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História Pela segunda vez - "Se você me desse uma segunda chance"


Escrita por: Oh_Sol

Notas do Autor


Tá aqui uma loucura da madrugada de insônia que eu tive semana passada, pichulequinhos.

Sei lá. Lê se quiser, comenta se quiser, favorita se quiser. Faz o que tu quiser. Aproveita a leitura.

Capítulo 1 - "Se você me desse uma segunda chance"


Fanfic / Fanfiction Pela segunda vez - "Se você me desse uma segunda chance"

Adrien havia chegado cedo na faculdade naquele dia.

Tinha levantado alguns minutos antes de seu despertador tocar, então, ao invés de voltar a dormir, resolveu se aprontar de uma vez e ir direto para a universidade.

Haviam poucas pessoas já presentes no campos, dando um ar calmo ao espaço que normalmente era um caos. Foi para sua sala de aula, que só contava com a presença de dois alunos até o momento.

Se sentou em uma carteira vaga na fileira da frente. Sempre quis ocupar aquele lugar, mas nunca tinha chegado cedo o suficiente para consegui-la vazia. Se acomodou, percebendo que aquele definitivamente era a melhor carteira de toda a sala. Tinha uma vista perfeita para a lousa e ficava próxima ao ar condicionado, deixando o clima ali, perfeito.

Valeria a pena acordar quarenta minutos mais cedo, todo dia, só para se sentar naquela carteira perfeita? Não, definitivamente não. Seu sono era precioso.

Ele podia se contentar com as carteiras do centro ou as do fundo, ficando longe do ar condicionado, da lousa, da porta e do quadro de avisos.

Podia se conformar com o calor e com o fato de precisar forçar as vistas quando estava sem seus óculos. 

 Só não podia aceitar o fato de Marinette ter entrado na sala, e se sentado o mais longe que podia dele.

Já tinham se passado cinco anos desde que Marinette tinha declarado seu amor para o loiro, ainda no colegial. E ele, por não retribuir seus sentimentos, precisou recusar sua declaração por estar apaixonado de mais por sua outra versão. 

Porém com o tempo, mesmo ainda amando Ladybug, tinha começado um relacionamento conveniente com Kagami.

Ele não estava apaixonado por ela de fato, porém tudo com ela era mais fácil. Simples.

Tinham bastante coisas em comum, ela era uma garota legal, tinha a aprovação de seu pai, era bonita e além do mais, gostava dele. Então era mais fácil se acomodar com ela, do que esperar por Ladybag, que nunca correspondia a suas investidas, que gostava de uma outra pessoa. Ou melhor, amava outra pessoa.

Que ironia, no fim das contas, o homem misterioso era ele.

Fazia cerca de dois meses que não trocavam uma palavra se quer, apenas frases monossilábicas como, "sim", "não", "uhum" e "tá". Ela nem se quer o olhava, nem se dava o trabalho de fazer isso.

Ele a observou sentar do outro lado da sala, na carteira que a deixava o mais longe o possível dele. Colocou seus materiais sobre a mesa, junto a seu grosso livro de matemática.

Eles faziam aquela aula juntos, matemática básica. Ela por precisar entender de cálculo para seu curso, medidas e proporções para seus figurinos e ele para física.

Parecia que nem eram da mesma sala.

Seria melhor que ela o tratasse mal, o xingasse, maltratasse, ou até mesmo saísse por aí o difamando e inventando histórias sobre o que tinha acontecido entre os dois. Adrien se sentiria melhor se ela batesse em sua cara toda vez que o visse do que aquilo.

Mas só lhe dava indiferença. Como se nada tivesse acontecido entre os dois, como se ele nem mesmo existisse.

Tentava se relacionar com ele o mínimo  possível, sempre adiando ou arranjando protestos para que não precisassem nem respirar o mesmo ar que o rapaz. 

Porém, não conseguia fazer isso nas batalhas.

Antes, as lutas que tinham eram o momento em que Adrien tinha para apreciar sua Lady e matar um pouco da saudade que acumulava em seu peito. Era difícil não saber quem ela era, porque sempre acabava por ficarem longe um do outro.

Não saber como ela estava o matava.

