1. Spirit Fanfics >
  2. O mistério de Duskwood >
  3. Comportamento Suspeito

História O mistério de Duskwood - Comportamento Suspeito


Escrita por: lUnbrokenl

Notas do Autor


Oii's! tudo bom com vcs? Espero que sim!
Segue mais um capítulo prontinho pra vcs! Espero que gostem! <3
(Esse capítulo ficou um pouco enorme, sorry)

PS: Como os emojis não funcionam no spirit, comecei a postar a história no wattpad também! Caso tenha interesse em dar uma olhadinha!

<https://www.wattpad.com/story/312221577-o-mist%C3%A9rio-de-duskwood>

Capítulo 5 - Comportamento Suspeito


Novamente me aventurei na nuvem. Desta vez, o arquivo de foto restaurado era de um local na floresta que não parecia muito bem definido. Parecia um tipo de buraco enorme embaixo de um pequeno barranco recoberto por folhas. Assim como sempre, enviei para o hacker, mas ele não ficou online. Em seguida, recebi uma mensagem de Cleo.

 

Conversa com Cleo

Cleo: “Lembrei de algo.”

Cleo: “Uma história que a Lilly me contou sobre o Alfie há algum tempo.”

Cleo: “Não tem nada a ver com a Hannah, mas eu não consigo tirar da cabeça.”

Sarah: “Qual a história?”

Cleo: “Eu acho que aconteceu no ano passado, no outono.”

Cleo: “Um dos hóspedes reclamou com a Lilly sobre um cheiro ruim no quarto dele.”

Cleo: “A Lilly foi até o quarto, mas não sentiu nada. Então, ela deu ao hóspede outro quarto e imaginou que resolveria o problema.”

Cleo: “Quando ela voltou no quarto no dia seguinte, para prepara-lo pra novos hóspedes, de repente percebeu o cheiro.”

Cleo: “Ela olhou pra todos os lados, mas não conseguiu encontrar de onde estava vindo. Então ela contou à sra. Walter, que alertou o zelador, o velho Gray.”

Cleo: “Poucas horas depois ele saiu do quarto. Ele apenas assentiu e não disse nada, mas era o sinal de que o quarto estava pronto.”

Cleo: “Mas só pra você saber, Lilly é muito curiosa.”

Cleo: “Ela voltou ao quarto e, quando olhou na lata de lixo, viu uma sacola plástica preta lá dentro.”

Cleo: “Aquela era a fonte do cheiro.”

Cleo: “Era o sr. Featherly, o canário do Alfie. Seu biquinho foi esmagado e as duas asas estavam quebradas.”

Sarah: “Isso é horrível :(”

Cleo: “Sim ☹”

Cleo: “Então, não quero espalhar nenhum boato.”

Cleo: “A sra. Walter nunca disse nada à Lilly sobre isso. Mesmo que ela tivesse perguntado ao Old Gray o que havia causado o mau cheiro.”

Cleo: “Mas eu sempre conheci o Alfie como uma criança tão boa.”

Sarah: “Talvez não tenha sido o Alfie, o canário pode ter entrado nos dutos de ventilação...”

Cleo: “Verdade ☹”

Cleo está offline

 

A história que Cleo me contou sobre o canário foi bizarra. Enquanto pensava nisso, outra conversa em modo espião apareceu pra mim. Esta era entre Dan e Lilly.

 

Conversa entre Dan e Lilly – modo espião

Dan: “Ei”

Lilly: “Olá”

Dan: “Não é a Hannah”

Dan: “Eu estou certo disso.”

Dan: “Pense positivo, querida.”

Lilly: “Dan, você pode vir aqui?”

Lilly: “Hoje”

Dan: “Sim, posso.”

Lilly: “Obrigada.”

Dan está offline

Lilly está offline

 

-Não me sinto confortável em ler as conversas deles desse jeito... – suspiro. – Mas confesso que algumas são até suspeitas, como a do Richy sobre mim. – Antes mesmo de eu terminar minha linha de raciocínio, recebo uma mensagem da Jessy.

 

Conversa com Jessy

Jessy: “Me diga, você envia mensagens pra esse hacker?”

Com toda certeza sua pergunta me pegou desprevenida. 

Sarah: “Você não deveria estar trabalhando agora?”

Jessy: “Sim, mas tenho um tempinho agora ��”

Jessy: “A propósito: não tente mudar de assunto �� porque eu realmente acho que esse cara é super assustador”

 

Não posso evitar esboçar um sorriso com o comentário da Jessy. A princípio, na primeira vez que ele me mandou uma mensagem e ligou pra mim, fiquei bem assustada, mas conforme conversei com ele, percebi que esse cara, quem quer que seja, só está tentando ajudar. Ele não me parece mais uma pessoa assustadora, mesmo que eu não faça ideia de como é seu rosto.

 

Sarah: “Ele é... diferente.”

Jessy: “Você quer dizer isso de uma maneira boa ou ruim?”

Sarah: “Boa.”

Jessy: “��”

Jessy: “Não me interprete mal, eu não acho que ele esteja por trás do sequestro.”

Jessy: “Ele não se arriscaria tanto falando conosco.”

Sarah: “Exatamente.”

Jessy: “Recentemente tive uma conversa semelhante com os outros.”

Jessy: “Mas era sobre você.”

Sarah: “Sobre mim?”

