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História O Pranto da Cachoeira - Capítulo Único


Escrita por: bottomlouis

Notas do Autor


Olá! Uau, faz muito tempo que eu não posto nada, estou meio enferrujada!
Bem, essa é a primeira fanfic de One Direction que eu estou postando, então estou meio insegura. Não sei se consegui transparecer bem as personalidades dos meninos nessa história, mas dei o meu melhor!
Antes de tudo deixo avisados que a história contém folclore e fantasia e que pode desapontar alguns...
Ah! E quanto a escolha do casal: TOTALMENTE INUSITADA, né? Foi um surto que me deu uma vez... Quando o Liam tava postando aquelas coisas homofóbicas no Twitter eu imediatamente me lembrei de que ele era amigo do Tom (que é assumidamente gay). Então a ideia veio...
Nem sei se alguém vai ler isso, mas eu gastei um bom tempo da minha vida escrevendo, então gostaria que lessem!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction O Pranto da Cachoeira - Capítulo Único

Capítulo Único

O Pranto da Cachoeira

— Vamos logo, Liam! — a voz aguda de Louis ecoou pelo apartamento, quase me ensurdecendo.

Coloquei meu boné de aba reta na cabeça, virado para trás, e enfiei um braço na alça da mochila. Calcei meus Jordans brancos de qualquer jeito e desci as escadas correndo, encontrando Louis de braços cruzados no último degrau.

— Ei, eu já estou pronto há horas, O.K.? — menti, passando por ele e indo em direção à cozinha. Ele veio atrás.

— Poxa, Liam, você não sabe como foi difícil convencer o Harry a liberar a casa de campo dos pais dele — ele falou manhoso e fez um biquinho.

— Sei bem como você o convenceu... — murmurei antes de dar uma grande mordida numa maçã.

— Liam! — ele corou.

Sorri malicioso e dei uma olhada nele de cima a baixo.

Louis era meu melhor amigo, mas não era por isso que eu deixaria de reparar nele. Ele era um pecado. Seu cabelo castanho vivia bagunçado, embora ele estivesse sempre arrumando a franja que lhe caía sobre os olhos azuis. Ele era meio baixinho e seu corpo era uma tentação. Cheinho nos lugares certos...

— Liam, para de me secar com essa cara de cachorro esfomeado e vamos logo! — ele deixou escapar um risinho antes de sair rebolando. Louis adora provocar, embora ele nunca tenha de fato traído Harry.

Saímos rapidamente e tranquei o apartamento. Como eu só voltaria em uma semana, Loki, meu husky siberiano, estava na casa dos meus pais.

Assim que me vi fora do prédio, avistei a imponente Range Rover preta. Os vidros eram escuros, mas eu tinha certeza que meus amigos estavam lá dentro. Abri a porta de trás e me joguei ao lado de Niall, que dormia contra o peito de Zayn.

— Bom dia! — cumprimentei animado.

Zayn foi o único que respondeu. Harry parecia irritado por detrás dos óculos escuros. No entanto se acalmou quando Louis sentou ao seu lado e lhe deu um beijo estalado na bochecha.

— Tudo pronto — Louis disse com um sorriso. — Finalmente estamos indo para a nossa supersemana no campo!

• • •

Acho que eu não sei muito bem o que o Louis entendia como supersemana. Mas, para mim, passar os dias numa cabana sem internet ou TV à cabo, ouvindo meus amigos treparem como animais não era bem a definição de supersemana.

Os primeiros dois dias foram horríveis. Choveu sem parar dia e noite, então eles decidiram que assistiríamos a alguns filmes. Desisti quando percebi que eu era o único a assistir enquanto eles se esfregavam nos sofás. Às vezes é foda ser o único solteiro do grupo.

No terceiro dia as coisas melhoraram. A chuva cessou e resolvemos fazer trilha. Ainda havia barro e vez ou outra um pássaro chacoalhava um galho e nos molhava, mas estava sendo divertido.

Certifiquei-me de grudar em Louis para que ele não se atracasse com o Harry. Isso rendeu um cacheado estressadinho por um tempo, mas nada que realmente me incomodasse.

— Ei, tem algum lugar onde a gente possa fazer um piquenique? — Niall perguntou sem soltar a mão de Zayn um só instante. Melosos — Estou ficando com fome — esfregou a própria barriga sobre a regata branca.

— Por Deus, você só pensa em comida, Niall — Louis murmurou.

— Se bem que eu também estou com fome — Harry sorriu torto, apoiando o loirinho.

— Então é melhor voltarmos — a voz baixa de Zayn quase não foi ouvida entre o cantar de tantos pássaros.

Zayn falava baixo e muito pouco, apenas quando necessário. Ele era um cara legal. Já fomos muito próximos, mas depois que ele começou a namorar o Niall nos afastamos um pouco. Não foi briga nem nada. É só que algumas pessoas não sabem namorar e ter um melhor amigo ao mesmo tempo. Não que eu fique com raiva dele por isso.

— Sei de um lugar bem maneiro — Harry tornou a falar. — Vamos buscar as coisas na cabana!

Dito e feito. Rapidamente estávamos na cozinha enchendo uma cesta com porcarias e guloseimas. Por mais que todos estivéssemos na casa dos 20, ainda agíamos como crianças na maior parte do tempo.

Harry nos guiou por um caminho de pedras por uns bons dois quilômetros e Niall reclamava de fome o caminho todo. Até eu, com meu físico invejável, já estava ficando cansado.

— Amor, ainda tá longe? — Louis perguntou manhoso.

— Não, já chegamos, na verdade — Harry sorriu e parou.

Havia uma espécie de cortina formada naturalmente por musgo e algumas plantas aéreas. Quando Harold a afastou, foi como a cena de um filme. Atrás dela havia um pequeno lago de águas tão claras que era possível ver a areia branca no fundo. Uma cachoeira despejava água sem parar e agora eu me perguntava como não tinha ouvido o barulho tão alto que ela fazia.

— Uau! — Niall e Louis exclamaram ao mesmo tempo, correndo como duas crianças até a beira da água.

— É como um paraíso na Terra — Zayn sussurrou e Harry sorriu presunçoso.

— É meu lugar favorito na Terra, com certeza. Quando eu era criança, eu adorava tomar banho aqui ou simplesmente ficar deitado naquela pedra — apontou uma pedra chata no meio do lago. — por horas e horas, só ouvindo a cachoeira chorar.

— Chorar? — fitei seus olhos verdes com curiosidade.

Ele sorriu meio corado, as covinhas aparecendo nas bochechas, e olhou de mim para Zayn algumas vezes.

— Meu pai falava que... Ah, é meio ridículo. Esquece.

— Conta aí! — pedi.

— Põe na roda — Zayn brincou, arrancando risadas nossas.

Harry olhou para o lago, onde Niall e Louis já pulavam e brincavam jogando água um no outro. As roupas esquecidas na areia clara. Pelo visto Niall se esqueceu da fome.

— Vem, vamos arrumar as coisas — Harry encerrou o assunto e desceu o pequeno barranco.

Olhei para Zayn que simplesmente deu de ombros e o seguiu. Engoli minha curiosidade e fiz o mesmo, esticando a toalha azul e branca no chão.