Mas depois que suas identidades foram reveladas, a sintonia que os dois tinham, foi simplesmente reduzida em noventa por cento. Tanto que passaram perto de perder seus miraculous diversas vezes, já que suas atenções eram sempre voltadas à brigas sem sentido e discussões desnecessárias.

Então o momento que tinham para ficarem juntos, tinha sido totalmente destruído e convertido em mais uma batalha. 

As brigas vinham desgastando os dois muito mais do que toda a pancadaria dos akumas.

Aquilo era insuportável.

"Se você me desse uma segunda chance. "

Seus pensamentos foram perturbados por um estrondo. Gritos eram ouvidos do lado de fora da faculdade, diversos alarmes de carros sendo disparados, som de tijolos caindo e vento, muito, muito vendo.

Ele olhou pela janela da sala, vendo uma grande rajada de ar. Cortava o espaço com uma força enorme. Folhas de árvore, lixo e até peças de carro, que iam se desprendendo dos automóveis com a força do vento.

Todos os detritos e objetos, pareciam ser levados intuitivamente para algum lugar, como um imã que os atraia para o centro da cidade. Como um grande aspirador de pó.

-Que diabos é isso? -Se perguntou Adrien, em um pigarro.

Olhou para o fundo da sala, vendo Matinette observando a janela boquiaberta. Era mesmo impactante.

Nunca tinham visto nada naquela proporção tão assustadora. Rock Mof tinha grandes planos para aquele dia. Planos destrutivo.

Os poucos alunos que estavam na sala, fugiram, deixando somente os dois portadores sozinhos.

Ele ouviu passos no fundo da sala, apressados. Marinette correu para perto dos armários, aonde não era possível ser vista da porta, e iniciou sua transformação.

O vermelho deixava a cor de seus olhos mais realçados e bonitos, e seu corpo, lindo como sempre.

"Porque esse uniforme tinha que ser tão, tão justo?"

Os dois tinham começado a batalhar quando Matinette tinha em média, 14 a 15 anos de idade, e sempre conseguiu ficar deslumbrante com a roupa de joaninha.

E agora com 20 anos, ela tinha se superado, ficando simplesmente irresistível, deixando Adrien simplesmente maluco. Quando era mais jovem, pensava que seria impossível que ela ficasse mais bonita do que já era, mas depois daqueles anos todos lutando a seu  lado, percebeu o quanto estava errado.

Tinha assumido uma postura mais feminina, de uma mulher agora crescida. Não usava mais as habituais maria-chiquinhas, deixando seu cabelo curto, que pairava um pouco acima do ombro, sempre solto. Tinha perdido um pouco das bochechas fofas e ganhado um rosto mais fino, menos infantil. Cresceu alguns poucos centímetros, ganhou um pouco mais de seios e glúteos.

Além de agora ser muito mais confiante. Tinha deixado de lado as tremedeiras e gagueiras, se tornando bem menos tímida do que era na escola.

-Poderia estar olhando de perto se tivesse escolhido a garota certa a alguns anos atrás.-Disse Plagg, que tinha saído do casaco do loiro para usar sua língua afiada e azeda para irrita-lo.-Ainda me pergunto como você não percebeu as semelhanças.

-E eu me pergunto por que ainda não deixei você morrer de fome. -Disse rindo, vendo o semblante assustado e a pequena boca aberta do kwami. 

-Você não teria coragem Adrien.-Disse o pequeno gato, engolindo um pedaço de queijo que seu guardião havia o entregado.-Teria?

O loiro riu, mas logo teve sua risada atrapalhada por um pigarro vindo da garota, que estava com os braços cruzados sobre o peito, uma postura impaciente e um olhar de quem dizia, "Sem pressa, pode demorar o tempo que for, o mundo não está acabando lá fora."

-"Plagg, mostrar as garras!"-Disse, fazendo a luz fluorescente pairar em volta de si, o transformando em Cat Noir.

E ao contrário dele, Marinette não tinha perdido um segundo de seu tempo para admirar o corpo do rapaz, que agora estava bem mais evoluído com suas idas a academia. Ela apenas se virou, foi em direção a janela a abrindo, e dando um salto para fora da sala, pousando na grama.

