Descrito por Neuta Fontes.
- O madrinha, quando a senhora puder, eu gostaria de ter uma prosa com a senhora em particular. – observo Carreirinha sem compreender o por que, de tanta cerimônia, afinal já nos encontramos a sós nesse instante.
- Sobre o que eu posso saber? – devoto a atenção para o Sinvalzinho. O bebê esta sobre a cama, acabo de terminar de vesti-lo, por estar um dia muito quente dei um bom banho, para refresca-lo, é o que almejo também.
- Sobre a Conchita. – sorrio com os lábios cerrados. – Ela quer ter uma casa, sabe, madrinha. – sua feição fica entristecida momentaneamente, igual acontece com o seu tom de voz. – Mas, eu sou um simples peão, né. – o meu afilhado, coça a cabeça sem jeito. - Ela disse que não se importa com o local onde vamos morar, desde que seja o nosso cantinho. – ele se ajoelha na minha frente. – Eu a amo e quero fazer tudo para agrada-la, mas ao mesmo tempo, eu não queria ficar longe da senhora. – sorrio, ao sentir sua cabeça repousar sobre as minhas pernas, estou sentada e ao meu lado, deitado na cama o meu neto de consideração. – A tenho como uma mãe. – duas lágrimas escorrem pelo meu rosto, suas palavras sinceras me enchem de emoção.
- Também não o quero longe de mim, Carreirinha. – acaricio seu cabelo. – Carreirinha? – o faço me olhar nos olhos, após alguns longos segundos em silêncio. – É natural que quem se casa, deseje ter uma casa, um cantinho para chamar de seu. – ele concorda me ouvindo atenciosamente, ao olhar em seus olhos uma ideia clareia em minha mente. – A casa aqui do lado, está vazia. – sorrio para ele. – Você pode morar ali com a Conchita, aos pouquinhos você pode ir melhorando a casa e dando o conforto que sua esposa merece, comprar seus bois e cria-los aqui na fazenda. – escuto vozes vindo da sala alvoroçadas, provavelmente é por causa de algum visitante.
- Mãe, meninas? Venham ver quem chegou. – Júnior grita lá da sala, notoriamente empolgado.
- Pensa na minha proposta, conversa com a Conchita, me fará muito gosto tê-los aqui comigo.
- Oh madrinha, muito obrigado. – o abraço apertadamente, o mesmo encosta sua cabeça em meu decote, porém sem maldade alguma.
- Oh menino carinhoso. – o aperto mais contra o meu corpo, demonstrando assim minha felicidade por tê-lo por perto. – Olha Sinvalzinho para mim? Eu vou ver quem chegou. – ele assente concordando e logo se enterte com o bebê.
Sigo para sala, no momento que saio no corredor, encontro as meninas e juntas continuamos caminhando para sala, todas curiosas para saber quem esta na sala. Ao chegarmos no cômodo vemos Maria Ellis abraçando o Júnior.
- Maria Ellis! – digo visivelmente surpresa.
- Ah, não acredito. – Detinha fala correndo na direção da amiga, sendo seguida igualmente entusiasmada por Penha e Bebela.
- Ah que alegria. – confesso feliz indo ao seu encontro para abraçá-la.
- Madrinha! – ela diz segundos antes do nosso abraço.
- A querida. – sorrio ainda a abraçando. Logo depois, ela se vira para ver as meninas.
- Minha blusa? – Maria Ellis questiona a Bebela e as gurias dizem que sim e se abraçam coletivamente.
– Que ótimo! – continuo a sorrir, todas estão tão contentes com sua chegada de surpresa. Vejo Carreirinha se aproximar silenciosamente com Sinvazinho.
- Maria Ellis? – Carreirinha a chama a atenção da minha afilhada.
-Ih olha só, olha quem ta aqui. Olha ai. – faço delicadamente Maria Ellis se virar para ver seu filho.
- Ó. – Carreirinha mostra o bebê que já se encontra aconchegado em seu colo. Aos poucos ela se aproxima deles, enquanto eu abraço o meu filho Junior por trás, encostando minha cabeça levemente em seu ombro, apreciando a cena desse reencontro.
- Me da aqui, vêm cá, meu filho. – com cuidado ela pega o seu filho. – Oh meu Deus! – sente seu perfume de neném, o beija várias vezes e logo o abraça. O menino chora um pouco. – Não me conhece mais.
- Maria Ellis? – Bebela. – Onde é que ce tava?
- Ah! Eu tava era bem, vivendo lá com aquele peão de Guaraci. Mas ai ele foi pra um rodeio sozinho, eu tinha muita roupa pra lavar. -murmuro “hum". – E uma maria breteira levou ele.
- Quando eu digo né! – constato lamentosamente.
