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História Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Ingro vs. Koga


Escrita por: Valerei

Notas do Autor


>>> LEIAM, MUITO IMPORTANTE <<<
Bom, antes de prosseguirem com a leitura, gostaria de dar alguns avisos sobre a fanfic, pois ela passou por algumas mudanças e quero deixa-los cientes:
1 - A partir deste capítulo as Habilidades do Pokémons vão começar a "existir" na fanfic, pois antes eu não as utilizava em batalha e só pensava em fazer isso na próxima temporada, mas como quero melhorar a qualidade das batalhas, decidi incluí-las desde já, assim tudo fica mais dinâmico. Então, os personagens passam a citar as habilidades de seus Pokémons neste capitulo, não estranhem.
2 - Eu estou fazendo uma mega tabela de ataques dos Pokémons de cada personagem, estou me empenhando mais em buscar as traduções corretas e as descrições certas dos ataques, tudo para melhorar a qualidade das lutas e ter tudo num lugar só para facilitar quando eu for escrever. Essa batalha eu gostei muito de escrever e quase não tive dificuldades. Então, não estranhem se alguns ataques estiverem com nomes diferentes de antes, essas novas traduções e novas descrições são as corretas.
3 - A fanfic toda passou por uma revisão, então eu editei todos os 49 capitulos anteriores e, a partir deste, irei usar o travessão (—) antes da fala dos personagens, pois antes eu usava o sinal de menos (-), pois o atalho para fazer travessão no word É BEM IMPOSSIVEL, DIGAMOS, então depois de redigir cada capitulo eu dou um ctrl C + ctrl V no travessão e vou colocando ele antes das falas. Assim vocês tem um texto mais bonito esteticamente.
4 - Eu também corrigi em todos os capítulos anteriores a pontuação entre a descrição de fala dos personagens antes destes iniciarem uma nova fala, pois eu só colocava ponto no fim do parágrafo quando este era de fala e isso era errado. Então, a partir deste capitulo também, a pontuação estará sempre correta.

Agora, outras coisinhas:
Alguns leitores esperavam mais da ida ao Safári, no fato de achar que eles passariam por mais perrengues. Eu pensei muito em por mais coisas, mas eu me estenderia de mais e acabaria não dando conta (to cansada de escrever sobre Fucshia), então, meus amores, o Safári foi só aquilo mesmo, vamos superar, ok? Vocês querem mais tretas, no arco de Saffron vai ser uma verdadeira chacina, depois não reclamem sahushuUHSHAUSHAUusha
Sobre o tamanho do capitulo: EU SEI QUE TÁ GIGANTE. Sempre que eu prometo a mim mesma não exceder certo número de palavras, dá nisso. Mas o motivo foi que entre a batalha houve muitos diálogos, justamente porque eu preciso mostrar e criar esse laço forte entre os personagens, para preparar terreno para Saffron, pois eles têm que estarem em muita sintonia para justificar passarem por tudo aquilo juntos. E eu não queria ter que dividir POR NADA DESSE MUNDO, esse capitulo em 2 porque não tinha necessidade, então, espero que entendam.
Não sei se o capitulo ficou bobo, acho que a batalha está boa e o inicio e o fim são bem descontraídos. Teve bastante romance também, para estreitar laços e fazer tudo ser mais dramático no futuro.
Falei muito aqui, é isto, espero que gostem e boa leitura. (LEIAM AS NOTAS FINAIS TAMBÉM).

Capítulo 50 - Ingro vs. Koga


Fanfic / Fanfiction Pokémon Adventures: Rumo a Liga Pokémon de Kanto! - Ingro vs. Koga

< Por Yellow >

 — Nenhum deles atende! – esbravejei, quando caiu na caixa postal pela décima vez. – Não dá mais para esperar, eu vou ligar para policia – estava decidida, enquanto discava o 190.

Senti alguém segurar o meu pulso, me impedindo.

 — Você mesmo disse que a policia não é confiável, Yellow – falou Green com seriedade.

  — E o que você sugere? Não vou continuar esperando! – soltei o meu braço de seu aperto e me foquei no meu Pokégear.

 — Vamos atrás deles – sugeriu Blue, que estava sentada no outro beliche do nosso quarto no CP. – Ao menos passar na recepção do Safári pra pedir informação.

 — Então, vamos! – levantei-me juntamente com Blue e nos dirigimos à porta.

 — Vocês não estão pensando direito! E se for uma armadilha da ER? – indagou Green, enquanto levantava logo atrás.

 — Se for isso, é só mais um motivo para irmos atrás deles o mais rápido possível. Não vou deixar o Red na mão! – ele havia feito de tudo para me salvar, e eu faria o mesmo por ele. E pensar que a ultima coisa que eu lhe disse foi uma provocação besta, eu nunca me perdoaria se...

Meus pensamentos foram cortados, pela porta do quarto se abrindo.

 — RED! – berrei, me lançando sobre ele e o abraçando fortemente. – Graças a Arceus! Por que demoraram tanto? Estávamos preocupados e... – perguntei, enquanto o soltava para olhar Cris e Ingro que estavam logo atrás. – O que houve com o seu braço? – foi só então que eu notei o sangue seco que havia escorrido até o cotovelo.

 — Já parou de sangrar, eu estou bem – deu um sorriso forçado.

 — Mas o que houve? – insisti na pergunta.

