(P.V Kauan)
São exatamente 19:30 e a festa do Jhonny já começou. Fizemos a festa dele no terraço da escola que é bem grande por sinal, então praticamente estamos em “casa”, com a minha ajuda e a do Ryan, Samuel, Eddie, Flipy, Najimi, Alison, Alexei e outros amigos dele além dele próprio, a festa ficou arrumada as cinco horas da tarde. Depois fomos nos arrumar, claro que o Ryan tomou banho aqui, já que ele trouxe uma muda de roupas.
O Jhonny convidou bastante gente, acho que tem gente do primeiro, segundo e terceiro aqui. O Dj tocava “Mulher de fases do Raimundos” e o pessoal estava realmente gostando, ao longe pude ver Flipy e Rodrigo conversando com Daniela. Maitê e Alison que estavam conversando sobre alguma coisa engraçada pois estavam rindo. Samuel paquerando uma garça e conseguindo!! Najimi, Alexei e outros dois alunos jogando truco. Eddie e Antônio conversando enquanto bebem umas cervejas. Reinard e Fernando juntos em um canto mais isolado dos outros e entre outros conhecidos. Ryan conversava com Jhonny, então eu estou sozinho. Ao menos umas quatro garotas tentaram lançar uma cantada, mas não conseguiram. É foda ser gay no armário.
Olhei para o céu estrelado e eu realmente desejei que gostaria de viver sem precisar ser julgado pelos outros. Termino de beber o meu refrigerante e vou até a mesa de comida e bebidas para pegar mais. Ao chegar na mesa, vejo uma pessoa conhecida lá, é o Manoel.
Kauan – Ah, oi Manoel, de boa? – Ele tira os fones de ouvido e olha para mim, um sorriso se forma em seu rosto.
Manoel – Tudo sim mano e com você? Novidades?
Kauan – Comigo também e infelizmente não tenho novidades, só estudo e estudo como sempre.
Manoel – Entendi. Bom, também não tenho muitas... – Ele volta a pegar os salgadinhos e colocou tudo em um saquinho transparente, porra ele rouba até comida em festa de aniversário.
Nos despedimos e eu vejo ele saíndo do terraço pela porta de incêndio. Pego a garrafa de refrigerante mais próxima e coloco um pouco no meu copo. Do nada, Flipy aparece. Ele estava agitado.
Flipy – Caralho Kauan, não vai comer nada?!
Kauan – Claro que vou comer, só não quero agora.
Flipy – Entendi. E então? Já decidiu o seu pretendente ou vai ficar com os dois? – Diz ele com um sorriso maroto no rosto. Olha, eu acho que ele tá um pouco bêbado.
Kauan – Mano, mas do que vo... – Ele me interrompe e aproxima seu rosto do meu, consigo sentir o bafo de cerveja nitidamente.
Flipy – Para de mentir porra!! Tá na cara que você fudeu com o lobo guará ali. – Ele aponta para o Ryan. – Mas tipo, tu não queria o Jhonny? Por que cê fudeu com o...
Kauan – Puta que pariu Flipy, cê é foda hein!! Olha, eu não sei tá?!
Flipy – Então cansou de descabelar o palhaço pelo Jhonny? Caralho, cê é foda!!
Kauan – Mano, cê tá muito bêbado!!!
Flipy – É o que?! Claro que eu tô porra!! Não percebeu isso?!!
Nesse momento, uma loba chega até mim, vestia uma camiseta do “Red Hot Chilli Peppers” bem apertada.
Loba – Oi, e aí quer dançar? – Disse ela tocando no meu pulso direito, encaro ela sorrindo no maior fingimento possível e tento procurar uma resposta para ela, mas o idiota do Flipy se mete na conversa.
Flipy – Ei garota!! Vê se enxerga!! Ele é gay!!!
Loba – É o que?!
Kauan – Não, eu... – NÃO É POSSÍVEL!!! PUTA QUE PARIU VAI SE FODER FLIPY!!!! AHHHHHH!!!
Flipy – Não vê que ele curte ter um pênis na boca do que uma buceta?!!