- É, é bravo mesmo. - lamenta também.
- Então, Maria Ellis, você veio pra ficar? – Detinha questiona esperançosa.
- Ah, se a madrinha deixasse! Mas eu sei que a madrinha não perdoa quem vai embora com peão né.
- A minha querida. – me desvencilho do Júnior e passo por ele ficando de frente para Maria Ellis. – Você sabe, que eu não sei, porque, mas eu andei mudando minhas ideias a respeito de peão? – todos da sala sorriem, inclusive eu.
- Por que, será? – Detinha é irônica, me fazendo sorrir.
- Eu vou botar a mesa pra gente tomar um lanche! – em seguida me direciono para cozinha, porém ainda consigo ouvir as meninas informando a minha afilhada sobre mim e o Dinho, o que me faz sorrir.
Ao chegar na cozinha, pego a chaleira, coloco água dentro para poder ferver, para assim preparar um café fresquinho. Estou com uma leve dor de cabeça, deve ser porque ainda não tomei café agora de tarde. Enquanto a água esquenta, coloco o bolo de laranja que as meninas fizeram hoje pela manha sobre a mesa.
- Ah Maria Ellis temos tantas novidades. – Penha pronuncia empolgada, volto minha atenção para a direção da onde soa a sua voz e vejo todos se aproximando.
- Eu quero saber de todas! – sorrio me encostando na pia.
- Deixa que eu coloco ele no berço, Maria Ellis. – Carreirinha pega a criança que adormeceu nos braços da mãe, geralmente essa hora ele costuma adormecer mesmo. É um bebê muito bonzinho, pelo menos nos últimos dias tem sido.
- Depois vá chamar a Conchita, Carreirinha, para vir tomar café conosco.
- Sim, senhora. – ele segue para o quarto com o bebê, todo jeitoso, Nunca imaginei, mas acho que Carreirinha será um bom pai.
- Quem é Conchita? – Maria Ellis questiona totalmente curiosa.
- Essa é mais uma das novidades. – Bebela senta ao redor da mesa.
- Não é do nível da novidade da Madrinha e do Dinho, mas é de arrastar o queixo igual. – sorrio alto com a fala de Penha.
- Como assim? – Maria Ellis.
- O Carreirinha se casou! – Júnior sorri ao contar a novidade. – Com a Conchita, uma moça muito bonita.
- Quem diria! – Ellis diz surpresa. – Carreirinha? Como que pode? – sorri.
- E ela o ama muito! – Bebela complementa.
- E também é muito legal. – Penha.
- Como as coisas mudaram por aqui. – concordo, depois do uma rápida olhava para a chaleira, nada da água ferver, começo a arrumar o pó no coador de pano. – Mas, me contem mais. E o Dinho? - tento não sorri, arrumando o pó, fico de costas para eles.
- O Dinho agora tem passagem livre por aqui. – Detinha muda o tom de voz, sendo provocativa, esperando que eu fale algo.
- Por falar nele, não apareceu hoje. – Júnior constata.
- Vocês não tem outro assunto? – pergunto batendo o pano de prato na minha própria perna.
- Ah madrinha, a senhora é testemunha, sempre dei a maior força para vocês ficarem juntos. – sorrio concordando. – Quero saber como foi que a senhora assumiu o relacionamento com ele.
- Menina, vai fazer uma semana mais ou menos. – reviro o olhos. – Foi no último dia de festa lá em Boiadeiros, dançaram juntos. – Maria Ellis, faz caras e bocas, enquanto escuta Bebela narrar o ocorrido.
- Foi tão romântico! – Penha.
- Dinho beijou a madrinha na frente de todo mundo. – Bebela conta como se fosse algo fora do comum e Maria Ellis enlouquece.
– Que momento! - Bebela e Detinha falam juntas.
- Queria ter visto. – Ellis diz se lamentando por não estar no momento. Pego a chaleira quente, para evitar olha-la, envergonhada. – Imagino como o Dinho deve ter ficado radiante de tanta felicidade. – despejo um pouco de água dentro do coador.
- Graças a Deus. – sussurro baixinho ao me virar e ver a Conchita. – Maria Ellis, essa é a esposa do Carreirinha, a Conchita. – digo mudando o assunto.
Aos poucos fomos nos acomodando ao redor da mesa, Detinha e Penha me ajudam a por mais alimentos sobre a mesa, deixando a mesma muito farta. Conversamos empolgadamente, contando algumas novidades, como são muitas, escolhemos algumas para serem mencionadas, as melhores e mais engraçadas também, até as fotos que o marido da Gil fez para uma revista, acabou sendo pauta da nossa conversa, arrancando risos de todos aqui presentes, se duvidar o Cadu, deve estar com suas orelhas quentes, mas não falamos mal de ninguém, em absoluto.