Depois de estarem exaustos de tanto se esbaldarem na água, Louis e Niall devoraram a cesta do piquenique. Harry brigou com Louis por ter entrado na água de cueca branca. Louis disse que o corpo era dele e ele ficava pelado se quisesse. Harry disse que ele que mandava naquela porra e Louis tinha que respeitá-lo. Louis rebateu dizendo que o que é belo é para ser mostrado. Eu meio que me perdi na briga porque, quando vi, eles já estavam se engolindo na areia. As brigas deles sempre acabam da mesma forma. Eu acho até engraçado.

Passamos a tarde toda na cachoeira. Nadamos, pulamos, brincamos e brigamos como cinco crianças. Louis fez uma brincadeira besta de agarrar o pé do Niall embaixo d’água e o irlandês estava chorando até agora, agarrado ao peito de Zayn. Para completar, Harry veio com umas histórias sobre lobisomens e sei lá o que mais. Deu até dó do Niall.

Já estava anoitecendo quando decidimos ir embora. Juntamos nossas coisas e fomos. Eu fui o último a passar pela cortina de musgo. Dei uma última olhada para o lago que agora refletia o rosa alaranjado do céu.

Talvez tenha sido impressão minha, mas eu poderia jurar que, quando dei dois passos para longe dali, ouvi uma voz baixa e suave entoar, quase num sussurro, uma triste melodia.

• • •

Não consegui dormir durante a noite. Fiquei pensando naquela voz e no que eu senti ao ouvi-la. Era como se fosse um pedido de socorro. Cada músculo do meu corpo gritava para que eu fosse até lá, ajudar quem quer que clamasse por minha ajuda.

Rolei para o lado no colchonete e peguei o iPhone que estava carregando. Ainda eram três e meia da manhã.

Meus companheiros de quarto — Niall e Zayn — dormiam pesadamente em seus colchonetes após a uma noite tórrida de sexo cheia de frases clichês como “não precisa ter medo, eu te protejo, meu loirinho”. Esses filhos da puta acham mesmo que eu não os ouço fodendo?

Suspirei e resolvi levantar logo, embora ainda estivesse escuro. Nem me preocupei em pegar meu boné ou pentear o cabelo, vesti uma camiseta preta e saí do quarto vestido na minha samba-canção xadrez. Meus pés descalços abafavam o barulho do assoalho de madeira.

Passei pelo quarto maior e espiei pela frestinha, vendo Harry e Louis dormindo na cama king size. Egoístas.

Cruzei o curto corredor e logo estava na sala. Eu sabia que não devia sair antes do sol nascer, entretanto, eu não estava em mim. Mesmo dentro de casa eu podia ouvir aquela canção. Era como a voz de um anjo. Um anjo que chorava.

Sem pestanejar, abri a porta e, por mais que eu quisesse correr, andei como um zumbi rumo à cortina de plantas verdes. Meu corpo tinha vida própria naquele momento. A cada passo a música ficava mais alta. Meu coração acelerava e o ar se tornava mais rarefeito. Eu sentia que poderia morrer e mesmo assim não conseguia parar. Eu precisava chegar até o anjo e perguntar o motivo de tanta tristeza.

Depois de mais ou menos um quilômetro, as palavras foram ficando mais claras. Elas entravam como flechas no meu coração.

Não tenho nome

Não tenho cor

Sou feito de homens

Sou feito de amor

Destinado a sofrer

Mas nunca a amar

Sem nem merecer

Só posso chorar

E lamentar

Minha paixão atroz

Porém verdadeira

Onde a minha voz

É o pranto da cachoeira

Ofegante, debrucei-me sobre a cortina verde. Eu ainda ouvia a voz dele, do anjo. Havia tanta dor que eu chorei. Duas ou três lágrimas escorreram dos meus olhos, morrendo na minha barba escura.

Respirei fundo e afastei a fina cortina, andando devagar pela areia clarinha iluminada pela lua cheia. O lago refletia o luar e o único som que havia ali era da água constantemente caindo. Se eu me concentrasse, poderia ouvir o canto dos grilos. Porém nada do anjo.

Caí, exausto, sobre meus joelhos. Andei até ali em vão? Meu anjo havia partido? Ou eu estava simplesmente ficando louco? Um homem da minha idade acreditando em anjos? Por Deus...

— Por que chora? — a voz doce e suave indagou e naquele momento eu soube que a reconheceria em qualquer lugar.

Ergui meus olhos escuros devagar, preparado para ficar cego com seu esplendor divino. Mas não aconteceu.

Não havia nada ali. Só a cachoeira.

Vazia e calma.

— Estou ficando louco — murmurei, enfiando o rosto entre as mãos.

— Loucura é um estado de espírito — a voz tornou a falar e dessa vez ergui meu rosto rapidamente.

E lá estava ele; o anjo.

Seu cabelo curto e castanho estava molhado, grudando na testa. Seus olhos eram simplesmente enormes. Castanhos e brilhantes. Pareciam vidrados em mim. Tinha um nariz bonitinho, mas nada se comparava aos lábios. Eram pequenos, úmidos e cheinhos, e brilhavam sob a luz branca da noite.

Meu anjo estava enfiado na água até o pescoço, de modo que eu só podia lhe ver o rosto. E era sem dúvidas o rosto mais lindo que eu já havia visto. E então eu entendi que o que eu sentia por Louis não era amor. Amor ia muito além daquilo.

— Q-Quem é você? — tentei, em vão, soar firme.

— Você quer saber o meu nome ou quem sou eu? Porque são coisas bem diferentes — ele sorriu, exibindo seus dentes perfeitos.

— Qual o seu nome e quem é você?

— Paciência é uma dádiva — ele suspirou, nadando de costas até o meio do lago. — Meu nome é... Tom — sorriu de canto, causando-me um arrepio na espinha. — Quem sou eu pouco importa. Quanto a você, sei quem é, mas não sei seu nome. Percebe a diferença?

— E quem eu sou? — arqueei as sobrancelhas.

— É amigo do pequeno Harry e está pousando por um breve tempo na casa de campo dele. Também foi o único a me ouvir cantar nesta tarde — sorriu vitorioso.

— Estava espionando?

— Longe de mim... — nadou um pouco mais para frente dessa vez, mordendo o lábio inferior. — Só não pude evitar reparar em você — sussurrou.

Cara, meu pau realmente gostou do jeito que ele falou. Senti um formigamento, sei lá. Ele pareceu notar porque riu e jogou a cabeça para trás, deixando as clavículas acentuadas à mostra.

— Sabe quem eu sou, mas não sei quem você é. Não acha isso injusto? — franzi o cenho, observando-o se mover na água como se fizesse parte dela.

— Sim... Tão injusto quanto o fato de você saber o meu nome e eu não conhecer o seu.

— Liam! Meu nome é Liam.

— Liam — ele gemeu meu nome e meu pau formigou de novo.

— Agora me conta... — quase implorei. — Quem é você?

— Pois não conto — fechou os olhos.

— Mas eu te disse meu nome!

— Nunca disse que lhe contaria a minha história depois de saber seu nome, Leeyum.

Quase gemi quando ele me chamou daquele jeito.

— Você é um anjo? — indaguei após um longo silêncio.

— Não. Estou bem longe de ser um anjo — ele piscou.

