—— TODA VEZ É ISSO, QUER DAR PRA ELE FALA LOGO PORRA —— Sanemi bateu a porta da entrada fortemente, causando um estrondo pela casa inteira do casal.
—— JÁ DISSE QUE ISSO É COISA DA SUA IMAGINAÇÃO SANEMI! —— O de madeixas negras Tomioka Giyuu Retrucou, era mais uma das discussões pelo ciumes do platinado que para piorar era paranóico.
—— IMAGINAÇÃO!? TA ME CHAMANDO DE LOUCO PORRA!? ELE PEGOU NA TUA CINTURA E VOCÊ NÃO FEZ NADA ! —— Andou rápido até Giyuu enquanto gesticulava irado, o ódio em seu olhar era nítido, enquanto o outro menor segurava as lagrimas o quanto podia, mas, seus olhos já marejavam, ameaçando as deixas-las cair e o platinado percebeu isso.
—— A VAI CHORAR GIYUU!? PUTA QUE PARIU! —— Passou as mãos pelos fios de cabelos acinzentados, na tentativa falha de se acalmar.
Tudo isso começou a um tempo desde que um boato começou entre a roda de seus amigos em comum.
“ Kyojuro Rengoku está afim do Tomioka “
O que não seria um problema, se Tomioka não fosse casado a quatro anos com Sanemi, que desde então acha que o moreno está tendo intenções a mais com o loiro, porém não era o caso, Giyuu apenas era gentil com seu amigo e não via nada demais, o mesmo não gostava muito de festas, mas seus amigos estavam sempre fazendo uma e sempre quando Kyojuro conversava com o menor, Havia uma briga com Sanemi quando os dois chegavam em casa e agora era uma dessas situações, infelizmente o platinado estava enfurecido pela cena que viu fora de contexto, Rengoku segurando no quadril do menor, próximo ao seu corpo e Tomioka segurando em seus ombros, foi apenas um incidente onde o moreno escorregou e o loiro teve um reflexo mais rápido e conseguio segura-lo, mas, não foi isso que o maior viu.
—— EU CANSEI, CANSEI! FODA-SE CASAMENTO —— Bateu na mesa embravecido.
—— Por favor se acalme Sanemi —— O menor pediu o olhando com pavor, sabia que o marido era explosivo, mas, parecia fora do normal naquele dia.
—— NÃO TEM COMO TOMIOKA PORRA! —— Bufou —— OUTROS CARAS DÃO EM CIMA DE VOCÊ E VOCÊ ACEITA.
—— EU JÁ DISSE QUE NÃO É O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO, O QUE VOCÊ ACHA QUE EU SOU!? UM BRINQUEDINHO!? —— Giyuu não aguentava mais, o moreno não era de gritar, estava sobrecarregado demais.
—— DEVE SER MESMO A PORRA DE UM BRINQUEDINHO INUTIL —— Tomioka sentiu as lágrimas escorrem sobre suas bochechas e desferiu um tapa no rosto do marido, seu coração estava a mil, a mil e quebrado.
O platinado levou as mãos até o local dolorido pelo tapa e fitou o moreno.
—— EU NÃO SOU A PORRA DE UM BRINQUEDO! —— O menor sentiu suas pernas fraquejarem e caiu sobre o chão, tampando seu rosto com as mãos, as molhando por conta das lágrimas insistentes a cair.
—— Acabou Tomioka Giyuu.—— o som do anel de ouro pode ser ouvido caindo sobre o chão, e a porta sendo batida novamente, indicando que o outro havia saído.
—— P-por quê…? P-por quê de novo comigo? —— Apertou sua camisa fortemente sentindo seu peito doer, queria gritar, correr, sumir, mas não podia fazer nada daquilo.
Olhou para a aliança a pegando, levantou-se e se direcionou até o quarto deixando a mesma em cima da cômoda.
