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História Pokémon Golden Light e os ladrões de areia - O inimigo alado


Escrita por: GoldenBright

Capítulo 6 - O inimigo alado


Fanfic / Fanfiction Pokémon Golden Light e os ladrões de areia - O inimigo alado

Capítulo VI — O inimigo alado

Debaixo daquele sol escaldante com a companhia daquela vegetação seca, Dourado andou metros e metros. Sua camisa estava encharcada de suor, desmaiaria se não tivesse resistência das aulas.

Chama não se incomodava com aquela temperatura quente, com o vento seco batendo em seu rosto. O fogo de sua cauda brilhava intensamente, um sinal de que estava confortável e feliz.

O caminho para a cidade que o garoto esperava ganhar sua primeira insígnia era simples: Pilões, depois Candiba e então a batalha pela insígnia.

Seria fácil. Pelo menos em tese. Tudo parece mais fácil, simples e perto quando está marcado na pokédex.

Não tendo mais energias para continuar percorrendo o caminho e já muito distante para arrepender-se de sua saída e voltar, Dourado observou os céus. Se pudesse navegar por entre as poucas e raras nuvens, avançar pela rota sem se preocupar com quantas bolhas seus pés estavam acumulando, faria um percurso mais rápido.

Uma ideia apareceu em sua cabeça, tão clara quanto o sol que o matava aos poucos lá do alto.

— Precisamos voar, Chama!

Para sua sorte, uma horda de Pidgeys estava procurando presas logo mais à frente, todos pousados. E mesmo sendo Pidgeys, fora dito nas aulas que até aqueles passarinhos, apesar de serem fracos, possuem força suficiente para levantar voo com um humano.

Tudo na teoria era perfeito.

O jovem aproximou da horda na surdina e Chama seguiu seu encalço. Ainda mantendo uma certa distância, tirou a pokédex do bolso e examinou os dados do pokémon.

Nada foi detectado.

— Como assim nada? Tá de brincadeira com minha cara?

Ele apontou a máquina mais uma vez.

Nada foi detectado.

Dourado respirou fundo, o que foi um erro porque o vento seco e areia entrou em seus pulmões e ele teve um acesso de tosse. Mais uma vez posicionou a pokédex.

Pokémon detectado: Pidgey

Tipo: Normal/ voador

Muito dócil. Se atacado, muitas vezes vai chutar areia para proteger a si mesmo, em vez de lutar.

Um dos pássaros era o mais alto e também o mais gordo, era a líder, a mais forte aparentemente.

— Chama, use arranhão naquela ali! — ordenou sem pensar duas vezes.

O lagarto de fogo saiu detrás dos galhos secos e avançou, suas garras afiadas com um brilho branco. Alguns pássaros notaram, mas felizmente, a líder não. Um arranhão crítico não foi o suficiente para fazer o pássaro tombar.

A Pidgey enfureceu. Alçou voo, posicionando-se acima de Chama e dos demais pássaros. Um sinal de superioridade clara. Ela piou, seu piado era um comando para os outros Pidgeys. Os outros membros do bando alçaram voo em posição de ataque.

Chama e Dourado acompanharam os movimentos dos bichos no ar. O lagarto de fogo ficou confuso de tanto olhar os rodopios. Os Pidgeys desceram e investiram no adversário. Era uma investida após a outra, pareciam movimentos já planejados e ensaiados. Após a investida de um dos membros, outro vinha e acertava o adversário, e outro já estava pronto para taca-lhe outra investida. A líder não atacava, apenas olhava para aquela situação com um ar sério, confiante de que certamente venceria.

Dourado pensava onde estaria a doçura daquelas aves que a pokédex descreveu. Decidindo não ver seu pokémon levar uma surra até a morte, o garoto emergiu da moita e usando as mãos levantou uma nuvem de areia que cercou todo perímetro.

 — Corre, Chama!

A distração funcionou. Os Pidgeys perderam a formação. Chama estava confuso por causa dos ataques e corria para o lado contrário ao do seu treinador. Dourado o puxou para o lado certo pelo braço pequenino do pokémon. Ambos avançaram desesperados pela rota em alta velocidade. Se tivessem sorte — o que não tinham — ou um pouquinho de piedade do destino — o que também não tinham — teriam despistados o bando furioso.

Um piado de guerra soou do alto. A pokédex falava alguma informação inútil sobre como os Pidgeys não são afetados por cortinas de areia por conta de seus olhos afiados. Dourado resolveu ignorar.