 — É uma longa história – respondeu Cristofer, passando por nós e adentrando o quarto, indo até o beliche em que Blue estava sentada anteriormente e se jogando nele. – Pra resumir: Nunca mais vamos poder entrar no Safári de Kanto novamente – falou simplesmente, fitando as grades da cama de cima com as mãos atrás da cabeça.

Ingro deu de ombros e entrou no quarto também, sentando-se na cama onde Cris estava deitado. Green e Blue estavam trocando um olhar completamente perdido, fitei Red ainda pedindo uma explicação.

 — Depois eu te conto – sussurrou ele. Eu suspirei pesadamente, e assenti levemente com a cabeça. Red adentrou o quarto e se sentou no chão, se escorando na parede. Ele estava completamente sujo de terra, e acho que não queria sujar os lençóis.

Demorei-me um pouco, em pé perto da porta aberta, até me recordar de algo.

 — Aproveitando que estamos todos aqui... Cris, Ingro, podemos conversar um pouco antes do jantar? – perguntei.

 — Claro – respondeu Ingro.

 — De boa – disse Cris.

Coloquei a cabeça para fora da porta e olhei em volta no corredor, me certificando de que não havia ninguém suspeito, antes de fechar a porta a trancando. Green estava certo, não podíamos confiar em ninguém, nem na policia, só em nós mesmos.

Blue se sentou ao lado de Ingro em um beliche, Green e eu nos sentamos no outro, onde estávamos anteriormente.

 — Nós quatro andamos conversando... Quando fui sequestrada pela ER eles deixaram escapar que tinham uma base em Saffron, e achamos que isso pode estar relacionado com a cidade estar fechada. Decidimos que vamos invadir a cidade e adentrar a base, para impedir os planos deles, sejam quais forem, pois a policia não fará nada a respeito, achamos que estão sendo confundidos pelos Rockets de alguma maneira. Então, vamos atacar antes que eles nos ataquem, e usar o elemento surpresa ao nosso favor, mas precisamos de mais ajuda. Vocês viriam com a gente? Sei que é pedir de mais...

 — EU TOPO! – Cris sentou-se na cama, enquanto gritava animado.

 — Sabe que podemos morrer, não é? – indagou Green irritado.

 — Sei! Mas não importa. Vocês sabem como eu fiquei morrendo de inveja ao ouvir vocês falando sobre a invasão do cassino? Eu só queria ter estado lá também. Não perderei isso por nada, estou super dentro! – o ruivo falava como se estivesse acabado de ser convidado para o show da sua banda favorita.

 — Não vou deixar vocês irem sozinhos... podem contar comigo – disse Ingro, dando um meio sorriso.

 — Tudo bem – assenti sorridente. No fundo, eu estava bem aliviada por eles virem com a gente. – Antes de começarmos a bolar um plano, tem mais uma coisa que preciso contar a vocês sobre mim... – eles me encararam com dúvida. – Vocês são os únicos que ainda não sabem, e às vezes isso pode ser útil na invasão da cidade... Bom, eu consigo entender o que os Pokémons falam – eu sempre me sentia idiota quando contava isso para alguém abertamente, e me senti ainda mais quando Cristofer riu pelo nariz.

 — E eu sou o Crobatman – falou em tom de brincadeira.

 — Ela tá falando sério, cara – disse Red, um tanto irritado.

 — Olha, quando você forem usar essas coisas, me convidem! Essa parece da boa – começou a rir, mas parou ao ver que todos estavam com cara séria.

 — Cristofer! – Ingro o censurou e depois voltou a me encarar. – Mesmo? – assenti.

 — Vocês tão zoando a gente, né? – indagou Cris, encarando a todos. Quando balançamos nossas cabeças negativamente, foi que a ficha caiu. – Como assim? Da onde isso veio? – questionou.

 — Isso não vem ao caso agora...

 — Eu e Ingro também temos algo para falar!

 — CRISTOFER! – bradou Ingro, agora já muito irritado.

 — Ah, eles já sabem! Não tem problema nenhum as meninas saberem também.

 — Saber o que? – perguntei.

 — Ingro e eu nos gostamos – me contou Cristofer.

 — Como assim se gostam? – insisti.

 — Olha Yellow... – começou Ingro.

 — NÓS SOMOS GAYS! – gritou Cristofer. Eu fiquei sem palavras, tamanha minha surpresa.

 — EU SABIA! – gritou Blue, pulando da cama e ficando de pé.

 — Ah, então foi isso que vocês queriam me dizer lá no jipe? – perguntou Red. – Achei que eu tinha entendido errado, ou era algum tipo de brincadeira de vocês, por isso nem falei nada.

 — Você é muito lerdo, Red! – Green revirou os olhos para ele que bufou em resposta, e depois se voltou para Blue. – E como você sabia deles?

 — Ora, Cristofer me disse uma vez que “eu não fazia o tipo dele”, fiquei pensando sobre isso e comecei a reparar no modo que olhava para o Ingro, e percebi que era recíproco, então acabei ligando as peças. Por que acha que dei meu ingresso do Safári para Ingro? Era óbvio que aquilo era uma briga de casal. É bem fácil para eu notar quando uma pessoa gosta de alguém – explicou ela, um tanto convencida, enquanto voltava a se sentar.

 — Que ironia... – respondeu Green.

 — O que você quer dizer com isso? – perguntou Blue, enquanto franzia a testa e estreitava os olhos.

 — Eu...

 — GENTE, FOCO! – gritei, fazendo todos se calarem. – Obrigada por ter contado pra gente... Claro, estou muito surpresa, mas... fico feliz por vocês – falei aos dois, dando um meio sorriso.