Não conseguia parar de soluçar seu peito doia por culpa e medo, Sanemi foi o único que conseguiu seu coração após Sabito, e aquilo machucava mais que tiros.
O som de ligação foi ecoado pelo cômodo, não estava nenhum pouco à fim de atender, ainda mais quando viu o nome de Kyojuro na tela, e assim fez, colocou o aparelho no mudo e continuou ali em sua cama, sentindo a dor de cabeça dar sinais de vida.
Enquanto isso Sanemi não ficava por trás chorava feito uma criança na casa do amigo Tengen Uzui, que tentava o consolar de toda forma.
—— Não acho que seja motivo de termino, vocês já tem anos nas costas, e—— foi cortado pelo outro platinado que enxugou suas lágrimas, aquilo era raríssimo de se ver e Uzui estava impressionado.
—— Ele é tão lindo, aquela cintura perfeita, pode falar até você já quis tocar Tengen —— o Outro engoliu seco, prestando atenção no amigo.
—— Ele tem a porra daquele cabelo perfeito e macio, àqueles olhos que brilham para mim todo dia de manhã. —— Rangeu os dentes.
—— Eu amo ele, eu disse coisas horríveis para ele Tengen, sou um merda. —— Rio sarcástico, tomando um gole da água oferecida por Uzui.
—— Logo você vai se lamentar? Não é o Sanemi que eu conheço. —— Cruzou os braços sentando na cadeira à frente.
—— Perdi o brilho da minha vidinha medíocre.
—— Para de agir a flor da pele, volta-la e conversa com ele, como eu conheço o Giyuu ele provavelmente deve estar fodidamente mal também—— Sanemi suspirou enxugando o rosto.
—— Não estou com cabeça para isso hoje, posso dormir aqui? —— Indagou levantando da cadeira.
—— Pode, mas pensa bem, não joga o amor de vocês fora por conta de ciúmes, lembres-se, seu termino é a alegria de muitos. —— Uzui deu dois tapinhas nos ombros do amigo e se dirigiu para seu quarto, Sanemi já conhecia aquele lugar de cor, saberia onde dormir e assim também foi para o cômodo que iria ficar, resultado, noite em claro, Tomioka não saia de sua cabeça, a mesma que explodia em uma dor insuportável, os passarinhos já cantavam e seu celular estava cheio de mensagens, queria ele que fossem todas do seu amado, só era de Mitsuri perguntando sobre o por quê dos dois terem saído daquele jeito de sua casa onde estava sendo a festa.
Levantou da cama, indo até o banheiro para lavar seu rosto, quando seu celular começou a tocar mais uma vez.
—— Mas que porra —— Saiu do banheiro indo em direção ao telemóvel, sentindo a ira subir ao
Ver o nome de Rengoku brilhando na tela, deixou tocar mas foi obrigado atender após vinte e seis chamadas perdidas.
—— O que é inferno!?
—— Sanemi! Graças a Deus! O Giyuu está no hospital em estado grave, precisamos da su—— Seu coração parou, mil e umas coisas se passaram em sua mente, sobre as crises de ansiedade do garoto ou até algo pior.
—— Em que hospital?.
—— O próxima a cafeteria do Iguro.
Sanemi desligou a chamada enfiando o celular no bolso de qualquer jeito, saindo da casa de Uzui sem ao menos o deixar explicações, com o carro que o platinado veio até a casa do amigo, foi para o hospital, em uma velocidade proibida por aquelas ruas, mas nada mais importava para ele naquele momento, e nada tirava de sua mente que o culpado era si.
—— Por favor Giyuu…—— Seus olhos encheram de lágrimas novamente, mas o mesmo foi duro o suficiente para engolir as mesmas e estacionar o carro no estacionamento do hospital.
O Shinazugawa subiu às pressas pelo prédio, sendo atendido pela recepcionista que o orientou o corredor correto e assim o maior foi encontrando Rengoku com um semblante preocupado.
—— O que aconteceu!?
