SAKURA
Quando se é médico, somos acostumados a ver, cheirar (e às vezes precisar examinar...) fluidos humanos... O vômito é um deles, então eu não deveria ter nojo do cheiro do meu próprio vômito, certo? Seguindo por esse raciocínio eu já vi e analisei o de tantas outras pessoas...
Quanto mais eu vomitava, mais eu me sentia enjoada pelo cheiro e vomitava novamente. Alguém começou a afagar minhas costas enquanto eu estava de cócoras. Aquela certamente não era uma cena muito agradável, mas nesse momento tudo o que eu me preocupava era em saber se eu vomitaria algum órgão vital além de todo o conteúdo do meu estômago.
- Eu vou buscar água, fique sentada e não levante até que eu volte, ok? - Ele disse com uma voz rouca de sono com um tom de preocupação. Geralmente eu era a pessoa que cuidava dos outros, era eu quem dava apoio às outras pessoas nesse tipo de situação, mas hoje o meu coração ficou aquecido ao ouvir Sasuke usar uma voz tão carinhosa para me dar apoio.
Fazer força para usar a voz não era algo que eu gostaria de fazer naquele momento, então apenas assenti enquanto me recostava em uma árvore.
Um tempo depois Sasuke voltou com a água e eu já me sentia melhor antes mesmo dele chegar. Após alguns goles de água, Sasuke sentiu que o momento se tornou mais confortável para me fazer perguntas.
- Você acha possível ter comido alguma fruta venenosa? - Ele perguntou, sentando-se ao meu lado.
- Sinceramente? A senhora Tsunade me mandou ler tantos livros de botânica que eu acho difícil algo ter passado despercebido pelos meus olhos antes de comer, mas a possibilidade sempre existe. - Respondi sendo sincera e ao mesmo tempo tentando não parecer arrogante.
- E qual é o seu diagnóstico? Sente dor em algum lugar? - Sasuke me olhava atentamente.
- Náuseas, vômito pela manhã... Acho que ainda é muito cedo para tirar alguma conclusão. Vou ver como me sinto ao longo do dia.
- Se sentir qualquer outra coisa, me avise imediatamente. - Ele disse com um tom firme, mas amigável.
- Certo. - Respondi sem conseguir conter meu sorriso.
Sasuke me ajudou a levantar e fomos caminhar um pouco. A guerra nos fez ninjas mais fortes, mas para Sasuke, a guerra, a morte de seu irmão, as histórias do clã e todos os traumas foram enfrentados de uma vez, ele não teve muito tempo para absorver tudo e, principalmente, tratar essas feridas abertas. Vê-lo nesse estado me faz querer poder fazer algo. Entendo que eu não posso mais ajudá-lo, as marcas são muito profundas e, querendo ou não, fazem parte da pessoa que ele se tornou. Porém, acho que seria possível evitar que isso acontecesse com outras crianças no futuro, talvez um hospital...
Meus pensamentos foram interrompidos por um jato de água gelada na minha nuca.
- SUIGETSU, VOCÊ É IDIOTA? - Assim que ouvi a Karin gritando imediatamente entendi o que havia acontecido.
- Ah tá, eu já entendi. Acho que você gostaria de levar uma surra antes do café da manhã. Eu posso providenciar isso assim que... - eu disse um pouco mais irritada do que deveria.
- Suigetsu, eu realmente não preciso de crianças na equipe. - Sasuke usou um tom sério, sua cara também não era das melhores. - E você - se dirigiu a mim - não vai dar uma surra em ninguém. Você vai usar a energia que tem para se recuperar, apenas.
- Eu ainda não decidi se você é muito burro ou muito corajoso por ficar irritando a Sakura. – Juugo disse enquanto se aproximava do nosso grupo.
- Com certeza a primeira opção, ele parece ter se esquecido da força da primeira-dama do Team Taka. - Confesso que o comentário de Karin me arrancou um sorriso tímido. E podia jurar que Sasuke tinha corado.
- Sakura, você se sente bem? - Karin perguntou preocupada.
- Assim que acordei senti muito enjoo e vomitei bastante, continuo enjoada, mas me sinto um pouco melhor. - Respondi honestamente.
- Você se sente forte o suficiente para continuar viajando? - Karin perguntou e eu não tive tempo de responder.