 — Eu também fiquei bem surpreso...  Acabei nem levando a sério... Mas o irmão da minha mãe é casado com um cara, e eles são os meus tios favoritos! Então, parabéns pra vocês – falou Red.

 — Obrigado gente, de verdade. É bom ter o apoio de vocês – disse Ingro, enquanto sorria.

 — Mas então, qual é o plano? – indagou Cristofer, se referindo à invasão.

Voltei meus olhos para o Carvalho, que estava sentado ao meu lado de braços cruzados observando a conversa com uma cara bem neutra.

 — Ah... antes de bolar qualquer plano para invasão, precisamos sondar o inimigo primeiro. Vamos ir até lá, ver o que está acontecendo e depois armar um jeito de entrar. Acho que só partiremos depois de todos ganharem a insígnia do Koga... dentro de uns dois dias? – eles assentiram. – Até lá, vou pensar em algo.

 — Ok... Mas agora, vamos jantar, pois eu estou morrendo de fome! – exclamou o Cristofer, levantando-se da cama juntamente com Ingro e Blue. Green, Red e eu também nos levantamos e eles começaram a se dirigir a porta. – Nossa equipe deveria ter um nome, sabe? – falou Cris, enquanto saiam do quarto.

 — Você tá cheio de graça hoje – ouvi Blue dizer enquanto ria. – O que houve nesse Safári, para deixar vocês assim?

 — Ah... você não vai acreditar... – então as vozes deles foram morrendo, conforme avançavam pelo corredor em direção as escadas.

 — Você não vem? – antes de sair, virei-me, ao perceber que Red não estava me seguindo.

 — Não posso entrar no refeitório assim – gesticulou para as roupas sujas de terra. – Vou tomar um banho antes.

 — Tudo bem... Vou te esperar para comer – falei me aproximando dele e segurando em sua mão.

 — Não precisa – falou.

 — Eu faço questão – então plantei um beijo rápido em seus lábios, antes de me virar e sair pela porta.

Talvez eu tivesse exigido de mais do Red. Irritou-me o ver dizer que éramos um casal, sendo que não tínhamos nada oficial ainda. Será que ele achava que era muito cedo? A gente se conhecia muito bem, e tínhamos passado por bastante coisa... na verdade, eu ainda podia estar insegura. Oficializar seria algo para me dar certeza dos seus sentimentos, e só de pensar em namorar com ele eu sentia um frio na barriga esquisito... Tentei deixar esses pensamentos pra lá, quando senti o cheiro gostoso que vinha do refeitório.

< Por Ingro >

Quando acordei pela manhã, eu ainda estava entrelaçado com o Cristofer. Fora a primeira vez que dormimos assim: juntos. Dividimos a cama de solteiro e nos apertamos ali mesmo, já que os quartos do Centro Pokémon não tinham cama de casal. Quando estávamos na sua casa não nos atrevíamos a dividir a mesma cama.

Soltei-me de seu abraço com cuidado para não acorda-lo e me sentei à beira da cama, o quarto estava escuro, até eu me levantar e abrir a janela deixando um pouco da luz entrar. O relógio de ponteiro na parede marcavam 7:13, era cedo. Senti meu corpo dolorido, realmente, não fora muito confortável dormir assim, mas não posso dizer que não gostei.

Fui em direção ao banheiro e joguei uma água no rosto para despertar, começando a escovar os dentes em seguida.

 — Bom dia – disse Cristofer, entrando no banheiro e me abraçando por trás.

 — Bom dia – respondi, depois de cuspir a espuma na pia.

 — Estou tão feliz que não precisamos mais esconder nosso lance dos seus amigos – falou ele ao pé do meu ouvido.

 — Eu também estou – respondi, enquanto secava minha boca com a toalha e me virava para beija-lo.

Cristofer me pressionou contra a beirada da pia, enquanto nos beijávamos suavemente. Um rubor surgiu no meu rosto, quando senti seu corpo reagindo ao nosso beijo, ele se afastou em seguida, um tanto quanto envergonhado também.

 — Então, o que vamos fazer hoje? – perguntou saindo do banheiro, enquanto tentava disfarçar.

 — Hum... não sei...

 — Que tal se fossemos ao ginásio, tipo agora?

 — Você vai batalhar? – voltei ao quarto e ele estava terminando de trocar suas roupas de dormir pelas suas roupas casuais.

 — Eu não, mas você vai!  

— Hum... não sei...

 — Ora, você tem um time completo de insetos! Vamos, se troque e vamos tomar café, depois direto para o ginásio! Eu gosto muito de ver você batalhar... – ele voltou ao banheiro e pelo barulho devia estar escovando os dentes.

 — Tudo bem... – Cristofer havia se mostrado alguém completamente teimoso. Quando botava uma coisa na cabeça não tirava mais. Comecei a me despir e procurar pelas minhas roupas e o meu chapéu, agora eu sentia um frio na barriga com a possibilidade de enfrentar Koga.

< Por Red >

Havia acordado de madrugada e não consegui voltar a dormir, meus pensamentos não permitiam. Eu só estava tentando pensar em algo legal para fazer pra Yellow, e finalmente oficializar as coisas entre a gente, mas não conseguia pensar em nenhum presente que ela fosse realmente gostar.

Até que algo me ocorreu repentinamente, é claro... como não tinha pensando nisso antes? Levantei-me da cama com um salto e desci do beliche com cuidado. Os três ainda dormiam e eu não queria que Yellow acordasse até minha surpresa estar pronta.