Ri baixinho. Então ele estava querendo. Bem, eu não trepo desde que Josh me deu um pé na bunda há três semanas, e eu adoraria devorar Tom ali mesmo, mesmo duvidando muito que aquele fosse seu nome e ainda correndo o risco de que ele fosse um psicopata.

Tirei minha camiseta e caminhei até a margem, sentindo a água morna em meus pés descalços.

— Vai me fazer companhia, L-i-a-m? — riu. Ele parecia gostar de como meu nome dançava na sua boca pequena.

— Vou te dar uma lição por tantos enigmas — sorri de canto, entrando no lago.

— Hmmm. Pois saiba que a água é meu habitat natural. É você quem corre perigo aqui.

— Eu nado muito bem — sussurrei, me aproximando dele. Ele se esquivou, nadando de costas.

— Pensei que quisesse saber quem sou eu — ele provocou, erguendo o tronco.

Agora a água batia em sua cintura e, caralho, ele era muito gostoso!

A pele bronzeada cobria os músculos definidos da barriga e do peito. E tudo o que eu pensava agora era enfiar minha língua naquele umbiguinho.

— Eu sei quem é você — minha voz soou rouca. — Você é um moleque intrometido que mora aqui perto e ficou nos espiando essa tarde — ele riu. — Me fala... “Tom”. Você se tocou nos olhando de sunga hoje? Você ficou imaginando como seria a minha pele contra a sua? — a cada palavra eu me aproximava mais dele. E dessa vez ele não recuava.

— Como você é... Presunçoso, Liam — murmurou.

Não respondi. Já não era necessário. Puxei sua cintura contra a minha e acabei com a distância entre nossos lábios, beijando sua boca com verdadeira devoção. Ele gemeu, me incendiando.

Eu praticamente o engolia enquanto ele tentava retribuir o meu beijo faminto, suas mãos arranhando-me as costas. Esfreguei minha ereção contra seu quadril e, para a minha surpresa, ele não estava excitado.

Fiquei constrangido e apartei o beijo.

— Uau — ele riu ofegante, acariciando meu rosto. — Você tem muita fome — falou baixinho.

— Talvez...

— Veio até aqui por mim... A essa hora. Realmente tem muita fome.

— E você não? — rebati. — Vem me seduzindo desde a tarde, me chamando... Me tentando — mordi seu lábio inferior.

— Suponho que queira seu prêmio agora.

— Eu vou adorar pegá-lo — chupei seu pescoço com força e ele gemeu manhoso, arranhando meus braços. Ficariam marcas depois.

Continuei chupando sua pele e esfregando minha ereção potente em seu quadril, sem entender por que ele não estava duro. Ele me arranhava da nuca até a bunda, e eu sentia que me cortava.

— Eu quero você — sussurrei em seu ouvido e ele aproveitou para morder meu pescoço com força. Gemi alto de dor.

— Senta ali — ele apontou a grande pedra achatada com a cabeça, onde eu subi sem pensar duas vezes.

Tirei a samba-canção encharcada, libertando minha ereção pulsante. Ele gemeu tão gostosinho quando me viu nu, que não hesitei em me masturbar lentamente para ele, ainda em pé sobre a pedra.

Percebi que ele salivava, o olhar fixo em mim. Sentei com as pernas dentro d’água e o chamei com a outra mão, ainda me masturbando. Ele veio e eu o puxei pelos cabelos devagar. Ele parecia hipnotizado.

— Mama, Tom... — pedi baixinho e ele assentiu.

Lambeu a cabeça vermelha e eu suspirei, afastando as pernas, olhando-o com atenção. Ele segurou meu pau pela base, fazendo-o parecer enorme entre seus dedinhos.

— Vai... Me chupa bem gostosinho.

Tom gemeu e abriu a boca, enfiando o máximo que pôde. Senti minha glande tocar sua garganta, o palato se mexendo em desconforto. Não parei de acariciar seu cabelo um instante sequer, olhando meu pau entrando e saindo daquela boquinha quente e pequena.

Eu já gemia sem pudor algum, conduzindo sua cabeça a meu bel-prazer. Ele parecia gostar. Seus olhos grandes e escuros estavam fixos em mim, e eu não consiga nem respirar direito. Ele chupava tão bem que fiquei com raiva. Perguntei-me quantos caras foderam aquela boca antes de mim. Puxei-o com mais força, metendo forte nele.

Fechou suas mãos em minhas coxas grossas, não exibindo resistência, muito pelo contrário: ele era bem passivo. Eu sabia que estava machucando-o, mas não conseguia parar. Queria gozar, precisava gozar.

Meus gemidos eram como os de um animal selvagem, eu urrava e tremia enquanto Tom me dava o melhor boquete que eu já tinha ganho na vida. E, quando eu achei que fosse explodir, urrei e gozei, então veio a calmaria. Expeli meu esperma direto em sua garganta e ele engoliria mesmo se não quisesse. Mas, pela forma que ele gemeu, tenho certeza que ele queria.

Continuei movendo sua cabeça devagar, aproveitando meu orgasmo. Ele chupou a cabeça vermelha mais uma vez antes de erguer a cabeça e sorrir para mim.

Sorri também e acariciei seu rosto de anjo.

— Agora você precisa ir — ele suspirou, olhando para o céu.

Imitei seu gesto, contemplando os primeiros raios avermelhados do amanhecer.

— Antes eu vou te fazer gozar — sorri de canto.

Ele sorriu fraco e balançou a cabeça negativamente.

— Não precisa. Vá, Liam. Volte quando a lua estiver alta... Eu vou estar lhe esperando.

Tentei dizer algo, mas ele não me deu brecha. Simplesmente apoiou as mãos na pedra e ergueu o corpo, beijando minha boca com vontade. Era meio estranho sentir o gosto da minha porra, mas chupei sua língua assim mesmo. O beijo dele era uma delícia.

Quando abri os olhos, ele tinha simplesmente desaparecido. Ainda fiquei alguns minutos parado ali, esperando por ele. Depois me vesti e voltei para a cabana.

O sol já havia nascido quando entrei pela cozinha, mas os rapazes ainda dormiam. Fui tomar um banho e voltar para a cama. Só queria que o dia passasse logo.

• • •

Acordei com o barulho ensurdecedor de um trovão. Olhei pela janela para constatar o óbvio: caía uma tempestade. Escovei os dentes e fui para a cozinha como estava mesmo, só de bermuda. Apenas coloquei meu boné virado para trás e pronto.

Niall estava no colo de Zayn em uma cadeira enquanto assoprava uma caneca cheia do que julguei, pelo cheiro, ser chocolate quente. Louis estava sentado na bancada usando apenas uma cueca boxer e um casaco de moletom grande que eu sabia ser do Harry. Ele observava atentamente o Styles mexer a leiteira no fogão.

Até ontem, eu ficaria babando nas coxas dele e nem veria mais nada ao meu redor. Mas depois daquele lance com o Tom eu me sinto diferente.

— Bom dia — Zayn foi o primeiro a me cumprimentar, logo todos repetiram o ato.

— Bom dia, pessoal — murmurei ainda sonolento.

— Você dormiu bastante — Niall comentou. Seus olhinhos azuis brilhando enquanto assoprava o chocolate. Ele era totalmente adorável.

— Um pouco. Que horas são?