Jessy: “Sim... Nos perguntamos o porquê da Hannah ter enviado seu número, qual o seu papel nisso tudo...”

Sarah: “Acredite em mim, também quero muito saber como fui parar nessa bagunça, Jessy.”

Sarah: “E no seu lugar, eu também não confiaria em mim, uma pessoa completamente desconhecida.”

Jessy: “Bem...”

Jessy: “Mas eu confio em você ��”

Jessy: “Se os outros soubessem que mandei uma mensagem pra você te dizendo isso, eles ficariam irritados comigo.”

Jessy: “De certa forma eu entendo eles.”

Jessy: “Quanto ao hacker, se eu fosse você, não contaria muita coisa pra ele.”

Jessy: “Sei lá... Só não confio nele.”

Sarah: “Você acha que ele poderia ser um de vocês?”

Jessy: “Não.”

Jessy: “Mas o Richy acredita que sim.”

Jessy: “Devo dizer que ele tem certeza que sim.”

Sarah: “Por que ele pensaria isso?”

Jessy: “Não faço ideia... Acho que você teria que perguntar pra ele ��"

Jessy: “Mas o que você acha? O hacker é um de nós?”

Sarah: “Acho que não, mas não importa de uma maneira ou de outra.”

Jessy: “Certo...”

Jessy: “Você tem tempo pra gente conversar mais um pouco? ��”

Sarah: “Claro :)”

Jessy: “Eba! Outra sessão de perguntas ��”

Jessy: “Você tem irmãos?”

Sarah: “Nope. Só eu.”

Sarah: “E você?”

Jessy: “Uma irmã e um irmão mais velhos.”

Sarah: “Conte algo sobre eles :)”

Jessy: “O nome da minha irmã é Angela e ela mora em Colville.”

Jessy: “É uma cidade bem grande a cerca de 321 quilômetros daqui, caso você não tenha ouvido falar dela.”

Jessy: “Eu gostaria de ir lá um dia ☹”

Jessy: “Meu irmão, Phil, ainda mora aqui, e acho que isso nunca vai mudar ��”

Jessy: “Ele é dono do bar Aurora, você já deve ter ouvido esse nome pelos outros do grupo antes.”

Jessy: “Ele trabalhou lá até que o proprietário anterior foi embora de Duskwood de repente no ano passado.”

Sarah: “Foi embora de repente?”

Sarah: “Que estranho...”

Sarah: “Então seu irmão comprou o bar dele?”

Jessy: “Pra ser honesta, eu realmente não sei.”

Jessy: “Nós realmente não nos falamos muito.”

Sarah: “Aconteceu alguma coisa entre vocês?”

Jessy: “Não”

Jessy: “O Phil e a Angela são meus meio-irmãos.”

Jessy: “Somos bem distantes em termos de idade. Eu acho que é por isso que não temos muito em comum��"

Jessy: “Sua vez de perguntar ��”

Sarah: “Carreira ou família?”

Jessy: “Oh, céus”

Jessy: “Acho que não posso responder essa pergunta ainda.”

Jessy: “Quero dizer, depende.”

Sarah: “De quê?”

Jessy: “Das circunstâncias, eu acho ��”

Jessy: “Se algum dia eu estiver na situação de decidir entre carreira e família, ligo pra você e falo minha decisão, ok? (emoji de risada)”

Sarah: “Ok :)”

Jessy: “��”

Jessy: “Vamos terminar essa conversa outro dia.”

Jessy: “O trabalho me chama.”

Sarah: “Até mais.”

Jessy: “Até <3”

 

Depois de conversar com a Jessy eu comecei a me sentir um pouco enérgica. Dei uma espiada na janela e o sol fraquinho que esteve tampado pelas nuvens estava começando a se pôr agora. O horário perfeito pra eu correr um pouco.

Retirei meu pijama, ou melhor, minha capa do sedentarismo, coloquei uma roupa mais leve pra corrida e saí. Dessa vez eu levei o celular junto para ouvir algumas músicas enquanto me exercitava.

Fiz meu trajeto dando a volta por trás do parque ecológico e depois segui em direção à costa que não era muito distante. Eu sempre gostava da visão que eu tinha do lado sul de Eastwell. Havia um enorme e abandonado farol em uma pedreira circundada pelo mar e a vista da costa, relativamente próxima ao parque, era simplesmente linda. Outro motivo que me fez me mudar pra essa região de Eastwell.

Observei o sol se esconder no horizonte enquanto admirava a vista. Senti uma paz se instaurar aos poucos enquanto olhava para a pintura natural. Quando o sol finalmente sumiu de vista, fiz o trajeto de volta. Todo o percurso durou cerca de quarenta minutos. Quando cheguei em casa estava ensopada de suor. Precisava urgentemente de outro banho.

Depois de tomar banho, coloquei novamente minha capa do sedentarismo e fui até meu escritório, estava me sentindo bem e disposta a escrever mais coisas para o livro. Assim que me sentei na cadeira e coloquei meu óculos, fiquei imersa na “aura de autora” e escrevi por horas a fio sem nem perceber quanto tempo estava ali. Só percebi o horário quando comecei a ouvir *bip* vindo do meu celular, foi quando parei de escrever e voltei minha atenção para o pequeno aparelho eletrônico ao lado.

Agora é 21:25 da noite. As notificações que estava recebendo era de uma conversa entre Thomas e Dan.

 

Conversa entre Thomas e Dan – modo espião

Thomas: “Dan?”

