Hinata foi quem acordou primeiro na manhã seguinte, sua memória a pregou uma peça e quando abriu os olhos, sentindo o peso de um braço em sua cintura e uma respiração em seu pescoço, demorou a entender o que acontecia no momento. Aos poucos as lembranças da noite passada foram voltando e relaxou, tentando não fazer nenhum movimento brusco para não acordar Sasuke que dormia tranquilamente em suas costas, colado ao seu corpo nu. Mas era de um ninja de elite que falava e obviamente, não obteve sucesso em se levantar sem que ele percebesse.
— Está tentando fugir de mim, Hina? — Hina? Pensou, ele devia estar com muito sono para chamá-la daquela forma. O apertou em volta de seu corpo se intensificou e sorriu quando sentiu um beijinho ser depositado em seu ombro.
— De forma alguma, Uchiha. — brincou de volta.
— Então fique mais um pouco. — ele murmurou contra seu ouvido de forma tentadora.
— Eu gostaria — se mexeu, tirando a mão dele se sua cintura sem muita relutância. — mas preciso mesmo ir ao banheiro, devia fazer o mesmo no seu quarto, ou vamos nos atrasar para retornar a Konoha.
Sasuke abriu os olhos observando a morena sorrir em sua direção e se dirigir à porta da suíte, ela esta o expulsando? Girou os olhos se sentando na cama, aquela mulher, ela ainda ia o deixar louco. Contudo, no momento, estava certa, precisava mesmo de um banho para retornarem a vila da Folha, mas por que tinha que fazer isso sozinho em outro banheiro?
Colocou-se de pé, ouvindo o barulho da água começar a cair, como se soubesse o que iria fazer, Hinata deixou a porta do banheiro aberta, sorriu ladino se lembrando que da última vez teve que insistir muito para que tomasse um banho com ele e agora ela já esperava sua presença junto a dela. Entrou no box, abraçando o corpo feminino por trás.
— Estava me esperando? — questionou retoricamente.
A água quente aos poucos encharcando seu corpo junto ao da Hyuuga.
— Talvez... — deslizou as mãos pelo tronco feminino, subindo uma e encaixando no seio farto, apertando-o, enquanto a outra desceu para a intimidade dela, fazendo carícias circulares no clitóris inchado. — ah, S- Sasuke, n- não temos tempo...
— Como líder da missão — mordeu o lóbulo de sua orelha, empurrando-a para a parede mais próxima onde Hinata espalmou as mãos para se apoiar a medida que a introduziu com dois dedos, os tirando e colocando com rapidez. — eu digo que temos tempo de sobra.
A perolada gemeu em concordância, pois sua consciência já havia voado longe, Sasuke agarrou seu pescoço trazendo sua cabeça para trás onde ele passou a chupar, prendendo a pele entre dos dentes deixando marquinhas de mordidas em sua pele branquinha, e com a destra, ele fazia uma leve pressão, a água quase não a alcançava mais, pois ele a cobria com seu corpo, mas podia senti-la em sua parte de trás, escorrendo e se juntando a sua excitação natural.
— Você quer que eu faça isso rápido, Hinata? Quer que eu meta meu pau em você agora? — a Hyuuga engoliu em seco, balançando a cabeça sentindo o polegar do Uchiha entrar em sua boca, por instinto, o rodeou com a língua enquanto os dedos em seu interior iam ainda mais velozes. — O que foi, o gato comeu sua língua? Me responde.
— S- Sim — respondeu sôfrega, soltando um grito quando Sasuke empinou sua bunda, dando um tapa para depois introduzi-la de uma vez só, indo tão rápido e fundo nas estocadas que seu corpo quase se fundiu a parede.
O moreno estava tão excitado, que seu pau deslizava para o fundo a medida que o pré gozo escorria se misturando a água, bombeou uma; duas; três vezes, segurando o corpo pequeno pela cintura, puxando-o para si para entrar com mais força, não demorou para que Hinata se desmanchasse em seu membro, ela gemeu manhosa, chamando por seu nome e pode sentir o interior dela o apertar enquanto gozava também.
A pérola se virou assim que se desconectaram e agarrou o Uchiha pelo pescoço, beijando-o fervorosamente em baixo do chuveiro.
— Desse jeito não vou querer sair daqui, Hyuuga. — Sasuke murmurou contra seus lábios, fazendo-a dar um pequeno sorriso.
— Que bom que o líder da missão não vai se importar, não é? — ela provocou, ironizando com sua fala anterior.
