Alguns dias depois da visita inesperada de Hilda, lá estava ela de novo no leito de Milo. Enquanto eu estou parado quase na frente da porta do leito do paciente Kalivas me encontrei em um terrível dilema: “Eu irei embora ou entro no leito”
Sinceramente nem eu sabia o que estava acontecendo comigo naquele momento, logo que sempre fui um cara tão frio e centrado nos meus objetivos. Agora dentro de mim, surge uma nova emoção, um novo sentimento do nunca havia me atingido antes, uma raiva crescia em meu coração, cada vez que aquela mulher tocava, naquele cabelos loiros e ondulados, a cada toque dela, naquela pele macia me enfurecia. A vontade de afastar ela de perto dele, corrói meu coração. Por acaso, eu estou sentindo ciúmes? Ciúmes de uma paciente? Isso não pode ser a única explicação para isso, senão realmente estou ficando louco.
—Camus, aqui está escrito Penicilina? — Pergunta a enfermeira cutucando o meu braço me acordando dos meus devaneios, quase esfregando um prontuário na minha cara.
— É claro que sim! — Afirmo lutando para não ser arrogante mesmo sem entender, o motivo pela qual ela me abordou como se quisesse chamar minha atenção.
— Venha comigo por favor? — Disse a enfermeira fazendo um gesto com o dedo para me acompanhar até um leito de outro paciente. — O senhor Santoro é alérgico a esse remédio! — Abre a cortina do leito mostrando o estado do paciente.
— Impossível, nesse prontuário não diz nada sobre isso. — Rebate Camus alarmado pegando o prontuário da mão da enfermeira, analisando minuciosamente cada detalhe. — Esse não é o prontuário original, cadê o prontuário original dele? — Exigir não aceitando aquele erro devolvendo o papel um pouco exaltado para a prancheta.
— Você pelo menos deu o trabalho de perguntar se ele tinha alguma alergia? — Exclamar a enfermeira cruzando os braços encarando Camus. — Óbvio que não. — Deduz ela cantarolando com deboche.
— P-porque ele não sabe falar o nosso idioma. — Gaguejar Camus. — Então por que você não perguntou dele antes de dar penicilina para ele? — Indagou o ruivo um pouco nervoso com sua pitada de arrogância, jamais deixaria a culpa cair sobre ele tão fácil.
— O médico aqui é você! — Rebateu a mulher erguendo o dedo lembrando o papel de cada um dentro do hospital.
— Ok, então enfermeira vamos aplicar... — Disse Camus tentando não perder a pose, mas a enfermeira saindo do leito deixando ele falando sozinho. — Onde você está indo? Eu estou falando com você enfermeira. — Questionar ele vendo a moça ir até a recepção do hospital.
— O paciente foi devidamente medicado por outro médico e agora vou preencher um relatório de incidente. — Respondeu ela com simplicidade.
— Por acaso, você ficou louca? Não pode fazer isso, não ocorreu incidente nenhum. — Ao ouvir aquilo sinto meu coração disparar de forma assustadora, precisavam conter-lá o mais rápido possível.
— Não posso fazer nada, é procedimento do hospital. — Não se intimidar pela palavra do médico. —
Por favor, dá próxima vez escreva de forma legível pelo bem dos seus pacientes e de sua carreira, Camus Blake. — Caçou a enfermeira dando início ao relatório e deixando o ruivo preocupado demais para me permitir que ele perdesse a compostura com aquela mulher vulgar. Ele começando a procura o prontuário original nas prateleiras do agendamento para certificar que o erro não era dele.
—Foi mal Doutor Blake, mas seja lá o que você esteja procurando não vai encontrar, nada. — Desdenha ela olhando o nervosismo estampado no rosto de Camus, infelizmente ela estava certa, ele não havia encontrado nada que provasse o contrário.