Peguei meu Pokégear na mochila e vi que havia acabado de dar 7:30. Talvez eu tivesse algum tempo antes dela acordar, corri para o banheiro e fiz minha higiene, me trocando e saindo do quarto logo depois, indo em direção ao jardim de treinamento de Pokémons que só o CP de Fucshia tinha.

< Por Ingro >

 — Ainda é muito cedo, talvez ele esteja dormindo... – falei, quando Cristofer fez menção de adentrar pela porta de bambu do ginásio arroxeado.

 — Deixa disso! Todo mundo sabe que lideres de ginásio acordam cedo! – eu já ia perguntar de onde ele tinha tirado essa informação, mas ele foi entrando logo de uma vez. O lugar tinha o teto baixo, e as paredes de dentro tinham o mesmo tom de roxo que as do lado de fora. Dentro do campo de batalha, que tinha seu chão de terra, havia um homem e uma garotinha que usavam praticamente as mesmas roupas e pareciam estar lutando com bastões de madeira.

 — Mantenha os joelhos flexionados – dizia ele em um tom alto e severo, enquanto investia com o bastão contra a garota que se defendia com o dela. – Seus pés estão muitos juntos, Janine, precisa afasta-los e estar pronta para evadir – ela defendeu um golpe dele, e girou o bastão no ar para tentar acerta-lo, mas ele rapidamente defendeu. – Você está muito preocupada em atacar! – bradou, ele a empurrando com a ponta do bastão e ela caiu de costas no chão. Seus movimentos eram rápidos e precisos, e ela parecia os tentar copiar, mas ainda era um tanto desengonçada.

 — AI! – exclamou ela, colocando a mão no ombro que tinha sido atingido pelo bastão.

 — Levante-se, vamos de novo – virou-se dando distancia e esperou ela se levantar.

 — MAS QUE DROGA! – ela gritou se levantando e jogando o bastão no chão.

 — É assim que você vai se portar caso perca para um desafiante em sua primeira luta de ginásio? – indagou severo. – Você precisa ter maturidade suficiente para saber aceitar e lidar com a derrota. De novo!

 — Quando você disse que íamos treinar, eu achei que fosse com Pokémons! – ela pegou o bastão do chão, enquanto bufava.

 — Você precisa trabalhar o seu corpo e a sua mente, antes de querer exigir o mesmo de seus Pokémons, sabe disso. Agora, vamos de novo.

 — Urrum – Cristofer deu uma tossida, chamando a atenção de ambos para nós.

 — DESAFIANTES! – exclamou Janine com muita animação.

 — Olá, bem vindos ao meu ginásio. Em que posso ajuda-los? – perguntou Koga.

 — Meu amigo aqui, veio desafia-lo para uma batalha! – disse Cris, me dando tapinhas nas costas.

 — A primeira do dia! – disse Janine. – Aceite, pai, por favor, quero muito assistir antes de ir para a escola.

 — Ainda é cedo... mas tudo bem, já estou aquecido. Aceito seu desafio.

Janine foi correndo até a porta que dava para o outro cômodo e voltou acompanhada de um jovem rapaz que estava vestindo o uniforme de juiz. Ela se sentou no trono de pedra que havia diante do campo, e parecia não se conter de ansiedade, o juiz se posicionou na lateral do campo e Koga foi para uma de suas extremidades, aguardando por mim.

 — Vai que é tua! – disse Cris, enquanto ia se sentar em um dos bancos e me deixava sozinho no campo. Andei até a outra extremidade e me posicionei, encarando os escuros olhos de Koga.

 — Essa é uma batalha de ginásio oficial da Liga Pokémon! Apresentem-se! – ordenou o juiz.

Koga inclinou seu corpo para frente, fazendo uma grande reverencia, a qual eu retribui um tanto abobado. Quando desinclinou o corpo disse:

 — Meu nome é Koga, sou o líder da cidade de Fucshia e minha especialidade são os Pokémons do Tipo Veneno.

 — Meu nome é Ingro Silveira, sou da cidade de Viridian e minha especialidade são os Pokémons do Tipo Inseto – declarei. Era assim que eu sempre me apresentava quando ia enfrentar um líder de ginásio. Como todos os lideres que enfrentei anteriormente, Koga pareceu surpreso, mas não disse nada.

 — A batalha será 3x3, sem limite de tempo e somente o desafiante pode fazer substituições. Vence aquele que deixar o adversário sem nenhum Pokémon. Prontos? – Koga e eu assentimos levemente. – Comecem!

 — Weezing, saia! – Koga falava normalmente, enquanto lançava sua Pokébola com toda serenidade do mundo.

Eu já havia enfrentado aquele Pokémon uma vez e sabia bem o que fazer.

 — Scyther! – eu não havia nem tido tempo de treina-lo, mas sua velocidade e seu ataque deviam ser o suficiente para vencer a forte defesa de Weezing.

 — VAI PAPAI! – torcia Janine do trono.

 — VAI INGRO! – torcia Cris.

Janine mostrou a língua para o ruivo, que retribuiu a provocação da mesma maneira. Talvez maturidade não fosse muito seu forte.

 — O primeiro movimento é sempre do desafiante – falou Koga educado.

 — Vamos começar testando o quanto ele é rápido! Onda de Vácuo!

O louva-a-deus saltou no ar, e começou a rodar suas foices que começaram a ser rodeadas por uma energia em forma de vento, então ele cruzou os braços na frente do corpo e os abriu lançando duas rajadas poderosas na direção de Weezing.