Sasuke revirou os olhos, capturando os lábios dela em um selinho duas vezes antes dela pressionar a boca na sua, as unhas da morena desceram por seu abdômen até que ela segurou seu pênis com a destra, massageando a base e fazendo movimentos de sobe e desce enquanto o beijava de forma lenta, gemeu rouco quando se desgrudaram, suas ônix encontraram as pérolas e ali perceberam que não conseguiriam deixar o banheiro tão cedo.
-...-
Depois de vestir as roupas típica de missões, Hinata desceu para o saguão à espera de Sasuke para o regresso a Konoha, o moreno teve que ir em seu quarto arrumar sua mochila e vestir uma roupa limpa, visto que apesar de passarem a noite juntos, todos as suas coisas estavam em outro lugar. Aproveitou para pagar seu quarto com a senhora da recepção e se dirigiu até as poltronas próximas à porta de entrada, se sentando ali e deixando seus pensamentos voarem para quando chegasse em casa com uma... novidade.
Barulhos vindos da escada a despertaram minutos depois e torceu o nariz quando viu que não se tratava do Uchiha e sim, do casal Uzumaki. Não tinha nada contra eles, mas após o escândalo de Naruto e o desmaio de Sakura, o clima ficara terrivelmente pesado entre os quatro, felizmente não seguiriam mais caminho juntos, esse era o lado bom de abandonar a missão.
O casal fez o mesmo processo de pagamento e então se dirigiram até a saída, vindo para o seu lado, quando percebeu que eles teriam que passar por si, xingou Sasuke mentalmente pela demora e ponderou a possibilidade de colocar uma revista em frente ao rosto para fingir não vê-los.
— Ohayo, Hinata, esta melhor? — foi Naruto que a cumprimentou primeiro, claro que ele não deixaria de dizer ao menos um bom dia, sabia que aquele era seu jeito natural, não era forçado, diferente do sorriso que sua esposa lhe dirigiu.
A ex- Haruno também não estava feliz com aquele encontro, era um pouco tarde e pensou que os dois colegas de equipe já tinham retornado para a vila, seus olhos verdes foram para o pescoço alvo da Hyuuga, ou melhor, para uma mancha roxa no pescoço, bem próximo a gola da camiseta, se destacando na pele branca como porcelana, trincou os dentes supondo que aquilo não era uma simples picada de pernilongo.
Percebendo o local que a ninja médica olhava, Hinata corou, puxando discretamente a gola da blusa lilás para cima.
— Sim, obrigada Naruto-kun, estou bem melhor. — ponderou a hipótese de desejar a Sakura um bom dia, mas acabou concluindo que não seria uma boa ideia. — Desculpe fazer o Sasuke-kun abandonar a missão, ele achou que seria melhor voltarmos para Konoha.
— Tudo bem, eu e a Sakura-chan damos conta. — ele se voltou para a esposa, dando um beijo no rosto dela.
— Claro, Naruto. — ela sorriu para ele e Hinata desviou o olhar, se sentindo uma intrusa no meio daqueles dois. — Ah, Hinata, passe no hospital o mais rápido possível para começarmos o pré natal e fazermos o teste de DNA, Sasuke-kun vai ficar muito feliz se for o pai do seu bebê.
Amarga, Sakura lhe lançou um olhar de desprezo, fazendo a Hyuuga franzir o cenho, piscando repetidas vezes sem entender o que a Uzumaki queria insinuar, ou melhor, entendia, mas seu cérebro não podia assimilar que fosse verdade.
— O que? Tem chances do Teme não ser o pai? — Naruto, lerdo como sempre, se voltou para a kunoichi de cabelo rosa, antes que ela pudesse responder, a portadora do Byakugan se adiantou.
— Não, não tem chances. — respondeu firme, se levantando quando, finalmente, Sasuke surgiu no pé da escada. — Boa sorte na missão.
Dito isso, passou a caminhar até o moreno, ainda podendo ouvir Naruto querendo ir falar com o amigo antes de partir e Sakura o puxando para a saída depois de resmungar que tinha pressa para deixar aquele lugar. Respirou fundo quando se colocou ao lado do Uchiha, vendo-o colocar a mão em seu ombro, preocupado.
— O que foi? Está passando mal?
— Não. — sorriu docemente. — Só um pouco chateada por ter que deixar a missão.