Dan: “Mas que diabos?!?”

Dan: “Onde você esteve??”

Thomas: “Quer saber?! Não importa.”

Dan: “O que diabos está acontecendo com você?!”

Thomas: “Você ainda está fazendo sua parte do acordo?”

 

Dan ficou em silêncio por alguns segundos. Eu permaneci olhando tudo bem curiosa. E com certeza estranhando a conversa.

 

Thomas: “Droga, Dan, estou falando sério!”

Dan: “Sim!”

Dan: “Sim, eu estou. Claro.”

Thomas: “Obrigado.”

Dan: “Não me faça me arrepender disso.”

Thomas está offline

Dan está offline

 

Imediatamente após o fim da conversa dos dois, o senhor hacker resolveu me contatar. Eu já deveria imaginar que ele estaria lendo.

 

Conversa com ???

???: “Sobre o que era isso tudo?”

Sarah: “O que quer que seja, parecia altamente suspeito.”

???: “Concordo.”

???: “Talvez possamos descobrir juntos o que isso significa.”

???: “Eu achei mais do que estranho o fato do Thomas ter desaparecido depois que as notícias do corpo apareceram.”

Sarah: “Talvez ele estivesse precisando de um tempo?”

???: “Espera.”

???: “Outra conversa está acontecendo.”

 

E de fato estava. Era uma conversa de um sujeito chamado “Poke” com o Dan. Rapidamente cliquei na notificação.

 

Conversa entre Dan e Poke – modo espião

 

Poke: “Como você está hoje, sr. Anderson?”

Poke: “Eu recebi sua mensagem.”

Dan: “Então por que diabos você está me mandando uma mensagem?!”

Poke: “Eu só queria ter certeza.”

Poke: “Você está tão paranoico como antes.”

Dan: “Que tal você ir direto ao assunto?!”

Poke: “Ok, ok, calma.”

Poke: “Você sabe a hora e o lugar.”

Dan: “Claro.”

Poke: “Perfeito”

Dan: “350?”

Poke: “Você entendeu”

Dan: “300?”

Poke: “De jeito nenhum”

Dan: “Idiota.”

Poke: “Idem.”

Poke: “Ah, e Dan?”

Dan: “O quê?”

Poke: “Sinto muito pela garota”

Dan: “Eu também”

Dan está offline

Poke está offline

 

-Ok, essa conversa foi estranha demais. – digo relendo a conversa. Rapidamente o hacker me manda uma mensagem.

 

Conversa com ???

???: “O que você acha que isso tudo significa?”

Sarah: “Parece que o Dan está comprando algo dessa pessoa.”

Sarah: “Algo caro, por sinal.”

???: “Pois é. Também penso isso...”

???: “Além disso, tenho certeza de que eles estavam se referindo a algo altamente ilegal.”

???: “O Dan estava garantindo que o objeto em questão não fosse mencionado.”

Sarah: “De qualquer forma, isso tudo foi muito suspeito.”

Sarah: “Acho que vale a pena investigar...”

???: “Eu sei.”

???: “Deixa eu pensar.”

???: “Vou pegar o número de telefone da pessoa.”

Sarah: “E eu entro em contato, certo?”

???: “Isso mesmo.”

???: “Me dê um tempo para descobrir o número.”

??? está offline

 

Decidi preparar meu jantar enquanto esperava pelo hacker com sua “mágica”. Fiz um macarrão simples e rápido. Jantei, lavei a louça, escovei os dentes e nenhum sinal do hacker. Quando me aprontei para deitar, me ajeitando nas cobertas, recebi uma mensagem do hacker.

 

Conversa com ???

???: “Consegui reconstruir parte daquele arquivo digitalizado.”

???: arquivo de texto

(o que parece ser uma receita médica com uma qualidade terrível, porém uma parte estava visível, nela continha a sigla de um medicamento: SSRI)

???: “Eu acho que devemos dar uma olhada nisso.”

Sarah: “Sim.”

???: “Minha primeira pergunta é”

???: “Por que ela fez isso?”

Sarah: “Do que você está falando?”

???: “O fato dela ter carregado uma receita médica na nuvem.”

???: “Eu não entendo esse tipo de comportamento.”

???: “Você já carregou uma receita médica na sua nuvem?”

Sarah: “Eu não uso a nuvem pra nada.”

???: “Nem eu.”

???: “Acho que a próxima coisa que devemos fazer é descobrir qual medicamento foi prescrito.”

???: “SSRI”

???: “Isso te diz alguma coisa?”

Sarah: “Não tenho certeza...”

???: “Acho que devemos obter ajuda da onipotente internet.”

 

Quando li sua mensagem, estranhamente senti vontade de competir com ele. Afinal, o Google todo mundo tem acesso, então significa que não seria uma competição unilateral na internet.

 

Sarah: “Vou descobrir antes de você, quer apostar? :)”

???: “Você sabe com quem está falando, certo?”

Sarah: “Acha que só porque é hacker, eu não consigo pesquisar antes de você?”

 

Enquanto lhe mandava mensagem, eu já estava com meu notebook do lado, digitando a sigla. Trapaça? De jeito nenhum, o cara tinha todas as vantagens sobre a tecnologia, eu precisava de alguma.

 

Sarah: “Por acaso está amarelando?”

 

Nesse momento eu digitei a sigla no navegador, mas não cliquei. Estava esperando por sua resposta.