 — Desvie! – rapidamente o Pokémon Venenoso flutuou para o lado, conseguindo evadir o ataque sem muito esforço.

 — Não de espaço para ele! Perseguição combinado com o Agilidade! – Scyther sumiu no ar, e surgiu por de trás de Weezing, o acertando em cheio. – Isso! – comemorei, mas Koga tinha um meio sorriso no rosto.

 — Perto de mais, garoto... Poluição – falou calmamente. Uma névoa espessa e verde-escura começou a escorrer pelos buracos que cobriam o corpo de Weezing, e Scyther foi atingido por ela, caindo no chão enquanto sentia a dor do veneno. – Agora, Golpe Duplo.

Aproveitando que o louva-a-deus ainda estava caído, Weezing o atingiu duas vezes com seu corpo, o lançando aos meus pés. Um brilho arroxeado tomou conta do corpo de Scyther, mostrando que estava envenenado. Agora eu tinha que acabar com a batalha rapidamente caso quisesse ter alguma chance.

— Foco de Energia e depois Corte-X! – ele se levantou e começou a reunir uma energia avermelhada em volta de seu corpo, para depois partir em direção a Weezing.

— Impeça-o com o Lama! – o Pokémon Venenoso começou a disparar diversas bolas de lodo marrom da sua boca.

— Desvie com o Agilidade! – Scyther começou a desviar dos ataques, enquanto corria em direção ao adversário, mas acabou sentindo o efeito do veneno e parou a corrida, o que fez com que fosse atingido pelo lodo de Weezing. – NÃO DESISTA!

Ele voltou a avançar rapidamente, até chegar perto o suficiente do adversário. Com os braços cruzados na frente do corpo, começou a invocar energia, e desferiu um golpe em forma de X em Weezing, que era muito lerdo e não conseguiu desviar.

— Acha mesmo que não sei usar a falta de velocidade dele a meu favor? Giro-Bola! – disse Koga. O Pokémon venenoso começou a girar em seu próprio eixo acertando Scyther com toda força que fora lançado no ar. – Agora finalize com o Bomba de Lama! – Weezing se concentrou um segundo, antes de soltar uma única e poderosa bola de lama bem maior do que as do ataque anterior.

— SCYTHER, CUIDADO! – bradei, mas era tarde de mais. Quando a bola lamacenta entrou em contato com o corpo do louva-a-deus, está causou uma grande explosão, fazendo com que ele caísse desacordado aos meus pés.

— Scyther está fora de combate, Weezing vence! – anunciou o juiz, balançando a bandeira verde para o lado do campo de Koga.

Engoli em seco. Realmente, não esperava perder meu primeiro Pokémon dessa maneira. Weezing mal tinha saído do lugar...

— Você combina os golpes de seus Pokémons muito bem, realmente, se eu fosse um treinador comum, teria perdido, mas você me subestimou. Se acha que conhece os pontos fracos do Weezing, devia saber que eu os conheço muito melhor. Você apostou na falta de velocidade dele e no forte ataque de seu Scyther para vencer minha defesa, mas eu sei exatamente como driblar tudo isso. Se um dia quiser mesmo se especializar em algum tipo, precisa saber que muitas das pessoas que vêm ao meu ginásio já sabem quais Pokémons eu vou usar, pois uso a mesma equipe há anos e elas apostam em vantagens para me vencer, mas isso as faz ficar completamente previsíveis. Sei como lutarão contra Weezing, por exemplo, atacando sem parar com ataques físicos, por isso não me dou ao trabalho de ordenar a ele que desvie, deixo apenas que se aproximem e caiam na minha armadilha, como você fez.

— Você tem muito que aprender caso queira ganhar do meu pai! – disse Janine.

— Mas devo admitir, seus ataques causaram um bom dano. Presumo que a habilidade do seu Scyther seja a Técnica, certo?

Assenti, enquanto mordia os lábios de nervosismo. Teria eu batalhado tão mal assim? Era hora de mudar de estratégia.

— Vá, Venomoth! – lancei minha Pokébola revelando o Pokémon mariposa que pairava no ar. Os dias que passei treinando na mansão da família Swann haviam rendido a Venonat uma evolução.

— Hum... interessante – disse Koga, enquanto o juiz balançava a bandeira verde, dando permissão para recomeçarmos a luta.

— Comece com o Confusão, Venomoth! – a mariposa invocou uma energia azulada que tomou conta do corpo de Weezing o fazendo sentir dor.

— Saia dessa com o Giro-Bola e acerte-o! – o Pokémon venenoso começou a girar em seu próprio eixo, de modo a sair do Confusão de Venomoth, enquanto ia em direção a ele.

— Evasiva! – por um triz a mariposa conseguiu evadir o ataque.

— Poluição! – ainda sobre o efeito do Giro-Bola, Weezing começou a expelir uma densa fumaça verde das cavidades da sua pele, que começou a se espalhar e envolveu o corpo da mariposa. Eu teria me preocupado mais, se a habilidade de Venomoth não fosse o Escudo de Pó. Essa habilidade não permitia que o Pokémon fosse atingido por efeitos secundários advindos de ataques, por exemplo, Venomoth não podia ficar Envenenado ao entrar em contato com o Poluição de Weezing.

— AFASTE A FUMAÇA COM O RAJADA! – a mariposa começou a bater suas asas, invocando um poderoso vento que varreu a fumaça venenosa para longe.