— Duas da tarde — Harry respondeu com um sorriso torto, típico seu. — Estamos pensando em fazer uma sessão de cinema.

— Ah, de novo não. Só eu assisto ao filme enquanto vocês se comem — bufei, fazendo todos rirem.

— A gente se comporta, Li — Niall sorriu, bebericando seu chocolate que a essa altura devia estar frio.

— Hmmm, O.K.

Sentei-me à mesa e Harry serviu-me uma caneca de chocolate. Agradeci e sorvi um gole, sentindo-me revitalizado.

Começamos a conversar sobre banalidades, estávamos falando do filme que assistiríamos quando Louis praticamente pulou da bancada e puxou minha cabeça, virando-me como um boneco.

— O que é isso no seu pescoço?! — gritou no meu ouvido.

A essa altura todo mundo estava ao meu redor.

— O quê? O quê? — Niall indagou curioso.

— Caramba, Liam, tem uma mordida enorme no seu pescoço — Zayn murmurou.

— Bem, não é enorme — Harry ponderou. — É uma boca pequena que te mordeu com realmente muita força.

— Isso importa?! Olha as costas dele! — Louis gritou de novo. — Liam, com quem você trepou?!

Por Deus. Que situação embaraçosa.

Afundei meu rosto nas mãos e fiquei em silêncio. Não queria explicar para eles que transei com um completo desconhecido. Bem, não transamos, na verdade ele parecia ter algum problema com sexo. Mas dizer isso só pioraria.

— Como Liam sairia com alguém se estávamos juntos o tempo todo? — Niall perguntou. — Hem, Zayn?

— Não sei, amor.

— Liam, seu filho da puta! — Harry gritou, forçando-me a olhá-lo. — Você pegou o Lou?

— O quê?! — Louis e eu exclamamos ao mesmo tempo.

— Não seja idiota, eu estava com você a noite toda! E você acha que eu seria capaz de te trair? É isso que você pensa de mim, Harold?

E assim começou mais uma discussão.

— Ei, Liam — Zayn me chamou. Harry e Louis ainda se estapeavam. — O que é isso? Você ficou com alguém noite passada? — todos pararam para ouvirem a resposta.

Respirei fundo.

— Sim, eu... Encontrei alguém ontem.

— Sério? — Niall abriu a boca num perfeito “o”. — Mas quem? Quando? Como foi isso?

— Foi o Louis, não foi? — Harry gritou.

— Não! Mas que porra, Harry! Foi o vizinho! — explodi antes mesmo que pudesse pensar e quando me dei conta já havia contado.

Silêncio.

— Vizinho? — Louis repetiu.

— Estranho, não vi nenhuma casa por perto — Zayn comentou.

— Eu também não, mas ele só pode morar por aqui. Ele nos viu nadando à tarde. Eu saí para tomar um ar ontem e encontrei ele.

— E transou com ele do nada? — Louis cruzou os braços. Ele estava com ciúmes. Esse tampinha tem um ego enorme e adora ter gente idiota como eu abanando o rabo atrás dele. Não que ele vá retribuir meu afeto um dia. — Transou com alguém que nem conhece, Liam?

— Nós conversamos e... acabou rolando.

— Que legal! — Niall riu. — Como é o nome dele?

— Tom — sorri timidamente.

De repente os garotos começaram a me bombardear com perguntas sobre Tom. As que eu não sabia a resposta eu inventava. Estávamos tão animados que demorei a perceber Harry, isolado, escorado na bancada. Ele me encarava com uma cara assustadora.

Ele balançou a cabeça e foi para a sala.

Depois do filme, os rapazes decidiram jogar Banco Imobiliário. Ainda chovia bastante, e eu me vi pensando se Tom estava bem. Ele parecia tão delicado. Será que tinha medo de trovões?

— Liam, vem me ajudar a pegar o jogo.

Despertei de meus devaneios, vendo Harry indo em direção ao quarto principal. O segui e me joguei na cama king size com lençóis azuis.

— Nossa, uma cama de verdade — gemi. — Você é tão mal por me deixar dormir no colchonete, Hazz.

Ele fechou a porta e me encarou. Sentou-se na cama e eu sentei também, percebi que ele queria conversar.

— O que tá pegando, Hazz?

— Eu quem pergunto, Liam.

— Como assim? — franzi o cenho.

Ele ajeitou a bandana marrom na cabeça e cruzou os braços.

— Quero que me diga com sinceridade: com quem você estava ontem?

— Já falei, com seu vizinho, o Tom.

— Liam, não se faça de idiota. Não tenho nenhum vizinho. Meu pai é dono da colina inteira. O vilarejo mais próximo fica a quilômetros daqui.

Inclinei a cabeça para o lado.

— Não é possível.

— É sim. Você sabe muito bem — ele passou as mãos grandes pelo rosto. — Não acredito que transou com ele, Liam, não acredito.

— Você conhece o Tom?

— O nome dele não é Tom!

— Não...? — murmurei. Eu sabia que Tom estava mentindo quando me disse seu nome. Eu notei que ele titubeou. Mas ouvir a confirmação era diferente.

— Claro que não — bufou.

— E qual é o nome dele?

— Ele não tem nome. É filho da água — fez uma pausa. — Para o meu avô se chama Francenzo. Um italiano loiro e sedutor.

— Espera, espera. Do que você está falando? — franzi o cenho.

— Não se faça de besta, Liam, você sabe muito bem o que ele é!

— Não, eu acho que não sei do que você está falando — arqueei as sobrancelhas.

— Pelo amor de Deus, Liam, o Tom não existe! Ele inventou isso para te seduzir e...

— Harry, você está louco? Meu Deus, você está bêbado?

Ele ficou em silêncio por um instante e depois arregalou os olhos.

— Você não sabe — sussurrou.

— Sim, eu não sei. Deu para entender agora? — virei os olhos.

— Não, Liam, estou falando sério — bufou. — Você realmente acredita que ele é meu vizinho. Meu Deus.

— O.K., então ele não é seu vizinho. O.K.

— Liam, você transou mesmo com ele?

— Ah, você sabe... — desviei o olhar.

— Transou ou não?

— Transar, transar não transei, mas a gente deu uns amassos e ele me chupou — respondi corado.

— Será possível que... você não viu o corpo dele?

— O que tem o corpo dele?

— Pernas, Liam, pernas! Ele tinha pernas?

— Mas é claro que ele tinha pernas, que pergunta!

— Você viu? — silêncio. — Você viu as pernas dele?

— Ver eu não vi, mas...

Harry levantou, andando de um lado a outro no quarto. Foi até uma antiga cômoda de madeira e abriu uma gaveta, tirando uma caixinha empoeirada lá de dentro. Assoprou-a e tornou a sentar de frente para mim, abrindo a caixa.

Dentro dela havia dezenas de recortes de jornal, alguns objetos pessoais e uma fotografia, que foi a primeira coisa que Hazz pegou. Era uma foto tão antiga quanto a caixa e seus outros pertences, meio amarelada pelo tempo e de imagem preta e branca.

— Esse é meu avô — Harry me estendeu a foto na qual um homem muito parecido com ele aparecia vestindo roupas típicas do campo. O cabelo era cacheado, porém bem curto. Mas os traços do rosto eram quase os mesmos. Ao lado dele, havia uma bela jovem. Ela estava grávida. Virei a figura e pude ler em uma caligrafia caprichada: “Maurice e Elizabeth Styles – 1956”.