- Podíamos fazer um jantar diferente para comemorar a volta da Maria Ellis, né Madrinha? – Olho Detinha pensativa, entretanto a ideia me agrada.
- Que tal pizza? – Júnior da sua opinião.
- Pizza? – os olhos do Carreirinha chega brilham com a hipótese. – Diz que pode madrinha, é pizza. – sorrio alegre com seu entusiasmo.
- Pode. – concordo, causando empolgação em todos. – Mas quem vai fazer?
- Eu sei faze a massa, posso fazer, Dona Neuta. – sorrio sem mostrar os dentes para Conchita.
- Vão ter que ir lá na cidade comprar os ingredientes, porque, acho que só tem para massa, os recheios não tem.
- Nós vamos madrinha. – Bebela e Penha falam juntas.
- Eu também. – Júnior.
- Vão todos então? – questiono os observando. A maioria concorda, menos uma.
- Eu fico para ir preparando a massa, demora um pouco e também precisa descansar depois de ser sovada. – concordo com as palavras da Conchita.
- Eu quero ir. – Carreirinha diz já levantando.
- Júnior, vem comigo, vou lhe dar o dinheiro.
- A senhora não vai? – Júnior indaga sem entender.
- Não, eu preciso de um banho, e descansar um pouco, acordei muito cedo para ir ver a Mazé. – ele assente concordando. – Não quero ver nenhuma poeira se quer, nessa cozinha após toda essa farra! – me refiro as meninas.
- Sim, senhora. – as três falam sem reclamar.
- Vem Júnior, vou lhe dar o dinheiro e Conchita? – a bela jovem me olha. - Depois do banho eu venho te ajudar.
Logo que adentramos ao quarto, pego minha bolsa, abro a mesma e procuro pela carteira. Entrego ao meu filho, a única nota de dinheiro que tenho, então constato que preciso ir ao banco! Assim que entrego o dinheiro em sua mão, ele se retira do quarto, solto a respiração, sentindo a exaustão do meu corpo.
Movo a cabeça para direita e para a esquerda calmamente, tentando eliminar a dor de cabeça que ainda persiste. Aos poucos vou retirando as peças de roupas que cobrem meu corpo, enquanto me encaminho para o banheiro, no meu próprio quarto. Fico completamente nua, agora embaixo do chuveiro, ligo o mesmo e permito que a água gelada percorra toda a extensão do meu corpo.
Permaneço alguns segundos imóvel, a água que cai forte refresca meu corpo por completo. Ensaboo-me, logo depois lavo meu cabelo, passando duas vezes xampu e uma vez o condicionador, para que o mesmo continue sempre cheiroso. Após alguns longos e prazerosos minutos, desligo o chuveiro, e pego a toalha.
Com a toalha enrolada no meu corpo, realizo minha higiene pessoal, ao terminar, saio do banheiro e me aproximo do guarda roupa. Escolho uma calcinha e sutiã, ambos de coloração branca. Pego uma calça preta, levemente apertada, valorizando minhas pernas e a visto, no instante que abotoo a calça, escuto a porta do meu quarto abrir, em pouco instantes o meu peão adentra ao ambiente.
- Avemaria, my good! – seus olhos me analisam dos pés a cabeça, encontro-me descalça, trajando apenas a calça e o sutiã. – A senhora é bonita de mais, viu. – sorrio indo ao seu encontro, acabo deixando a toalha no chão. - Muito very beautiful, mesmo.
O beijo sem falar absolutamente nada, entrego-me totalmente ao momento. Deixo sua língua, invadir minha boca tornando o beijo mais caloroso. Suas mãos percorrem meu corpo, apertando pontos estratégicos, para me fazer acelerar o beijo.
- Hum. – solto um gemido no instante que fico a sua mercê. – Pensei que não virias hoje. – digo ao finalizar o beijo, antes que prolonguemos o momento.
- Ó, eu estava sequinho de saudade da senhora. – seus lábios beijam meu pescoço, me arrepio por inteira quando ele cheia meu pescoço logo após beija-lo. Rapidamente seus lábios encontram os meus novamente, durante o beijo inebriante, o forte peão me conduz até a cama, quando a minha razão retorna, estou deitada sobre a cama com ele sobre mim.
- A Conchita está na cozinha, Dinho! – tento dizer, mas ele não me ouvi e continua me beijando. – Hum. – seguro seu rosto. – Eu preciso ajuda-la, logo todos voltam da cidade. – ele faz uma careta.
- Vamos ficar aqui só mais um pouquinho, Dona Neuta. – sua mão acaricia meu rosto, como quem toca uma flor, fecho os olhos aproveitando o carinho.