—— Parece que ele teve um ataque de pânico e acabou caindo da escada, torceu os braços, mas o pior foi um corte que atingiu uma de suas veias, está perdendo muito sangue, onde você estava Sanemi!? —— O Platinado ficou sem reação, não podia ser, seu bemzinho, seu calmante diário, estava ali naquele lugar.
—— Como você ficou sabendo? —— Olhou para Kyojuro que estava com a feição cabisbaixa.
—— Ele não me atendia, então resolvi ir até a casa de vocês, a porta estava aberta então estranhei, entrei e o vi caído no chão. —— Explicou brevemente.
Shinazugawa ficou quieto, ao mesmo tempo que sentia pavor, sentia ódio, seus sentimentos estavam todos confusos.
—— Olha Sanemi, somos amigos, então eu posso te falar isso, certo? —— Suspirou sentando no banco encostado na parede, o platinado o olhou de escanteio e confirmou, não queria muito falar com o loiro.
—— Eu amo o Tomioka —— Seus olhos arregalaram e rapidamente virou seu rosto para Kyojuro—— Mas eu sei a pessoa que ele ama de verdade e eu sempre os respeitei.
—— Legal, você quer palmas? —— proferiu contra o mesmo.
—— Não, mas, me sinto culpado de certa forma, aquele momento Sanemi, o Giyuu iria cair e por isso eu o segurei. —— A voz embargada do loiro pode ser nítida naquele momento.
—— Jamais quero ser início de encrencas, tanto que estou tentando superar, mas é tão difícil o Tomioka ele é tão——
—— Incrível—— Sanemi terminou a frase chamando atenção do loiro que o fitou.
—— com licença, rapazes, o que vocês são do Sr.Giyuu? —— Uma mulher bela com cabelos amarrados em um coque se aproximou com uma prancheta e caneta em mãos.
—— Marido e amigo —— O loiro disse apontando para cada um.
—— Como ele está?—— Perguntou preocupado.
—— Olha serei sincera, é uma situação complicada, porém pelo o que parece ele está se saindo bem na missão—— erros na batidas do coração de Shinazugawa progrediram, ele sabia que seu amor estava lutando oara sair dessa.—— Sinto em lhe informarem mas o paciente não terá alta hoje, se quiserem podem ir descansar.
—— Acabei de chegar, irei ficar até ele acordar —— A enfermeira suspirou e foi naquele momento que Sanemi percebeu que havia algo á mais.
—— Bom, até logo rapazes, creio que em breve o doutor venha falar com vocês. —— ambos se despediram em referência.
—— Eu queria tanto quebrar sua cara —— O platinado cerrou os punhos fitando o loiro que arregalou os olhos. —— mas não te culpo.
—— Sanemi —— A fala do outro foi cortada mais uma vez no dia pela mulher de cabelos rosa e verde, que corria com seus olhos marejados.
—— Como Tomioka-san está? Por quê não me atendi Sanemi!? —— Com um lenço limpou seu rosto molhado, abraçando Rengoku que retribui-o o afeto.
—— Ele vai ficar bem, Obanai não veio com você? —— O loiro indagou ao não ver o esposo da mesma ali.
—— Você sabe como ele é com o Giyuu, preferiu não entrar no hospital, mas está lá em baixo.
Shinaguzawa apenas pensava sobre o que estava ocorrendo e em como queria estar em caso com seu amado, tomando café e assistindo séries.
—— Onde você estava Sanemi!? —— A rosada perguntou embravecida.
—— Não te interessa Mitsuri —— A mesma bufou com a resposta sentando ao lado do maior.
—— Olha aqui, eu sei no que você está pensando, a culpa não é sua, ele vai sair dessa e vocês vão ficar juntos entendeu?
—— Não, não vamos, eu terminei com ele… —— Mitsuri arregalou os olhos abrindo a boca em uma reação de choque, piscou rapidamente e voltando a realidade.
—— Por qual motivo você fez isso?.