 

???: “E o que apostaríamos?”

Sarah: “Perguntas, está dentro?”

???: “Sabe que não posso revelar minha identidade, não é?”

Sarah: “Prometo que não vou perguntar seu nome.”

???: “Certo.”

 

No momento em que recebi a confirmação, dei “Enter” no meu teclado e rapidamente vários artigos científicos apareceram com a sigla. Como uma ávida leitora, rapidamente procurei pelas palavras chaves e voilá. Encontrei o que significa.

 

Sarah: “Encontrei :)”

???: “Encontrei.”

 

Mandamos uma mensagem ao mesmo tempo, por sorte a minha chegou primeiro.

 

Sarah: “Um antidepressivo.”

???: “Você realmente ganhou.”

Sarah: “Eu disse :)”

???: “Parabéns :)”

???: “Você pesquisou antes, não foi?”

Sarah: “Digamos que eu só digitei as palavras um pouco mais cedo. Mas a pesquisa não. :)”

Sarah: “Não me leve a mal, mas você era um grande oponente, eu precisava de alguma vantagem!”

???: “Haha. Certo. Essa eu deixo passar.”

Sarah: “A pergunta fica pra depois.”

Sarah: “Você sabia que a Hannah usava isso?”

???: “Não.”

???: “Nada disso faz sentido.”

???: “Vou entrar em contato com você mais tarde, ok?”

Sarah: “Está tudo bem?”

???: “Sim.”

???: “Está tudo bem.”

???: “Conversamos sobre isso mais tarde.”

???: “Preciso pesquisar algumas coisas.”

??? está offline

 

-Ok... Pela reação dele, parece que ele realmente não sabia que a Hannah sofria de depressão. – digo pensativa.

Como não recebi nenhuma mensagem durantes os cinco minutos que se seguiram, resolvi mexer na nuvem da Hannah. Levei um tempo considerável até conseguir restaurar o arquivo. O que restaurei foi um documento no bloco de notas. Nele estava escrito:

 

“Para onde devo ir?

O que vai acontecer quando não tiver mais pra onde ir?

Quando o sorriso falso desaparece porque não há mais sentimentos a serem ignorados.

A floresta está inerte. Mas nem sempre foi assim. Hoje é um daqueles dias. Um dia horrível. Mas ninguém me disse que os dias que antecederam esse momento seriam igualmente difíceis de entender.

Eu sei que isso vai passar.

Sempre passa.

Mas ajuda se não pensar nisso.

Hoje é um dia horrível para mim.”

 

Eu li e reli essas anotações diversas vezes. Hannah parecia estar muito perdida e confusa. Acredito muito que isso possa estar relacionado com algo pelo qual ela passou. Nesse caso a prescrição do antidepressivo faz muito sentido.

Só consigo assimilar isso, porque a entendo. Entendo o que é esse “dia horrível”. Escrever sobre, ajuda. Talvez tenha sido isso?

Rapidamente enviei o arquivo para o hacker, mas ele deve estar muito atarefado, porque não ficou online. Voltei a reler a anotação e senti ainda mais vontade de ajudar a encontrar a Hannah.

-Por que você teria meu número, Hannah Donfort? – me pergunto encarando uma de suas fotos. A que ela está de olhos fechados e com os cabelos ao vento. Eu particularmente me identifiquei com essa foto em que ela se mostra tão pensativa.

Uma notificação aparece. Era a Cleo.

 

Conversa com Cleo

Cleo: Estou do lado de fora do apartamento da Hannah

 

Rapidamente dou uma espiada no horário e agora eram 1:30 da madrugada.

 

Sarah: “Cleo o que você está fazendo aí? Nesse horário ainda...”

         Sarah: “Não me diga que você está planejando invadir...”

Cleo: “Eu não conseguiria dormir”

Cleo: “Pensando que poderia haver alguma pista sobre Hannah que a polícia não encontrou”

Cleo: “Eu sou a melhor amiga dela, deve ter algo que eu posso encontrar, certo?”

Cleo: “Tem que ter...”

Sarah: “Cleo...”

Cleo: “Sabe, antes de vir aqui eu pensei: ‘A Hannah faria o mesmo por mim?’”

Cleo: “E tenho certeza que ela faria.”

Cleo: “Ela teria feito isso no primeiro dia, assim que soubesse.”

Sarah: “Tudo bem... Eu entendo.”

Cleo: “Se isso te faz sentir melhor, não estou invadindo. Sei onde a chave de emergência dela está escondida.”

Cleo: “Espera.”

Cleo: “Vou ligar pra você. Como você sabe, duas cabeças pensam melhor que uma.”

Sarah: “Certo.”

 

Cleo faz a chamada de vídeo e eu rapidamente atendo. Sua câmera estava apontada para uma porta entreaberta. Ela empurra a porta e entra, fechando-a logo em seguida. A princípio não consegui ver nada dentro do apartamento, as luzes estavam apagadas, mas Cleo rapidamente as acende.

Sua câmera é apontada para um pequeno corredor, nele há duas portas entreabertas no lado esquerdo e no final uma escada que leva para o andar de cima.

Cleo sobe a escada e acende a luz do cômodo, parecia ser uma espécie de escritório. No cômodo, no canto esquerdo, tinha uma pequena escrivaninha, com um monitor em cima, uma cadeira de escritório e algumas caixas no chão. No lado direito havia uma pequena mesa com vários utensílios que parecem ser de costura. Enquanto Cleo mostrava o apartamento, ouvi um barulho alto no que parecia vir do andar de baixo.