Não era bem uma mentira, mas também não era verdade, estava sim chateada, mas por perceber só agora como havia se enganado sobre suas amizades e que talvez algumas pessoas não quisessem seu bem da mesma forma que desejava para elas.
— Me avise se sentir alguma coisa diferente. — ele terminou de pagar, pegando a sua mão para guiá-la até a saída. — Vamos procurar algum lugar para comer antes de seguir viagem.
Confirmou com a cabeça, sentindo o estômago roncar em resposta, um café da manhã viria muito a calhar. Saíram da hospedaria e passaram a caminhar de mãos dadas pelas ruas de areia, Hinata observou como o vilarejo onde estavam era simples e depois de terem que andar cerca de dez minutos para achar um local aberto, constatou que Sasuke deveria ter tido muito trabalho na noite anterior para achar alguma coisa que pudesse comer.
Sentaram do lado de fora de uma espécie de padaria, o moreno pediu apenas um café alegando que não tinha fome pela manhã, já a perolada quis um pedaço de bolo que ilustrava a vitrine do estabelecimento.
— Não vai te fazer mal comer doce a essa hora da manhã ou isso é um dos desejos de grávida? — Sasuke perguntou, vendo Hinata dar uma garfada generosa na guloseima enquanto os olhos perolados brilhavam.
— Não é tão doce, veja, é de cenoura. — ela estendeu um pedaço na sua direção, torceu o nariz, recusando, ela deu de ombros voltando a comer. — E acho que não é um desejo, ainda é muito cedo 'pra isso.
— Hm. — resmungou, bebendo mais um gole do café em sua xícara, escondendo um minúsculo sorriso que surgiu em seu rosto.
Depois que terminaram de comer, era hora de partir. Hinata e Sasuke caminharam por um bom tempo em silêncio, os dois não eram muito de falar e gostavam de apreciar a presença um do outro, o que acabava facilitando para ficarem alertas sobre qualquer perigo. Cerca de uma hora e meia depois, não estavam nem na metade do trajeto, o fato de não poderem ir pelos troncos pois causava enjoo na Hyuuga, aumentava a distância até a Folha, pensando nisso, decidiram parar para descansar um pouco e beber uma água.
O Uchiha observou a perolada se sentar embaixo de uma árvore e tirar o cantil já reabastecido da bolsa, tomando a maior parte dele em um único gole, praguejou baixo, não devia deixá-la correr por tanto tempo, talvez estivesse sendo paranoico, entretanto, se fosse garantir a segurança dela e do bebê, então continuaria agindo daquela forma.
— Hinata — a chamou, ganhando sua atenção. — consegue saber quanto tempo até chegarmos em Konoha?
Ela concordou com a cabeça, ativando sua linhagem.
— Aproximadamente duas horas, mas podemos reduzir se formos pelas árvores.
— Sem chances. — levou uma das mãos a cintura, apoiando-a ali, precisava urgentemente aperfeiçoar seu Rinnegan, nessas horas seria muito útil conseguir usar seu teleporte sem ficar praticamente esgotado de chakra e ainda por cima só conseguir percorrer distâncias relativamente curtas.
— Por que? Estou me sentindo bem melhor hoje, ontem foi um caso à parte. — Hinata se levantou, guardando o cantil em sua mochila e colocando-a em suas costas.
— Você foi bem, Hinata, agora vamos tentar outra coisa. — como no dia do casamento, teve a impressão de ver o Rinnegan brilhar antes de ter sua mão agarrada e quando abriu os olhos novamente, estavam nos arredores do clã Hyuuga.
— Teleporte? — questionou, sem saber direito em que sentido era aquela pergunta. Óbvio que era teleporte.
— Sim, um dos poderes que ganhei com o Rinnegan, ainda não esta perfeito, gasto muito chakra quando percorro longas distâncias que em outras situações não poderia ser desperdiçado.
— Não precisava ter feito isso, podíamos ter vindo andando. — parou de frente para ele, notando uma leve diferença em sua respiração, um pouco mais ofegante. — Eu estou grávida, Sasuke-kun, não doente.
A resposta veio como um tapa em sua cara, Sasuke abaixou a cabeça levando a canhota a testa, tirando alguns fios que estavam na frente que no mesmo instante voltaram para o lugar.
— Desculpe, estou sendo muito exagerado.
Hinata caminhou até ele, ficando na ponta dos pés para enlaçar seu pescoço e lhe roubar um selinho, entregando um sorriso doce quando seus olhos voltaram a se encontrar.
