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História Outer Banks - Oh fuck you!


Escrita por: mii-riggsdixon

Notas do Autor


Boa leitura!!!

Capítulo 22 - Oh fuck you!


Fanfic / Fanfiction Outer Banks - Oh fuck you!

Kiara estacionou o carro na casa do John B, depois que eu e Sarah ligamos para ela pedindo para nos buscar perto do Wreck quando ficamos cansadas demais para continuarmos andando sozinhas por aí. Eu soltei um suspiro longo, descendo do carro e enquanto caminhávamos até a residência com apenas uma luz acesa, eu diminuí os meus passos, olhando a mancha de sangue que havia no chão, perto da árvore. Eu engoli em seco sentindo o meu estômago revirar só de olhar para aquilo e as duas se aproximaram de mim, também olhando a mancha por alguns segundos.

-Eu tentei lavar, mas... Não saiu. -Kiara mencionou e eu apenas assenti mostrando entender. -Futuramente, talvez possamos jogar areia por cima ou algo assim, para que você não tenha que ficar se lembrando do que aconteceu. Deve ter sido traumático. -eu assenti mais uma vez sabendo que seria uma boa idéia mesmo. Para ser sincera, me causava arrepios apenas de voltar aqui.

-Vem, vamos entrar, você precisa descansar. -Sarah falou e eu continuei parada no mesmo lugar, sabendo que JJ estava lá dentro e eu não tinha certeza se eu iria querer vê-lo depois de tudo que ele disse e fez. -O que foi? -ela me perguntou.

-Acho que eu vou para outro lugar, para o hotel talvez, vai ser melhor. -eu respondi e elas se entreolharam, não esperando por isso. -Eu não quero ficar aqui, porque eu não quero ter que falar sobre tudo o que aconteceu agora. Acho que eu preciso dormir por boas horas antes de qualquer coisa.

-O melhor agora é ficarmos juntos, é mais seguro. -Kie disse e eu pensei um pouco. -Vamos, você fica em um dos quartos. Além do mais, se é por causa do JJ, acho que ele foi para casa. Ele mencionou algo assim antes de eu sair daqui. -eu a olhei e por fim assenti, as seguindo até a casa. Elas entraram na minha frente e eu passei pela porta travando no meio do caminho ao ver que JJ ainda estava aqui, sentado em dos sofás, com os seus olhos avermelhados e o rosto inchado, sem se dar o trabalho de sequer olhar para quem chegou. -Busquei as fugitivas no caminho para cá. Me contaram uma história e tanto do que rolou, deviam ouvir depois.

-Você já saiu do hospital?! -John B disse se levantando e eu sorri para ele o abraçando, quando ele veio na minha direção para fazer isso.

-Fugimos na verdade, a história é bem longa, mas a nossa garota está viva e bem. -Sarah comentou em um tom óbvio dando uma olhada para JJ, que se manteve imóvel, apenas encarando o chão. Pope sorriu se levantando e me abraçou em seguida, me fazendo retribuir, sorrindo para ele sem mostrar os dentes, enquanto eu passava a me sentir um pouco fraca, por não ter comido nada ainda e por ter que estar tomando toda aquela medicação que embrulhava o meu estômago. Nós nos separamos e eu os olhei, evitando olhar para o garoto, que até então, por algum motivo ignorava a minha presença. -Temos muita sorte para falar a verdade de tudo ter dado certo, minha amiga aqui precisa só descansar um pouco e logo ela estará 100 por cento. -eu assenti para confirmar, a vendo se jogar no sofá.

-Isso é uma ótima notícia, certo, JJ? -John B perguntou o olhando, e o garoto apenas fez um barulho com a boca, para mostrar que ele ouviu. Um silêncio constrangedor tomou conta da casa, nos fazendo ficar olhando um para cara do outro sem saber o que dizer, e John B limpou a garganta sorrindo para mim e dando algumas batidinhas no  meu ombro. -Enfim, pelo menos estamos juntos e todos inteiros, isso é ótimo.