— Golpe-Duplo – Weezing surgiu do meio da fumaça que se dissipava investindo contra Venomoth, apesar de ter sido atingido por seu ataque, o Rajada não foi capaz de para-lo. O Pokémon venenoso acertou a mariposa com seu corpo uma vez, e estava pronto para acertar a segunda.

— Proteja-se com o Raio Psíquico! – ordenei. Dois raios multicoloridos saíram de seus olhos, se unindo em um só e atingindo Weezing a queima roupa, o afastando, enquanto causava muito dano.

— Weezing! – bradou Koga, ao ver seu Pokémon a beira do colapso.

— AGORA, FINALIZE COM O CABEÇADA ZEN! – as antenas de Venomoth começaram a ser envoltas por uma energia psíquica azulada, e ele investiu contra Weezing, acertando-o com elas e derrubando-o no chão. Quando a terra baixou, o Pokémon venenoso jazia desacordado.

— Weezing está fora de combate! Venomoth vence!

Koga recolheu seu Pokémon e lançou a Pokébola do próximo sem dizer uma palavra. Quando a esfera se abriu, um Venomoth relativamente maior que o meu surgiu em campo. Aquela seria uma batalha interessante.

— Raio psíquico! – ordenamos juntos, assim que o juiz recomeçou a luta. Os raios multicoloridos se chocaram no ar, mais o raio do Venomoth de Koga venceu e passou raspando por uma das assas da minha mariposa.

— Cabeçada Zen! – meu Venomoth foi atingido com tudo pelo ataque da mariposa de Koga, de modo que ele caiu no chão enquanto levantava terra. – De novo!

— Venomoth, evasiva! – por um triz, minha mariposa conseguiu levantar voo fazendo com que a de Koga acertasse o solo. – Agora use o Desabilitar!

Antes que o Venomoth de Koga pudesse se levantar, os olhos do meu começaram a brilhar em azul claro e o mesmo brilho delineou o corpo da mariposa de Koga. Agora ele não poderia usar o Cabeçada Zen por um tempo.

— Isso não vai nos impedir! Venomoth use o Rajada! – ordenou Koga e sua mariposa invocou um poderoso vento com o bater de suas assas.

— Evasiva e acerte-o com o Cabeçada Zen! – Venomoth planou no ar, circulando o ataque de seu oponente e o evadindo, deu a volta e acertou a mariposa de Koga por trás, que conseguiu manter-se no ar mesmo assim. – Use o Esporo Paralisante! – reduzir a velocidade do Pokémon de Koga, fazendo com que ele não conseguisse atacar por vezes, seria o meu caminho para vitoria, mas quando minha mariposa começou a soltar um pó amarelado em cima da de Koga, não aconteceu nada. – Hãm? Não funcionou?

— A habilidade Pele Maravilha do meu Venomoth faz com que seja muito difícil ele ser atingido por ataques de status negativo – Koga sorriu. – Agora vamos revidar! Raio Sinalizador! – a mariposa disparou um raio misto de azul e vermelho de suas antenas, que atingiu meu Venomoth na asa de raspão.

— VENOMOTH! – bradei, ao vê-lo se matando para conseguir manter-se no ar.

— Agarre-o e lance-o no chão – disse Koga, como quem tivesse certeza de que a luta estava acabada.

A mariposa dele se aproximou rapidamente da minha, e segurou seu corpo com suas patinhas.

— NÃO DEIXE VENOMOTH! – gritei. Meu Pokémon começou a resistir com todas as forças, de modo que os dois voavam totalmente desengonçados enquanto se batiam com as patinhas. – USE O RAIO PSIQUICO PRA ELE TE SOLTAR!

— Revide com o mesmo ataque! – ordenou Koga.

Então, ambos os Venomoths invocaram um raio multicolorido de seus olhos que se chocaram, enquanto eles voavam igual doidos. O encontro dos raios fez com que começassem a se dispersar para todos os lados e atingir as paredes do ginásio. Logo o acumulo de energia devido ao atrito de ambos os ataques entre as duas mariposas, acabou formando uma explosão enorme, lançando as duas ao chão. A energia psíquica emanada da explosão fora suficiente para deixar ambas fora de combate.

— Ambos os Pokémons estão fora de combate, houve um embate! – anunciou o juiz.

Koga recolheu seu Pokémon com um sorriso animado no rosto, já eu não poderia estar mais apreensivo.

— Você teve um desempenho excelente nessa segunda batalha, estava mais contido e pensou melhor... Bom... vamos ver como se sai agora contra o meu Pokémon mais forte – Koga lançou sua Pokébola , enquanto Janine não se continha de ansiedade.

Nada mais que uma gosma roxa com cerca de 1,20 de altura se materializou. Tinha braços longos que se estendiam para fora do corpo, olhos pequenos e uma boca grande.

— MUMUMUK! – gritou a gosma.

— Saia, Grimer! – Janine chamou uma versão menor da mesma gosma, com cerca de 0,90 centímetros, para fora de uma Pokébola. A gosminha se ajeitou no colo da garota. – Seu pai vai batalhar!

— GRIMER! – ambos pareciam igualmente felizes ao verem seus pais em campo.

“Muk, o Pokémon Lodo. É a forma evoluída do Grimer quando este atinge o nível 38. É sujo e feito de lama, sendo tão tóxico que mesmo seu rastro contêm veneno. Seu cheiro, quando está nervoso, é tão horrível que pode causar desmaios.”