-O que foi isso? – Cleo se virou assustada e apontou a câmera em direção ao andar debaixo. – Tem alguém na porta! – murmurou assustada. Ela rapidamente apagou a luz e permaneceu apontando a câmera pra lá. Completamente tensa, permaneci em silêncio olhando atentamente para quem quer que aparecesse ali.

A porta então se abriu, e tudo o que vi foi um braço. Em seguida o celular da Cleo começou a dar interferência e a ligação foi encerrada por ter perdido a conexão. Eu rapidamente lhe enviei uma mensagem.

 

Conversa com Cleo

Sarah: “Cleo?”

Sarah: “O que aconteceu?”

Sarah: “Você está bem??”

 

Depois de alguns segundos ela me respondeu.

 

Cleo: “Oi”

Cleo: “Não se preocupe, estou bem.”

Cleo: “Por alguma razão o telefone desligou.”

Cleo: “A conexão no andar de cima não é muito boa.”

Cleo: “Era o Thomas na porta...”

Sarah: “O Thomas?”

Sarah: “O que ele está fazendo no apartamento da Hannah?”

Cleo: “Ainda estamos aqui no apartamento.”

Cleo: “Só te mandei uma mensagem pra te tranquilizar.”

Cleo: “Ainda vou conversar com ele.”

 

Por algum motivo, senti que a Cleo parecia um pouco tensa. Acredito que com razão, agora eram 1:45 da madrugada e Thomas aparece de repente no apartamento da Hannah, isso é incrivelmente suspeito. Porém, não posso julgar baseado apenas nisso, já que Cleo também fez o mesmo, em busca de avançar na própria investigação.

 

Sarah: “Há algo de errado, Cleo?”

Cleo: “Te mando uma mensagem quando voltar pra casa.”

Cleo: “Só queria dizer que está tudo bem e que você não precisa se preocupar comigo.”

Sarah: “Isso é um alívio. :)”

Cleo: “��”

Cleo: “Falo com você em breve.”

Cleo está offline

 

Finalmente solto o ar que eu nem percebi que segurava. Essa pequena maratona investigativa quase me matou do coração.

-Lá se foi o meu sono. – suspiro enquanto trago meu notebook pro meu colo. Ao ver a bateria do celular, rapidamente o coloco pra carregar, deixando-o em cima do criado mudo ao meu lado. Abro o aplicativo de mensagens pela web, no notebook, e começo a pesquisar sobre Duskwood na internet.

No momento, eu não conseguia dormir e como não tinha mais o que fazer, resolvi me dedicar um pouco a reaver Duskwood por meio remoto, entretanto, não tinha imagem alguma. Toda vez que a cidade é mencionada em alguma coisa, são mostrados apenas alguns jornais de notícias aleatórias da cidade, como inauguração de restaurantes, cafés, data do festival...

Enquanto me frustrava em minhas pesquisas, recebi uma mensagem da Jessy.

 

Conversa com Jessy

Jessy: “Ei, vi que você está online”

Jessy: “Dê uma olhada nisso ��”

Jessy: arquivo de foto

(Era um recorte de jornal com uma pequena matéria falando sobre o corpo encontrado na floresta).

Sarah: “Uma matéria bem pequena pro ocorrido, não?”

Jessy: “Exatamente! ��”

Jessy: “Quer saber o que está na primeira página?”

Jessy: “‘Promoção na loja de bicicletas da Rudy é considerada um enorme sucesso.’”

Sarah: “Parece que eles estão tentando não transformar o ocorrido em algo maior do que já é...”

Jessy: “Mas eles deveriam! A cidade inteira tem o direito de saber quando um assassinato acontece!”

Jessy: “Eu nem quero pensar nisso, mas e se fosse realmente a Hannah...”

Jessy: “Isso é tão típico de Duskwood. ��”

Jessy: “Algo terrível aconteceu e está todo mundo ignorando.”

 

Quando vejo a mensagem da Jessy, percebo que isso de fato acontece. Um exemplo claro disso é a minha pesquisa frustrada sobre Duskwood, uma cidade completamente anônima na internet.

 

Sarah: “Eu entendo toda esse frustração :(“

Jessy: “Obrigada. Agora posso claramente notar que você não é de Duskwood ��”

Jessy: “O que eu acho uma pena, hahaha ��”

 

-Pior é que sou de Duskwood. Uma parte da minha infância foi aí... – digo pensativa. – Mas lembro tão pouco de lá, e o que me recordo é uma lembrança terrível do dia que meu amigo se afogou naquele lago. Isso definitivamente não me faz querer relembrar do tempo que passei lá. – suspiro.

 

Sarah: “Por que você acha uma pena? :)”

 

No mesmo instante em que enviei uma mensagem pra Jessy, Thomas enviou uma mensagem no grupo. Ele estava sumido faz três dias, na verdade, todos estávamos. Ninguém mandou muita coisa depois da notícia sobre o corpo, acho que todos estavam tentando digerir aquele momento, eles principalmente, que temem por ser a Hannah. Cleo o adicionou ao grupo.

 

Conversa em grupo

Cleo adicionou Thomas

Thomas: “Oi pessoal.”

Richy está online

Richy: “Oi ☹ Como vão as coisas com você?”

