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História Our Little Secret - Our Little Secret


Escrita por: Pinguim_Kawaii2

Notas do Autor


Abigoooos bundia

Achei um desacato não terem tantas histórias de Bruno Bock X Rolandinho, logo não aquietei o cu e escrevi uma. Ficou grande e não tive paciência para dividir, logo lansarei a baba aqui. Espero que gostem

Não tenho intuito de ofender alguém de forma alguma, é apenas uma hisotria fictícia e alternativa, feita apenas para entretenimento

Peguem suas pipocas e bebidas pois a história eh longa :D

Boa leitura!!

Capítulo 1 - Our Little Secret


Rolandinho

Após o natal, todos se desesperaram para resolver a questão do ano novo. Felizmente, havíamos gravado e editado vídeos suficientes para finalmente dar uma pausa. Sem esta, estaríamos surtando em dobro.

- Olha, para mim tanto faz - Mondoni diz, dando de ombros.

- Dá para resolverem logo essa porra? Não sou obrigado a vir aqui sendo que não tenho mais trabalho para fazer - Típico de João começar a reclamar em meio a reunião.

- Então por que está aqui? - Bruno quebrou o clima como na milésima vez só hoje.

- Já que uns tem lugar para passar a virada e outros não, por que não passamos todos juntos? - Sugiro.

- Não entendi a lógica que tu fez ai mas é uma boa sugestão - Lucas sorri, concordando comigo.

- Olha, vai dar não - Gaybol já se pronuncia.

- Já passo uma cota olhando para a cara de vocês, passar mais tempo ainda vai ser tortura - Carol cruza os braços.

Lá vamos nós.

- Vai só você e o Lucas então - Stage ri.

- Cala a boca fedorento.

- Calma ae gordo - Bruno dá um tapa na minha cabeça - Mas na real, é meio foda decidir isso em cima da hora. Já tenho viagem marcada.

- Vamos fazer assim. Quem pode ir ou não. Vou passar uma listinha - Rapha, com sua diplomacia, pega um papel e divide ao meio.

Passamos a lista por todos e acabou que grande parte não poderia ir.

- Só eu, Lucas, Marossi, Stage, Mondoni e João?

- A casa vai ser destruida - Isa dá uma risada da tragédia da situação.

- Por mim, vai mesmo - João dá um sorriso intencionado.

- Bem, é melhor do que passar a virada na rua. Então vamos combinar nós que vamos. Os outros podem ser dispensados mais cedo da reunião.

- Obrigado, " chefe " - Alder ri e se retira do local.

Os que não iriam, foram saindo, menos Bruno que estranhamente ficou.

- Tá liberado cara, vai ficar aqui por quê? É retardado? - João pergunta para ele.

- Não tenho nada melhor para fazer.

- Vai dar o cu - Sugiro, na brincadeira.

- Mas você também está aqui..

- Ai Bruno, você não perde uma né? Enfim, fica se quiser, temos que organizar as coisas.

Converso com a galera e combinamos tudo certinho sobre a data. Iríamos para Ilhabela no dia 30 e voltariamos apenas dia 10. Era pouco tempo mas já era algo. Vida de corno não é mole.

- Obrigado galera. Nos vemos dia 30.

Saio com todos mas no portão, sou abordado por Bruno.

- O que foi?

- Vai fazer o que agora?

Falta do que fazer é foda viu.

- Não sei Bruno, talvez eu vou dar meu cu.

- Ai rolandinho, me traindo na cara dura assim mesmo?.

- idiota.

Bock me irritava e não era somente no estúdio. Éramos grande amigos e eu possuía uma paciência divina, mas olha que até ela se esgota.

- Cadê sua namorada? - Questiono

- Ela foi pro Ceará antes de mim porque eu ainda tinha que gravar. Agora estou sozinho, rolandinhooo - Ele finge choramingar e começa seu drama.

- Corno.

- Suas palavras me consolam profundamente, anota ai.

- Vai parar de me irritar se eu te levar para algum lugar?

- Claro.

- Ok, entra ai no carro.

- Só não me sequestra não que eu ainda tenho academia de noite ihihi.

Entro em meu lindo carrinho e quase fico surdo com Bruno rindo ao meu lado. Sinceramente, ele pode ser muito mais irritante do que todos imaginam ou assistem. É que tão cortan-

- ESSE VÍDEO É SENSACIONAL AHAHAHAHAH

Olho para seu celular e vejo que assistia um vídeo onde um gordinho era sacaneado e levava o maior tombo. Não era tão engraçado. Não pelo fato de eu ser gordo mas sim porque era sem graça.