- É justamente por isso que estou aqui para falar com vocês, hoje eu quero que a Sakura descanse e por isso a viagem não vai continuar até que ela esteja bem.
- Quanto tempo isso vai demorar? - Suigetsu perguntou.
- O tempo que for necessário. - Sasuke respondeu, ríspido.
- Sasuke, eu acho que podemos continuar viajando, creio que a... - Eu disse.
- Não precisamos ter tanta pressa para chegar ao esconderijo do Orochimaru. Ele não é mais uma ameaça para nós e o objetivo dessa viagem é conseguir informações para entender se alguma organização secreta está planejando atacar Konoha. As informações que encontraríamos hoje são as mesmas que podem ser encontradas amanhã, não estamos falando de um mês de buscas paralisadas.
- Eu sei, mas... - Tentei argumentar.
- Mas nada, a decisão já foi tomada. - Depois dessa resposta percebi que não teria sucesso independente do argumento que tentasse usar.
- O resto do dia foi agradável, a temperatura estava bem amena apesar de estarmos no verão. Quando terminamos de almoçar eu senti um sono muito forte e novamente me recostei em uma árvore, dessa vez para dormir.
Acordei um tempo depois com alguém me chacoalhando e gritando pelo meu nome. A primeira coisa que eu vi nos olhos de Sasuke foi pavor e eu comecei a me assustar, imaginei que o nosso acampamento estava sendo atacado e me levantei muito rápido.
- O que aconteceu? Estamos sendo atacados? Alguém se feriu? - Perguntei ao me levantar.
- Não, eu só... Você dormiu por muito tempo e sei que quando você usa muito chakra tem desmaios recorrentes. A luta de ontem te deixou assim? - No dia anterior nos deparamos com alguns ladrões. Eles não pareciam ter algum objetivo muito perverso além de levar nossos pertences, mas como eu estava sozinha no acampamento, precisei usar uma certa quantidade de chakra para deixar meus socos mais fortes, mas nada que desgastasse a minha rede de chakra.
- Agradeço a sua preocupação, meu amor, mas acho que você está exagerando um pouquinho. - Sasuke que antes mostrava um ar tenso, suavizou a sua expressão. - Eu estou bem, só me senti cansada e quando percebi já estava dormindo.
- E o seu enjoo? - Perguntou.
- Estou bem agora.
- Você acha que consegue andar um pouco durante a noite? - Ele perguntou novamente com um ar de preocupação.
- Eu me sinto bem o suficiente para isso. - Garanti.
- Se você se sentir cansada podemos parar imediatamente e só retomaremos a viagem quando você estiver bem novamente. - Ele assegurou com um sorriso fraco.
- Esse me parece um bom plano, obrigada, mas não precisa se preocupar tanto. Além do enjoo pela manhã e do sono, me sinto bem. - Sorri.
- Certo. - Ele me devolveu o sorriso.
Eu não queria dizer a ele ainda que eu estava suspeitando de gravidez, afinal, eu havia começado a sentir esses sintomas hoje – apesar de estar com a menstruação atrasada há quase um mês. Me pergunto se essa possibilidade havia passado pela cabeça dele ou se ele realmente só estava pensando em algum tipo de doença.
KARIN
(sim, você leu certo)
A Sakura estava grávida e isso era óbvio e a minha cabeça estava uma confusão. Sempre tentei manter meu interesse pelo Sasuke em segredo, queria que fosse algo entre nós, que só eu e ele soubéssemos.
Eu queria que a nossa relação fosse como aquele ditado “privado, mas não secreto”, eu gostaria que fôssemos o segredinho do Team Taka, mas as coisas nem sempre acontecem como gostaríamos. Eu nem conseguia odiar a Sakura, afinal, ela salvou a minha vida e era uma das pessoas mais doces que eu já havia conhecido, além de cuidar do coração do Sasuke talvez até melhor do que eu jamais poderia.
Minha atração pelo Sasuke vai um pouco além da física, ele é muito inteligente e poderoso, mas eu sinto que ele e a Sakura tem uma história diferente porque ela estava com ele quando ele era mais novo, eu sinto que ela teve mais chances de demonstrar para ele o quanto se importa. Talvez por tê-lo conhecido depois eu estava em desvantagem de qualquer forma, eu tive menos tempo para demonstrar para ele o quanto eu me importava. E desde aquele dia em que eu tentei me aproximar dele no dia em que ele foi me buscar em um dos esconderijos do Orochimaru, eu entendi que o coração dele já pertencia a outra pessoa.