Loba – Ô garoto!!! Cala a porra da boca seu viado de merda!! – Disse ela furiosa para ele que apenas dá de ombros. Puxa o meu braço esquerdo me forçando a me abaixar na altura dele, agarra o meu rosto e encosta os seus lábios nos meus, em questão de segundos estamos nos beijando de língua.
Flipy – Viu?! Ele é gay, agora cai fora!! – A loba mostra o dedo do meio para nós dois e sai furiosa, encaro ele puto da vida.
Kauan – PORRA FLIPY!!! Por que fez isso?!
Flipy – Prontinho, agora elas vão te deixar em paz!!!
Kauan – Mas todos vão saber que eu sou gay!!!
Flipy – E daí? É melhor ser livre do que viver em um mundo de mentiras, me agradeça depois garoto. – Ele se vira para mim e se afasta de mim, olho ao meu redor e todos estavam ocupados em seus afazeres.
Kauan – É...acho que ele fez um favor para mim... – Pego meu copo e bebo o refrigerante no intuito de tirar esse gosto de cerveja da boca. Volto para o meu lugar e pego o meu celular para ver as mensagens e reels no Instazoo.
O Rpg da Letícia que é hoje, pelo visto está bombando, ela está transmitindo para mais de 6 mil usuários, no próximo episódio eu participo. Hoje de acordo com ela iriamos para o Amazonas e investigaremos casos de desaparecimentos de garotas e como tem lendas brasileiras no meio, certeza que o culpado é o Boto, o comedor de casadas.
No Insta, Juca e Natália comentavam e postavam algumas cenas do Rpg, sendo algumas delas, Letícia narrando a descoberta de um cadáver, Heather, a namorada da Letícia, esquecendo que pode voar, Renato (Um dos novos jogadores) tacando pelo menos uns 20 combos no boss do episódio e Juca surtando depois que seu personagem ficou com zero de sanidade.
Seria foda estar no rpg hoje, mas é uma festa de aniversário e estou com o Ryan então é claro que eu não iria recusar né? Quando olho para o lado, vejo que o Ryan olhava para mim, parecia surpreso ou chocado, eu não sei, só sei que aceno para ele com um sorriso no rosto, ele faz a mesma coisa.
(P.V Kauan, acabou)
(P.V Ryan)
Confesso que eu fiquei com cíumes do Kauan naquela hora que aquele urso verde com problemas de altura beijou ele de língua na frente daquela loba, EU que deveria fazer isso pois estaria demarcando território. Só sei que depois disso, os caras não ficaram quietos. É foda que ainda esses machos hetéro tops que simplesmente acham que LGBT’S são atrações exclusivas de zoológico, isso não se aplica só homens, a mulheres também!!
Antílope – Caralho!! Eu sabia!!! Sabia que aquele lobo era gay!!
Coelho – Até apostei isso com o Daniel, vamos logo cuzão, pode me pagar!!! – Diz ele para Daniel, um javali.
Daniel – Vai se foder porra!! – Ele entrega uma nota de 50 reais.
Jacaré – Mais um viado na parada, quem aposta que o Fernando pega ele no fim da festa?!! – Eles começaram a rir com gosto.
Antílope – Espera, mas não foi você que pediu para a bixinha do Fernando chupar o seu pênis?
Javali – Ihhh!!! Caralho cara, essa coca na verdade é fanta hein!! Hahahahaha!!!
Jacaré – Vão tomar no cu porra!!! Minha ex não queria fazer boquete em mim então tive que recorrer a medidas drásticas!!! Hahahaha!!! – Reviro os olhos e fico assentindo como se essa conversa me interessasse, olhei para Jhonny que parecia bem desconfortável com isso. Quando nossos olhares se encontraram, ele move o olhar apontando para uma parte do terraço que estava sem gente, apenas assenti.
Jhonny disse que precisaria fumar um cigarro e me convidou para ir também, assim que chegamos na ponta, encarei a cidade iluminada ao longe.
Jhonny – Bom, não tenho cigarro aqui.
Ryan – Você fuma?
Jhonny – Claro que não, eu já provei, mas é horrível.
Ryan – Entendi. A conversa estava ficando chata né?
Jhonny – Sim, aqueles caras são uns cuzões mesmo, fiquei cansado de ter que ficar ouvindo eles falando de forma pejorativa e inapropriada sobre as mulheres e gays.