- Seu humor me surpreende, Bock. Ou melhor, não me surpreende vindo de você.

Ligo o carro e dou partida. Não tinha nenhum compromisso para esta tarde, logo planejava ir ver alguma série ou dormir, mas meu curso mudou.

- Para onde vamos?

- Pro puteiro, Bruno, pro puteiro.

- Ai rolandinho, como você é grosso e precipitado. Não é assim que se conquista o boy.

- Na real não sei pra onde eu estou indo. Sugere algum lugar?

- Agora não consigo pensar em mais nada a não ser o puteiro HAHAHAHAHAHA

Este é Bruno Bock senhoras e senhores.

- Uh. . . Abriu uma lanchonete aqui perto. Quer ir?

- Se o gordo tem fome, melhor irmos logo.

Cuja existência é um pecado, senhoras e senhores.

Paramos para o almoço na frente na nova lanchonete. Aparentemente, o local já tinha uma boa avaliação. Estava cheio.

- O gordinho tem bom gosto. Ou quem recomendou foi a verruga?.

- Foram os aliens, Bruno.

- Sempre soube, eles me contaram. Estava te testando.

Seguimos em busca de uma mesa e acabamos nos sentando no fundo do estabelecimento. Fomos atendidos de forma eficiente e os pedidos não demoraram para sair, incrivelmente.

- É um ótimo local mesmo - Bruno pareceu aquietar o cu quando a comida chegou.

A arte de lidar com Bruno Bock poucos conhecem. Comida é sempre importante, mas no fim não reconhecem e me chamam de gordo.

Almoçamos enquanto conversávamos sobre assuntos aleatórios. Bock citou sua viagem para o Ceará e eu acabei ficando um pouco curioso sobre.

- Vão só uns amigos. A maioria já está lá. Vou amanhã já.

- Decidiram quando?

- Faz uns meses. . . Mas se eu não fosse, iria para Ilhabela com certeza - Ele sorri e volta sua atenção para a salada.

- Consolador ouvir isso.

- Passar uma semana com o João vai ser de fude viu?

- To sabendo, mas é só questão de saber lidar - Dou um sorriso tranquilo e tomo um gole do suco de morango.

- Se o Gaybol fosse, cancelaria na hora minha viagem para o Ceará. Aquele gostoso me paga.

- " Nossa, Bock, está me traindo na cara dura? " - Imito a sentença dele mais cedo, com uma voz zoada.

- Ai rola, não fica assim não, você sempre será a segunda opção!

- Consolador ouvir isso.

Peço a minha conta e assim que chega, já pago.

- Fica assim não. Os aliens me disseram que estresse faz mal pra pele. Por isso você parece um velho.

- Desculpa princesa do formol.

Após Bock pagar a conta dele, voltamos ao carro e seguimos rumo para minha casa.

- Onde vamos agora?

- Para a Nasa, Bruno Bock.

Talvez eu esteja mesmo sem paciência hoje. Algo está me incomodado e a incerteza do que é me agonia mais ainda.

- Tenho umas perguntinhas separadas já para eles ihihi.

Estaciono o carro na garagem e quase tranco Bock dentro do carro pela lerdisse do ser para sair. Felizmente ele se deu conta a tempo.

Não faria mal algum deixá-lo ai para sempre. A humanidade me agradeceria.

- É um encontro romântico e eu não sabia? - Ele questiona

- Não, estou de obrigando a vir comigo para minha sala de tortura.

- O quê? Vamos ficar assistindo fitas de quando você era bebê?

- Bruno, você não é o palhaço, é a porra do circo dos horrores inteiro.

Entro dentro de casa e vou para a cozinha beber uma água. Hidratar-se é necessário para a sobrevivência. Acabo tomando um suco de maracujá também porque meus nervos estão a mil. Bock parece ter percebido isso e dado uma trégua nas palavrinhas. Encontrou meu violão por ai e começou a tocar Money dos Mamonas Assassinas. Me impressionava como Bock conseguia se virar com qualquer instrumento e música.

- Aprendi inglês com eles - Digo, dando uma risada pelo meu próprio comentário.

- Tudo faz sentido agora - Ele sorri de lado e volta a tocar.

- Você não cansa?

- Do quê?

Nem eu sabia na real o quê.

- Uh. . . Sei lá, de ser bom em tudo.

Tavez fosse isso que estava me agoniando hoje.

- Que papo é esse, rolandinho?

Não, definitivamente não é.

- Nada, é que tem algo me agoniando e eu não sei o que é.

- O que te preocupa? É o ano novo? Rotina no estúdio? Muita coisa pra fazer? Quinhentos boletos pra pagar? Por que está sozinho?