- Sakura. - Chamei-a.
- Oi, Karin, você precisa de algo? - Ela respondeu me dando um sorriso doce. Estávamos caminhando há um bom tempo e eu me preocupava se ela precisava de algo. Água ou alguma coisa para comer, não sei.
- Na verdade, essa era a pergunta que eu ia te fazer. Você ainda se sente enjoada? - Falei a última parte mais baixo de propósito, para que nenhum dos meninos nos escutasse e ela desacelerou o passo, entendendo que o assunto que estávamos prestes a abordar não deveria ser ouvido por mais ninguém no momento.
- Não, só me sinto confusa.
- Como assim? - Perguntei, realmente sem entender o que ela queria dizer.
- É como se umas 15 pessoas estivessem conversando ao mesmo tempo dentro da minha cabeça. Eu não consigo seguir a linha de raciocínio de nenhuma delas e, ao mesmo tempo, não consigo fazer com que nenhuma delas cale a boca. - Respondeu rindo da própria frase.
- Isso me parece ser ansiedade... Quando foi a sua última menstruação? - Perguntei.
- Há algum tempo, estou atrasada.
- Você vai contar a ele? - Perguntei, afinal nós duas já sabíamos o que estava fazendo a Sakura ter esses sintomas.
- Isso não é algo que eu possa esconder, os hormônios vão fazer o meu corpo e o meu humor mudar muito, mas queria segurar essa informação o máximo de tempo que eu puder. - Ela respondeu abaixando a cabeça, evitando me olhar nos olhos. Parecia estar com vergonha ou medo de algo.
- O Sasuke te ama, por que você está agindo assim? - Perguntei sem entender muito bem qual seria o medo dela exatamente.
- Mudanças hormonais, pés inchados, humor instável, enjoos constantes e muito cansaço. Como é que eu vou viajar nessas condições? Eu não quero atrapalhá-lo, essa viagem não é importante apenas para Konoha, também é importante para ele como pessoa. Ele precisa entender quem ele é, ele quer descobrir suas verdadeiras motivações, ele...
- Ele te ama – reafirmei porque acho que a Sakura estava cega de insegurança - hoje de manhã ele parou a viagem por um dia inteiro até que você estivesse bem para prosseguir. Vocês se conhecem a vida inteira, conhecem os desejos mais profundos um do outro e um dos desejos dele é justamente poder restaurar a honra do clã. Você não acha que um filho seria o primeiro passo para isso acontecer?
Sakura abriu a boca para falar algo, mas fechou logo em seguida. Parecia estar refletindo sobre o que eu tinha dito, depois do massacre do clã Uchiha, Sasuke tinha como seu objetivo pessoal de vida conseguir restaurar a honra do clã e, atualmente, ele é o único membro vivo. Esse filho não seria apenas “um filho do Sasuke”, ele seria um presente do clã Haruno para o clã Uchiha.
- Sabe, Karin, você está certa. Talvez eu não esteja enxergando as coisas com o otimismo necessário... Talvez esse filho seja o símbolo de um recomeço para o Sasuke e para o clã Uchiha... - Sakura começou a falar e parecia estar tentando mais convencer a ela mesma do que mostrar que concorda comigo.
- Eu acho que ele vai ser o homem mais feliz do mundo com essa notícia e eu duvido muito que a partir disso o Sasuke comece a te enxergar como um fardo.
Sakura tombou a cabeça para o lado, começou a olhar para o céu, novamente parecendo tentar absorver as minhas palavras. Respirou fundo e...
- Sasuke! - Chamou, ele e os meninos pararam de andar. - Podemos conversar?
- É claro. - Sasuke se aproximou de Sakura e os dois começaram a caminhar em direção a um lago.
Suigetsu e Juugo estavam começando a segui-los quando eu segurei os dois pela orelha.
- Ai, ai, ai - começaram a reclmar.
- O que vocês dois pensam que estão fazendo? Essa é uma conversa privada entre os dois. - Disse com a voz firme. Aqueles dois nunca falhavam em conseguir me irritar.