 

Ao mesmo tempo em que mandavam mensagem no grupo, Jessy me enviou uma em privado.

 

Conversa com Jessy

Jessy: “O Thomas voltou! ��”

 

Resolvi voltar minha atenção para o grupo.

 

Conversa em grupo

Dan está online

Dan: “Bem, olha quem voltou.”

Jessy: “Nós estávamos realmente preocupados ☹”

Thomas: “Sinto muito pessoal, fui à polícia...”

Thomas: “O corpo não é da Hannah.”

Jessy: “Oh, céus. Estou tão feliz em saber disso.”

Richy: “Ufa!”

 

Eu realmente me senti aliviada com a notícia que ele deu, mas ainda estava preocupada pelo fato de haver um corpo para ser identificado. Não foi a Hannah, mas uma garota morreu e alguma família vai ficar arrasada.

 

Dan: “Eu disse isso desde o início. Vocês estavam em pânico sem motivo.”

Richy: “Eu não diria que era sem motivo ☹”

Richy: “Um corpo é um corpo.”

Sarah: “Acredito que o Dan se referiu à identificação do corpo... Não sabíamos se era a Hannah ou não.”

Dan: “Exatamente.”

Dan: “Parece que a Sarah é a única boa de interpretação aqui.”

Dan: “Estou realmente começando a gostar de você, Sarah.”

Sarah: “E a história de te deixar em paz? Esqueceu?”

Dan: “Águas passadas.”

Jessy: “Enfim, finalmente boas notícias.”

Richy: “Verdade.”

Sarah: “Mas de quem é o corpo então?”

Thomas: “Eu não faço ideia. Os policiais não deram nenhuma informação.”

Thomas: “Enfim, só queria que vocês soubessem.”

Thomas: “Falo com vocês mais tarde.”

Thomas está offline

Jessy está offline

 

Agora sabendo sobre o corpo, finalmente me sinto aliviada por não ser a Hannah, mas triste pela família da vítima. Olhando no relógio, agora eram 2:30 da manhã, o sono finalmente veio novamente. Acredito que Cleo só vá me mandar alguma mensagem quando amanhecer, fecho o notebook e o guardo. Em seguida me ajeito novamente na cama e durmo rapidamente.

Acordei no meio da floresta, era noite e fazia muito frio. Eu estava recoberta por um monte de folhas secas e estava em uma espécie de vala. Eu tentei me mexer, mas não consegui. Meus braços e pernas não respondiam. Eu senti um cheiro de queimado muito forte, em seguida uma silhueta de um homem ocupou minha visão. Eu não conseguia ver seu rosto, mas percebi que ele usava uma espécie de máscara. Ele segurava uma pá na mão, e de repente, começou a jogar terra por cima de mim.

Eu tentei gritar, mas a voz não saiu. Tentei me levantar, mas meu corpo não respondeu. Tudo o que pude fazer foi vê-lo enquanto me soterrava incansavelmente. Aos poucos senti a terra entrar na minha boca, meus pulmões, eu já não tinha mais de onde puxar o ar e não tinha mais o que ver... Estava tudo escuro e frio. Até que um barulho estridente soou no meu ouvido.

Acordei assustada com o barulho do despertador. Agora era 9:00 da manhã. A claridade do dia era forte e incomodava meus olhos. Quando me sentei na cama, percebi que estava arfando e suando frio.

-Que droga de pesadelo... – reclamo.

Eu fico um tempo a mais na cama antes de decidir me levantar e fazer minha rotina diária. Tomei um banho bem rápido, escovei os dentes, tomei meu café da manhã e estava pronta para enfrentar mais um dia. Agora eram 11:00 da manhã.

*bip*

Automaticamente vou até meu celular. Era uma mensagem do hacker.

 

Conversa com ???

???: “Olá, Sarah.”

Sarah: “E aí.”

???: “Decidi ler sua conversa com a Cleo.”

 

Antes de responder, não pude evitar revirar os olhos. Eu tenho tentado entender um pouco o lado dele, mas essas atitudes invasivas realmente estão me chateando. Não gosto da ideia de ter minha privacidade violada. Sei que ele busca desesperadamente por Hannah, mas em momento algum foi esclarecida a minha participação nisso tudo e parece que estou apenas dando minha cara a tapa por aqui.  

 

Sarah: “Isso não me surpreende.”

???: “Sinto muito.”

???: “Mas depois que o telefone da Cleo apagou, fiquei um pouco preocupado.”

Sarah: “Espera aí, você tem acesso até às chamadas?”

???: “Sim.”

Sarah: “Isso não é nada reconfortante, senhor hacker.”

Sarah: “Acho que nossa ‘parceria’ não vai durar tanto se você continuar invadindo meu celular assim.”

???: “Me desculpe por isso, Sarah.”

 ???: “Eu sei que não é algo confortável pra você. Mas eu gostaria que você visse meu ponto de vista e entendesse por que eu estou fazendo isso. Eu realmente só quero encontrar a Hannah.”

???: “Eu não veria nada seu que não pudesse ser relacionado a isso.”

Sarah: “Não sei por que ainda concordo com isso...”

Sarah: “Enfim, também me preocupei quando o celular dela perdeu o sinal.”

Sarah: “Como você deve ter visto pelas mensagens, ela está bem.”

Sarah: “Ela ficou de me mandar mensagem, mas acredito que ela deve fazer isso em breve.”