Ryan – Entendi. Festa bacana hein!!
Jhonny – Valeu, a minha festa de 18 anos vai ser mais louca!!
Ryan – Caramba, já tá pensando no futuro?! Curte o momento cara!!
Jhonny – Mas estou curtindo o momento, só quis dizer o que estava pensando.
Ryan – Entendi. Então, como é ter o...Kauan?
Jhonny – Uh...como assim?
Ryan – Como colega de quarto, não como... – Ele me interrompe e começa a corar.
Jhonny – Ah entendi!! Bom, é bem diferente. Geralmente como éramos cinco, a gente vivia nos nossos mundinhos, vez ou outra a gente interagia entre si, mas quando ele chegou, é como se voltássemos há como era antes.
Ryan – Como assim? Não era assim antes?
Jhonny – Sim, era bastante!! Mas com uns acontecimentos recentes, tipo ano passado, as coisas realmente desandaram. A morte do Luan meio que desestabilizou a gente saca?
Ryan – O Luan...era da sala de vocês? – Eu sei que aconteceu um assassinato no internato, só não esperava que isso podia ter uma grande relevância com eles.
Jhonny – Não exatamente, ele era do 1º ano A na época e tipo ele era alguém que interagia com todos saca? Nas festas era a alma da festa, nos jogos o astro e nas peças era a estrela principal, ele mantinha uma relação com muita gente, até com nós cinco, mas infelizmente ele morreu e isso meio que nos fez se isolar um para o seu canto.
Ryan – Entendi... – Jhonny assumia um semblante triste no rosto, eu com certeza não devia ter me aprofundado muito na pergunta do Kauan.
Jhonny – Mas o Kauan realmente é um cara legal, sério mesmo. Ele não é um “Jimmy Hopkins” da vida, mas é legal mesmo assim. – Apenas assinto sorrindo de canto enquanto olho para a cidade, Jhonny também admirou a vista da cidade. – E então? Tudo bem lá na escola?
Ryan – Sim, até que sim. Claro, tá bem diferente sem o Kauan, mas eu e o pessoal estamos nos adaptando bem.
Jhonny – Que bom.
Ryan – Os treinos para o jogo de futebol que vai ser na próxima sexta estão ficando cada vez mais puxados, não aguento mais cara!!!
Jhonny – Hahahaha!! É foda hein!! Vão contra quem?
Ryan – O São Paulino, certeza que eles perdem.
Jhonny – Sim, são bem fraquinhos, é como se estiverem enfrentando um “bando de nerds”. Tipo...nerds são legais, mas...
Ryan – Relaxa eu entendi hahahaha!!!
Jhonny – Ah então ok, hehehe... – Ele sorri de canto e suspira. – Então...eu queria te perguntar uma coisa cara.
Ryan – Pode falar, o que quer saber?
Jhonny – Bom, eu gostaria de saber tipo...você e o Kauan são tipo bem amigos né?
Ryan – Amigos tipo...melhores amigos para sempre? Sim, isso mesmo... – Se bem que isso vai mudar logo, logo...
Jhonny – Ah então ok, do que que ele gosta? – Ok, essa pergunta foi estranha, um porque o aniversário do Kauan está bem longe e dois porque essa parece ser uma pergunta que só alguém apaixonado faria.
Ryan – Uh...como assim? Em que sentido?
Jhonny – Sei lá, tipo...presentes, lembrancinhas, flor favorita ou sei lá, livro ou videogame favorito... – Ok, ele COM certeza está a fim do Kauan, mas ele não vai conseguir conquistá-lo, NÃO COMIGO AQUI!!!
Ryan – Olha...eu não sei para falar a verdade, só somos melhores amigos, mas não sei muito dessas coisas sabe?
Jhonny – Ah! Entendi..., ao menos tem alguma ideia?
Ryan – Infelizmente não, desculpa.
Jhonny – Entendi, obrigado mesmo assim.
Ryan – De nada e desculpe não poder ajudar.
Jhonny – De boa. Não tem problema... – Ele olha para baixo bem cabisbaixo, é Ryan, tá na cara que ele está querendo conquistar o Kauan antes de você, mas claro que isso não vai ser possível pois já transei com ele!! Fui eu quem tirou sua virgindade e não você!!!