-Acha que eu estou inteiro, cara? -JJ perguntou a ele e se levantou tirando o boné da cabeça. -O que diabos ela está fazendo aqui? Achei que eu tinha dito que era para mantê-la longe daqui. Será que vocês não entendem algo simples como isso?! -eu fiz uma cara estranha cruzando os meus braços, por eu não estar reconhecendo o modo que ele estava falando com todos. -O que diabos está fazendo aqui? -ele me perguntou e eu arqueei uma sobrancelha.

-Bom, eu não ia tocar nesse assunto, mas agora que você começou, eu estou esperando você dizer tudo na minha cara, seu babaca. Os meus pais são horríveis em mandar recado sabia? -eu perguntei querendo debochar da situação, mas não conseguindo. -Porque disse todas aquelas coisas para eles? Qual é o seu problema? Sabe o quanto me doeu acordar naquele lugar e ouvir que você foi embora? Que você simplesmente me deixou lá? -eu perguntei com a voz embargada por eu saber que eu iria chorar e ele me olhou da mesma maneira. -É isso que você quer que eu faça? Quer que eu vá embora? Venha aqui e me diga. -ele respirou fundo e fungou, antes de ficar de frente para mim de modo que eu pude sentir a sua respiração.

-Bom, aqui está... Se os seus pais não foram claros com você, eu serei. -ele disse e as lágrimas escorreram pelo meu rosto enquanto encarávamos um ao outro de perto. -Eu quero que você vá embora. Eu prefiro que fique bem longe com eles do que perto de mim. Eu não quero mais ver você. Satisfeita? Ou quer que eu diga algo há mais huh? -eu limpei as lágrimas que escorreram e neguei com a cabeça, ainda digerindo as palavras que ele teve coragem em me dizer.

-Qual a porra do seu problema? Não seja cruel com ela. -Sarah falou se intrometendo. -Ela acabou de sair de um hospital. Não precisa ouvir você dizendo maldades, porque está com raiva do que aconteceu.

-Ela pediu para que eu dissesse. -JJ disse se virando para ela por um breve momento. -A Kook pede e eu obedeço. Não é, Princesa dos Kooks? -eu travei o meu maxilar com raiva por ele estar me chamando como antes e neguei com a cabeça sem acreditar.

-Você é cuzão. -foi a única coisa que eu disse, com o tom de decepção presente na minha voz. -Um cuzão. Eu não acredito que está me dizendo isso depois de tudo.

-Hmm... Lya, pode ficar no meu quarto enquanto estiver aqui. A cama é mais confortável para você e para a Sarah do que esses sofás então... -John B disse tentando ignorar o que acontecia. -Você pode ficar lá. Acho que precisam dormir um pouco... Os dois. JJ, já chega ok? Segura a sua onda cara. Antes que se arrependa depois e tudo piore. -John B disse o olhando e o loiro riu, debochando e passando a mão nos seus cabelos.

-Ela queria ouvir de mim... Já até devia ter ido embora logo para o passeio na Itália, porque não queremos ela aqui, certo pessoal? -JJ perguntou limpando as lágrimas que escorreram pelo o seu rosto e todos permaneceram calados apenas nos olhando enquanto eu tentava encontrar algum indício de que o garoto que eu conheci, ainda estava nele. -Certo?!

-Cara, vai dormir um pouco. -Pope pediu querendo quebrar com o clima tenso que estava na sala. -Não diga essas coisas, tudo bem?

-Porque você não cala a boca e me deixa? -JJ perguntou a ele e eu ri com deboche, o que o fez voltar a olhar para mim. -O que acha engraçado?! Hein?! Você ainda está aqui, isso é sério? 

-Quer parar?! -Sarah falou o encarando como se não o reconhecesse. -Se for para ficar dizendo essas coisas a ela, eu mesma vou levá-la embora. 