Sarah: “Está tudo claro agora? Quer acessar minha câmera pra verificar se estou mentindo?”

???: “Me desculpe por isso.”

???: “Eu não queria te chatear.”

Sarah: “E por acaso você liga como se sinto em relação a você?”

???: “Sim. Eu ligo.”

 

A resposta dele me surpreendeu. Ele deixou claro que as pessoas para ele são apenas um meio para o fim, encontrar a Hannah é tudo o que importa. Apesar de não saber se ele está falando realmente sério ou não, resolvi acreditar nele.

 

Sarah: “E então, qual é o ponto?”

???: “Por que você acha que o Thomas foi ao apartamento?”

Sarah: “Não faço ideia.”

Sarah: “Talvez estivesse tentando recuperar alguma coisa?”

Sarah: “Uma foto, algo importante... Sei lá.”

???: “Uma suposição bastante lógica.”

???: “Pra falar a verdade, eu não tenho tanta certeza.”

???: “Tenho certeza que a Cleo vai te contar toda a história.”

Sarah: “Vai querer fazer uma pipoquinha pra ler essa conversa também?”

Sarah: “Se quiser, posso dar dicas de condimentos.”

???: “Eu sei que está brava...”

Sarah: “Brava? Eu estou furiosa.”

Sarah: “Eu já te dei algum motivo pra você não confiar em mim?!”

Sarah: “Você tem que ler minhas conversas, não é?”

Sarah: “Lembra que eu tô inserida nisso misteriosamente.”

Sarah: “E ainda não saí daqui.”

Sarah: “Mesmo tendo recebido uma bosta de uma ameaça.”

 

Eu senti um alívio, mas depois senti arrependimento logo em seguida. Eu apenas despejei toda minha frustração em cima do coitado e o pior é que entendo o lado dele, de verdade.

 

Sarah: “Desculpe.”

Sarah: “Estou com estresse acumulado e acabei descontando em você.”

???: “Está tudo bem, Sarah.”

???: “Me desculpe novamente por ter lido a conversa...”

Sarah: “Eu te entendo.”

Sarah: “Quer dizer, entendo o seu lado.”

Sarah: “Enfim, sobre a Cleo...”

Sarah: “Algo não estava certo.”

???: “Você acha? Eu não notei nada.”

Sarah: “Ela parecia estar desconfortável com algo.”

Sarah: “Você não leu as mensagens?”

Sarah: “Não reparou nisso?”

???: “Acho difícil ler emoções ao me comunicar apenas por mensagens de texto.”

Sarah: “Sério? Como soube que eu estava brava então?”

???: “Bem... As suas mensagens eu consegui entender o que estava sentindo.”

???: “Principalmente na parte: ‘recebido uma bosta de uma ameaça.’”

 

Eu comecei a rir bastante ao ler a mensagem do hacker. Quem imaginaria que ele me faria rir assim de algo tão bobo como uma citação? Ok, toda a raiva que eu sentia por ele desapareceu.

 

Sarah: “Haha. Quem diria que você iria me fazer rir, senhor hacker?”

Sarah: “Já que você tem dificuldade em ler emoções por mensagem, eu faço isso pra você :)”

???: “Obrigado :)”

Sarah: “Aliás, não me esqueci que ganhei uma pergunta de você.”

???: “Não me esqueci.”

???: “O que você quer perguntar?”

 

Eu pensei bem na pergunta e me lembrei quando Cleo me disse que achava que eu fosse velho por causa dos emojis que uso. Lembro que Jessy também confirmou quando perguntei. Olhando atentamente os emojis que o hacker usa, fiquei muito curiosa em saber se estava falando com um velhinho. Um velhinho hacker... Ia ser incrível.

 

Sarah: “Você é um velhinho?”

 

Três longos minutos se passaram desde que enviei a pergunta. Conforme o tempo passava, sentia minhas bochechas aos poucos esquentarem. A saga da pergunta da cor do cabelo voltou.

 

???: “Confesso que ri mais dessa pergunta do que a da cor do cabelo...”

 

-Sim, definitivamente quero enfiar minha cara num buraco bem grande agora. – sorrio sentindo meu rosto todo entrar em chamas.

 

???: “Antes de eu te responder isso, posso saber o porquê da pergunta?”

Sarah: “Bom...”

Sarah: “Acontece que recentemente fiz uma chamada de vídeo com o pessoal”

Sarah: “E eles pensaram que eu fosse mais velha.”

Sarah: “Tipo, bem mais velha mesmo.”

Sarah: “Quando perguntei o porquê, eles disseram que era por causa dos emojis que eu usava e a forma que conversava. E eu notei que você se comunica de um jeito parecido.”

Sarah: “Eu não entendi muito bem a analogia, mas parece que os velhos são assim no celular.”

???: “Sarah, acho que eles estavam te zoando.”

???: “:)”

Sarah: “É uma grande possibilidade também...”

???: “Respondendo à pergunta... Não, não sou velho.”

???: “Hahaha”

???: “É interessante como você sempre me faz sorrir quando pergunta algo sobre mim.”

???: “Enfim, normalmente eu não gosto de falar muito sobre essa minha falha.”

???: “De não ser capaz de entender as pessoas por mensagem.”

Sarah: “Não é bem uma falha, pra mim.”

Sarah: “Se você quiser, eu te ajudo a interpretar as coisas por mensagens.”