- Eu não sei. . . Acho que nenhum desses. Estou bem com minha vida atualmente, sem muita pressão. Acho que deve ser a viagem. . . Tem algo faltando, algo que me preocupa.

- Talvez por que eu não vá? - Bock deixa o violão de lado e dá um sorriso maroto.

- Como se agora fosse isso - Reviro os olhos - Estou dando graças por você namorar e ter alguém pra encher o saco que não seja eu. A viagem será bem mais tranquila.

- Você que pensa. Então o que se passa na cabeça do gordo?

Nem eu sei. . . E isso me estressa. Odeio não me entender. Sempre fui muito simples na questão de sentimentos, de saber quem eu sou, de viver. Ficar sem compreender alguma coisa me intimida. Sinto que posso perder o controle caso não saiba. Mas perder o controle como?

- . . . Chega desse assunto, eu ainda não sei.

- Aproveita a presença do psicólogo Bock, além da minha paciência.

- Eu sou o paciente da história.......... bem, em todos os sentidos agora hahahahah

- Péssimo, Rolandinho, você tira esse humor do seu cu?

- Do seu, Bock, do seu.

Pego o copo de água em cima da mesa e dou um gole.

- Vai querer entender o que te deixa assim ou não?

- Ah, eu acho que-

O celular de Bock começa a vibrar. Estava recebendo uma ligação. Ele olha para o aparelho e pede licença, saindo da casa para atender.

- ala os contatinhos..

Espero Bock retornar, o que levou um puta de um tempo. Fico um pouco preocupado com o assunto da ligação e estava cogitando ir atrás dele quando o mesmo retorna.

- Quem era?

- Eu tenho que sair agora Rola, depois falo com você.

Pela sua expressão, não era nada bom. Automaticamente fiquei ainda mais preocupado.

- O que aconteceu cara?! Quer uma água ou-

- Não to a fim de falar agora cara. . . Nos vemos depois. . . E se não nos virmos, feliz ano novo.

Bock sai da minha casa e me deixa sozinho, com meus pensamentos e preocupações. Entendo que precisava de espaço então me contento em ir fazer algo produtivo da vida: não, não iria comer, mas sim iria jogar algo no pc.

[No dia da viagem]

Não recebi mensagens de Bock desde a ligação que ele recebeu. Mandei algumas coisas mas ele me ignorou. Achei melhor não insistir.

- Tudo certo gente? - Questiono, após colocar a última caixa de cerveja no último carro.

Estávamos indo em dois carros, o de Mondoni e o do João. Eu estava indo no de Mondoni com Lucas e Marrosi e Stage no de João. Estava tranquilo, o ponto era que queriam levar a porra de uma ceia de Natal nos carros.

- Faltou a sobremesa - Mondoni pega um potinho lacrado com fita e deixa dentro de uma vaixa.

- Vamos, a estrada ta boa hoje - Marossi diz, entrando no carro.

Sento-me no banco da frente e planejo ficar ouvindo musica durante o percurso, mas acabo dormindo logo no primeiro pedágio

- Zzzzz.......

Sonho com imagens nubladas. Era difícil de dizer o que estava acontecendo no sonho, o que eu enxergava e afins. Aos poucos, a imagem de um céu nublado foi ficando mais nítida. Um avião em seguida. Sobrevoava por nuvens meio escuras e densas. Parecia perigoso. Era um sonho onde eu somente era observador e isso me agoniou. De repente, o avião começa a cair, soltando muita fumaça. A imagem dele caindo foi ficando mais próxima e tudo que pude ver foi Bock, sentado perto da janela, gritando de medo. Os estilhaços do avião logo apareceram perante ao que conseguia enxergar e um sentimento horrível foi capaz de me acordar.

- Tá sonhando com o que, Rola? Tá suando feito uma porca - Lucas questiona, me cutucando com uma vareta.

- An? Eu. . . Eu sonhei com um aciente. . . Nada demais. Enfim, onde estamos?

Olho pela janela e tudo que vi foi mato. Muito reconfortante.

- Você dormiu pouco. Estamos na metade do caminho, faltam duas horas - Mondoni responde.

- Ótimo. . .

Ponho minha playlist de músicas antigas para tocar e relaxo, enquanto olho a paisagem. Mas o sonho ainda estava vívido em minha cabeça, se repetindo inúmeras vezes. Seria um sinal? Era esse o sentimento que estava desde o dia no estúdio? Seria uma premonição? Estava começando a ficar inquieto. A solução que encontrei foi simples: mandar mensagens para o Bruno.