— Tudo bem, eu também estou preocupada, mas vamos fazer dar certo, não é? — braços fortes rodearam sua cintura, mantendo-a no lugar.
— Eu ficaria mais tranquilo se viesse morar comigo.
— hm? — Hinata se afastou, descrente do que havia escutado direito.
— Isso mesmo que ouviu, Hyuuga. — se Sasuke não estivesse tão sério, juraria que se tratava de uma brincadeira. — Venha morar comigo.
Mas Uchiha Sasuke não era de fazer brincadeiras, definitivamente esse não era o estilo dele.
— Sasuke-kun, isso é muito repentino. — murmurou, vendo algo na expressão dele mudar.
— Não precisa ser agora. — ele a soltou, ajeitando alguns fios azulados atrás da orelha da Hyuuga. — Mas quero que pense na minha proposta, não vou ficar naquele apartamento para sempre, pretendo arrumar minha antiga casa no distrito Uchiha, ou em outro lugar se preferir.
— O apartamento é perfeito, qualquer lugar seria ótimo mas... esse não é o problema. — limpou a garganta. — Apesar da nossa ligação, ainda é muito recente para pensarmos em morar juntos, querendo ou não, mal nos conhecemos.
— Entendo. — Sasuke murchou.
— Por favor, não confunda as coisas. — como se pudesse ler sua mente, Hinata se adiantou, segurando sua mão como se quisesse impedir que se movesse. — Eu quero ficar com você, Sasuke-kun, independente de qualquer coisa. Mas antes preciso resolver algumas coisas no clã, e podemos usar esse tempo para nos conhecermos melhor.
— Você vai contar a eles sobre a gravidez? — o Uchiha se alarmou, não confiava em Hiashi ou qualquer um daquele conselho arcaico e, se as diretrizes funcionavam como em sua família, não iriam gostar nada de saber da existência de um Hyuuga mestiço, ainda mais tendo o seu sangue.
— Ainda não. Otou-san estava planejando que eu assumisse a liderança no início do ano que vem, vou precisar abdicar e passar o cargo a minha irmã mais nova.
— Não precisa abdicar do cargo de líder. — Sasuke buscou os olhos perolados, tentando ter certeza de que Hinata estava confortável com aquela escolha. — Poderia comandar normalmente mesmo não morando no distrito.
A Hyuuga sorriu pequeno, desviando o olhar quando a coloração avermelhada surgiu em suas bochechas.
— B- Bom, acho que não posso comandar o clã Hyuuga sendo uma Uchiha... não é?
Tcs, aquela simples frase foi capaz de fazer seu coração disparar, o quanto de poder estava dando aquela garotinha? Se aproximou, pegando-a pela cintura e a colocando contra a parede mais próxima.
— Não, não pode. — sussurrou próximo ao rosto corado, descendo o olhar para a boca pequena e rosada antes de tomá-la para si lentamente.
Hinata arfou em meio ao beijo, sentindo as mãos de Sasuke subirem por seu corpo, uma delas foi até seu pescoço apertando o suficiente para trazê-la para mais perto e deixa-la excitada, mordeu o lábio dele em resposta, ele se afastou por alguns segundos, teve tempo apenas de abrir os olhos dando de cara com as ônix a fitando com desejo para então ser puxada novamente e outro beijo, ainda mais afoito, começar.
— E- Eu preciso ir... — acabou tendo que cortar o contato, sabendo que se cedesse mais um pouco, logo estaria em sua cama. — sei que não é esse tipo de pessoa mas pode manter minha gravidez em segredo? Quero contar a minha família primeiro.
As lembranças de quando os moradores da vila inventaram uma falsa gravidez sua com Naruto ainda a atormentavam.
— Não contaria para ninguém de qualquer forma. — o moreno se afastou, levantando a destra até chegar a testa da Hyuuga onde deu um pequeno toquinho com os dedos, acabou sorrindo com a expressão confusa que surgiu no rosto feminino. — Vejo você amanhã.
A perolada levou a mão até a testa, tocando o lugar com a boca entreaberta, por que ele havia feito aquilo?
— Amanhã? — fitou as costas largas cobertas pela capa escura, mas não obteve resposta, ele só continuou a andar até sumir de sua vista.
Abaixou a mão, deixando um pequeno sorriso emoldurar seu rosto, por algum motivo, havia gostado daquela forma de... afeto? É, definitivamente ainda havia muito a descobrir sobre o pai do seu filho.
