Eu olhava vitoriosa pra Nahoya, que se encontrava fazendo nosso trabalho de química enquanto eu apenas desenhava no meu caderno.
— Você podia pelo menos ajudar, né? — ele disse notavelmente irritado mas ainda com um sorriso no rosto.
— Não, não posso não. Cansaria minhas maravilhosas e delicadas mãos. — disse estendendo as mãos e encarando minhas unhas.ele
Nahoya era meu ex, sim, meu ex. Terminamos há muito tempo atrás e viramos inimigos, não inimigos mortais, apenas implicavamos um com o outro.
A verdade é que o nosso término tinha sido causado pela traição da parte dele e logo eu comecei a implicar com ele como uma forma de vingança, e óbvio, ele nunca sofria calado. Sempre tinha troco, o que nos trás ao presente, 6 meses depois do término.
— Não sei aonde você vê delicadeza nessas patas de elefante. — ele disse debochando e eu o olhei séria.
— Cuidado Nahoya, não sou eu que estou quase repetindo de ano aqui, acho que minha ex sogra amaria saber disso. Acho que ela deixaria você de castigo sem poder ver a sua namoradinha, não é? — disse convencida.
— Você é tipo aquelas ex's de novela que nunca superam o cara e fazem de tudo pra separar ele do novo amor, né. — ele disse e eu o olhei rindo debochada.
— Nahoya, você é a pessoa mais superavel que existe, não me enche com essa síndrome de estrelismo.
Ele virou para caderno e continuou fazendo a parte do trabalho que eu dei pra ele fazer.
— Você é insuportável, não sei como eu cheguei a namorar uma garota igual a você. — ele falou e eu revirei os olhos lixando minha unha.
— Obrigada, meu amor. Igualmente. — falei enquanto as pessoas na biblioteca iam embora.
Eram quase dez horas e ver Nahoya trabalhando feito um escravo da escola era a melhor parte da minha noite.
— Acabei. — ele falou estendendo seu sorriso enquanto eu revirava os olhos.
— Deixa eu ver. — Eu me aproximei e fitei o trabalho enquanto Nahoya esperava minha aprovação. — Certo, pode ir, disse voltando a ajeitar a coluna, mas Nahoya me impediu pegando meu braço.
Meu coração bateu um pouquinho mais rápido pela aproximação, mas ignorei, sabia que não tinha superado nosso término 100% e não era a primeira vez que ele tentava se aproximar, mas não queria voltar com ele nem morta. Do mesmo jeito que ele seguiu, eu também ia seguir.
— Por que você me trata assim? — ele falou encostando nossas testas.
— Não se esquece que é recíproco, Nahoya. Você também me trata assim. — falei fechando os olhos com força sentindo minha consciência pesar para que eu me afastasse de seu toque, mas meus sentimentos estavam a todo vapor.
— Você sabe, sabe que eu te amo, muito... mas ainda me trata de forma hostil. — ele falou colocando a mão em minha nuca.
— Terminamos, Nahoya. — Eu disse sentindo meus olhos aderem mesmo fechados segurando ao máximo pra não chorar.
— Eu nunca quis isso, você terminou por sua conta. — ele falou acariciando minha bochecha. — Eu te amo, S/n. Muito.
— Se me amasse, não teria me traído. — Eu falei e abrindo os olhos e ele logo abriu os dele de forma estranha, franzindo o cenho.
— Não te traí. — ele falou e eu o olhei confusa.
— Como assim, Nahoya, não venha negar essa situação logo agora. — falei e ele se levantou, o acompanhei por instinto. Ele pegou em minha cintura, me levantando e me colocando sentada na mesa. Cruzei os braços e ele apoiou os dele em cima da mesa, um de cada lado do meu corpo. Sempre fazíamos isso quando íamos discutir, por algum motivo desconhecido.
— Quem te disse isso? — ele falou e eu revirei os olhos, de fato, nunca tinha contado o motivo do término pra ele, mas nunca vi necessidade pois ele sabia muito bem o motivo. — S/n, quem te falou isso?
— Minha melhor amiga. — disse desviando o olhar para a direita.
— Qual melhor amiga, S/n? Você tem muitas dessas. — ele falou e eu o olhei ofendida.
— Claro que não, a minha única melhor amiga que te conhecia, Nahoya, Emi. — Eu falei e ele franziu o cenho tentando se lembrar dela, até que sua mente clareou e sua expressão mudou.
— A Emi? A mesma Emi que deu em cima de mim quando a gente namorava? Aquela que sentou no meu colo e tentou me beijar quando você foi no banheiro em uma das festas que a gente foi? — ele falou e eu franzi o cenho.
Mas que filha da puta!
— Mas que filha da pu- fui interrompida por um beijo repentino de Nahoya que puxou minha nuca e atacou meus lábios.
— Porra, S/n. Não custava merda nenhuma você ter me falado o motivo do término, teríamos evitado toda essa porra de teatro de ódio mútuo. — ele falou olhando nos meus olhos enquanto eu me sentia fraca pelo beijo de repente.
— Não podemos fazer isso, Nahoya. Você namora agora. — falei virando o rosto.
— Não namoro com aquela menina. — ele falou rindo da situação e claramente de mim também.
— O que? Como assim? Eu vi você se agarrado com ela no seu grupo de amigos pela rua. — Eu falei e ele me olhou com aquele sorriso idiota, embora nunca gostasse, estava me irritando por ser em sinal de deboche a mim.
— Não namoramos, eu apenas fiquei com ela naquela vez pra me distrair dos meus sentimentos. Não namorei ninguém depois de você, garota. — ele falou e eu voltei a olhar pra ele com um sorriso bobo.
— Usando pessoas pra esquecer a ex. Você é uma pessoa desprezível, Nahoya. — falei enquanto ele se aproximava de mim.
— Somos opostos, meu amor, por isso combinamos tanto. — ele falou e me beijou de forma doce, puxando os fios de cabelo da minha nuca de forma leve pra me excitar.
Quando cessamos o beijo, ambos ofegantes, eu senti lágrimas escorrerem por meu rosto.
— Meu amor, por que você está chorando? — ele perguntou e eu apenas o abracei forte, sentindo o abraço ser retribuído.
— Eu fiquei tão triste, Nahoya. Pensar que você me traiu foi tão difícil. Eu te amo tanto. — Eu falei e senti ele beijar minha testa. Logo Nahoya olhou pra mim e limpou minhas lágrimas.
— Eu te amo, você sabe disso. — ele falou e selou nossos lábios de forma apaixonada.
Parecia que eu podia respirar novamente com ele ao meu lado...
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