Eu: Bock, ta onde? [14:35] ⏲

Eu: Pelo horário, já chegou no Ceará, ne? ⏲

Eu: Responde arrombado ⏲

Mas as mensagens nem sequer chegaram á ele. O sinal era inexistente na mata que estávamos.

- Alguém tá com sinal ae?

- Vê meu celular ai - Mondoni diz, sem desviar atenção da estrada.

- Tá sem sinal, rolando jr - Lucas confirma minha decepção.

E isso só serviu para me agoniar mais.

Talvez eu estivesse preocupado com Bock. Talvez não, com toda a certeza.

A imagem dos estilhaços do avião e de seu rosto, poucos segundos antes, me deixavam ainda mais apreensivo. Por mais que aquele pedaço de merda me irritasse pra um caralho todos os santos dias, eu me preocupava com sua pessoa. Talvez tenha percebido somente agora. Aquele sentimento que me agoniava deveria ser um aviso para algo ruim. Como não fui perceber?

- Tem alguma latinha ai?

- Mas já vai beber, Bruno?! - Mondoni chama a minha atenção.

- Não estou me sentindo muito bem - Resolvo mandar a real, mesmo que de forma vaga.

- Ah, claro. Bebe uma água, não uma cerveja, gordo - Lucas me estica uma garrafa de água gelada.

- Obrigado magro.

Mas nem meio litro de água me acalmou. Estava desesperado com a imagem de Bruno na minha cabeça e sentia que realmente havia acontecido alguma coisa terrível. Eu nunca percebi que me importava tanto com alguém.

Depois de uma hora checando o sinal, finalmente havia aparecido. As mensagens foram entregues porém não visualizadas. Nem percebi que fiquei tão inerte nas mensagens até ligarem o rádio e anunciarem o horário. Meia hora olhando para a tela do celular.

- Mais um acidente aéreo. Infelizmente, um avião da companhia aérea GOL, com destino ao Ceará, caiu nas serras de São Paulo, no início do percurso. Fora logo encontrado, então a maioria dos passageiros foram resgatados com vida, porém, até agora, recebemos a confirmação de seis mortes, contando com o capitão e duas aeromoças. As buscas e o resgate continuam pelo local até terem a certeza de não restar mais vítimas. Boa tarde.

Essa notícia me paralisou por inteiro. Os pelos do meu braço se arrepiaram e senti meu sistema nervoso entrar em curto circuito.

- Poxa, O Bock tava indo para lá também, não? Com a GOL. . . Espero que não seja o avião dele. . . . . . . - Moroni coçou o queixo, incomodado.

- Acho. . . Acho possível. . . Mas espero que não. Irei mandar mensagens para ele - Lucas pega seu celular e se cala.

Apenas não conseguia me mexer e manti-me em silêncio. Não demorou para os outros questionarem minha palidez e silêncio. Resolvi ser sincero com eles.

- Eu. . . Eu tive um sonho com a queda de um avião. O Bock. . . E-Ele estava nele. . . P-Por isso estou assim. . . Venho sentindo coisas ruins e agora este sonho. . . Estou com medo que tudo possa ter uma relação e Bock. . .  Ele. . .

- Não esquenta com isso, Rola!!. . . Às vezes sentimos coisas assim mesmo. . . Mas se for o caso, os Aliens devem ter salvado o Bruno - Moroni descontrai, dando um sorriso em forma de consolo.

- As possibilidades são. . . Iguais. Vai dar tudo certo, Bock é sortudo.

Acharam melhor desligar o rádio e seguir ouvindo músicas até chegarmos na casa. Lá, João ainda não havia chegado. Deixamos o carro na frente da casa, atrás de outro.

- Vou abrir a porta - Saio do carro, finalmente pegando um ar fresco.

Com a chave em mãos, estava prestes a destrancar o portão quando ouço a rádio novamente, anunciando mais mortes e dando alguns nomes de passageiros desaparecidos. Acabei paralisando e esquecendo da simples função.

Bruno. . .

- Qual é, Rola, desse jeito qualquer um come essa bundinha fofa.

Instantaneamente olho para a direção da voz. Vejo a figura de meus sonhos, em carne e osso, parada ao lado de um carro branco, na frente do nosso. Eu não estava crendo.

- B-Bruno?!

Meu coração palpitou mais rapido e acabei deixando a racionalidade de lado. Corro até ele e abraço-o com força, permitindo-me o choro. Bock pareceu não entender a situação e tirou uma com a minha cara, dizendo que eu estava morrendo de saudades logo assim.

- Teve u-um acidente!! Um avião indo para o Ceará. . . Você não me respondeu, achei que pudesse. . . Ai velho, vai tomar no cu. . . Nunca achei que fosse passar tão mal nessa vida - Empurro Bock e enxugo minhas lágrimas.