Ele foi logo atrás, não querendo ficar por fora do plano que ela já deveria estar arquitetando.

Quase não conseguiu se manter de pé, já que o vento o puxava contra a direção que queria ir e tentava o sugar para algum lugar, ou para alguma coisa.

Ele fez força para correr em direção até uma pilastra, aonde estava escondida Ladybug, que via em seu ioiô uma reportagem de Nadia Chamak, que cobria ao vivo o ataque do akuma no centro de Paris.

Sua voz saia entrecortada, fazendo com que a mulher precisasse gritar para ser escutada em meio aquele vento, mas os dois heróis conseguiram capturar algumas informações sobre o novo akuma.

Propriétaire du temps, "Proprietário do tempo" era um senhor, na casa dos cinquenta anos, que vestia um jaleco branco, sujo por um líquido preto brilhante e pegajoso, que se assemelhava muito a piche.

Seu cabelo branco com algumas mexas azuis e cumprido, era espetado e extravagante, como se tivesse levado um choque elétrico.

As lentes de seus óculos eram em uma coloração azul, o que lhe dava um ar sombrio, junto aos dentes afiados que ele possuía na boca.

O câmeraman parecia ter dificuldade de virar a câmera para o topo da torre eiffel. As mãos do homem, depois de levantar com força seu equipamento e o segurar firme para que não fosse puxado, filmou a coisa mais assustadora que Adrien e Marinette já tinham visto em todos aqueles anos de batalha.

No topo do monumento, havia um enorme vórtice negro, que mais se assemelhava com um portal. As bordas do círculo pareciam se mover em ondas de fumaça, lembrando fortemente um espiral, o centro pequeno e as bordas se expandindo em arcos .

Aquilo parecia funcionar como um enorme canudo, e Paris era um suco que estava sendo sugado rapidamente.

-Mas que merda é essa?-Disse a garota baixo para si mesma, permitindo que Adrien matasse a saudade de ouvir sua voz de perto.

O câmeraman, que já não tinha mais força para aguentar a pressão que aquele "buraco negro" fazia, acabou por soltar a câmera, fazendo com que ela voasse em direção ao problema criando pelo akuma.

A câmera que ainda gravava, entrou naquele "lugar" e por um segundo, gravou um limbo, cheio de objetos que estavam sendo levados para lá, mas um segundo depois entrou em estática, não deixando de vissem mais nada.

Pelo que tinham conseguido enxergar naquele curto período de tempo, era um lugar vasto, que parecia nunca ter fim, com diversos objetos flutuando no meio de todo aquele caos.

Rapidamente, ela, em seu celular/ioiô, mandou para ele, que recebeu em seu bastão, a localização para onde estavam indo. 

Era tão difícil assim falar aonde estaba indo? 

Era para a Champs-Élysées, um local no qual poderiam estar perto o suficiente do akuma, mas ainda sim em segurança, sem correr o risco de ser puxado para dentro daquele vórtice. 

Os dois se lançaram para cima dos prédios, correndo em direção ao ponto de encontro, tomando cuidado com os objetos que poderiam machuca-los.

-Pelo menos assim My Lady, consigo ficar perto de você, parceira .-Disse Adrien, vendo a heroínas o olha com um semblante fechado.

-Eu não sou sua parceira.-Disse seca, olhando diretamente para o loiro que levou um susto com suas palavras.-Parceiro são para todas as horas. Parceiro é em quem você confia sua vida de olhos fechados.-Disse ríspida, correndo o mais rápido que podia, querendo deixar Adrien para traz. -E eu não sou nenhuma Lady, e muitos menos a sua.-Continuou a dizer, sem se importar muito com o impacto que aquilo teria no loiro.-Você perdeu o direito de me chamar assim quando escolheu outra Lady para você.

-Mas...-Tentou dizer, agora com uma voz embargada e cheia de tristeza.

-Se concentra na missão Cat Noir.-Mandou, vendo o homem erguer seu bastão e se arremessar para o prédio ao lado, no intuito de ficar longe dela.

"Tudo aquilo era mágoa?" Certo que o que havia feito tinha  sido errado e a magoado, mas aquilo?"