Milo naquela manhã não tinha acordado me sentindo-se muito mal com dores, a minha última dosagem de remédio, tinha sido um pouco pesada e me fazendo ficar um pouquinho atordoado. Confesso que não estava muito animado, para passar o tempo como sempre puxei assunto com Dr.Blake que apesar de ser um homem sério demais, mas até que nesses sete dias internado, arranquei alguns sorriso dele. No entanto, o que me fez reagir de alegria, foi ao ver ela, sempre tão bonita com seus longos cabelos prata azulado ao vento, os olhos de cor exótica, possuía um enorme poder sobre mim, as visitas frequente de Hilda enchia o meu coração de vigor como uma injeção de ânimo, refletindo luz sobre a minha alma.
— Porque demorou tanto para me visitar? — Digo fazendo carinho no rosto dela admirado o seu jeito soberano, sempre firme de sí, me sinto como uma criança de dez anos perante Hilda. Ela possuía um sorriso sempre triunfante nos lábios, beijando o dorso de minha mão.
— Eu estava ocupada! — Responde ela com doçura, aproximado de mim, fazendo um carinho terno em meu rosto com um beijo afetuoso na testa, acompanhado de palavras doce, parecia que Hilda sabia de tudo que eu queria ouvir, ela era bem ardilosa com suas palavras.
— Eu estava com saudades de você. — Admito com um tom de voz um pouco envergonhado, acho que os dias de confinamento nesse hospital estão me deixando mais besta para Hilda que o normal.
— Eu também senti a sua falta, meu escorpião! — Abraçar a cintura dele descansando a cabeça sobre o peitoral dele. — Rezo para Ordin todos os dias para que ele possa restaurar sua saúde, meu escorpião! — Dizia ela com um semblante inofensivo. — Eu não consigo viver sem você, Milo. — Ao término das suas palavras, Hilda toma os lábios novamente com um beijo voraz.
Enquanto do lado de fora do leito de Milo estava o irmão mais velho do loiro andando de um lado para o outro no corredor do hospital dizendo para sua mãe ficar de olhos bem abertos em relação a Hilda. Por seu sexto sentido lhe dizia que todo aquele jeitinho de bom samaritano da garota, não era real, que tudo não passava de uma perfeita atuação.
— Kardia, pare com essa implicância. — Repreende Pandora com firmeza. — Isso é ciúmes seu porque ela é louca pelo seu irmão, assim como ela é uma moça de boa família e com princípio, o melhor com conduta impecável. — Erguer o dedo não economizou nos elogios para sua futura nora. — Ela somente viver em prós do Deus dela em jejum e oração, não há menina mais exemplar, do que ela Kardia, para se casar com seu irmão. — Pandora dizia observando Hilda e Milo trocado demasiada carícias, um com outro pelo vidro da porta, Milo estava abrindo sua enorme cesta de frutas e guloseimas, que Hilda havia trago para ele de presente, com um sorriso inocente.
— Tudo bem a senhora venceu, paro com essa "Implicância" com a "Santinha" de Polaris. — Diz Kardia erguendo as mãos em rendição após a enxurrada de elogios que sua mãe havia feito para Hilda. — Porém não aposte muito alto mamãe, porque a senhora pode se arrepender. — Alertou Kardia para sua que fez uma careta para ele, mas depois ficou pensativa ainda olhando para o casal através do vidro.
Não muito longe Camus estava tendo a pior sexta-feira de sua vida, ele não realmente não havia encontrado o prontuário original do paciente, ele não podia fazer nada contra o relatório de incidente que tinha sido aberto em seu nome. O pior de tudo que tinha que ir eu visitar Milo em seu leito antes do almoço já que ele não tinha ido ver ele na parte da manhã como ele sempre fazia, mesmo ele não querendo tinha que ir dando de cara com aquela mulher dando comida na boca do seu paciente que parecia estar bastante contente com as bochechas corada comendo sua comida. Eles estavam sozinhos no leito sem vestígios nenhum de familiares de Milo e o ruivo fechou o punho ao ver a cena, realmente aquela mulher estava começando a incomodar, ele tentou conter o máximo possível seu olhar fulminante com suas expressões céticas, mas ele não iria permitir que aquela desfaçatez continuasse na sua frente. Porque ele estava com ciúmes, mas ele estava com muito ciúmes do seu querido paciente, ele era o único paciente que ele tinha adquirido uma grande afeição, ao longo do tratamento.