-...-
Ao entrar no distrito Hyuuga, Hinata pode avistar uma pequena roda de treinamento no quintal extenso de chão batido, geralmente os treinos não aconteciam ali e sim nos dojos apropriados espalhados pelo clã, mas logo entendeu o motivo, a pessoa no centro da roda se tratava de Hanabi, ela lutava com um garoto aparentemente da sua idade enquanto Hiashi e dois homens do conselho assistiam.
Torceu o nariz e voltou a andar, tentando passar despercebida, entretanto, logo seu nome foi chamado pelo líder e infelizmente não podia apenas fingir que não escutou e passar reto, se aproximou cautelosa, tentando não desviar o foco da mais nova para si.
— Como foi a missão? — a pergunta de seu pai a tirou dos eixos, não esperava por algo tão amistoso vindo dele.
Após a guerra e a morte de Neji, algumas coisas mudaram no poderoso Hiashi, pode ver a muralha que o envolvia desde a morte de sua mãe cair um pouco, porém ele continuava sendo frio e distante, muito rigoroso e sempre deixando claro sua insatisfação com suas conquistas, dizendo que ainda iria "consertá-la" para se tornar a futura líder do clã Hyuuga, e no fundo isso a entristecia pois não importava o quanto se esforçasse, parecia que nunca conseguiria lhe dar orgulho.
— Boa — desviou o olhar, nunca fora muito boa com mentiras, para tentar convencer, acrescentou: — o time sete trabalha muito bem junto, principalmente quando o Sasuke é o líder.
Fora só mencionar o nome do Uchiha que a expressão de Hiashi mudou. Hinata mordeu discretamente a boca vendo-o mover a cabeça, levantando um pouco os lábios superiores em um claro descontentamento.
— Aquele desertor assume cargos tão importantes? Onde Tsunade esta com a cabeça. — um dos conselheiros resmungou ao seu lado, se intrometendo na conversa.
Ficou em silêncio, sem coragem para rebater o argumento tendencioso, se eles reagiam dessa forma só com a menção de seu nome, imagina quando contasse que estava grávida e que ele era o pai, só de pensar nas reações que receberia, teve vontade de chorar, não receberia apoio de sua família, antes tinha dúvida quanto a isso, agora, certeza.
— Posso me retirar, Otou-san? — pediu, voltando os olhos perolados para o pai.
— Não. — franziu o cenho, surpresa com a resposta. — Você chegou em uma boa hora, quero ver como anda seu desenvolvimento contra Hanabi.
Na mesma hora sentiu um frio subir por sua espinha e gelou, atrás de si, um gemido de dor veio do garoto da bouke que lutava contra sua irmã, ela provavelmente havia finalizado e ganho a luta. Fechou as mãos em punho, não podia lutar, o pouco que sabia sobre gravidez vinha da época que acompanhou sua antiga sensei, Kurenai, durante a gestação, e isso incluía o fato de que os primeiros meses eram cruciais e que mais exigiam repouso, carregar algo muito pesado era o suficiente para causar um aborto espontâneo e de forma alguma queria perder seu bebê.
— Acabei de chegar, estou cansada. — argumentou, tentando se livrar daquela obrigação sem ter que dizer a verdade.
— Vamos, Hinata Nee-chan, eu pego leve com você. — Hanabi se aproximou brincalhona, lhe dando um empurrãozinho no braço.
Olhou-a pelo canto do olho, desejando que pelo menos uma vez na vida, a menor entendesse seu recado silencioso e ficasse quieta. Hanabi inclinou a cabeça ao ver a expressão da mais velha, observadora, desceu o olhar para as mãos da Hyuuga que tremiam, por algum motivo Hinata não queria lutar e tentou imaginar o motivo.
— Amanhã, Hanabi, q- quero descansar um pouco. — e sem esperar mais, deu as costas, saindo do recinto.
— Hinata! — Hiashi gritou quando a primogênita passou a se afastar, mas não obteve resposta.
— Precisa ter pulso firme, Hiashi. — um dos conselheiros falou, deixando explícito em sua voz o desgosto pela atitude da mais velha. — Ou essas garotas vão ficar mal acostumadas.
Hanabi revirou os olhos, desejando falar umas verdades para os velhos que tanto detestava, acreditava piamente que seu pai seria um homem bem melhor se não fosse eles dando palpite em sua vida vinte e quatro horas por dia. Apesar de ser o líder, ele ainda precisava ouvi-los em algumas situações, mas não pode esconder sua cara de satisfação com a resposta dele veio, certeira:
— Eu decido como criar as minhas filhas, nessa parte vocês não iram interferir. Vamos Hanabi, os treinos estão encerrados por hoje.