-Está tudo bem. -eu disse a ela. -Não é tão surpreendente porque uma hora ou outra, as pessoas começam a me tratar assim e eu já acostumei. -eu limpei as lágrimas que escorreram pelo meu rosto e voltei a encarar o menino. -Mas, não haja como um imbecil comigo, você não é assim. -eu falei. -Quer mesmo que eu vá embora?! Para outro país?! Para que nunca mais vejamos um ao outro?! -o garoto assentiu obviamente.

-É o que eu mais quero e você está dificultando isso. -ele respondeu e eu assenti me aproximando dele e o encarando bem de perto.

-Então eu vou dizer algo que você não vai gostar de ouvir. -eu respondi. -Eu vou ficar. Eu não estou indo para lugar algum e vai ter que continuar olhando para a minha cara todos os dias sabendo que está agindo como um cuzão. -ele travou o maxilar me olhando de uma maneira que eu nunca vi antes, e então assentiu enxugando o rosto mais uma vez antes de fungar.

-Eu vou dormir no sofá da varanda. -JJ falou saindo pela porta e a bateu. Um silêncio se instalou na sala, e eu fiz uma cara estranha, colocando a mão na minha cabeça que estava dolorida.

-Você está bem? -John B me perguntou me dando um abraço e passando sua mão levemente contra o meu cabelo. Eu apenas assenti com a cabeça e nós nos separamos.

-Sim... Eu só, preciso me deitar um pouco, a minha cabeça está doendo muito. -eu respondi. -Boa noite pessoal. -eu dei uma olhada em direção a porta para a varanda e dei as costas, andando em passos rápidos até o quarto. Eu me sentei na cama me sentindo fraca e fechei meus olhos com um mal estar me invadindo. Eu respirei fundo pensando em tudo o que JJ me disse e então me deitei para dormir um pouco, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Fechei meus olhos com força sofrendo internamente para que eu não soltasse um choro alto e funguei me virando para o canto, para que eu conseguisse dormir.

**

Durante a noite, meus olhos se abriram automaticamente ao ouvir alguém gritando. Eu pisquei algumas vezes tentando me localizar enquanto o meu corpo acordava com a adrenalina que disparou o meu coração, o fazendo dar um salto. Uma movimentação na casa começou por ter alguém chorando e eu olhei as horas no despertador, vendo que agora eram exatamento uma e quinze da manhã. Eu me virei na cama e Sarah, que até então dormia ao meu lado, se mexeu me olhando com uma cara confusa.

-Você ouviu isso, Lya? -ela me perguntou um pouco sonolenta e eu assenti confirmando com a cabeça. Ela franziu o cenho se levantando e saiu do quarto enquanto eu me preparava para segui-la para olhar o que estava acontecendo. Nós caminhamos até a varanda e eu parei perto da porta ao ver JJ chorando enquanto Pope e Kiara estavam a sua volta, o enchendo de perguntas e o cercando, o que parecia apavorar ele ainda mais por eles quererem saber o que rolou. -O que houve? -Sarah perguntou sem entender e abraçou o corpo por conta da brisa gelada que entrava na casa.

-Eu acho que ele teve um pesadelo, eu não sei. Ele não quer contar o que foi. -Kiara respondeu passando a mão no cabelo dele e eu dei as costas indo até a cozinha. Eu enchi um copo com água e voltei para a varanda, o entregando para JJ, que primeiro olhou o copo antes de pegá-lo, sem nem me olhar.

-Respira fundo cara, você parece estar surtando. -Pope mencionou e nós nos entreolhamos com John B, que olhava o que acontecia, assim como todos nós. -Quer nos contar o que aconteceu? Ou quer ir dar uma volta?

-Sabe, se ficarem em cima dele não vão ajudar em nada. -eu mencionei ao ver o estado em que o garoto estava. -É um ataque de ansiedade, logo vai passar, só parem de perguntar.

-Ele tem isso? -Pope perguntou com uma cara confusa e eu apontei obviamente para o garoto, para mostrar que sim.

-É só segurar a mão dele. Faça ele se sentir a sua pulsação, ele vai se acalmar. -eu disse. -Eu até faria isso, mas ele não me quer mais perto dele então...