A verdade é que eu sei muitas coisas sobre o Kauan, a flor favorita dele é Orquídea, livro favorito é “Pequeno Príncipe”, seu videogame favorito que na verdade são seus três videogames favoritos sendo eles “Duck Season, Dead By Daylight e Five Night’s At Freddy”, gosta de climas chuvosos e odeia o clima quente, sua cor favorita é roxo, seu aniversário é no dia 15 de setembro, sua comida favorita é um pastel de queijo que é vendido em uma praça que fica no bairro dom pedro que era aonde ele morava antes de completar seis anos.
Após alguns minutos enquanto conversávamos, uma castor fêmea chamou por Jhonny e ele foi lá ver o que era, olhei para o Kauan que estava conversando com aquele urso verde anão e um lobo cinzento alto e musculoso. Mano, que merda hein!! Não pode ficar longe dele que vão ficar querendo conquistar ele!!!
(P.V Ryan, acabou)
(P.V Enrico)
“Never cry in pain that you wanna die” “Go and live the life that you wanna find” Those songs’ tired lines just kill me What a fool would still believe? Cause in truth I don’t care if I die today But the ones I love wouldn’t make me feel the same “I don’t know, somehow they’re just different” My ego makes me sick I don’t care if strangers die in the street alone Spreading all the hatred has become a fashion show Even so you tell me to live my life happy Oh what a world that life would be Sitting across the screen another soul is dying Trying hard another sings a song to keep surviving Moved by their words a child runs in passion Slashing, a knife in his hand now Both of us are hated and berated by our own lives I force out the values that I’m calling mine – Seria errado dizer que me identifico um pouco com essa música? Talvez? Bom, eu não sei, só sei que eu me sinto pior do que eu já estava antes..., a música que eu escolhi é o cover de Hated by life itself por Will Stetson, rap ver. (English Cover)
Viro em mais um corredor do hospital e enfim encontro aquela máquina de vendas, porra, você realmente estava bem escondida!! Caminho até ela e tiro uma nota de 20 reais para pegar a fanta e a água, coloco ela e a nota volta de novo, tiro e faço o mesmo processo, mas nada. Mano, que saco!! Essa máquina tá com defeito será? Repito o mesmo procedimento e tenho o mesmo resultado várias vezes, contando com as duas anteriores já são cinco vezes.
Enrico – Mano, mas o que tá rolando?! – Vou até a boca de notas e tento ver o problema disso. Após alguns minutos tentando ver qual o problema como se eu tivesse alguma habilidade “Raio-x” mesmo eu sabendo que não tenho esse poder. Nesse exato momento, uma sombra me cobre todo, olho para o lado e vejo Tókio.
Tókio é uma raposa do ártico de cabelos pretos com mechas cianos, tem olhos amarelos e um semblante sério no rosto, nota que ela sempre está chupando um pirulito e que sempre está com uma katana perto de si. Ela olhou para mim com desprezo, sorri sem graça, seu olhar se dirigiu para a máquina e depois para mim.
A raposa suspirou e deu dois chutes na máquina e a fanta e a garrafa de água caem no vão, olho para ela surpreso e com os olhos arregalados, sem esboçar nenhuma emoção, ela move a cabeça positivamente e continua o seu caminho.
Pego as coisas e me levanto, olho para ela que nem virou para olhar para mim, Tókio é realmente uma garota fria. Guardo minha nota de 20 reais e sigo o caminho de volta para o quarto de meu amigo e companheiro em momentos difíceis, o Jorge.
Sou Enrico Mcduck Pereira, filho de Melissa Pereira e Alberto Mcduck, meu pai sendo um dos grandes mecânicos que eu já vi, sabe concertar de tudo, desde fusca até avião, além disso, é o CEO das empresas Mcduck&Bloom.
Desde quando eu era pequeno, acho que quando eu era um patinho de apenas cinco anos eu já estava na garagem com o meu pai aprendendo a mexer em carros, motores e nomes de ferramentas, a partir daí, começei a estudar mais sobre robótica e montagem de carros, ônibus, aviões e caminhões, chegando ao ponto que aos meus 14 anos já sabia o nome de cada pecinha de um carro, bom, ao menos isso compensa o fato de eu não ter um super-poder, já que sou dotado de uma inteligência alta pra caramba.