— Se vai usar seu Pokémon mais forte, creio que terei que fazer o mesmo! Butterfree! – lancei a Pokébola que se abriu revelando a bela borboleta.

— Comecem! – anunciou o juiz.

— Butterfree use o Salvaguarda! – uma fina camada verde claro e brilhante envolveu o corpo da borboleta. Agora, ela ficaria temporariamente protegida de condições de status negativo e não poderia ficar envenenada.

— Muito esperto, mas não será o bastante. Muk use o Lama! – o Pokémon lodo abriu a boca e começou a disparar diversas bolas de lama venenosa na direção de Butterfree.

— Evasiva! – a borboleta começou a evadir os ataques, mas um acabou acertando sua asa e ela foi perdendo altitude, sendo atingida novamente e caindo no chão. – Voe! – mas ela não conseguia. A lama era muito pegajosa e grudava em suas asas e no chão, de modo que ela estava presa.

— Use o Pancada! – ordenou Koga e Muk começou a se aproximar rapidamente de Butterfree.

— Confusão! – os olhos da borboleta começaram brilhar com uma energia azul e o corpo de Muk foi delineado pela mesma energia, e ele começou a sentir dor a se afastar. – Agora, use o Vento de Prata para se livrar dessa lama!

Butterfree invocou um vento prateado e brilhoso enquanto movimentava suas asas minimamente no chão. O vento circundou seu corpo e começou a levanta-la para o alto, enquanto retirava a lama de suas asas. A borboleta ainda direcionou o ataque para Muk, que o sentiu bem, graças a sua habilidade Lente Colorida, que dobrava o dano de ataques não muito efetivos em seus adversários.

— Não se abale! Use o Tiro de Sujeira! – Muk começou a disparar diversos tipos de resíduos de lixo do seu corpo, que iam em direção a Butterfree.

— Dê o seu melhor Rajada! – a borboleta começou a bater as asas intensamente contendo grande parte do ataque de Muk e desviando dos outros.

— Pancada – disse Koga e inesperadamente o Pokémon lodo saltou no ar e atingiu Butterfree com o seu corpo a lançando ao chão.

— Butterfree! – bradei, ao ver uma aura roxa saindo de seu corpo. O efeito do Salvaguarda havia passado e ela acabou ficando envenenada ao entrar em contato com o corpo de Muk.

— Sugar Veneno – disse Koga, enquanto Muk se preparava para sugar a energia de Butterfree, já que ela estava envenenada.

— NÃO DEIXE! – berrei. Se ela fosse atingida por aquele ataque, seu Ataque, Ataque Especial e Velocidade seriam reduzidos.

Butterfree se esforçou ao máximo para levantar voo novamente, sendo que o veneno ainda estava agindo em seu corpo.

— Ela vai evadir, detenha-a com Queda de Corpo! – bradou Koga.

Muk se içou no ar, era incrível como ele se esticava e estava pronto para deitar por cima de Butterfree que ainda voava baixo. Se ele conseguisse alcança-la a batalha estava acabada.

— Zumbido de Inseto! – ondas sonoras começaram a ser emanadas do corpo da borboleta. Todos taparam os ouvidos, inclusive Muk, o que deu tempo para Butterfree ganhar altitude, mas o veneno voltou a agir. Era hora de usar a minha carta na manga.

— Onda de Lama! – bradou Koga. Muk começou a emanar uma energia venenosa do seu corpo, a disparando para todos os lados e atingindo Butterfree, mesmo com ela estando no ar.

— Resista! Use o Pó do Sono! – Butterfree continuou a voar, mas estava capengando de mais. Mesmo assim, começou a soltar um pó azulado de suas asas sobre o Pokémon lodo, que começou a sentir seus olhos pesarem e bocejar, até cair do no sono. – AGORA, DEVORADOR DE SONHOS! – eu havia ensinado Butterfree a usar esse ataque. Uma aura avermelhada surgiu em volta da borboleta, e ela a lançou em Muk, de forma que os dois estavam conectados. Toda a energia do Pokémon lodo começou a ser sugada pela Butterfree, de modo que ela ia recuperando seu HP.

Quando o ataque cessou, Muk jazia desacordado no campo de batalha.

— Muk está fora de combate, Butterfree vence! A vitória vai para Ingro da cidade de Viridian! – anunciou o juiz.

Eu pulei de alegria, enquanto minha Butterfree começou a circular em minha volta, feliz. Cristofer veio correndo em minha direção e se lançou sobre mim, de modo que quase caímos no chão. Ele me abraçou fortemente enquanto me parabenizava, dizendo que essa tinha sido uma das melhores batalhas que ele já assistiu. Janine e Grimer choramingavam no trono, chateados com a derrota de seus pais.

Quando nos soltamos, Koga estava diante de nós e tinha um sorriso no rosto.

— Foi mesmo uma batalha incrível – disse-me ele. – Por um momento, eu achei que estivesse lutando contra outro líder de ginásio. Você tem muita técnica e sabe bem como batalhar como um, claro, ainda comete alguns equívocos, mas acho que você tem um futuro brilhante se seguir essa profissão. Pela sua vitoria, eu te presenteio com a Insígnia da Alma – Koga me estendeu um pequeno coração rosado com um risco no meio.

Peguei a insígnia, enquanto o agradecia pela incrível batalha. Janine ainda me olhava feio, mas seu a pai a pediu para me parabenizar o que ela fez um tanto a contra gosto.

< Por Yellow >

— Hey, Yellow... Acorda – fui acordada por sussurros ansiosos, enquanto alguém sacudia meu ombro.