-Triste. -John B falou.

-Fiquem com ele até que ele durma, ele vai estar melhor pela amanhã. Era desse jeito antes. -eu dei uma olhada no garoto e soltei um suspiro, tendo que me controlar para não me sentar ao seu lado. -De nada. -eu saí andando para dentro da casa novamente e voltei para o quarto, batendo a porta, e indo dormir.

Assim que amanheceu, eu fui uma das primeiras a acordar e eu saí do quarto logo após tomar um banho e colocar alguma roupa. Eu peguei o pacote com remédios dentro da minha mochila, que estava em uma poltrona no corredor e olhei nas receitas qual eu devia tomar no período da manhã. Analisei os frascos esverdeados checando se eu estava pegando o correto e segui para sala em passos calmos, percebendo que Pope e Kie não estavama por aqui. Dei uma olhada breve na direção do sofá em que JJ dormia e sorri sem mostrar os dentes quando encontrei com John B na cozinha.

-Bom dia. -eu disse.

-Bom dia. -ele respondeu fechando o jornal que lia. -Tem chá naquela garrafa, se você quiser... Já aviso que não ficou muito bom, está com gosto de planta. -eu sorri pegando um pouco e me sentei no banco ao seu lado, tomando um gole do líquido meio amarelado, o que me fazia duvidar mesmo do gosto daquilo.

-Você tem razão, está horrível. -eu falei após engolir aquele troço amargoso e ele riu. -E então? Alguma notícia aí que devemos nos preocupar? -eu perguntei e ele negou em um gesto simples.

-Tudo tranquilo por enquanto. Nada suspeito e que dedure que eu estou aqui. -ele falou. Eu me virei para trás olhando JJ ainda dormindo e soltei um suspiro, abaixando o olhar para a caneca azul que eu segurava. -Depois que você nos disse o que fazer, ele dormiu a noite toda. -John falou, me fazendo olhá-lo. -Lya, eu conheço o JJ ok? Tudo que ele te falou foi da boca para fora. Ele se culpou pelo o que aconteceu, eu nunca o vi do modo que ele ficou e por ter quase te perdido de vez, alguma coisa na cabeça dura dele diz que se ele te manter longe, isso não vai acontecer novamente. Estúpido, eu sei, totalmente sem sentido. Mas, ele não lida bem com mortes e nem quase mortes. -eu pensei em tudo que o John B disse e assenti brevemente. -Ele ama você. -eu franzi o cenho e arqueei uma sobracelha depois, antes de negar.

-É, talvez. -eu respondi e bebi outro gole do chá ruim. -Sinceramente, eu não sei mais. O modo que ele falou comigo ontem, cheio de ironias e indiretas, me fez lembrar de como as coisas eram com a porra do Rafe. E eu sinto que tudo está me quebrando, ultimamente.

-Eu sei. -John B disse e eu voltei a olhá-lo. -Mas, acredite em mim. Eu conheço o meu amigo e ele vai querer te afastar por causa do que aconteceu. Ele acha que se odiarem um ao outro, vai doer menos caso alguma outra coisa aconteça agora que você decidiu ficar.

-É, vamos ver o quanto isso vai durar. -eu falei em um revirar de olhos. -Acho que as coisas não podem ficar piores para mim do que já estão. -ele assentiu em um gesto breve e colocou a mão no meu ombro.

-Eu nunca tive a chance de te dizer isso antes, mas... Eu sinto muito por tudo o que você passou desde que começamos com isso. A história com os seus pais, com o Rafe e tudo mais. -eu sorri sem mostrar os dentes e assenti, mostrando que estava tudo bem. Além do mais, sem eles, tudo estaria drasticamente pior. -E por ter nos ajudado com tudo. JJ não pensa nas coisas que fala, mas, eu não queria que você pensasse que não queremos você mais aqui também. É Pogue agora, você sabe. -eu senti minhas vistas embaçando e enxuguei os meus olhos, sorrindo para o garoto ao meu lado. -É bom que está de volta. -eu assenti mais uma vez e nós dois nos abraçamos, me fazendo respirar fundo e fechar meus olhos por breves instantes, por eu ter ouvido algo de bom.