— Dr.Camus? Pensei que não fosse vir, acho que estou com problemas, acho que minha veia estourou. — Disse Milo engolido a comida quebrando a tensão chamando o nome de Camus, tão alegre arrancando um sorriso simples do médico.
— Não tenha medo, eu mesmo cuidarei disso pessoalmente para você. —Respondeu Camus com gentileza tranquilizado o garoto se ausentado para buscar os materiais que era preciso.
O que eu estava fazendo? Aquilo não era obrigação para ele fazer trocar soro, era trabalho para aquele enfermeiro folgado do Jabú, mas não para um médico. Algo dentro de Camus insistia em dizer que Milo era cem por cento obrigação dele, por isso não iria contestar, a sua vontade ele gostava de cuidar de Milo e tudo que pudesse fazer por ele iria fazer, sem reclamar.
— Nossa, como você foi bem rápido! Cometa Milo surpreso abrindo um largo sorriso prestando atenção nele trocando o seu soro cuidadosamente.
— Você não deve ser um médico muito bom, né? — Comentar Hilda entrando no leito com uma lata de refrigerante olhando para a cena com desdém.
— Não mas não compreendi a sua insinuação. — Perguntou Camus sem ao menos se dar o trabalho de olhar para ela terminando de trocar o soro de Milo.
— É isso mesmo que você ouviu, você não deve ser um médico respeitado não é? — Diz ela sendo mais atrevida vendo ele voltado a sua atenção para ela que sugava o seu refrigerante pelo canudinho com suas feições angelical. — Por que não estaria fazendo o trabalho de um enfermeiro qualquer, você é novato, no hospital ? — Indagou ela com sua língua ferina que era adoçada pelo o seu tom de voz meio que era quase invejável.
— Hilda, por favor…Você está me envergonhando! — Pediu Milo em um tom de voz ríspido ficando sem jeito. — Me perdoe Dr.Camus? — Desculpou-se o loiro morrendo de vergonha com a atitude da namorada em querer rebaixar o médico.
— Não precisa pedir desculpa, Milo. — Tranquilizou o garoto tocando em sua cabeleira dourada. — Sim, eu sou novato Senhorita Hilda, mas isso não quer dizer nada sobre o meu talento. — Responde no tom de voz calmo sorrindo para ela pacificamente.
— Então suponho que o meu noivo, seja alguém especial para você, Dr.Blake? — A pergunta dela soava mais como um aviso, do que uma curiosa pergunta de adolescente.
— Digamos que Milo seja um paciente privilegiado, porque é o único que me faz sorrir. — Falou Camus olhando nos olhos de Milo que parecia que havia sincronizado com eles.
Então mais uma vez a vida acorda o médico de seu visível disparate fazendo ele pedir licença saindo do leito de Milo, indo para o refeitório e deixando os dois sozinhos outra vez. Ao entrar no refeitório vai diretamente para fila pegando uma bandeja com o prato de comida e sentando em uma mesa vazia, já que não tinha amigo no hospital. O seu único amigo no hospital era o seu irmão mais velho, Dégel, que não trabalhava mais no hospital porque tinha conseguido realizar o seu sonho de abrir a sua própria clínica junto com o cirurgião plástico mais famoso de Hollywood Aphodite Bukater. Desde quando começou na universidade tinha saído da casa dos tios, no interior da França para morar com irmão, mas após a formatura Camus tinha ido morar sozinho em um apartamento pequeno e com seu emprego no hospital, ele estava morando em um apartamento duas vezes maior, mas o que ele nunca pensou era que ele iria sentir falta da chatice do seu irmão único irmão.Camus leva a comida à boca um tanto distraída mastigada e sem emoção com um semblante remoto, pensando em seus problemas que não eram poucos .