"Como ela podia não confiar nele? Como não podiam ser se quer parceiros? Não tinha sido ele que tinha levado uma flecha nas costas por ela, quando o cupido negros estava a solta? E quando a temporizadora, que roubava a energia das pessoas para poder comandar o espaço e tempo, o fez desaparecer no lugar dela? "

"Ele teve seu coração corrompido e se colocado em risco de desaparecer para sempre, somente para salva-la de qualquer dor. Como não podia ser seu parceiro depois de tantos anos protegendo um ao outro?"

Não conseguiu conter uma lágrima, que logo foi seca, no mesmo momento em que chegaram a seu destino, podendo ouvir a voz estrondosa do homem que atirava aquela gosma preta nos cidadãos de Paris, impedindo que fugissem.

Pelo lado positivo, as pessoas não eram sugadas para dentro do "portal" por estarem completamente imobilizadas pela líquido.  

Mas por outro lado, talvez aquela fosse sua intenção, fazer com que todos assistissem sua cidade se perder, mostrar a todos o poder de sua criação.

-Agora vocês acreditam?-Perguntou o cientista em um tom bravo, prendendo mais pessoas.-Eu tinha grandes planos, planos para essa cidade, grandes planos para mundo.

Ao que parecia, o senhor era um grande inventor, que tinha dedicado anos de sua vida em uma projeto simplesmente incrível, sendo uma pesquisa muito pretensiosa e improvável. 

Uma fenda no espaço e tempo. 

Com magia, aquilo era totalmente possível e viável, tanto que Marinette já tinha visitado o futuro uma ou duas vezes em missão. Mas com ciência? Impossível.

Quando o homem disse que tinha a intenção de abrir um pequeno visor para um espaço além desse em que vivemos, todos do congresso de ciência e tecnologias riram.

Aquilo era impossível.

Impossível.

Certo, era uma barreira de menos de dois centímetro criada por quadrilhões de partículas vibrantes e cheias de energia gama, que era extremamente radioativa e perigosa. Se a gama atravessa massa, perfurando até mesmo a carne humana, porque não atravessaria uma outra barreira se lhe dessem mais força ?

Se talvez ele concentrasse todas aquelas partículas e conseguisse energia suficiente, talvez,só talvez, abriria uma fenda minúscula. Mas independente do tamanho que ela possuía, era uma fenda. 

UMA FENDA.

Certo que se em sua tentativa de criar o portal ele não teria mais que uma chance, já que uma explosão como aquela, levaria Paris a ruína, já que tudo aquilo não era menos que uma experiência nuclear.

Se alguma coisa desse errado as circunstâncias seriam terríveis. Além de mortes, o dano que aquela radiação toda destruiria e tornaria inabitável a linda cidade luz.

Então em tese, o cientista possuía apenas uma chance de acertar, o que só tornava sua ideia menos viável, fazendo todos os doutores em física, química e biologia daquela conferência descartarem seu projeto de imediato, não o dando a menor chance de se aprofundar e muito menos alcançar o financiamento que necessitava.

Bilhões.

Ele precisaria de um separador quântico. Um concentrador de moléculas. Proteção contra radiação e não conseguiria nada daquilo.

Rock mof, tinha lhe oferecido tudo isso em troca que ele lhe entregasse os miraculous. Tinha realizado e ampliado a experiência em 100 vezes depois que a fúria do rapaz, por não ser aceito pela liga de cientistas do ano e não podendo nem mesmo mostrar sua tese, se tornou tão grande quanto seu portal.

Ladybug o olhava dos pés à cabeça, tentando procurar aonde estaria escondido o akuma. Normalmente quem fazia isso com mais facilidade era Cat, mas ela preferia ficar atolada em meio aquela gosma do que pedir sua ajuda.

-No lápis!-Gritou Cat, que estava em pé sobre um prédio, do outro lado da rua, mantendo uma distância considerável de sua antiga parceira.

-Eu já sei! -Respondeu a garota, mais brava ainda por ele possuir a razão no momento.

Ele riu sarcástico.

-Claro que você sabe!-Falou bem alto.-Você sabe de tudo, nem se quer precisa de um parceiro.-Falou, desviando facilmente de um ataque de "gosma" que o akuma lançou em sua direção.