-Atrapalho? -nós ouvimos JJ perguntar e nós nos separamos, observando o garoto passando andando apenas de bermudas e indo procurar por algo na geladeira.

-Na verdade JJ, eu estava me desculpando pelas suas grosseirias de ontem a noite. -John B respondeu virando seu boné para trás e ele fez apenas um barulho com a boca enquanto eu voltava a tomar o meu chá. -Devia aproveitar o dia para refrescar a sua cabeça, temos muita coisa pela frente ainda.

-É, vocês sempre me dizendo o que fazer ou não... Essa merda cansa. -o loiro disse e eu revirei meus olhos sem acreditar. John B me lançou um olhar impaciente e saiu andando.

-Vou acordar a Sarah, não podemos ficar dando bobeira aqui. -ele mencionou durante o caminho e JJ bateu a porta da geladeira, se virando com um pacote de pães, além de um cream cheese, que provavelmente devia estar vencido.

-JJ. -eu o chamei e ele me ignorou, procurando por uma faca nas gavetas ao seu lado. -JJ. -eu o chamei novamente e ele me olhou por breves segundos, mostrando que eu podia falar, que ele estaria ouvindo. -Sabe, precisamos conversar e deixar esclarecido o que somos agora. Se estamos juntos ou não, ok? Ignorar um ao outro, não vai ajudar em nada. -ele me olhou novamente sem parar de andar pela cozinha e eu senti minhas vistas embaçando, o que me obrigou a respirar fundo para que eu não começasse a chorar. -Eu não vou passar por essa merda de novo. O meu relacionamento com o Rafe foi um inferno, não torne o nosso assim também.

-Bom, tem que escolher melhor os caras pelo qual você se apaixona princesa. -ele disse mordendo o pão e eu o encarei sentindo a minha pulsação aumentar de puro ódio, mesmo sabendo que ele estava fazendo isso de propósito.

-Você é muito injusto e um imbecil. -eu falei sem acreditar e neguei com a cabeça. -Tudo isso por causa da porra de uma promessa! JJ, eu estou aqui ok?! E não tive culpa do que aconteceu e não mereço ser tratada dessa maneira porque você não sabe como lidar com isso! -ele respirou fundo cobrindo os olhos e bagunçou o cabelo. -Aconteceu! Eu sei que assustou todo mundo e te assustou, mas...

-Mas, nada! -ele gritou comigo e eu me calei. -O que aconteceu, ferrou com a minha cabeça, você me ouviu?! Ferrou com a minha cabeça, porque eu não consigo pensar direito desde aquele dia! Não é porque tivemos muita sorte antes, que sempre iremos ter Lyanna! E eu percebi isso quando eu te vi morrer na minha frente! Quando eu vi que as pessoas vão matar para ter esse ouro!

-Meu Deus, isso foi acidental! -eu disse em um tom alto, tentando fazer com que ele entendesse.

-O tiro que a Sarah levou foi por causa do puto do Rafe e não foi acidental! -ele gritou. -Se ele atirou na própria irmã, acha que não faria com você?! Que o psicopata do Barry não faria?! -eu o olhei e respirei fundo. -Eu não posso mais fazer isso ok?! Porque eu sei que outra merda vai acontecer e eu vou ter que passar por essa porra de novo! E eu não posso passar por toda essa merda maiz uma vez! Eu não consigo! E se tudo isso vai te fazer me odiar, ótimo! Mas eu prefiro que me odeie e esteja longe do que me ame e fique por perto e morra! -eu franzi o cenho e passei a mão no rosto, processando o que ele disse.

-Isso é estupidez. -eu falei. -Não vê o quão sem noção isso é?! Acha que me afastar vai mudar alguma coisa?! Nada aconteceu! Foi só um susto e...

-E eu achei que você ia morrer! -ele gritou.