 Os Pidgeys voaram ainda mais alto, ficando imperceptíveis. Apenas pontos no céu. Esperaram até que Dourado e Chama escondessem atrás de uma árvore seca, e por ordem da líder ficaram ali parados no ar. A líder iria cuidar de toda a situação.

 

— Ufa! — falou Dourado, aliviado.

Ele tentava olhar para o alto, mas os galhos da grande árvore não deixavam ter uma boa visão do céu. O menino arriscou uma espiada. Olhou para um lado, não viu presença de Pidgey algum. Olhou para o outro. A líder os observava cara a cara.

Ele gritou!

A passarinha lhe deu uma cabeçada, que fez com que o garoto caísse no chão, inconsciente, o nariz sangrando. A ave furiosa preparava para atacar seu oponente nocauteado com força total, foi quando Chama interviu com um arranhão em sua fuça.

 A ave resmungou e o lagarto bradou com o peito estufado.

Os pokémons se encararam por um momento, como caubóis ou cangaceiros empunhando armas. Um típico desafio das terras secas. Dois tiros. Somente um sairia vivo.

Chama ainda sentia os impactos dos golpes causados, o vermelho vivo em sua pele ardendo. A observava com extrema cautela, apesar de ser pequena, aquela ave demonstrava um incrível poder de ataque.

Pidgey usou investida. Chama desviou e usou brasas. A ave balançou suas asas de maneira agressiva levantando uma grande cortina de areia. Chama cobria os olhos e assim sua guarda estava aberta. Um acerto crítico na barriga e o lagarto caiu no chão, os olhos cheios dos grãos de areia que tanto se esforçava para não entrar.

O Charmander não conseguia localizar a Pidgey. Estaria ela ferindo seu treinador? Por onde aquela ave planejaria lhe atacar? Seria no rosto? Nas costas? Ele não sabia o que fazer. Começou a gritar.

A Pidgey o observava naquela imensidão de areia com seus olhos afiados e ria de seu desespero.

O grito de Chama despertou Dourado. Ele estava fora da cortina de areia que a Pidgey fizera, mas conseguia ver as formas embaçadas dos pokémon. Via a ave preparando um novo ataque. O menino pegou uma pedra do chão e a arremessou no pássaro.

Pidgey viu que o humano havia recobrado a consciência.  Ela desfez a ventania balançando as asas fortemente e piou chamando seus companheiros.

O restante do bando desceu rapidamente.

Chama recuou para perto de Dourado — estavam em desvantagem agora. A pokédex apitou Plink! Plink! Dourado desembolsou. Os Pidgeys estavam em formação.

Ataque detectado: Ventania. Alerta de perigo! Repetindo. Alerta de perigo!

Dourado levantou com Chama grudado em seu corpo, de maneira que a chama da cauda ficasse afastada o suficiente de sua roupa para não a queimar, tentou correr. Mas para onde? Não podia avançar por causa da formação dos Pidgeys. Não podia dar de costas, pois atrás dele havia uma ladeira íngreme o bastante para quebrar algumas costelas se descesse apressado. Ele tentou pensar em outra solução, mas os Pidgeys não lhe deram tempo.

As aves lançaram o ataque “ventania’’ todas ao mesmo tempo.

Dourado e Chama foram atingidos em cheio e rolaram ladeira a baixo. O garoto via sua vida passar diante de seus olhos, para ele, aquela queda parecia infinita. A paisagem rolava e rolava na sua perspectiva de câmara lenta. Só parou de rolar quando ele chocou-se contra uma árvore. Graças a Arceus, ainda estava consciente, tonto, ferido, cheio de arranhões e com pequenas pedras pressas por todo corpo, mas ainda vivo.

Dourado não pensou duas vezes, pegou Chama e correu o mais longe que pôde, adentrando ao fundo do matagal seco entre as árvores sem folhas e na companhia dos cactos. 

O sol ardente pesava nos ombros do menino, como nunca lhe havia pesado. Sua cabeça latejava por causa da investida que a Pidgey dera. A camisa estava rasgada, cheia de suor, terra e outras coisas da qual não preferiu identificar. Seu pokémon estava inconsciente, cheio de golpes e hematomas roxos que os pássaros deixaram quando o atingiu. Dourado lamentava a cada passo de sua escolha egoísta e imbecil que fizera de sair sozinho.

 Os Pidgeys haviam perdido seus adversários de vista, mas lá no alto era possível ver as aves furiosas, especialmente a fêmea, os procurando de forma circular no céu, acima das árvores.



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