Chego no quarto de Jorge e percebo que ele está olhando a noite a fora, fecho a porta calmamente e volto para a minha cadeira, subo com um único pulo e ele se vira para mim.
Jorge – Ah! Já voltou. – Seus olhos estão brilhando, acho que ele estava chorando. Entrego a fanta para ele que pega esboçando um sorriso, se senta na cama e começa a beber, pego minha água e começo a beber.
Enrico – Tava chorando?
Jorge – Não, só lagrimejando. – Ele toma um pouco do refrigerante e depois volta a olhar o mundo a fora.
Enrico – Tá...tudo bem cara?
Jorge – É...não...
Enrico – O que aconteceu?
Jorge – Se eu contar, você promete que não vai falar isso para ninguém?
Enrico – Sim, eu prometo. – Ele se endireita na cama, deixa a latinha em cima do criado-mudo e começa.
Jorge – Bom, acho que você não sabe, mas de acordo com a médica eu tenho uma grande chance de morrer, ainda tem resquícios daquela droga no meu corpo, logo terei que ficar em observação por uns dias aí, meus responsáveis nem sabem disso e nem os meus namorados, infelizmente sei que um dia vou ter que falar as coisas para eles... – Ele coça a nuca e bebo mais um pouco da água.
Enrico – É...é um dilema horrível... – Tento encorajá-lo a continuar, mesmo essa frase parecendo muito mais uma ofensa.
Jorge – Eu realmente estou pensando em fazer um jantar e chamar esses dois grupos para apresentá-los, acha que é uma boa ideia?
Enrico – Bom, jantares geralmente são bons pois tem comida e...comida..., mas muitas vezes sempre acontece alguma coisa que vai dar merda.
Jorge – Então eu faço ou não?
Enrico – Olha, o melhor jeito de contar algo é em um jantar ou um almoço, no almoço seus pais com certeza não vão estar em casa, então é melhor um jantar.
Jorge – Beleza, agora, será que os meus namorados vão...sei lá, ficar bravos comigo?
Enrico – Acho que sim, se estivermos falando de você estar escondendo o fato que pode morrer, digo o mesmo para os seus pais, mas tipo e o treinador?
Jorge – Ih merda!! Tem isso também, então devo chamá-lo para o jantar também!!!
Enrico – Ué, mas por que? Só por causa de você ter tomado uma droga? É melhor você falar com ele em particular, com certeza você vai matar sua mãe e o seu padrasto de um ataque do coração pois você depende do futebol né?
Jorge – Sim, minhas notas são muito ruins.
Enrico – Se quiser eu posso te ajudar ou o William pode, somos dois inteligentes nisso.
Jorge – Pior que é verdade hahahaha!!! Cês combinam sabia? Ambos amam robótica, gostam de ficar até tarde mexendo em coisas de nerd e bebem muito café pra ficar acordado até tarde.
Enrico – Obrigado, mas estou dando um tempo de relacionamentos amorosos, já tive problemas no último...
Jorge – Mas é claro né? Quem mandou se apaixonar por uma perigosíssima líder de gangue.
Enrico – Gosto de pessoas perigosas e para a sua informação, a Belinda me enganou!!! Ela não queria namorar comigo, ela só queria a minha inteligência para roubar bancos, matar gente e dominar a porra do mercado negro!!!
Jorge – É a vida né? Bom, ao menos, você não tem muitas desilusões amorosas como eu.
Enrico – Eu sei disso, mas agora você deu a volta por cima e tem quatro namorados!! Sendo que você já tomou um pé na bunda de muitos caras por aí!!! Eu só tive...uns dois!!
Jorge – Ao menos vamos ter história para contar futuramente né? Hahahaha!!
Enrico – É hahahaha!!! – Começamos a rir como bons e velhos amigos que estão velhos e quase no fim da vida relembrando bons momentos nossos.
Jorge – Mas sério, cê não quer porque vai ter eu no meio? – Ele morde o lábio e me olha com um olhar de tipo: “Eu sei que sou gostoso e eu com certeza sei que tu vai querer provar um pouco desse corpo!!”.
Enrico – É...não exatamente, mas quase isso...
Jorge – Relaxa, ele é gay.