— Ei, posso sentar aqui? — Pergunta o idiota do enfermeiro Jabú com cara de bobo com a bandeja na mão sorrindo pra mim.
—Não! — Diz o ruivo curto e grosso não querendo ser incomodado e mesmo assim ele sentar de frente para ele com um sorriso desdenhoso nos lábios.
Inconveniente não era capaz de representar Jabú que estava sentado de frente para Camus querendo dialogar, mas o ruivo não conseguindo tirar os olhos da mesa que Saga sentava junto com seus inseparáveis amigos.
— Ei Camus, olha agora, olha agora! — Disse Jabú fazendo suspense para ele olhar para trás e Camus olhando achando que era algo importante dando de cara com Destiny a enfermeira novata passando do nosso lado e Jabú aproveitando para convidar ela para sair.
— Affs me dar licença. — Camus revirar os olhos ao perceber, o motivo pelo qual o enfermeiro queria ficar ao lado dele. — Tenho um assunto urgente para resolver. — Disse pegando bandeja deixando Destiny sentada com Jabú na mesa que logo saiu, ao ver Camus indo em direção a mesa de Saga.
O que aquele idiota do Jabú pensar que eu sou querendo me usar como isca para trair enfermeira. Faça-me um favor, sinceramente não estudei para isso. Meu alvo era algo bem maior e muito mais além do que aquela simples bobagem, aproveitei que a mesa de Saga ficou vazia e vou até ele.
— Doutor Saga, será que poderíamos conversar? — Camus aborda Saga educadamente esperando a sua confirmação.
— Claro, sente-se, por favor! — Confirmou ele fazendo um gesto convidativo para ele sentar de frente para ele.
— Eu gostaria de falar sobre relatórios de incidente. — O ruivo sentar um pouco inseguro perante a mesa com ele sendo objetivo e vejo ele esboça um sorriso como se soubesse, tudo que eu iria dizer.
— Caso seja pelo ocorrido do Sr.Santoro, não se preocupe tanto. — Saga possuía um semblante sério,um homem de estatura alta e musculoso, longos cabelos azul violeta, estaqueado é bastante volumoso, olhos azuis intenso e feroz como o mar revolto, com sua pele clara com a voz grave que parecia um trovão o típico cara que meter pavor em qualquer um.
— Gostaria de saber se isso vai parar a minha ficha? — Camus perguntou meio cabisbaixo e coagindo após receber um olhar sério do mais velho que respondeu sendo bastante sincero em suas palavras.
— Eu acho que não, na verdade não lembro. — Diz o homem com um semblante pensativo tentando lembrar mais não conseguido. — Agora o que posso te afirmar que bom não deve ser, mas nada tão grave assim, disso tenho certeza. —Bebericar o seu cappuccino tranquilamente e aquela palavras fazendo o coração de Camus, acelerar outra vez.
— Doutor Saga, isso pode afetar a minha inscrição na bolsa de doenças infecciosas? — Perguntou Camus temeroso. — O Senhor mesmo que me ajudou a me inscrever, lembrar? — Disse nervoso com um sorriso amarelo olhando para o semblante rígido do mais velho.
— Camus, eu sei muito bem onde você quer chegar. — Saga fazendo um gesto com a mão interrompendo, o mais novo. — Antes que você me pergunte, eu vou logo lhe dizendo para poupar o seu tempo, não posso desfazer seu relatório de incidentes, então tenha um bom dia. — Esclarecer sendo curto e grosso dando um tapinha no ombro de Camus, deixando a mesa e indo para o expediente deixando o ruivo sentado com cara de tacho.
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