O som de murmúrios alegres enchiam o ar enquanto os gatos trotavam embaixo da lua, a alegria era até tocante, fazia tanto tempo que Pata Prateada não escutava seus companheiros tão animados.
Saltitava com cautela atrás de sua irmã, sentindo o leve toque de sua cauda em seu ombro. Chuva podia ser um doce, quando quisesse. Estava no meio de uma pequena conversa com Espinho de Roseira, a doce anciã. Falavam algo sobre presas, mas Prateada quase não ouvia, suas patas pinicavam de animação e antecipação! A primeira vez que a líder a havia deixado ir a uma assembleia, e ela não podia estar mais alegre! Não sabia como ia ser, estar na presença de tantos gatos ao mesmo tempo... Não podia deixar de ficar um pouco nervosa, realmente esperava que os gatos de lá fossem educados. Com as histórias que escutará sobre o Clã do Trovão, não pareciam.
O som de pequenas ondas batendo em pedregulhos encheu seus ouvidos, a tirando de seus pensamentos, deveriam ter chegado no lago. Levou alguns momentos saboreando o ar, tentando distinguir os cheiros de cada clã.
O cheiro de pinheiros deveria ser do Clã das Sombras, como sua irmã já houvera explicado, tinha um leve cheiro de duas-pernas, o que era estranho. Se ela não estava enganada, o cheiro forte de vegetação deveria ser do Trovão e seus grandes guerreiros. Não sentiu nenhum cheiro forte de coelhos e outros animais, então provavelmente o Clã do Vento não tinha chegado. Era uma pena, sempre quis escutar uma história do clã do vento, dissiam que eram cheias de animais perigosos.
"Pata Prateada! Pretende ficar parada ou vai vir logo?!" Ah, o doce chamado de sua irmã, sempre educada. Percebeu que deveria ter focado demais, e nao prestado atenção em seus companheiros começarem a andar novamete.
O rugido de um dos líderes (fora informada que era do Clã do Trovão) cortou a clareira, silenciando os gatos de uma vez, o som de línguas raspando pelos parou, agora era apenas o leve murmúrio da ilha, as águas batendo em seus lados, as folhas conversando alegres com o mexer do vento, e o ocasional bater-de-coração de uma presa que fora hoje poupada.
Prateada estava a sentar ao lado de um aprendiz do Clã das Sombras, que conversava algo com um companheiro, antes de receber uma pequena patada na orelha. O líder começou a falar logo depois, sua voz inquieta, como se tivesse algo que ele estava omitindo.
-A presa corre bem em nosso território- começou, sua voz grave retumbando no interior de Prateada -Temos dois novos guerreiros- ele esperou os miados animados pararem.
-Bigode de Rato e Flor Dourada-
Ela se juntou aos miados parabenizando os novos guerreiros, ouvindo de longe os "obrigados" dos dois machos.
O líder novamente tomou sua fala
-Listra de Fogo também teve uma nova ninhada, ela está bem, junto com seus filhotes- o líder concluiu.
As boas notícias a deixava alegre, mesmo que fosse em outro clã, não tinha como não ficar feliz com filhotes, além dois novos respeitosos guerreiros. Ela esperava que as noticias dos outros clãs também fossem tão boas.
O leve bater de patas em madeira deveria ser a Líder do Clã das Sombras, já havia escutado sobre suas incríveis habilidades de silêncio. Ela começou, Prata não pode deixar de notar que sua voz era muitissimo mais agradável, um ronronar doce, viajava bem no vento.
-Clã das Sombras fez dois novos aprendizes, Pata de Coelho e Pata de Pato- miou baixinho, apenas alto o bastante para ser ouvida. Houve uma pausa para os parabenizar dos aprendizes, e a líder prosseguiu, acabando sua fala com um "obrigada". O proximo lider, Clã do Vento, foi rápido e objetivo em sua fala, cachorros soltos que não pareciam ser perigosos, e uma rainha com filhotes, o normal.
Prateada sorriu em anticipação, escutando os líderes sairem da frente para Estrela Dourada passar. A gata cumprimentou os gatos reunidos, sendo a mais educada dos líderes (claramente algo do clã do rio), e começou suas notícias.
-Nossa rainha, Correnteza Clara, teve cinco novos filhotes, Teia de Aranha afirma que eles crescerão bem- teve uma pausa para os murmurados dos gatos pararem -Também temos novos guerreiros. Garra de Salmão, Cauda de Violeta- chamou as duas guerreiras, que agradeciam em algum lugar perto da Aprendiz.
A assembleia havia acabado, e os gatos estavam saido da pequena ilha, voltando para os seus devidos clãs. Chuva, que havia passado a assembleia inteira sumida, chegou e começou a trotar ao lado de Pata Prateada, com um murmurado irritado. "Juro que essa gata vive com pulgas no pelo" ela revirou os olhos, pensando para si mesma.
Ao menos ela teria algo para tagarelar com Pata de Cerejeira, já que a assembleia não tinha sido tão ruim como Chuva tinha dito que ia ser.
Acompanhou seus companheiros em silêncio, enquanto os outros comentavam amigavelmente sobre a assembleia. Concentrada nas "conversas" da floresta. O chiado de uma coruja ao longe, o grito do camundongo que ela havia pego, o bater das asas de um pombo... Tão concentrada que mal ela havia percebido a aproximação do acampamento, o som dos cumprimentos do clã, e os gatos entrando a barreira de espinhos. Os quentes raios de sol já comecavam a bater em suas costas, e ela ignorou os miados de sono dos companheiros, procurando a toca dos aprendizes, pronta para deitar.
Seus olhos tardaram a fechar, mas eventualmente lá eles estavam, e a aprendiz se rezumiu a uma bolinha de pelos.
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