- E desde quando você e a Sakura são tão amigas, Karin? - Suigetsu me perguntou.
- Desde que eu pude conversar com ela, porque dentro de Konoha eles só me deixavam ver e conversar com os homens do departamento de inteligência. Assim, isso não era de todo ruim, alguns deles eram bem gatinhos na verdade... - Disse ao me lembrar líder do clã... Yamanaka? Acho que era esse o nome dele... Ele era louro e com os olhos bem claros, era uma boa vista dentro daquela sala fria e com pessoas me interrogando o dia inteiro...
Karin – Suigetsu estalou os dedos na minha frente - você sabe que não é disso que eu estou falando, desde quando você se tornou tão amiga da pessoa que o cara que você gosta é apaixonado?
A Karin e o Sasuke...? - Juugo arregalou os olhos começando a falar, mas logo Suigetsu o interrompeu - não, não era a Karin e o Sasuke, era só a Karin... sem o Sasuke. - Fazendo um X com os braços enquanto falava a última parte.
O Sasuke é feliz de verdade com a Sakura e tudo o que eu sempre quis era ver ele bem de verdade, principalmente se ele pudesse se reconciliar com os laços do passado dele, então é claro que eu não vou tratar a Sakura mal... - Respondi. - É sério, Karin? - Suigetsu continuou. Ele já estava começando a me irritar com esse interrogatório, o que eu sentia, sinto pelo Sasuke e como eu trato a Sakura não é da conta dele! Que irritante.
Você acredita se quiser, seu idiota, eu não estou aqui para te provar nada, a única coisa que eu quero é que vocês fiquem longe daqueles dois. Eles estão tendo uma conversa importante.
- E você sabe sobre o que é essa conversa? - Juugo perguntou.
- Eu sei, mas...
- ENTÃO NOS CONTE! - Preciso falar o nome de quem me interrompeu ou vocês já conseguem imaginar quem foi?
- NÃO, seu imbecil, não vou contar porque não é uma situação minha para decidir quem deve ou não saber dessa história. Caso a Sakura se sinta confortável ela vai falar com vocês, ou melhor, quando ela se sentir confortável... - Respondi já bem exaltada, eu realmente não consigo ter um minuto de paz estando perto deles.
- Agora eu estou curioso. - Suigetsu disse – Eu também... - Acompanhado de Juugo.
- Isso não é assunto de vocês! - Respondi. - E como provavelmente vamos acabar descansando por aqui pela manhã, vocês bem que poderiam ir buscar lenha para fazer uma fogueira.
- Como assim fazer uma fogueira? Está calor, nós não precisamos nos aquecer. - Suigetsu protestou.
- Seus pensamentos têm a profundidade de um pires. O fogo afasta os animais selvagens, sua anta!
- E por que você não vai conosco? - Suigetsu protestou (novamente).
- Porque sou uma dama e estou cansada... - Os dois começaram a me olhar com uma cara estranha - É isso mesmo, eu vou deitar e vocês vão atrás de lenha.
- E quem te nomeou a capitã do time enquanto o Sasuke não está aqui?
Quando eu ameacei bater no Suigetsu, Sasuke e Sakura apareceram.
- Vocês têm algo para me contar? - Perguntei.
- Na verdade, é para nos contar, não é, Karin? - Suigetsu me lançou um olhar irritado. Eu apenas sorri.
- A Sakura está grávida. - Sasuke disse com um sorriso tímido.
As reações foram diversas: Juugo e Suigetsu ficaram boquiabertos, já eu fui imediatamente abraçar a Sakura.
- Parabéns a vocês dois! - Eu disse, abraçando a Sakura e depois Sasuke.
- Meus parabéns, ele ou ela já é muito querido. - Juugo deixou claro antes de abraçá-los.
- Parabéns, pessoal! Sharingan e força sobre-humana... Eu já tenho medo dessa criança e ela nem nasceu. - Apesar do tom de brincadeira, Suigetsu fez uma boa observação. Uma criança que venha com a união do DNA desses dois vai ser surreal.
- Obrigada pessoal, estamos muito felizes! - Sakura respondeu com um sorriso do tamanho do mundo.
SASUKE
- Sasuke! - Assim que Sakura me chamou, eu parei de andar e os meninos me acompanharam. - Podemos conversar?