-Eu não tive culpa! -eu retruquei no mesmo tom. -E porque diabos está querendo descontar isso em mim?! Acha que tudo que me disse ontem e como está agindo não está me magoando?! -eu disse me levantando do banco. -O que foi que eu fiz para você?!

-O que você me fez? -ele perguntou mais calmo e respirou fundo. -Fez eu amar você e agora quer continuar metida em algo que pode te matar. -ele soltou as coisas no balcão e caminhou até o sofá, pegando sua camiseta. -Eu não quero discutir de novo... Estou cansado dessa porra. -ele passou por mim e saiu de casa batendo a porta.

-Quer saber?! VÁ A MERDA ENTÃO! -eu gritei para que ele ouvisse e ele se virou me apontando o dedo do meio. Eu fiz o mesmo e ele subiu na moto, a acelerando antes de sumir de vez. -Que inferno! Esse garoto me tira do sério. -eu resmunguei dando as costas para a porta e caminhando pela cozinha para procurar alguma coisa para comer. Eu fiz uma cara estranha, sentindo um mal estar repentino e me escorei no balcão, respirando fundo. Eu fiz uma careta ao sentir um gosto ruim na boca e corri para o quarto sentindo pontadas na minha cabeça, que a faziam chacoalhar. Eu me sentei um pouco na cama me sentindo tonta, com as minhas vistas embaçando e corri para o banheiro quando algo subiu para o meu esôfago. Eu me curvei no vaso começando a vomitar um líquido amarelo, que com certeza era a bile por eu não ter comido direito e tossi me sentindo um pouco fraca.

-Lya? -eu ouvi a voz de Sarah saindo do outro quarto e ela apareceu me olhando, enquanto terminava de vestir um cropped verde. -Lya? O que aconteceu? Você está bem? Nós... Ouvimos tudo.

-Não, tem alguma coisa de errado comigo. -eu respondi e vomitei novamente o que a fez vir até mim para segurar o meu cabelo.

-Você está com febre. Está quente... -ela mencionou e eu fui até a pia, molhando os meus pulsos e o meu rosto enquanto ela apertava a descarga. -Tomou os seus remédios? -eu neguei em um gesto simples. -Eu vou lá pegar, se deita um pouco. -ela saiu pela porta e eu a segui indo para a sala, onde estava mais arejado. Eu me sentei no sofá abraçando as minhas pernas e deitei minha cabeça no encosto, esperando que isso passasse mesmo. Eu não aguentava mais me sentir assim. 

-O que houve? -John B perguntou saindo do outro quarto.

-Acho que ela está com alguma reação dos remédios do hospital, ela está passando mal. -Sarah respondeu e me trouxe a água, além do remédios. Eu os tomei fazendo uma careta e ela me olhou, colocando a mão na minha testa. -Espero que não seja tão grave para termos que te levar de voltar para o hospital.

-Ah, por favor, não. Não aguento mais agulhas. -eu respondi. -Eu vou ficar bem, de tarde eu estarei bem melhor. -ela assentiu para mim e se entreolhou com o John B, enquanto eu fechava os meus olhos para dormir.

Point of view Sarah Cameron

Eu e Kie olhávamos a bula dos remédios que o farmacêutico indicou enquanto Lya, dormia escorada no sofá da sala. Eu separei tudo de acordo com os horários enquanto Pope conferia as caixas e todos nós olhamos quando a porta foi aberta e JJ entrou, apenas de bermudas que pingavam água, cantarolando uma música.

-Você não olha mais o celular, por um acaso? -eu perguntei e ele negou em um gesto simples. -Onde você estava? Já escureceu e estávamos tentando falar com você há horas.

-Na praia. Eu tirei o dia para pegar algumas ondas, como o meu amigo John B sugeriu. -JJ respondeu. -Acabei de sair de lá. Sentiram a minha falta?

