.com.br/ffobs/o/ohospede.html < É só tirarem o asterisco que coloquei antes de fanfic obsession).

Beijos e até a próxima atualização! :*

FUI! =D


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