- É claro. - Me aproximei dela e depois fomos em direção a um lago.
Até chegar às margens do lago fomos caminhando em silêncio e isso abriu margem para várias dúvidas na minha cabeça, será que ela gostaria de falar sobre nós? Ela ia conversar sobre os sintomas que estava sentindo? Será que poderia ser alguma doença grave? Como ela é médica com certeza saberia o que fazer, mas e se precisasse ir para alguma vila maior ou até mesmo voltar para Konoha para receber tratamento? Eu precisava tanto que ela estivesse aqui comigo durante essa viagem...
- Sasuke? - Ela me chamou e me olhou com os olhos de uma criança que está pronta para pedir desculpas aos pais depois de ter feito alguma travessura.
- Sim?
- Eu... - De repente parou... Por algum motivo ela achou que não deveria começar a conversa com essa frase e recomeçou. - Você já pensou em ter filhos? - Ela perguntou com um ar curioso.
- Não é algo que eu penso frequentemente por esses tempos, mas eu posso dizer que esse é um dos meus objetivos de vida. - Respondi honestamente.
Eu não sei como reagiria a um filho, mas sei que restaurar o meu clã é algo que eu quero muito fazer. Deixar o meu DNA misturado ao da Sakura em uma criança também não é má ideia.
- E por que você não pensa nisso frequentemente? - Ela perguntou novamente com os maiores olhos verdes que eu já vi.
- Porque nesse momento eu teria que ficar longe desse filho por conta de viagens e eu não quero isso. - Respondi.
- Então, acho que você deveria aproveitar os próximos nove meses bem pertinho dele ou dela, porque quando ele ou ela nascer o melhor vai ser estar em uma casa fixa em Konohakagure. - Demorei mais tempo do que o normal para processar aquelas palavras.
- Quer dizer que você... - parei de falar no meio da pergunta, não consegui completar.
- Que nós, quero dizer que nós seremos pais. - Ela disse meio apreensiva, pude sentir que ela estava com medo de eu rejeitar a notícia, ou pior, o bebê.
- Isso é sério? - Disse enquanto um sorriso se abria e eu nem percebi.
Sakura começou a repetir: é verdade, é verdade, enquanto assentia com o maior sorriso do mundo nos lábios. O impulso foi bem mais forte do que eu e quando percebi meus lábios já cobriam os dela em um beijo.
- Sakura? - Foi a minha vez de soar preocupado.
- O que foi? - Ela disse com uma voz carinhosa.
- Eu não quero ser um pai ausente. - Disse tentando engolir o nó que tinha se formado na minha garganta.
- E você não será, esse bebê e eu ficaremos muito bem na aldeia. Assim que eu voltar para lá tenho um trabalho garantido no hospital, o Kakashi-sensei é o Hokage agora e a vila está começando a desfrutar de uma paz surreal, principalmente por causa de você e dos seus esforços. O nosso bebê vai estar sempre seguro e vai crescer feliz ao lado das crianças da vila. Vai frequentar a academia quando estiver pronto e se tornará um shinobi ou uma kunoichi incrível e muito forte! Afinal, ele ou ela será integrante do clã Uchiha.
- E como será seu filho, não precisamos nos preocupar com força física. - Eu acrescentei e Sakura deu um sorriso enorme. Depois ficamos alguns instantes admirando a barriga dela.
- Daqui a um tempo ela estará bem grande e eu estarei bem grande também. - Ela riu.
- Você precisa manter o nosso bebê bem nutrido, então espero empenho nessa função. - Eu disse e ela sorriu concordando.
- Mas é claro que eu farei isso! Eu cuidarei dessa parte!
- E eu cuido da parte da segurança. Estou aqui para proteger vocês, nada vai chegar perto de você enquanto eu estiver por perto. Eu prometo. - Assegurei
- Muito obrigada, meu amor.
Beijei o Byakugou em sua testa e ficamos abraçados mais um tempinho antes de voltarmos para o resto dos integrantes do Team Taka. Esse momento com ela era tão precioso que eu tinha medo de falar algo que pudesse estragá-lo. O melhor que eu posso fazer é abraçá-la e protegê-la. Protegê-los. Queria deixar esse momento gravado em minha memória para que um dia eu pudesse contar ao nosso filho como foi que eu descobri que ele ou ela viria ao mundo.
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