Sarah: “Felizmente sou perita nesse tipo de coisa, mesmo tendo 0 de habilidade em socialização.”

???: “Obrigado, Sarah.”

???: “Podemos falar sobre isso detalhadamente uma outra vez, se você quiser saber mais.”

Sarah: “É só me chamar :)”

 

Eu me senti feliz por ver que eu podia ajuda-lo, mesmo que fosse uma coisa simples pra mim. Estranhamente, eu não me sinto desconfortável com ele. Mesmo depois de saber que ele anda lendo minhas mensagens. Eu sinto que, por mais que eu não o conheça, ele não é uma pessoa ruim.

 

Sarah: “Agora, voltando para nossa investigação.”

Sarah: “Você conseguiu o número de telefone do Poke?”

???: “Ah, certo. Obrigado por lembrar.”

???: “Eu preciso de um pouco mais de tempo com isso.”

Sarah: “Quer falar sobre o documento que achei na nuvem da Hannah?”

???: “Eu li várias vezes. Infelizmente eu não entendo o que diz.”

Sarah: “Bom, vou compartilhar o que eu acho.”

Sarah: “Embora sejam apenas especulações.”

???: “Claro.”

Sarah: “Eu acho que escrever aquilo a estava ajudando a processar algo.”

???: “Por que você pensa isso?”

Sarah: “Por que eu fiz a mesma coisa.”

Sarah: “Ela deveria estar angustiada com alguma coisa.”

Sarah: “Tão angustiada que teve que escrever, pra externalizar isso de alguma forma.”

Sarah: “Ela parece tão confusa ao escrever essa anotação.”

Sarah: “Você nunca reparou no comportamento dela? Se ela estava estranha ou algo assim?”

???: “Você conseguiu deduzir tudo isso apenas olhando essas anotações?”

???: “Isso é impressionante.”

???: “Não, nunca reparei no comportamento dela.”

Sarah: “Você a conhece pessoalmente, certo?”

???: “Eu não acho que posso dizer que conheço, não.”

 

Agora eu realmente fiquei confusa. Eu pensava que o hacker e a Hannah eram amigos, mas lendo suas mensagens agora, não consigo entender qual a relação dos dois.

 

Sarah: “A Hannah ao menos conhece você?”

???: “Um dia eu vou te contar tudo.”

???: “Quando for a hora certa.”

 

Eu solto um longo suspiro e volto a digitar.

 

Sarah: “Vamos falar sobre o antidepressivo da Hannah.”

???: “Eu nunca teria imaginado que ela sofria de depressão.”

???: “Mas isso não muda nada pra nós, caso você pense que ela mesma poderia ter se machucado.”

Sarah: “Não é o que eu penso, mas é uma possibilidade.”

???: “Não é.”

???: “Vamos mudar de assunto.”

Sarah: “Certo.”

???: “Acho que até agora sabemos os pontos mais importantes.”

Sarah: “Com exceção de que o corpo não é da Hannah.”

Sarah: “Você não está mais aliviado?”

???: “Claro, mais do que você pode imaginar.”

???: “Desde o começo eu sabia que não poderia ser a Hannah.”

???: “Acabei de me lembrar que queria perguntar se você descobriu alguma outra coisa nesse meio tempo.”

 

Instintivamente me lembrei da “sessão terror” que fiz com a Jessy e o Richy ontem, mas pensei um pouco se valia a pena falar sobre isso ou não. No fim, decidi por fazê-lo.

 

Sarah: “Bem... Há uma pista que aponta pra uma das lendas de Duskwood.”

???: “Lendas? Do tipo sobrenatural?”

???: “Você quer me falar sobre isso?”

Sarah: “Quando a hora certa chegar.”

 

Me senti bem em devolver o troco na mesma moeda. Ele quer ocultar informações e ser enigmático, pois bem, farei o mesmo. Ainda mais porque não acredito que seja uma pista tão importante assim, mas é alguma coisa.

 

???: “Você está zombando de mim agora?”

Sarah: “Agora você sabe como eu sempre me sinto.”

???: “Eu tenho que admitir, isso me fez rir.”

???: “Mas acho que mereço o fato de que você está me fazendo esperar pra saber das coisas.”

Sarah: “Certo, posso abrir uma exceção pra você.”

Sarah: “É sobre uma velha lenda de Duskwood.”

Sarah: “O homem sem rosto.”

Sarah: “Ele vai atrás de pessoas que cometeram pecados horríveis.”

Sarah: “Ele os arrasta pra floresta.”

Sarah: “Dizem que a Hannah foi uma de suas vítimas.”

???: “Entendi...”

???: “Geralmente, não tenho muitas esperanças sobre lendas e histórias de fantasmas.”

Sarah: “Acho que é uma pista que valha a pena dar uma olhada.”

Sarah: “Não é como se tivéssemos um leque recheado de pistas.”

???: “Não me interprete mal, eu ainda assim quero verificar.”

???: “Mas primeiro vou descobrir o número do Poke pra você.”

??? está offline

 

Como não recebi mais nenhuma mensagem por um tempo, resolvi mexer na nuvem novamente. Ela era a única fonte de pistas que eu podia fornecer. Comecei a descriptografar o próximo arquivo. Consegui avançar bastante até receber uma mensagem da Jessy.


Notas Finais


E então, gostaram?
Até o próximo capítulo!

Kisses & Kisses '3'


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...