— É... É uma bela foto.

— É a última foto dele — sorriu triste. — Eu nunca o conheci.

— M-Meus pêsames — murmurei.

— Meus avós tinham um casamento de fachada. Quando tinha a minha idade, meu avô foi pego na cama com outro homem. Então eles se casaram às pressas e vieram viver aqui, nessa cabana. Eles eram bem infelizes no casamento, como era de se esperar numa situação dessas — ele ficou em silêncio, mas não o interrompi. Sabia que ele precisava desabafar. — Então um dia, enquanto voltava de uma caçada, meu avô ouviu uma melodia triste e gentil. Algo que ele definiu, ao contar para a vovó, como o pranto da cachoeira — sorriu, apertando os olhos. — Ele seguiu o canto e encontrou Francenzo.

“Francenzo estava sentado na pedra chata do lago, penteando os cabelos loiros como ouro que escorregavam por seus ombros. Meu avô já havia ouvido falar de sereias, mas nunca havia visto uma de fato. E, como ele sabia do que elas eram capazes, naquele dia ele fugiu. Correu para casa e contou tudo à vovó. Ela o aconselhou a não voltar lá e ele concordou. Mas já era tarde.

“Uma vez que ele ouviu a canção de Francenzo, ele não conseguia mais pensar em outra coisa. Não comia, não dormia. A melodia entoava em sua cabeça há quilômetros de distância. Ele resistiu por meses. Vovó engravidou, eles estavam felizes. Mas a melodia não saía da mente dele.

“Então ele foi caçar, como de costume. Entretanto, não voltou mais. Vovó pediu socorro para os homens do vilarejo e o acharam dois dias depois. Morto. Nu. E repleto de mordidas de uma boca pequena.”

Quando Harry terminou a história, o silêncio imperou entre nós. Eu não sabia o que dizer ou o que pensar. Cara, sereias? Sério, Harry? Realmente acha que seu avô foi morto por uma sereia? E sereia macho ainda por cima? Sereia macho e gay!

— Hazz, eu... Não sei o que dizer.

— Sei que é difícil de acreditar, Liam, mas estou dizendo a verdade. Vovó contou isso para o meu pai e ele sempre me alertou contra as sereias. Elas buscam homens solitários. Tom lhe viu sozinho ontem, Li. Ele sentiu a sua dor.

— Não tem dor nenhuma, Harry — franzi o cenho.

— Eu sei que você gosta do Lou...

— Não gosto, e não é essa a questão aqui! Olha, se sereias são assassinas, por que Tom não fez nada de ruim comigo, huh? Pelo contrário, ele me deu a melhor mamada da minha vida.

Harry riu baixinho, mesmo com a tensão.

— Por Deus, Liam, poupe-me dos detalhes — suspirou. — De qualquer jeito, eu também não sei por que ele te deixou ir. Mas ele te mordeu — franziu a testa.

— Claro que ele me mordeu, Harry, eu estava prensando ele!

— Olha, Liam, eu alertei você. Eu contei tudo o que eu sei. Se você voltar lá, não é problema meu! — ele levantou, pegou o Banco Imobiliário debaixo da cama e saiu.

Deixei meu corpo cair na cama.

— Sereia, é? — suspirei.

• • •

Niall massacrou todo mundo no Banco Imobiliário. Ele levava aquele jogo muito a sério. Zayn foi o primeiro a ir à falência, seguido por mim e então Harry. Niall e Louis brigaram por umas duas horas até Louis voar na cara de Niall. Nós separamos, claro. Louis foi eliminado e Niall venceu por W.O.

Mais tarde, fui ajudar Harry a preparar o jantar. Ele ainda estava chateado comigo, então me deu tanto gelo que eu deixei ele lá sozinho. Zayn e Niall tinham feito do nosso quarto um ninho de amor, então decidi ir investigar a caixinha do quarto do Harry.

Abri a porta devagar para não fazer barulho e entrei, fechando-a em seguida. Fui até a cômoda onde encontrei a caixinha rapidamente e sentei na cama com ela. Vi a já conhecida foto e a tirei, deixando-a de lado.

Havia muitos recortes de jornal sobre a misteriosa morte de Maurice Styles, cuja versão oficial era ataque de animal. Também havia recortes contendo vários mitos e lendas sobre sereias e tritões. Segundo essas histórias, eles se alimentavam da energia vital dos homens, muitas vezes através do sexo.

Só não entendi como eles faziam sexo, já que a parte de baixo do corpo era como a dos peixes. Será que dava para meter de alguma forma? Pelo jeito do Tom, acho que não.

Sim, estou começando a acreditar que peguei uma sereia, tritão, ou algo assim.

Achei também alguns desenhos daquelas criaturas e me perguntei se Tom teria uma cauda tão bonita quanto aquelas. Eu nem podia imaginar algo assim.

Já estava guardando a pequena caixa na cômoda quando a porta do banheiro da suíte foi aberta, assustando-me.

O cheiro doce de perfume e banho recém tomado invadiu o quarto. Na certa ele estava ali o tempo todo, mas não ouvi o chuveiro por causa do barulho da chuva.

— Li? — pareceu surpreso ao me ver.

— O-Oi, Lou — forcei um sorriso, tentando olhar para qualquer lugar que não fosse suas coxas à mostra.

Louis usava só uma camisa branca de botões e uma boxer vermelha. Seus pés pequenos estavam descalços e os cabelos castanhos pingavam água. Os olhos azuis pareciam brilhar ainda mais contra sua face corada pelo banho quente.

— O que está fazendo aqui?

— Ah, eu...

— Veio me espionar no banho? — riu baixinho, aproximando-se.

— N-Não!

— Sei — arqueou uma sobrancelha, ainda vindo até mim.

Só parou quando nossos corpos estavam quase colados.

— E então? — sussurrou.

— O q-quê? — o cheiro dele me inebriava.

— Gostou mesmo do tal Tom? — desdenhou.

Louis era uma pessoa difícil.

— Sim, gostei.

— Pensei que gostasse de mim, Liam.

— E eu gostava, Lou. Mas você já tem o Harry e eu sei que nunca terei uma chance. Então vou seguir com a minha vida, O.K.? E você e o Harry seguem juntos — sorri.

Ele assentiu com um biquinho.

— Mas... Esse Tom é mais bonito do que eu, Li? — mordeu o lábio inferior. Nesse momento eu ri alto e ele pareceu irritado.

— Vocês são diferentes, é isso. Não tem como comparar. Agora vamos jantar?

— Claro — ele se afastou. — Só vou vestir um short.

Observei ele dobrar as costas para pegar a peça de roupa e sorri, olhando sua bunda empinadinha.

— Sabe, Lou: a sua bunda será sempre a melhor!

Ele riu com gosto, vestindo o short jeans que ia até o meio das coxas fartas.

— Eu sei — piscou antes de sair do quarto.

Fui atrás dele e encontramos Harry tirando uma travessa do forno. Louis lhe beijou a boca com carinho antes de se por a ajudar a colocar os pratos na mesa.

Logo estávamos todos à mesa nos enchendo de lasanha e conversando. Harry parecia melhor, até ria das minhas piadas sem graça.