Enrico – Mano, não é isso!!! É que eu não tô pronto para ter algo de novo, entendeu? Namorar a Belinda foi algo tenso, pois ela queria saber tudo da minha vida e até queria saber a senha do meu celular, tablet e computador, mano eu juro, foi uma merda!!! Agora eu só quero descansar.
Jorge – Entendi. Nem quer participar de algo mais quente?
Enrico – Hummm...não sei..., deixa eu adivinhar, tu falou com o William sobre mim e meio que ele ficou animado e então cê quer preparar um encontro para nós dois e talvez eu transe com ele no fim?
Jorge – É...sim...
Enrico – Puta merda..., não posso recusar?
Jorge – Não quer magoar o cara né?
Enrico – Porra Jorge, cê é foda!!! Mas ok, eu vou!! Mas não espere que eu seja mais um integrante do relacionamento de vocês, saiba que eu não gosto de relacionamento aberto.
Jorge – Ciumento você hein!!
Enrico – Mas enfim, mais alguma coisa para conversar?
Jorge – Acho que só isso...
Enrico – Beleza, se quiser, posso te ajudar a arrumar o jantar.
Jorge – Obrigado Enrico!! Quando for o dia, eu te aviso, beleza?
Enrico – Beleza. – Levanto o meu pulso direito e vejo o horário, é quinze para as nove, acho que vou logo, quero aproveitar o meu descanso de sábado observando o universo sobre mim, se o Jorge estivesse melhor, eu iria leva-lo para ficar comigo lá, mas infelizmente não posso.
Jorge – Então...cê já vai? – Saio da cadeira com um pulo, me espreguiço e tomo o resto da água, em seguida jogo ela no cesto de lixo.
Enrico – Sim, tenho algumas coisas para fazer.
Jorge – Qual a previsão de término para esse novo invento?
Enrico – Duas semanas no máximo, quando eu terminar, eu te aviso.
Jorge – Beleza!! Falou cara!!
Enrico – Tchau e melhoras Jorginho!!
Nos despedimos e eu saio do seu quarto, a luz branca do corredor incomoda os meus olhos, mas não me impede de que eu siga o meu caminho. Após descer uns três lances de escada, chego ao térreo do hospital que realmente estava bem cheio, vários pacientes sentados nas cadeiras de plástico aguardando serem chamados, familiares dos enfermos, médicos correndo para lá e para cá, gente chorando e as televisões ligadas exibindo alguma novela.
Saio daquela turbulência e vou direto para a noite quente equatorial que só manaus tem, em vez de pegar um táxi, decido ir andando pelas ruas do centro até o internato, pode ser loucura isso, mas vai me fazer bem.
(P.V Enrico, acabou)
(P.V Kauan)
O Ryan está sozinho e então decido ir até ele, me aproximo e apoio meus cotovelos em cima do muro.
Ryan – Ah, oi. Tá tudo bem?
Kauan – Está tudo bem sim. Vejo que o Jhonny ocupou bastante você hahahaha!!!
Ryan – É, foi foda!! Aproveitando a festa?
Kauan – Sim, eu só estava esperando por alguém.
Ryan – Quem seria esse alguém?
Kauan – Antes que você ache que eu arranjei alguém para ficar, eu não arranjei ninguém e esse alguém que tô esperando é o Léo.
Ryan – O Léo vai vir?! Caralho, que foda!!
Kauan – Sim!! Vamos poder colocar a... – Nesse momento ouço a voz de Léo me chamando, me viro e vejo o meu primo.
Léo usava uma camiseta preta de manga curta, bermuda jeans vermelha-escura e seus cabelos estavam bem bagunçados, vou até ele, nos cumprimentamos e já trato de levar ele para o Ryan cumprimentá-lo.
Ryan – E aí Léo!! – Ryan estende a mão para cumprimentar o Léo.
Léo – Ryan!! Há quanto tempo!! – Léo ignora a mão de Ryan e o abraça. Um fato é que Léo gosta de abraços, apesar de parecer um cara bem introvertido. Eles se separam logo em seguida. – E então? Fazendo muitas coisas?
Ryan – Até que não, só treinando para o jogo de futebol e estudando bastante.
Léo – Que bom.
Ryan – E você?