- Era meu avião. Acabei cancelando o vôo depois que sai da sua casa. Acabei tendo uns problemas com minha namorada e achei que me receberiam aqui!

- . . . Você. . . Você podia estar morto, cara. . .

- Eu sei! Me dá uns arrepios só de pensar, ui.

Abro o portão e ajudo o pessoal com as coisas. Logo o carro de João chega e todo mundo entra dentro da casa. Seria um dia de faxina.

- Eu to é morto, mais do que o Bock - Resmungo, após voltar com o sofá para o lugar dele pela quita vez.

- Não acabei de varrer ai não, Rolandinho - Stage reclama.

- Ah pau no cu - Deixo o sofá ali e vou para meu quarto, onde infelizmente teria que dividir a cama com Bock pois a galera esqueceu de trazer os colchões infláveis.

Fico um bom tempo descansando no meu quarto até Bruno aparecer, reclamando que também queria deitar.

- Deita, ou eu sou gordo demais para não ter espaço pra ti?

- Eu não disse isso. . . Por que está estressado? - Bock se joga na cama e pega seu celular, começando a mexer nele.

- Deveria dar um desconto para quem achou que você estava morto por horas. . .

- Desculpa, Rola, quis fazer uma surpresa aparecendo aqui - Bock mexe no meu cabelo e sorri.

Isso estranhamente me acalma.

- O que aconteceu com você e ela? Se quiser falar, claro. . .

- No dia que estava na sua casa, ela me ligou e começou a reclamar sobre um vídeo que fizemos. Na real, era um making of que o Gaybol editou pra caralho. E eles não " cortaram " algumas partes. Ela achou ruim minha interação com você. Mas somos amigos! Ela estava puta e começou a reclamar para um caralho. . . Acabei achando melhor não ir para lá pois o clima ia ficar ruim.

- Entendi. . . Então é culpa minha também - Levanto-me da cama e dou uma boa espreguiçada.

- Ein? Como assim Rola?

- Pode deixar que eu falo com ela depois. Vocês não merecem brigar por minha causa - Dito isso, saio do quarto.

Vou para a sacada e encontro Marossi tirando algumas fotos do por do sol. Estava de fato bem bonito.

- E ai, amorzinho?

- Fala, Marossi - Apoio-me no vidro e suspiro, me sentindo mal.

A sensação de agonia havia passado mas me sentia mal com algo ainda, e ao menos tinha certeza que era em relação ao Bock. Só de saber que acabei sendo motivo de uma briga dele com a namorada me faz sentir culpa.

- Qual é dessa tristeza ai? Quer um refri?

- To aceitando. . . - Pego uma latinha e começo a tomar, enquanto meus olhos se perdiam no por do sol, deixando minha mente pairar.

- Quer coversar?

- Não, to bem assim. Obrigado mano.

Depois das fotos, Marossi deixa a sacada.

Eu sou um amigo tão ruim que causei uma briga? Mas. . . Se ele tivesse ido, poderia ter morrido. . .

Um barulho chama a minha atenção. Sinto respingos de água em meus braços. Olho para baixo e vejo Bock na piscina, acompanhado do resto do pessoal.

Nem me convidaram?

- ROLAAA, VEM CÁ AMADO - Mondoni me chama, acenando para mim.

Sorrio em resposta e vou me juntar á eles. Sento-me em uma cadeira de sol e pego uma latinha de cerveja. Estava prestes a tomar quando Bock se aproxima e me molha propositalmente.

- Aaah!! Arrombado de merda! O que quer?!

- Entra aqui, Rola, a água ta boa.

- Não to muito a fim não. . .

- Mas você já está molhado!

- Não to muito não. E se você me molhar..... Você vai se ver comigo.

- Está molhado sim, Rola!

Neste momento, João se aproxima de mim e vira um balde de água - ao menos com temperatura natural - em mim. Acabo levando um puta susto e sinto a água em locais que não deveria sentir.

- Sempre quis fazer isso - João sai rindo, acenando para Bock.

- MEU CELULAR CARALHOOOO - Vejo que o coitado está a salvo e deixo-o em uma mesa seca - NOSSA VOCÊS SÃO MUITO UNS FILHOS DA PUTA MANO. NA MORAL VELHO......

- Já acabou, Jéssica?! Vem pra água logo!!

- Eu vou te matar.

Retiro minha blusa ensopada e entro na piscina, indo direto na direção do Alien disfarçado.  Dou um mini chute nele e faço-o engolir água.

- idiota.