Lançou um olhar que dizia "bem feito" e saiu acompanhando Hiashi, torcendo para que eles tivessem entendido o recado.
-...-
No dia posterior, Hinata acordou com batidinhas em sua janela, se remexendo na cama com as cobertas até o pescoço, se virou para a direção oposta com o som relativamente baixo, indicando que não era um humano a bater ali e sim... um pássaro? Bicadas, pensou, tinha um pássaro bicando sua janela. Com muita preguiça, se levantou e coçando os olhos, andou até o objeto de madeira, abrindo para se deparar com um pequeno falcão marrom que em sua pata, possuía um bilhete amarrado.
— Isso é 'pra mim? — perguntou, vendo o animalzinho confirmar com a cabeça, então se aproximou e com cuidado, desfez o nó que prendia o papel, pegando-o e vendo o pequeno bater asas para retornar ao seu dono.
Se perguntou de quem seria aquela mensagem antes de abri-la e quando o fez, um sorriso genuíno surgiu em seu rosto ao ler o conteúdo, nele, Sasuke a avisava que partiria em uma missão de urgência, que voltaria em três dias e pediu a ela que se lembrasse de ir ao médico o quanto antes e que se alimenta-se direito, apesar de direto e rápido, se derreteu com o fato dele, mesmo partindo de uma hora para outra, lembrar de avisá-la. Suspirou, o Uchiha demonstrava amor de um jeito diferente, era reservado, mas gostava, se lembrou do toque em sua testa e levou a mão ao local, será que aquele também era um desses gestos?
Balançou a cabeça, se dirigindo ao banheiro para tomar um banho, iria aproveitar que o casal Uzumaki ainda não tinha retornado e que Sakura não estava no hospital para ir ao local, não aguentaria mais nenhuma insinuação sobre sua vida e gestação, e para evitar uma briga, seria melhor assim, voltar a evitá-la não faria nenhuma diferença em sua vida.
-...-
Pelas ruas de Kusagakure, um Uchiha com cara de poucos amigos atravessava as ruas movimentadas do centro da cidade, enfezado, correu a noite toda amaldiçoando Tsunade Senju por ser uma louca que não o deixava em paz, não existia mais nenhum ninja competente para fazer aquelas missões diplomáticas? No fundo, sabia que essa era uma forma da velha o punir por ter deixado Konoha duas vezes, mesmo que na última fosse com autorização.
Alguma coisa estava acontecendo na Folha, não sabia o que, mas sentia que logo iria descobrir, as entregas de pergaminho não paravam e sempre eram direcionadas a lideres importantes, assim que retornasse, iria procurar Kakashi, o homem havia se tornado um dos braços direito da Hokage, para tirar a limpo aquela história. Por enquanto, se contentava em fazer o que era mandado, afinal precisava se sustentar e logo, sustentar uma família, visto que Hinata teria que ficar no mínimo um ano afastada de missões ninjas.
Pensar nisso não o irritava, pelo contrário, dava forças para continuar. Desse modo, um pequeno sorriso surgiu em seu rosto que logo foi apagado quando um grupo de crianças correndo passou em sua direção, um deles, trombando consigo e rindo alto em seguida, sendo acompanhado pelas demais, olhou feio para o menino que só voltou a correr, ignorando sua presença, estava pronto para ralhar com ele, que com certeza não devia saber com quem estava mexendo, quando seus olhos se desviaram para a vitrine de uma loja do outro lado da rua, atravessou a rua de tijolinhos ficando quase de frente para o vidro que tomava toda a parede do estabelecimento de porta única.
Ali, escondido no meio dos outros produtos, tinha uma caixinha de plástico transparente com um par de sapatinhos de bebê na cor cinza, feitos de crochê com o formato da cabeça de um coelho branco decorando as pontas do calçado minúsculo.
— Tcs — estalou a língua — isso é a cara da Hinata...
Tentou passar reto, mas foi como se existisse um ímã que o segurava no lugar, praguejou baixo, se rendendo e entrando na loja. Se dissesse para seu eu de dez anos atrás que estava comprando um sapatinho de bebê que viu em uma vitrine qualquer, ele diria que havia ficado louco, e talvez estivesse mesmo, mas só de imaginar o sorriso doce que se formaria nos lábios da Hyuuga, valia a pena.
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