-Você se acha o esperto não é?-Perguntou a garota, furiosa por estar se deixando levar e conversando com ele.

-Eu não acho, eu tenho certeza. -Disse, sem nenhum sorriso, apenas continuando suas tentativas de ataque.-O que você tem feito esses últimos meses, além de usar o talismã e prender o akuma? Eu tenho feito tudo sozinho!

Aquele grito tinha a ofendido, mas infelizmente  era uma verdade que todos já tinham percebido. Era evidente que ela não queria ficar perto dele, por tornar tudo mais difícil, e fazendo isso, deixou tudo nas costas de Cat.

Ele vinha dando o dobro de si, para suprir o que ela deixava de fazer. Como estava fazendo naquele momento, lançando-se contra o akuma que, simplesmente, levitava.

Ele entendia que aquilo era cansativo. Que já faziam anos que precisavam lutar, pelo menos, duas vezes na semana. E o mal, mais precisamente o vilão que sondava Paris não parecia tirar férias. 

Mas isso não justificava o fato de ela estar apenas "existindo"  dentro das missões.

-Não é culpa minha, é você que não sabe trabalhar em equipe!-Disse, se sentindo mal por saber que aquilo era, apenas, culpa dela.

-Equipe?-Perguntou o gato, que descontava toda sua raiva no homem que o atacava.-Nós não somos mais uma equipe, lembra ?

A azulada, se irritando mais, se lançou para o prédio em que ele estava, ficando ao seu lado e olhando diretamente em seus olhos depois de muito tempo.

O coração do garoto parou. Se sentia novamente com 14 anos, olhando pela primeira vez para sua Lady.

Meu deus, como os olhos dela eram lindos.

-Como seríamos uma equipe depois de tudo o que você fez?-Perguntou a garota, vendo o gato dar um golpe forte em seu oponente, o jogando um pouco longe, dando alguns segundos para que eles conversassem.

-Não é hora de discutir sobre esse assunto, Marinette.-Respondeu o garoto, se preparando para atacar novamente o akuma que  voava em sua direção. -Se quiser conversar depois, podemos...

-Não tenho nada para conversar com você!-Exasperou, dando seu primeiro golpe no akuma, que ficava cada vez mais irritado com os dois, que não se concentravam nele.

-JÁ CHEGA!-Gritou o homem, agora, mais furioso do que nunca.-NEM MESMO ASSIM, NEM MESMO COM TUDO ISSO, VOCÊS PRESTAM ATENÇÃO EM MIM?

O homem, se contorceu vorazmente, como se algo incrivelmente doloroso se instalasse dentro de seu corpo, o fazendo soltar um enorme grito.
 

-Mas o que é isso?-Sussurrou a garota, que estava assustada de mais com o que via.

O corpo do homem havia ficado completamente deformado pela radiação que sua gosma possuía, ficando com uma aparência terrível e animalesca. 

E junto a isso, sua fenda se tornou maior e maior. 

O suficiente para engolir Paris inteira. 

O céu, tinha sido devorado quase completamente por escuridão, coberto pela força que os sugava mais a cada segundo.

Os dois tropeçavam nas telhas do telhado, que eram arrancadas do teto das casas, voando em direção ao buraco negro, que ganhava poder a cada novo objeto que corrompia.

Já não tendo mais saída, Marinette usou seu talismã, torcendo para que a solução para aquela catástrofe fosse de fácil e rápida interpretação. Mas o objeto que caiu em suas mãos, não lhe deu nenhum alívio.

Uma corda.

-O que vou fazer com isso? -Se perguntou a garota, se sentindo  completamente perdida.

-Me enforcar talvez.-Disse o gato sarcástico, em um sussurro.

-Acredite.-Falou a garota.-Bem que eu gostaria.

Os dois correram para longe da visão do akuma, se escondendo atrás de um pequeno estabelecimento.

Ela olhava para os lados desesperada, tentando encontrar alguma pista para solucionar seu problema. Mas não conseguia se concentrar com todo aquele vento e a pressão que ele fazia, os puxando para dentro do vórtice.

-Pega.-Falou a garota, entregando a corda para ele.