Depois do jantar, a chuva cessou. Todos ficaram putos, claro. Choveu o dia todo para parar à noite. Eu, por outro lado, fiquei feliz. Assim eu poderia encontrar Tom...

 

Já era mais de meia-noite quando levantei, certificando-me de que Zayn e Niall dormiam o sono dos justos. Não tão justos assim, mas beleza.

Diferente da noite passada, dessa vez me arrumei um pouco. Troquei a samba-canção por uma boxer branca com listrinhas pretas e vesti uma bermuda e uma camiseta preta. Calcei meus chinelos vermelhos e saí sorrateiramente pela porta da cozinha.

Eu ouvia a voz doce de Tom entoar a mesma melodia gentil e triste de ontem e queria perguntar a ele o motivo de tanta dor. E eu o faria.

Em alguns minutos, eu já havia passado pela cortina de musgos. O céu estava nublado, então estava bem escuro. Demorou até que meus olhos se adaptassem à escuridão.

 — Tom? — chamei receoso, andando lentamente até a margem do lago.

Um sapo coachou ali perto. Também havia grilos cantando por toda parte. De repente comecei a gostar dos sons gentis da natureza.

— E não é que você voltou mesmo... Leeyum — a voz dele fez cócegas em meus ouvidos, embora ela estivesse distante.

— Como eu não voltaria depois de uma noite como a de ontem? — sorri, buscando-o com meus olhos.

Eu já conseguia ver na penumbra da noite. E, assim como ontem, o lago parecia vazio. Mas dessa vez eu sabia que não estava.

— Você parece diferente hoje. Mais confiante. E também... Há algo de dúvida em seu olhar.

Suspirei e tirei minha camisa, também me livrando da bermuda rapidamente.

— Uau, já vamos começar? — riu com gosto e eu ri baixinho.

— Só estou indo até você, minha... sereia — sorri de canto.

Ele emergiu lentamente, encarando-me com aqueles olhos castanhos enormes como nozes. A água escorria por seu rosto pequeno, pingando do queixo e fazendo seus lábios parecerem maiores.

— Sereia? Eu?

Eu apenas ri, entrando na água devagar. Estava morna, mas ainda assim arrepiei dos pés à cabeça.

Fechei os olhos por um instante e senti os braços úmidos dele em volta do meu pescoço. Sorri, segurando sua cintura.

— Hmmm. Pensei em você o dia todo hoje — sussurrei contra a sua orelha.

— É mesmo? — ele falou baixinho, enfiando os dedos entre meu cabelo. — Já está apaixonado?

Ri sem graça, afastando nossos corpos apenas o suficiente para que eu pudesse olhar aquelas nozes que ele tinha no rosto.

— E se eu estiver?

Ele mordeu o lábio, se afastando um pouco.

— Por que estaria?

— Qual é, Tom. Você é sensual... Sarcástico... Lindo... Petulante... — a cada palavra eu me aproximava mais dele e ele recuava, até que sentiu a pedra em suas costas, onde eu o fechei com os braços. — Tem uma boca divina... — ri baixinho. — É como se alguém tivesse invadido meu cérebro e colocado o cara dos meus sonhos bem aqui... na minha frente — acariciei seu rosto devagar.

Ele me olhava em silêncio.

— Como é o nome dele? — perguntou baixinho.

— De quem?

— Do cara dos seus sonhos. Aquele que você busca em mim — sorriu triste.

— Não, não, Tom — apertei sua cintura, puxando-a contra a minha. — Eu só vejo você — beijei sua boca com pressa. — Eu não penso mais nele. Eu quero você, mas...

— Mas? — acariciou minha barba, mordendo o lábio inferior.

— Eu conversei com o Harry hoje... — franzi o cenho, buscando seu olhar.

Ele riu soprado, desviando os olhos para a água.

— O que o pequeno Harry disse?

— Você conhece o Harry? — segurei seu queixo, obrigando-o a me olhar.

— Mais ou menos. O vi ontem e mais algumas vezes quando ele era criança.

— Quando vocês eram crianças, você quer dizer, não é? — arqueei as sobrancelhas.

Ele riu e balançou a cabeça aleatoriamente. Segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou profundamente.

Sua língua era gostosa e sapeca, dançando sensualmente dentro da minha boca. Retribuí ao beijo com intensidade, logo sentindo o tesão crescer em mim. Por isso mesmo interrompi o contato devagar. Eu precisava falar com ele.

— Você é terrível — murmurei e ele deu risada.

— E você é gostoso demais... Todo sério — gemeu baixinho e arranhou minha nuca.

— Hmmm, isso também é gostoso. Mas eu quero falar com você, Tom — dei um selinho nele, prendendo a atenção daqueles olhos enormes.

— Eu sei... Harry te contou tudo, não é?

— Então é verdade? — minha voz saiu num sussurro fraco.

Tom apenas assentiu devagar e eu senti meu queixo caindo.

Meu Deus! Era verdade! Ele era um tritão! Um tritão! Isso realmente existe? Eu estou sonhando? Por Deus!

E ele matou pessoas! O avô do Harry e sabe-se lá quem mais.

Eu quase trepei com um tritão assassino.

— Você está chocado.

— Claro! Mas... Não é um chocado ruim — acariciei sua bochecha com os nós dos meus dedos. — Eu estou louco por você. Essa é a maior loucura. Eu descubro que você é um... tritão... E tudo o que eu consigo pensar é que eu preciso dar um jeito de ficar com você — ri nervoso.

— Mas ele contou tudo? Quer dizer... Liam, eu sou um monstro — falou baixinho e por um instante achei que ele fosse chorar. — Você não é o primeiro... nem será o último.

— Se está tão acostumado a isso, por que parece triste?

Ele hesitou, apertando meus braços com suas mãos pequenas.

— Você é o primeiro que eu gosto... Eu não sei explicar, mas eu realmente quero você.

— Quer me devorar? — provoquei e ele riu.

— Não, seu bobo. Eu quero ficar com você... Mas eu não posso — suspirou. — É contra a minha natureza.

— Foda-se a natureza. Eu estou louco por você, Tom. E eu não ligo se você vai me matar ou se você nem ao menos se chama Tom... Eu quero você inteiro — beijei sua orelha e o senti amolecer em meus braços.

Ele gemeu quando enfiei a língua em seu ouvido, chupando o lóbulo com fome e vontade. Apertei sua cintura contra a minha, descendo os beijos para seu pescoço.

— Hmmm, calma, Liam — pediu entre gemidos.

Afastei-me dele com dificuldade, o vendo afundar na água e desaparecer. Olhei em volta, vendo-o emergir longe de mim.

— Tom?

— Vem cá — ele chamou baixinho, nadando para a margem.

Meu coração parecia querer sair pela boca. Meu corpo todo tremia e, mesmo que tudo o que eu mais quisesse fosse ir até lá e fodê-lo contra a areia, eu não conseguia me mexer.

Eu estava apavorado.

Completamente apavorado.

Ele é um tritão mesmo? Isso realmente existe? Então ele tem uma cauda. Isso deve ser nojento. Mas não tem como ser nojento, afinal ele é perfeito. Feito sob medida para mim.

Respirei fundo e fui até ele, abraçando-o com força. Ele gemeu surpreso, mas retribuiu meu gesto.