- Uuhggh. . . Quanto amor, Rola

- Aaah! Chupa meu pau porra! - Pego a cabeça de Bock e afundo na água por segundos - Cacete.

- Se vocês tiverem um pingo de empatia, vão para o quarto, ninguém é obrigado a ver isso não.

Reviro os olhos e ouço Bock tossir. Ele sorri para mim de uma forma estranha. Que porra de tensão sexual era essa?!

- Se quer tanto assim seja mais gentil.

- Ai, na moral, sai.

Me afasto de Bock, indo para a outra ponta da piscina, e relaxando ali. Não demora muito até eu sentir algo encostar em certas partes. Dou um grito de susto e vejo Bock emergir, caindo no riso.

- VOCÊ TEM PROBLEMA, MOLEQUE? COMO VOCÊ É DEZ ANOS MAIS VELHO QUE EU? CARALHO MANO, QUE INSUPORTÁVEL!!!

- BOCK, DA UMA PAUSA AE CAMARADA - Lucas grita lá de dentro da casa.

- AHAHAHAHAHAHAHAHA VOCÊ SE ASSUSTA MUITO FÁCIL AHAHAHAHAHA

- QUEM NÃO SE ASSUSTA QUANDO PEGAM NO PAU DO OUTRO?! Oh mano, na moral.....

Saio da piscina e pego minhas coisas, ignorando as palavras de Bock. Sigo para o quarto e tranco a porta. Agora queria que ele se fudesse caso quisesse entrar.

Garoto retardado da porra..

Felizmente o quarto tinha um banheiro. Entro no box e tomo um puta de um banho gostoso que serviu para acalmar meus nervos. Não conseguia ficar estressado com ele durante muito tempo.

- Rola? Ta ai? Abre a porta, por favor.

Termino de me vestir e arrumo minhas coisas. Acabo montando um mini varalzinho e deixando minha roupa molhada secando.

- Rola, eu sei que está ai. Abre, por favor.

- Você não se toca que existem limites, né, Bock? - Digo, enquanto destranco a porta - Deve ser por isso que a sua namorada te xingou.

- Mas eu só estava brincando com você como sempre!! Somos amigos, oras. Não entendo o porquê de estar tão estressado assim!

- Eu também não sei, mas já que estou estressado, você não venha com gracinhas.

Geralmente eu ignoro todas as vezes que Bock faz alguma piadinha ou até mesmo passa dos limites e sei lá, tenta fazer com que eu pegue no pau dele, mas estranhamente agora estava estressado. Não sou assim. O que está acontecendo. . .? Por que estou me importando tanto? Ele mesmo diz que somos apenas amigos.

- Eu faço isso sempre e nem por isso você deu um piti assim.

- Eu preciso de paz, ok? Só. . . Não me estressa.

Saio do quarto e volto para a sacada, dessa vez encontrando Stage.

- Brigou com Bock? - Ele pergunta.

- Como sabe?

- Só imaginei. . . Pela sua cara também. . . Quer conversar?

Acabo aceitando a proposta e fecho a porta da sacada para ter mais privacidade. Sento-me em uma cadeira e olho como o céu noturno era bonito.

- Stage, eu estou estressado. . . Mais que o normal! Eu tenho um sentimento estranho comigo. . . Algo meio agoniente, não sei, em relação ao Bock. . .

- Você está mais impaciente com as brincadeiras dele, deu pra notar - Stage diz, bebendo um pouco de cerveja.

- Exato. . . E eu não sou assim! Normalmente eu xingo e ignoro, mas não estou conseguindo agora. . . Eu. . . Eu estou me importando com essas coisas. . . Quando ouvi a notícia do avião dele que caiu, eu entrei em choque, cara! Você não tem noção. . . E quando eu encontrei ele aqui, senti um alívio tão grande. Chorei feito um bebê. . . Me senti bem. . . Mas voltei a ficar desconfortável com um sentimento estranho. Tá fazendo sentido?

- Você se importa com ele - Stage concluí.

- Isso eu sei. . . Sempre me importei, mas agora estou muito mais incomodado. . .

- Talvez esteja criando laços maiores com ele, uh?

- E-Em que sentido?

- Não sei, Rola, isso você tem que descobrir. Mas pelo que noto, você parece gostar bastante dele, está se preocupando mais e reagindo diferente em relação as brincadeiras dele....

- E o que isso significa?!

- Não sei - Stage sorri e se levanta - Acho que está fácil para você descobrir.

E com esta fala, o moreno se retira do local, me deixando sozinho e com um turbilhão de pensamentos. Estava utilizando todos os meus neurônios para conseguir decodificar a mensagem de Stage e ligat todas as peças. Mas parecia impossível. Fiquei uma cota olhando para o céu e refletindo sobre meus sentimentos e comportamentos perto de Bruno Bock.