No começo ele não entendeu o que ela queria dizer com aquele gesto, mas segundos de a ver se amarrando a uma pilastra com seu ioiô, por não conseguir mais resistir ao vendo forte que os sugava.

Ele logo se amarrou ao seu lado, vendo o semblante assustado da garota.

Estavam desesperados.

O coração de ambos batia forte dentro do peito, enquanto seus dedos já estavam doloridos por precisarem segurar com tanta força o concreto atrás de si.

-Qual é o plano, experto?-Perguntou a garota, fazendo menção a briga que tiveram mais cedo.

Ela estava mesmo falando com ele?

Talvez ela estivesse tão desesperada, que achava que poderia morrer, então estava tentando ter uma última conversa com ele.

Ele queria responder algo plausível, uma ideia concreta e útil, que os tirassem daquela situação horrenda. 

Mas só conseguia pensar em amarrar seu corpo ao dela ao invés da pilastra. De abraça-la bem forte.De poder beija-la. 

Meu deus. Devia tê-la beijado a cinco anos atrás, quando ela confessou seus sentimentos por ele. Como era idiota. Um burro. Um estúpido.

Tão estúpido que a única ideia que teve naquele momento foi agarrar sua mão com força, sentindo uma onda de  calor percorrer todo seu corpo. Como se tivesse levado um choc. 

E mesmo que ela tentasse esconder, soltando a mão do garoto o mais rápido possível, tinha sentido a mesma coisa. Um calor forte permanecia na palma de sua mão, deixando uma lembrança de seu toque.

A quanto tempo não se tocavam? A mais de um ano. Sendo que as outras vezes tinham sido apenas por um acidente nas batalhas ou em extrema necessidade.

Tinha sentido falta daquilo. De mais. Mas preferia morrer, morrer do jeito mais sôfrego possível, do que admitir. 

-Não encosta em mim.-Disse a garota, voltando a seu semblante bravo.-Você não pode...

-Não posso tocar em você, pensar em você, olhar para você, falar com você e nem querer você.-Completou o gato, totalmente frustrado por estarem brigando de novo.-Mas eu não consigo evitar Marinette! Eu quero você!

Ela o olhou. No fundo de seus olhos. Não mais com seu semblante de raiva e sim tristeza.

-Tarde de mais Adrien.-Disse com os olhos enchendo de lágrimas.

Escutar aquilo quase o matava. 

O vento os sugava com cada vez mais forte, fazendo necessário que gritassem um com o outro para serem escutados. Seus rostos doíam e os olhos ardiam com a poeira que era levada até seus olhos.

O akuma, que os procurava em meio aos destroços da cidade, berrava e gritava por seus nomes com insistência. 

-Entreguem seus miraculous, eu eu pouparei Paris dessa ruína!-Dizia o cientista completamente deformado.-E eu garanto que vocês não querem ver todo o potencial desse bebê.-Disse, se referindo ao seu buraco negro.

-Podemos tentar criar uma distração.-Falou Chat, sacudindo a cabeça e desviando a ideia de dizer que a amava. Seria doloroso de mais a ouvir dizer que não sentia nada por ele .-Talvez seja para isso que a corda sirva.

O plano de Cat era suicida, maluco e imprudente, mas se desse certo, derrotariam aquele maldito akuma.

Ele manteria a corda amarrada em sua cintura, deixando Marinette a segurando pela ponta. Ele se lançaria em direção ao akuma e destruiria o objeto aonde estava escondido a borboleta com seu cataclismo, Ladybug a capturava e Paris voltava a ser o que era antes.

-Isso é loucura.-Disse a garota.-Você vai acabar se matando, isso é se o akuma não fizer isso primeiro.-Tentava convence-lo. 

-Não vou morrer se trabalharmos em equipe só por hoje.-Falou o gato.-Eu sei que não confia em mim e que não quer ser minha parceira.-Dizia amarrando a corda em sua cintura com mais força, dando um no duplo.-Mas se deixarmos nossas diferenças de lado por cinco minutos, tenho certeza que amanhã voltamos a nossa guerra habitual.-Amarrou a outra extremidade da corda na cintura da garota com força, tendo certeza que não se soltaria de jeito nenhum. 