Revirei-me na cama um tanto abobada e abri os olhos. O quarto ainda estava escuro e era iluminado apenas pela luz que vinha da fresta da porta entreaberta.

— Red? – indaguei, enquanto bocejava. – O que você quer? Ainda é cedo – falei ao notar que Blue e Green ainda dormiam no outro beliche.

— São quase oito e meia! Eu tenho um presente pra você, vem! – ele me pegou pela mão e começou a me puxar para fora da cama.

— Não! Espera ai! Eu to de pijama, nem penteei meu cabelo, ou escovei os dentes... – mas ele não me ouvia e começou a me levar para fora do quarto. – Red!

— Você está linda, agora vem – ele nos levou até o corredor, fechando a porta do quarto atrás de si e foi me puxando pelas escadas, até passarmos pela recepção do CP em direção ao jardim.

— Cara, esse lugar está lotado! – esbravejei. – É bom valer a pena, já que todo mundo está me vendo de pijama e com esse cabelo horrível! – eu usava um conjunto de short e camiseta amarelos, com varias Pokébolas, aquele devia ser o meu pijama mais velho. Se o presente de Red fosse um buque de flores eu ia fazer ele comer.

Saímos no jardim e eu senti a grama com meus pés descalço. A luz do sol da manhã me cegou por uns momentos, até que tudo ficou escuro do nada.

 — Não é pra olhar – disse Red atrás de mim, com as mãos sobre meus olhos.

— Red! Mas que palhaçada é essa? – eu não curtia muito essas coisas de surpresa e romance, mas não pude deixar de soltar uma risada.

— Eu te guio – falou ele, começando a andar e me forçando a andar também. Demos uns dez passos, até ele parar. – Aqui está bom. Pronta? – eu assenti e ele retirou as mãos dos meus olhos.

O sol me cegou um pouco por uns instantes, mas meus olhos se acostumaram com a claridade. Eu olhei em volta e não tinha nada, foi quando eu senti algo arranhando a minha perna. Olhei para o chão e lá estava um cachorrinho laranja com um bonito laço vermelho em volta do pescoço. Ele pulava animado, enquanto latia querendo atenção. Abaixei-me e acariciei seu pelo macio, enquanto ele lambia minha mão.

— Red... Onde o achou? – perguntei sorrindo.

— Eu o capturei no Safári. Na verdade eu o salvei de um Victreebel que queria comê-lo. E como você não tem nenhum Pokémon de fogo na sua equipe, achei que ele seria o presente perfeito. O nome dele é Growlithe.

— Eu adoro ser um presente! Agora tenho uma nova dona! – ouvi a voz animada de Growlithe na minha cabeça, enquanto ele latia feliz.

— Ele é muito fofo – ri, enquanto ele corria atrás do próprio rabo.

Obrigado! – respondeu, parando para me olhar com seus pequenos olhos escuros. – Ah... o Red me pediu para perguntar se você quer acasalar com ele – ao ouvir aquilo em minha mente, senti meu rosto ficar muito vermelho, me levantei bruscamente e olhei para Red morrendo de vergonha.

— Ele disse direito? – perguntou ao ver como eu estava.

— E-eu acho que ele trocou a palavra... – falei, totalmente sem graça.

— O que ele disse? – voltou a perguntar, estreitando os olhos para Growlithe que abanava o rabo feliz.

— Ah... – eu simplesmente não conseguia dizer.

— Era pra ele dizer que eu tinha pedido para ele perguntar se você queria namorar comigo! – bradou, fazendo o cachorrinho abaixar a cabeça. – Poxa, Growlithe, ensaiamos a manhã toda!

Não é minha culpa se vocês usam outro nome! – respondeu o Pokémon a Red, que só o ouviu repetir seu nome varias vezes.

— Mas... deu pra entender... – falei, tentando deixar um pouco a vergonha de lado. – Eu adorei o presente... E... sim, eu quero namorar com você.

Red veio até mim e pousou suas mãos na minha cintura, enquanto eu envolvia seu pescoço com meus braços.

— Desculpa pela demora – disse-me.

— Tudo bem – respondi. – Desculpa por ter surtado ontem.

— Sem problemas – ele se inclinou para me beijar, mas eu desviei o rosto.

— Não me beija! Eu estou com bafo – respondi, por não ter escovado os dentes.

Então, ele plantou um beijo no meu pescoço, enquanto ria e Growlithe pulava em volta de nós. Eu não podia estar mais feliz. 


Notas Finais


Bom, foi isso pessoal, o que acharam?
Por favor, comentem sobre o uso das Habilidades e se gostaram dessa forma. Sobre o que acharam dos diálogos, se ficaram bobos, ou se estava bom, se acharam os romance muito mimimi (eu não sei se o pessoal é fã de romance aqui, mas vez ou outra, acho que não tem problema, né?). E opinem também sobre a batalha, se sentiram uma diferença, se tá a mesma coisa, se gostaram, isso tudo me ajuda muito a saber o que vocês curtem <3
Queria agradecer a todos os novos leitores da fanfic BEM VINDOS AO LADO COLORIDO DA FORÇA! E aos leitores antigos permaneçam firme e forte, e obrigada por todo apoio real, e aos leitores fantasmas, eu nem conheço vocês, então tanto faz.
Link de um mega collab meu na categoria de Pokémon, só com autores finos: https://www.spiritfanfiction.com/historia/8-nos-13271636
Até o próximo meus amores.


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