Léo – Tô trabalhando em uma oficina agora e tô juntando dinheiro para ir participar de uns rachas aí.
Ryan – Uau!! Que foda cara!!!
Léo – Pois é!! Nem acredito que eu vou realmente participar disso.
Kauan – Seu sonho é ter um carro e agora com o sonho quase 100% realizado você vai para uma corrida, sinto que vai ser foda cara.
Léo – E vai ser primo. Se pá, vou ser um grande corredor de fórmula 1!!!
Ryan – É, o sonho vai ser bem grande e muito caminho para percorrer.
Léo – E vocês? Tem algum sonho que querem seguir? – Bom Léo, o sonho vale querer ficar com um urso polar que é um astro do futebol extremamente gostoso que divide o quarto do internato com você?
Ryan – Eu não sei, acho que o meu sonho/objetivo é só ter uma vida normal, sem muitas aventuras, mistérios e tals. Eu sei, sou muito simplista.
Léo – Percebi e você primo?
Kauan – Não sei...acho que...
- LÉO!!!! – E nessa hora sou interrompido pelo Jhonny que vem cumprimentar o meu primo, nossa, eu estou tão feliz com isso!!! Ryan olha para mim, sua expressão no rosto traduz a mensagem muito claramente: “Você está bem querido?”.
A coisa é a seguinte. Eu gosto do Ryan, gosto dele até demais, mas tem um porém, eu não quero ficar com ele, não quer dizer que só porque eu transei com ele que eu quero namorar ele, ok que eu posso ter me equivocado naquela hora em que ele apareceu no quarto e que eu também estava com tesão já que ele estava muito gostoso.
Já o Jhonny eu realmente sinto que é para sempre, diferente do Ryan que eu convivi por um tembo bastante com ele e agora parece que nós seguimos caminhos diferentes, tipo um “Naruto e Sasuke” da vida, mas sem a parte em que o Sasuke tenta matar o Naruto e as partes que ele faz muita merda.
Jhonny, Ryan e Léo começam a conversar sobre carros, rapidamente me direciono para ir até a mesa de comes e bebes pegar algo pra comer porque minha barriga já tá roncando de fome. Pego um prato de plástico e começo a me servir dos salgadinhos, começo a pegar vários até que esbarro em alguém.
Kauan – Ops! Foi mal, desculpa aí... – Olho para o lado e vejo uma hiena macho de cabelos verdes estilo moicano e olhos castanhos, vestia uma camiseta branca com as mangas curtas da cor azul escura, bermuda moletom cinza e tinha brincos na orelha. Ele estava lá com o mesmo objetivo que eu. Comida.
Hiena – Não tem problema. – Olho para a mesa e vi que a última coisa que havia sobrado apenas um docinho na mesa, é o último beijinho de coco.
Nós dois trocamos olhares como dois cowboys prontos para dar o tiro final. Um ato de seis balas.
Kauan – Olha, pode ficar...
Hiena – Não, fica você, eu nem queria beijinho tanto assim. – Ele dá de ombros.
Kauan – Não, não, eu também nem queria!! Pode ficar!!
Hiena – Ahh!! Mas cê tá mais perto, pega!!
Kauan – Não obriga... – Nesse momento, Flipy aparece entre nós e pega o último beijinho.
Flipy – Caramba, cês são muito lerdos hein!! – Diz ele de forma sóbria. Acho que ele só fingiu estar bêbado.
Hiena – Porra Flipy, inconveniente como sempre hein!!
Flipy – EU?! Inconveniente?! Magina cara!! Só vi que o beijinho estava dando sopa e como vocês não paravam de olhar para ele como dois predadores, vim o mais rápido que pude para garantir minha comida.
Kauan – Cê é foda hein!!
Flipy – Bom, vejo que conheceu o irmão gêmeo do Jonas, o Josh, a diferença é que ele tem o cabelo foda enquanto o Jonas parece um “Salcicha” da vida. Maconheiro e medroso pra caralho!!
Kauan – Flipy!! Pelas barbas de Darwin, está louco?!!
Flipy – Como assim? Cara, até o irmão dele aceita que ele é isso.