Os dedos dele rosavam em sua barriga, fazendo seu corpo inteiro ficar confuso e desnorteado. Suas pernas estavam arrepiando e aquelas malditas borboletas no estômago voltaram com tudo, a deixando zonza e atordoada.

Porque, mesmo que tentasse com outros homens, não conseguia sentir as mesmas coisas que sentia quando estava com Adrien? Porque nenhum deles lhe despertava as borboletas no estômago?

Ela concordou com o plano maluco de Adrien, já que não tinha nenhuma ideia melhor que aquela.

E ele se jogou em direção ao akuma sem medo, só querendo terminar logo aquilo, voltar para casa, e derramar algumas lágrimas no chuveiro. Só queria que aquele dia horrível acabasse.

Não tinha como aquele dia piorar, tinha?

Ah sim, tinha.

O akuma, que previu seus movimentos antecipadamente, o agarrou pelo pescoço com uma força sobre humana.

Sua mão erra asquerosa e nojenta, deixando o garoto com náusea.

-Pelo que eu pude ver, você e sua namoradinha estão em crise, certo? -Perguntou o cientista.-Que pena pra vocês.-Disse sarcástico.

Marinette tentava pucha-lo de volta para si, usando toda a sua força para tirar as mãos nojentas do akuma de cima do gato, mas todo o esforço que fazia era em vão.

-Não quero ocupar mais o seu tempo Cat Noir.-Disse levando sua mão até seu dedo, olhando bem para o anel que lhe dava poderes.-Vamos terminar logo com isso...

Entregar o miraculos seria o fim. A pior decisão que Adrien teria tomado em sua vida.

Ele tentou lutar, se soltar das mãos do akuma e se livrar daquele aperto maldito, mas nada que fazia mudava sua situação. Ele o chutava, batia em seus braços e até mesmo cuspiu em seu rosto, o deixando mais irritado ainda.

-Acho que posso acelerar o processo e pegar o miraculos da sua joaninha também, o que acha?-Falou o akuma, já puxando a outra ponta da corda, trazendo a heroína para si o mais rápido o possível.

-Se você encostar nela, eu...-Tentou dizer, mas teve seu pescoço mais apertado. Tinha dificuldade para respirar.

Adrien estava enganado. O fim não seria se o akuma pegasse seus miraculos. O fim do mundo para si aconteceria se aquele ser horrível tocasse em sua Lady. Seria a pior decisão de sua vida.

Ele se virou para ela e viu aquele olhar. O mesmo olhar de quando ele disse que não podia retribuir seus sentimentos. Mágoa, raiva e desespero. 

Ela já sabia o que ele estava pensando em fazer e precisava impedi-lo de qualquer maneira.

-Não faça isso!-Gritou com dificuldade, devido ao vento avassalador e aos cacos de vidro que tinham se desprendidos das janelas, rasgando os dois heróis.-Você está ficando maluco!

Cat era apertado dentro das mãos do akuma, dificultando seus movimentos. 

-Fiz todas as decisões erradas quando se trata de você!-Disse o loiro em um grito forte.-Me deixa acertar desse vez!

-Eu não posso permitir Cat! Desse jeito não! 

Cat.

 A quanto tempo ela não o chamava daquele jeito?

Ele sorriu. E fez.

Naquele desespero momentâneo, ele se desamarrou, se libertando da corda e libertando Marinette de si, impossibilitando que o akuma a puchase.

O vento forte não precisou de um segundo para puxa-lo para dentro daquela imensidão negra. Foi tudo tão rápido, que quase não conseguiu escutar o grito choroso de Marinette. 

-Não Cat, por favor!-Gritou a garota, num som entrecortado pelo vento.-Cat!

E no segundo seguinte, ele estava dentro daquela enorme vácuo e tudo que conseguiu pensar foi no brilho dos olhos da azulada, naquele fim de tarde chuvosa a anos atrás, ande entregou seu guarda chuva para ela, antes de desmaiar.

 

 

 

 


Notas Finais


Gostou? Sim? Obrigada.
Gostou? Não? Tá.
Beijos de luz meus pichulequinhos❤.


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