-Sim, é que precisamos ir a farmácia e como o carro da Kie teve que encontrar uma oficina e as chaves do carro da Lya não fazemos ideia de onde estão, tivemos que ir a pé inteligência. -Pope respondeu. -Se sua moto estivesse aqui, teria sido bem mais rápido. E não sabemos se é do seu interesse ainda, mas a Lyanna não está nada bem. Ela está vomitando desde que você saiu e está com febre. -ele apontou para a menina no sofá e JJ a olhou brevemente com uma cara estranha.

-Porque ela está aqui? Qual a temperatura? -ele perguntou se aproximando silenciosamente para dar uma olhada nela. -Deviam ter a levado de volta para o hospital, vocês não sabem o que ela tem.

-Ela já tomou os remédios, o farmacêutico disse que ela vai melhorar logo. -eu falei. -O remédio dá sono, provavél que ela acorde apenas amanhã. -ele ficou parado no meio da casa como se fosse uma assombração ainda raciocinando tudo que dissemos e Kie soltou um suspiro.

-Não tem nada haver com o tiro, ele disse que pode ser uma crise de stress. -ela falou. -E eu não discordo, estamos passando por muitas coisas ultimamente e o corpo dela pode ter acumulado tudo. -eu assenti concordando.

-Vocês tem certeza de que ela não está grávida? -John B mencionou e nós quatro o encaramos, enquanto eu revirava meus olhos por ele ter sugerido uma possibilidade tão absurda assim.

-Cara, não brinca com o meu coração. Ele não pode passar por fortes emoções tão cedo novamente. -JJ disse, mas franziu o cenho nos olhando um pouco assustado. -Não tem chance disso, tem? Eu não acho que tenha.

-Claro que não seus idiotas! Ela esteve em um hospital há dois dias, eles saberiam se ela estivesse. -Kie falou.

-Ela comeu alguma coisa? Ou bebeu água? -JJ perguntou.

-Está preocupado agora? Não é você que a queria longe daqui até hoje cedo? -eu perguntei debochando, por não aprovar o modo que ele agiu com ela desde que ela chegou aqui.

-Longe não quer dizer tipo no céu, Sarah Cameron. -ele retrucou e eu arqueei uma sobrancelha. -Eu vou buscar alguma comida que preste, essa casa não tem nada. E estou levando o meu celular. -o garoto mencionou passando pela porta e nós três nos entreolhamos.

-Eu disse, ele ama ela, só é cabeça dura. -John B disse abraçando uma almofada.

-Espero que ele volte a normalidade então, antes que ela não queira nem olhar na cara dele para o resto da vida. -eu disse. -E se ela fazer isso, podem esquecer. Não tem volta. -eu e Kie nos entreolhamos e Pope riu, negando.

-Impossível. -ele falou. -Eles são almas gêmeas, impossível serem tão malucos assim por pura coincidência. Fora que... Durante a nossa ida para Charleston, que tivemos que ficar horas naquela oficina, eu acho que ele iria pedir ela em casamento e eu acabei interrompendo. -eu arregalei meus olhos assim como todos e nós começamos a rir, surpresos com o que ouvimos.

-Como assim você interrompeu? -Kie perguntou. -E como sabe que ele iria fazer isso? O JJ não tem cara de que faria algo assim, ainda mais na nossa idade.

-Ah, ele faria sim! Ele é amarradão nela desde o nosso primeiro ano, com certeza ele faria. -John B falou.

-Está brincando! -eu disse ainda sem acreditar. -Eu achei que vocês nos odiassem naquela época! Como assim ele já gostava dela?

-Por qual motivo você acha que ele e o Rafe não se davam bem sempre que se encontravam? -Pope me perguntou. -Era óbvio, ele percebeu o que seu irmão estava querendo. Por qual motivo você acha que o JJ começou a participar das aulas de surf no mesmo horário que vocês duas? -eu ri sem acreditar e cobri minha boca com as mãos. -Não fala para ele que te contamos. E nem para ela, não sabemos se ela sabe. -E vão por mim, eu conheço pessoas muito apaixonadas. Ele com certeza iria pedir sim.


Notas Finais


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