- Na noite em que oficializamos o nosso namoro, aqui mesmo nessa cama. – abro os olhos e encontro os seus, Dinho agora esta deitado ao meu lado, somente com o braço e uma perna sobre mim. – Teve um momento em que você me chamou de Neuta. – ele fica amedrontado.
- A senhora não gostou? – sorrio colocando o dedo indicador em seus lábios para que faça silêncio.
- Desejo que me chame assim! – volto a olhar fixamente em seus olhos. – Chega de senhora, de dona, e de viúva. – sorrio e mordo suavemente o meu lábio inferior. – A partir de agora para você é Neuta, somente, Neuta! – sussurro meu nome mais uma vez e lhe do um selinho demorado. – Repete comigo, Neuta. – soletro meu nome vagarosamente e o peão presta atenção em meus lábios sem piscar.
- Neuta! – seu polegar desliza sobre minha boca. – Neuta. – puxo sua nuca para baixo e o beijo novamente ate que fiquemos sem oxigênio. – Minha Neuta. – sussurra entre o beijo.
- Sua! – murmuro arranhando sua costas por cima da camisa. O peão mordisca meu queixo e continua a beijar minha pele, aos poucos me provocando. – Dinho. – ele para o que estava fazendo e deita ao meu lado. – Depois da pizza continuamos, prometo. – encosto nossas testas.
- Pizza? – indaga curioso.
- Hoje mais cedo resolveram fazer a noite das pizzas, para comemorar o retorno da Maria Ellis. Você gosta de pizza?
- Oh, se gosto em. – sorrio, ele me olha com o mesmo entusiasmos de Carreirinha, igual a um menino pequeno. – Maria Ellis, voltou? – faço movimento com a cabeça dizendo que sim. – Vai morar aqui com a senho. – o olho feio e ele próprio se corrige. – E vai morar aqui com você?
- Sim.
- Pensei que não perdoava afilhada que fugia com peão, Neuta. – sua ironia nos faz sorrir alto.
- Andei mudando minhas ideias sobre peão. – mordisco seu lábio inferior e o puxo delicadamente. - A turma já deve estar voltando de Boiadeiros. – volto a repousar meu rosto sobre a cama, o vejo olhando fixamente para a penteadeira e olho também curiosa.
- Aquele ali é o seu chicote?
- É sim. – ele desanda a sorrir sem controle. – O que foi, Dinho?
- Neuta, você não tem ideia dos pensamentos que eu tive agora, ô. – seu jeito de falar me deixa confusa.
- O que pensou? – fico visivelmente muito curiosa.
- Não vou falar! – rapidamente me posiciono parcialmente por cima dele.
- Me conta, por favor. – ele fica ruborizado.
- Promete não ficar brava? – assento que sim. – Lembra do dia que você me chicoteou? Que eu vim parar aqui na sua fazenda? – sorrio relembrando o fatídico dia. – Ô aquele dia quando você passava arnica em mim, a minha imaginação foi avassaladora.
- Como assim, Dinho? O que tem de mais em passar arnica em alguém? – ele continua a sorrir com o olhar distante como quem realmente recorda algo. – Me conta! - bato levemente em seu braço.
- A imaginei de outro jeito.
- Que jeito? - questiono ainda mais curiosa.
- De lingerie preta, com os lábios avermelhados e extremamente sensual. – sento na cama tentando processar essa revelação. – Mas foi com todo o respeito, viu. – diz rapidamente ao sentar ainda ao meu lado, ficando de frente para mim. – Desde esse dia que passei a delirar quando vejo um chicote. – sorrio alto sem me conter. – Juro,ô. Cheguei a sonhar vários dias depois com você, usando aquela roupa tão sexy.
- Madrinha chegamos. – escuto uma de minhas afilhadas me chamar, entretanto só consigo prestar atenção no peão a minha frente.
- Batom vermelho? – questiono e arqueio uma sobrancelha, altamente provocante.
- E lingerie preta, bem apertadinha, bem aqui ó. – ele me abraça, sinto seus lábios beijarem meus seios, demonstrando o local que ele se referia, consequentemente volto a deitar na cama.
- E o que mais acontecia nos seus sonhos, conta pra mim? - pergunto com tom de voz suave.
- Eu domava a fera indomável que habita dentro do seu corpo. – o puxo para que se posicione mais sobre o meu corpo.
- Você disse bem, indomável. – digo altiva e demonstrando ser dona das minhas vontades. – Ta pra nascer o homem que vai me domar. – ele se movimenta com nossos corpos colados, me fazendo sentir sua ereção. Solto um suave gemido, involuntário, se aproveitando da minha vulnerabilidade, mordisca meus lábio inferior, de uma forma Insanamente sensual.
- Tem certeza?
Como resposta somente consigo esboçar um sorriso deslumbrante para o meu peão.
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