Seria possível eu estar gostando dele? Digo. . . Não é como se eu fosse gay, mas já senti uma atração por um amigo antes, então acho que pode ser provável. . . Mas. . . Tão de repente?! Talvez não.. Conheço Bock faz anos e sinto que comprimi isso bastante e só agora percebo. . . Todas as minhas reações, meus sentimentos, comportamentos. . . Faz sentido, mas como posso ter certeza?

- Rola, não vai comer não? - Mondoni aparece, cutucando minhas costas.

- Obrigado por me chamar.

Sigo para a sala para termos um jantar.

[ no dia seguinte ]

No dia seguite, acabei tendo algumas interações com Bock que apenas confirmaram meus sentimentos. A conversa com Stage me ajudou bastante. Mas mesmo assim, o que eu poderia fazer em relação a isso?! Bock namorava e eu jamais gostaria que terminassem. Não iria também contar o que sinto por questões de insegurança e amizade. Sei, um puta clichê mas enfim.

- Entra na água, gordinho delícia - Bock me chama para a piscina.

Olho de relance para ele e o vejo nadando todo despreocupado. Ter uma noção mais nítida nos meus sentimentos acaba me afetando pois agora, mais do que nunca, reparava mais em Bock. Suas manias de fala, seus sorrisos e risadas, o jeito como lida com cada coisa, seus traços, entre outras coisas. Era inevitável e isso me estressava pois somente piorava as coisas para mim. Estava decidido em esquecer este sentimento mas me contradizia bastante.

- Não, obrigado. Depois de ontem, nunca mais entro na piscina com você.

- Prometo que vou me comportar, Rolandinhooooo - Seu olhar pidão amoleceu meu coração.

- Boquete só depois da meia noite, viu?. - Brinco, tirando a blusa e entrando na piscina.

- Claro, você prometeu hihi - Bock retribui com um olhar malicioso e nada até mim, colocando uma boia de flamingo em mim - Fabulosa amor.

- Eu to, né? Essa boia é de quem? Deve ser do Mondoni por ser gigante.

- Olha o preconceito. Nunca mais te faço café - Mondoni me ameaça, do outro lado da piscina.

- É brincadeira, garotão. Te amo!

- Oh, que história é essa, Rola? Está me traindo com o gordo?

- Meia noite de conto, Bock.

- Mas não tem como contar, vai estar com a boca cheia AHAHAHAHAHAHAH

Ele não para, senhoras e senhores.

- cheia de chocotoni.

- Pauduco AHAHAHAHAHAHAHA

- Bock, não teve graça - Eu e Mondoni concordamos.

- Pra mim teve.

Passamos a tarde ali e no final, fomos para a praia. Estava vazia, mas iríamos fazer nossa própria festa. Bock trouxe fogos de artifício e iríamos estourar e passar a virada no mar. Só faltou a droga.

- Rola, tá ocupado? - Bock pergunta.

- Não, por enquanto não.

- Me segue, então.

Acabo indo atrás de Bock e vamos nos afastando do pessoal, passando por grandes rochedos. Caminhamos até Bock resolver sentar numa pedra alta. Subo com um pouco de dificuldades mas nada demais.

- O que quer?

- Aproveitar sua companhia. Está uma tarde bonita e logo será 2020. . . Ansioso? - Bock olha diretamente para meus olhos, o que me deixa um pouco envergonhado.

- . . . Um pouco - Sorrio, desviando meu olhar.

- É. . . Este ano não foi fácil. . . Ei, Rola! Era tradição na minha família ir para a praia no último dia, pegar uma pedrinha, revelar um segredo e joga-la no mar. Quer fazer isso?!

- Se você fizer primeiro.

Sigo para as margens do mar. Bock me entrega uma pedra pequena. Observo suas mãos segurando com cuidado a pedra e seu olhar perdido no mar.

- Eu. . . Sinceramente, eu venho passando por algumas dificuldades no meu relacionamento. Por mais que meu amor me faça feliz, sinto que não é mais tão real. Que 2020 me mostre o caminho - Por fim, Bock joga a pedra.

- . . . Minha vez né? - Ele sorri, me passando confiança. Respiro fundo e me concentro - Esse ano passei por mais sensações esquisitas. Acho que finalmente entendi a razão de tudo isso, mas não sei lidar. Que 2020 me mostre o caminho - Jogo a pedra, vendo-a afundar ao longe.

- Wow! Profundo!! Quer falar sobre isso? Estou curioso agora.