— Está tudo bem, Leeyum — sussurrou contra o meu pescoço. — Não precisa se você não quiser.

— Eu te quero tanto, Tom — confessei. — Mas estou tão assustado. Pareço um maricas.

Tom riu baixinho.

— Não, não parece. Eu prometo que não é tão assustador. Só é... desestimulante — suspirou com pesar.

— Duvido. Você é perfeito.

— Não tenho coxas, Liam — riu com constrangimento. — Eu vi como você olha para as coxas daquele garoto, o amante do pequeno Harry. Você as deseja. E eu não posso satisfazer a esse seu desejo.

— Pro inferno as coxas! Eu te quero. Agora!

Depois disso, nos atracamos como dois animais. O beijava com verdadeira voracidade enquanto sentia suas unhas cortando as minhas costas. Ele gemia contra a minha boca e parecia gostar de sentir minha ereção em sua cintura.

Sem me conter, o ergui pela cintura, ainda de olhos fechados, e o levei para fora do lago. Deitei seu corpo na areia, mas ainda não tinha coragem de abrir os olhos. Fiquei de joelhos sobre ele, imóvel.

— Leeyum — ele chamou baixinho, acariciando minha barba. — Abra os olhos. Eu quero que veja quem eu sou.

Respirei fundo e o fiz.

Caralho!

C-A-R-A-L-H-O!

Eu não sei colocar em palavras a visão que eu tive.

O Tom estava lá, deitado na areia com aqueles olhos enormes me encarando. Sua boca pequena estava entreaberta e inchada pelos meus beijos intensos. Seu peito e pescoço marcados pelos meus dentes e lábios.

Eu tentei parar meu olhar na sua barriguinha definida que subia e descia enquanto ele ofegava, mas foi mais forte do que eu. Meus olhos correram para baixo. E ele era realmente único.

Logo abaixo da linha da cintura, seu corpo era totalmente diferente do de qualquer outra pessoa. Era como nos filmes. A pele agora era escamosa e úmida, tinha uma coloração azul anil e era exatamente como a metade de um peixe. A cauda ia afinando até chegar à grande barbatana na ponta. Ela balançava lentamente de um lado para o outro, movendo-se como uma serpente.

Talvez isso soe doentio, mas meu pau ficou MUITO duro com isso. Aquele olhar de gatinho assustado e aquela nadadeira dançando para mim... Ah, cara, eu estou muito louco por ele.

— Oh, meu Deus — sussurrei após mais de um minuto de silêncio. — Você é perfeito, Tom.

— Sério? Quero dizer, você não está com nojo?

— Claro que não! — segurei seu rosto, aproximando minha boca da sua. — Estou perdidamente apaixonado por você, minha sereia.

— Sou um tritão — reclamou antes que eu enfiasse a língua na sua boca, fazendo-o gemer bem gostoso.

Desci minhas mãos para o seu quadril, sentindo a pele escorregadia da sua cauda. Tive medo de machucá-lo com meu peso — ele parecia tão delicado —, então tomei cuidado ao esfregar minha ereção, ainda coberta pela cueca, contra sua metade aquática.

Ele gemia contra a minha boca, arranhando as minhas costas devagarzinho. Eu abria os olhos de vez em quando só para checar o quanto ele ficava adorável enquanto eu engolia sua língua.

Fui correndo meus beijos por seu pescoço, indo em direção ao peito. Ele arfou quando assoprei um de seus mamilos e fechou as mãos em meus cabelos, olhando-me com desespero.

— O que está fazendo? — sua voz saiu fraca entre os ofegos.

Sorri sacana.

A essa altura, as nuvens que cobriam o céu já haviam se dissipado. A lua parecia brilhar mais forte do que o usual, pois eu conseguia ver com clareza cada poro do corpo pequeno do Tom.

Ele mordeu o lábio quando lambi seu mamilo lentamente, rodeando a aréola com a ponta da língua.

— Ahhh... O que está fazendo, Liam? — gemeu baixinho sem quebrar o contato visual que eu impunha enquanto lambia aquele pedacinho dele.

— Estou te dando prazer, minha sereia — não me surpreendi ao notar que minha voz estava mais rouca do que o normal. — Não gosta?

— N-Não é isso, é só que... Ah! — gemeu quando coloquei tudo na boca, chupando aquele botãozinho com vontade. — Ah, meu Deus... — puxou meu cabelo, afastando-me dele.

Encarei-o sabendo que meus olhos estavam enegrecidos pelo tesão. Ele arfava com uma expressão sofrida no rosto.

— Por Deus, Liam — sussurrou. — Isso é muito gostoso.

Sorri de canto, subindo um pouco meu tronco para beijá-lo na boca.

— Hmmm. Quero fazer você se sentir bem — falei baixo, acariciando seu rosto.

Seus olhos grandes me avaliavam.

— Por quê? Ninguém nunca fez isso para mim antes.

— Eu estou louco por você, Tom. Louco mesmo.

Ele sorriu, afundando os dedos no meu cabelo curto e me puxando para um beijo intenso. Aproveitei para massagear seus mamilos durante o beijo, sendo presenteado com seus gemidos longos e prazerosos.

Após alguns minutos, ele me afastou, descendo sua boca para o meu pescoço, onde deixou uma forte mordida. Doeu, mas só gemi e deixei que ele continuasse.

Eu sentia seus dentes arranharem o meu peito, descendo perigosamente para a minha barriga, por isso tratei de puxá-lo novamente para cima, onde uni nossos lábios num beijo lento, chupando sua língua devagar.

Sua nadadeira balançava de um lado para o outro, esfregando-se nas minhas pernas. Eu podia gozar só com aquilo, com aquelas escamas contra a minha pele, fazendo-me sentir vivo.

Ficamos muito tempo nos beijando e nos acariciando. Ele gemia quase que o tempo todo. Descobri outros pontos sensíveis nele como a orelha e o pescoço. Foi muito gostoso quando enfiei a língua na orelha dele e ele amoleceu todo em meus braços, soltando um gemido longo.

— Gosta disso? — murmurei rouco.

— Uhum — ele gemeu mais uma vez, arranhando meus braços. — Li... Você não precisa fazer isso — ofegou.

— Fazer o quê? — lambi sua boca pequena.

— Não precisa me agradar — acariciou meu rosto. — Deixa eu te dar prazer...

Eu queria dizer que ele não precisava fazer isso. Queria dizer que, diferente de todos os outros, eu iria cuidar dele e de seu corpo. Mas, puta que o pariu, ele inverteu a situação e deitou seu corpo sobre o meu, esfregando sua nadadeira no meu pau.

Antes que eu me desse conta, minha cueca havia desaparecido. Eu estava totalmente nu com aquela criatura maravilhosa sobre mim, me beijando e me acariciando.

— Hmmm. Seu pênis é tão grande, Liam — ele gemeu meu nome.

Caralho! Ele me deixa muito quente.

Não demorou para que eu sentisse sua boca quentinha me chupando de novo. Talvez por ele não ter como satisfazer um homem de outro jeito ele tenha ficado muito bom naquilo. Porque não há outra explicação para alguém chupar tão bem. Ele me engolia inteiro.

Entretanto, imaginar outros homens usufruindo da sua habilidade me deixava irado. Eu sei que parece irracional, mas eu queria ser o único a tocá-lo e senti-lo. Se eu não podia apagar os que tiveram antes, eu queria ao menos ser o último.