Josh – É, é só olhar para ele. – Ele aponta para uma hiena macho de cabelo castanho longo e bagunçado, tem olhos verdes e diferente do irmão que apresenta um físico médio, o outro é bem magro, veste uma camiseta verde, calças pretas e sapatos marrons.
Flipy – É foda né? Enfim, eu vou indo, falou para vocês!!
Flipy vira as costas e volta para o seu grupinho, eu e Josh trocamos olhares surpresos, logo ele sorri de canto.
Josh – Então...como é ter que aturar esse cara? – Ele aponta para o Flipy.
Kauan – Olha, ele pode parecer um inconveniente do caralho, mas ele é legal, vai por mim, pode não parecer, mas é a pura verdade.
Josh – Entendi... – Ele olha para baixo meio que como se estivesse repensando suas ações. – Então...você é... – Lá vem isso, juro eu com certeza da próxima vez, eu não conto para ninguém que eu sou gay.
Kauan – Sim, eu sou gay!! 100% gay!! – Ele assente com um sorriso.
Josh – Eu sei disso, na verdade eu ia perguntar se você tá solteiro.
Kauan – Uh...eu tô...
Josh – Entendi. Bom, sabia que as tentações como você, mercem pecados como eu?
Kauan – Hehehe...isso foi por acaso uma cantada? – Sorrio de forma boba, meu rosto começa a esquentar de vergonha. Acho que hoje, saio dessa festa e vou direto pra cama.
Josh – Não sei, o que você acha?
Kauan – Você realmente é um sonho Josh, seu pai é padeiro? – Ele arregala os olhos e eu começo a rir sem jeito, como se eu tivesse falado a coisa mais boba que eu já disse. Josh começa a rir também, agora estão nós dois rindo como dois retardados.
Josh – Hahahahaha!!! Aí é foda parceiro!!!
Kauan – Sim hahahahaha!!!
Josh – Mas e aí? Bora ou nem?
Kauan – Humm...eu não sei...é que tipo eu...
Josh – Bom...se quiser a gente brinca de nuvem, eu fico nu e você vem!! – Começamos a rir outra vez.
Kauan – Ok hahahaha!! Beleza então, que horas?
Josh – Me encontra no vestiário masculino da quadra as 23:30 da noite.
Kauan – Beleza!!
Josh – Perfeito!! Bom, espero que esteja preparado hein!!
Kauan – Estarei sim hahahaha!!!
Josh se despede de mim e volta para o seu círculo de amigos, já eu decido ir até o meu grupinho, ao chegar lá, Léo já me parabeniza.
Léo – Caralho primo!! Decidiu então finalmente pegar algum carinha?!
Kauan – Pois é hahahahaha!!! Pelo visto hoje a noite vai ser longa hahahaha!! É foda, não sou mais virgem hahahaha!!!
Jhonny – Nossa!! Pa...parabéns eu acho... – Diz ele envergonhado.
Léo – Bom, só faltava mesmo você do nosso grupo mesmo.
Ryan – Bom, acho que...boa sorte hehehehe...
Kauan – Obrigado. Ah, Jhonny, cê viu o Lorenzo?
Jhonny – Não. Mas agora que você tocou nesse assunto, ele já devia estar aqui.
Kauan – Ele me falou que iria no shopping comprar o seu presente.
Jhonny – É, mas ele já devia estar aqui.
Léo – Será que aconteceu alguma coisa com esse tal de...Lorenzo?
Jhonny – Eu não sei, mas é o Lorenzo, ele sabe das coisas..vamos aproveitar a festa!!
Léo – Sim!! Bora lá!!
Jhonny e Léo se afastam de nós dois e eu me aproximo de Ryan como se fossemos dois espiões super-secretos.
Kauan – Olha...eu tenho um pressentimento ruim disso...
Ryan – Eu também...o Jhonny agiu muito estranho agora. Será que ele sabe de alguma coisa?
Kauan – Talvez, mas estamos em uma festa e eu realmente quero manter distância de problemas!! Quer pegar duas cadeiras e a gente fica conversando até gastar a nossa cota?
Ryan – Aceito a proposta senhor Alves. – Disse ele com um sotaque francês forçado.
Kauan – Que bom senhor Menedes. – Digo da mesma forma que ele e a gente riu, logo fomos atrás das cadeiras.
(P.V Kauan, acabou)
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