- Não é um segredo, Bruno Bock? - Sorrio com a situação.

- Oras, o meu nem foi tanto. Poxa, Rola, sou seu melhor amigo, quero saber!

- Vamos fazer isso de novo, eu gostei. Se você falar um segredo maior, eu te conto em mais detalhes.

- . . . Certo.

Pegamos outra pedra e repetimos o processo.

- Neste ano, busquei mais o auto conhecimento e acabei encontrando certas coisas que não queria saber. Me apaixonei por outra pessoa, mesmo namorando. Que 2020 me mostre o caminho - Bock joga a pedra longe.

Caralho.. Agora sim que eu passo mal e morro.

- Vou querer saber dessa história ai.

- Depois que você contar a sua.

- . . . Este ano, perdi uma pessoa muito especial. Sinto que não posso mais ser sincero com ela e que definitivamente, ela merece mais do que a minha amizade. Que 2020 me mostre o caminho.

Voltamos para a pedra.

- Sou todo á ouvidos - Bock apoia sua cabeça em suas mãos e seus cotovelos em suas pernas.

- . . . Promete que, independente do que eu disser, nada vai mudar e vai ficar em 2019?

- Olha, não sei se posso prometer isso, mas tentarei meu máximo. Jamais faria algo para te magoar, só pra ofender mesmo e humilhar. Brincadeirinhaaa!!

- Certo, certo. . . Eu. . . Bock. . . Aah!! Eu não sei por onde começar. Antes que diga " pelo início ", estou procurando o início. Acho que, de alguma forma, este sentimento sempre esteve ali. Você me zoa por eu não ter uma boa vida amorosa, logo me chama de gay, mas de fato, acho que sou bi. Enfim, eu comecei a me sentir difetente perto dessa pessoa. Percebi isso quando minha impaciência era grande, sendo que normalmente eu cago pra tudo. . . Conversei com uma pessoa que me ajudou muito a me entender. . . Talvez eu esteja sendo um pouco precipitado e inconsequente mas eu me sinto dessa forma faz um bom tempo e-

- Ei, eu também. . . Quando disse que me apaixonei mesmo namorando, eu percebi isso com literalmente minha namorada. Ela disse que eu parecia amar mais a outra pessoa do que ela, mas logo disse que era besteira. Porém percebi que de fato tenho um carinho especial por esta pessoa e às vezes criamos uma tensão sexual gigantesca. Talvez só eu perceba isso, ou é coisa da minha cabeça. . . Mas eu meio que não quero aceitar. Eu tenho medo. . .

- Eu também tenho. . .  Que é a pessoa?

- . . . Se eu falar, você vai achar que eu to zoando.

- E se eu falar, você vai me zoar.

- Então falamos no três!

- que infantil, Bock.

- Melhor do que nada. Vai! Um.. dois.. três! Você..

- Você-

E um estranho silêncio pairou entre nós depois dessa declaração. Ficamos ambos em choque e desacreditados. Meu coração bateu de forma rápida e meus olhos se negaram desviar dos dele.

- Está falando a verdade? - Perguntei.

- Não brincaria sobre isso. . . Talvez sim, mas estou sendo sincero. . . Rola você. . . Você também se sente assim?. . .

- Pra caralho. . . Eu chorei pensando que você estava bem, caralho. . .

Bock ri e se aproxima de mim, sorrindo e fazendo um carinho em meu cabelo.

- Eu estou desacreditado - Digo, com um sorrisinho besta na cara.

- Eu também - Sinto uma de suas mãos em minha perna e a outra em minha nuca.

Neste momento, nada mais importava senão nós mesmos. Nos aproximamos para um beijo mas fomos interrompidos por uma queima de fogos que se iniciava.

- Feliz ano novo, Rola..

- Feliz ano novo, Bruno..

Voltamos a nos aproximar e iniciamos um beijo, ignorando a queima de fogos que estouraram praticamente em cima de nossas cabeças. Nada mais importava no mundo senão nós dois ali, juntos, curtindo o momento. Tive a certeza de todas as minhas escolhas nesta vida. Tudo estava bem como deveria estar.

- Este é nosso segredinho. . . Este ano, irei conversar com ela. Já tomei minha decisão. Quero te fazer feliz, Rolandinho.

- Você sempre me fez, Bruno bock.

E iniciamos mais um beijo, curtindo o som da praia e dos fogos coloridos. 


Notas Finais


Você chegou ao fim, es um guerreiro!! :D

Espero que tenha gostado da fic :3

■ Desculpem-me qualquer erro ortográfico ou algo que não foi de muito agrado

Feliz ano novo para vocês!!


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