— Oh, Tom — gemi e enrosquei meus dedos em seus cabelos finos e úmidos. — Calma, amor...

Ele não respondeu, apenas me olhou com aqueles olhos enormes como castanhas e deu um meio sorriso ou o que ele conseguiu com o meu pau enchendo a sua boquinha.

Aproveitei daquela carícia por mais alguns minutos antes de afastar sua cabeça, acariciando seus cabelos molhados. Vi um fio de saliva se estender da minha glande até a língua do Tom e senti meu pau fisgar mais uma vez.

Ele sorria um sorriso tão puro e contente que eu quase me esqueci de onde estávamos e do que fazíamos. Porém logo ele ergueu seu corpo, apoiando-se na nadadeira, e passou a me masturbar com vontade.

— Oh, Tom! — urrei, pendendo com a cabeça para trás. Fechei minhas mãos em seu cabelo molhado, deliciando-me com o seu ronronar.

Não tardou para que eu o sentisse conduzindo meu membro para o seu peito, deslizando a cabeça vermelha pela sua pele quente. Tornei a levantar meu rosto, vendo-o morder o lábio inferior enquanto acariciava o próprio mamilo com a minha glande, espalhando uma corrente de prazer por nossos corpos.

Ele gemeu daquele jeito gostoso que me deixava louco e continuou a esfregar meu pênis em seu botãozinho rosado. Eu já liberava lubrificação o suficiente para que a glande escorregasse com facilidade, causando uma fricção de outro mundo.

Seus gemidos aumentaram quando ele deslizou meu pinto devagar para seu outro mamilo, que parecia bem mais sensível que o primeiro. Foi neste que ele se focou, esfregando com força e ritmo enquanto masturbava o meu comprimento.

Não sei dizer quanto tempo ficamos nisso. Pareceu uma eternidade até que eu sentisse meu corpo todo se contraindo e minha mente nublada, fazendo-me dizer as coisas mais aleatórias de encontro aos seus gemidos altos e cada vez mais frequentes. Foi numa explosão de prazer que eu esguichei contra seu peito, sujando-o com a minha semente.

Tom soltou um último gemido longo e extasiado, como se, assim como eu, tivesse chegado ao orgasmo.

Naquele momento eu soube o que era plenitude.

Plenitude era gozar ao mesmo tempo que o Tom e depois sentir seus lábios pequenos me chupando o esperma devagar, depois subindo pelo meu peito até tocarem a minha boca.

Plenitude era sentir seu peso sobre o meu e seu coração batendo num ritmo louco junto ao meu.

Plenitude era ouvir sua voz de anjo sussurrar que me amava antes que nossos corpos fossem consumidos pelo cansaço e se rendessem aos braços do sono.

E, na manhã seguinte, eu soube o que era desespero ao acordar sozinho contra a areia gelada.

• • •

Chovia mais uma vez, nos prendendo em casa na nossa última noite no campo. Ao menos dessa vez não era uma tempestade.

Niall e Louis estavam se aventurando na cozinha, tentavam fazer uma torta de banana, mas mais discutiam do que tudo. Julgando pelo cheiro, eu diria que eles haviam acabado de queimar a calda de açúcar. Zayn dormia no nosso quarto e eu não sabia de Harry, mas sinceramente pouco me importava.

Eu tentava prestar atenção no filme de terror na tela enquanto minha mente traiçoeira insistia em relembrar todos os bons momentos que passei com Tom. Todos até a fatídica manhã em que acordei só e gelado.

Nada se encaixava na minha mente, eu não entendia o que tinha feito de errado e nem para onde ele havia ido. Voltei ao lago todas as noites desde então, mas não havia nem sinal dele. Nenhuma pista. Também não ouvi mais sua voz entoar aquela canção doce e triste e quase cheguei a pensar que estava louco.

No entanto, havia sido real. Em meu âmago eu sabia que havia sido real.

Ouvi o grito estridente da garota no filme e me remexi no sofá, tentando afastar Tom de meus pensamentos. Eu sabia que não seria fácil, mas eu precisava tentar.

Senti quando o lugar ao meu lado foi ocupado e nem me preocupei em olhar quem quer que fosse, pois imaginei que seria Harry.

— Você não me parece bem — a voz fina de Lou me surpreendeu, arrancando-me a primeira expressão facial em dias.

— O que te faz pensar isso? — forcei um sorriso que eu tenho certeza que saiu como uma careta.

— Vocês brigaram? — ele ignorou minha pergunta.

Eu notei que era doloroso para ele falar de Tom. Imagino que deva ferir seu orgulho.

Apenas balancei a cabeça numa negativa.

— O que foi então?

— Só... acabou. Foi perfeito enquanto estávamos juntos, mas... Ele se foi.

— Oh — ele mordeu o lábio inferior. — Eu sinto muito, Lee.

— Relaxa, Boo Bear — sorri de canto.

Ele abriu seus bracinhos e eu não hesitei quando deixei meu corpo aconchegar-se ao seu, sentindo seus dedos pequenos acarinharem meu cabelo.

Ficamos em silêncio por longos minutos e, sinceramente, aquilo não importava. Era bom sentir conforto nos braços do meu melhor amigo pela primeira vez. Pela primeira vez meu coração não batia rápido por ele. Pela primeira vez eu não estava me aproveitando para inalar seu perfume doce que me inebriava. Pela primeira vez eu estava apenas aceitando um gesto de conforto. Do meu melhor amigo.

 

Nós partimos antes do sol nascer. Colocamos tudo no carro do Harry e nos certificamos de trancar a casa toda. Niall estava no estado inerte entre lucidez e sono e se aninhava no peito de Zayn, murmurando coisas sem sentido. Eles foram os primeiros a entrar no carro.

Louis entrou logo em seguida e eu ainda fiquei um tempo encarando a paisagem molhada, tentando gravar tudo em minha mente antes de ir. Mesmo que eu soubesse que voltaríamos ali um dia, eu sentia como se estivesse me despedindo de um pedaço de mim. E isso me assustava.

Quase era possível ver o lago daqui. Pena que havia aquela cortina no caminho. A cortina que, noites atrás, eu atravessei para encontrar a minha felicidade.

Sobressaltei-me ao sentir uma mão quente em meu ombro. Era Harry. Ele tentou sorrir, talvez para me confortar, no entanto apenas retorceu seu rosto dolorosamente.

— Ele está lá — ele disse. — E vai esperar por você.

— Como você...

— Ele deixou você ir, Liam. Eu acho que isso já é uma grande coisa.

Harry deu uma apertadinha no meu ombro e deu a volta na Range Rover, ocupando o lugar do motorista.

Com um suspiro, entrei no carro, olhando pela janela o tempo todo em direção ao lago. E posso jurar que ouvi, bem distante, ao fundo, a voz suave de Tom a entoar uma bela canção.

Não tenho nome

Não tenho cor

Sou feito de homens

Sou feito de amor

Destinado a sofrer

Mas nunca a amar

Sem nem merecer

Só posso chorar

E lamentar

Minha paixão atroz

Porém verdadeira

Onde a minha voz

É o pranto da cachoeira

 


Notas Finais


Bem, é isso! Espero que alguém tenha lido até aqui...


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