—— Hora dá raiva.
—— Quando ele acordar…O que você vai falar?
—— Não sei.
O platinado se calou abaixando a cabeça enquanto Mitsuri se despedia do outro amigo que já ia embora.
—— Eu vou buscar algo para você comer —— A mulher saiu, deixando-o sozinho.
Nunca quis tanto gritar e chorar, a culpa permanecia em suas costas.
Algumas horas se passaram depois que sua amiga trouxe um lanche para si, a mesma que já havia ido embora, e agora o relógio marcava uma hora da manhã, passou o dia e a noite em claro do lado de fora da sala, pois não deixavam o mesmo entrar, estava agoniado, nenhum cochilo conseguia dar, em sua cabeça só se passava o belo rapaz de madeixas escuras.
—— Senhor Shinazaguwa? O paciente Giyuu acordou, quer ve-lo? —— Confirmou sentindo seu coração disparar novamente, entrou na sala, vendo Tomioka sendo ajudado a respirar por uma máquina, seus braços com faixas e seus olhos perdidos em qualquer canto, aquilo o quebrou de mil maneiras diferentes.
—— Giyuu… —— Se inclinou na maca, não conseguindo segurar seu choro e então afundou seu rosto no cabelo de seu amado.
—— Me Perdoe, por tudo que eu disse, Voce não é um brinquedinho, nem inútil, você é perfeito é meu amor, por favor não me da mais esse susto —— Disse acariciando o rosto do menor que já se encontrava aoltando lágrimas.
—— M-me Desculpe…—— Tomioka disse com dificuldade.
—— Quem deve pedir desculpas aqui sou eu, nunca sei me expressar direito e sou possessivo demais, não consigo de tratar do jeito que você merece e—— Agora a vez da fala ser quebrada foi a do próprio Sanemi, por Giyuu que levou uma dê suas mãos até sua boca.
—— Você não é nada disso, não iria me apaixonar por um babaca —— Dei um sorriso mínimo, tirando uma risada do maior.
—— Porquê não me ligou?.
—— Nem você ligaria.
O Platinado teve que concordar, naquela situação ele seria a ultima pessoa a ligar.
—— Eu quero cuidar de você.
—— Eu quero ver mais vezes esse Sanemi se declarando.
O mais alto corou, enxugando suas lágrimas, respirou fundo, deixando um selo na região da testa do menor.
—— Odeio clichê.
—— Você ama que eu sei.
—— Eu amo você.
—— Eu também te amo Nemi.
—— Queria te beijar.
—— Eu também.
Os dois riram em uníssono, Shinazugawa parecia ter recuperado seu brilho assim como Tomioka, pareceu mais forte naquele momento, a única pessoa que não estava tão feliz era Kyojuro que observava pelo lado de fora com seus olhos cheio d’água, estava feliz pelo amigo e pelo seu amor, mas no fundo só ele sabia, que queria estar no lugar de Sanemi, recebendo carinho do tão frio Tomioka, sendo amado por alguém que era incapaz de amar.
[…]
—— Você vai me derrubar! —— Giyuu afirmava enquanto Sanemi o carregava no colo estilo noiva até o quarto.
—— Nunca te deixarei cair, não mais —— Rio sem jeito, colocando o parceiro na cama com cuidado.
—— Lembrarei disto —— Sorrio labialmente.
—— A isso aqui. —— O platinado pegou a aliança que estava em cima da cômoda a colocando de volta em seu dedo.
—— Aquilo foi apenas um delírio, nunca me cansarei de você, então você meu lindo garoto, aceita viver com este homem meio explosivo e charmoso? —— Tomioka rio fazendo o outro corar, ver o garoto sorrindo era como um hobbie para si.
—— Eu aceito. —— Respondeu chamando o outro para um abraço e assim ele foi, abraçando seu esposo.
—— Estou com medo de te machucar.
—— Eu estou bem, relaxa. —— Giyuu levou suas mãos até o rosto de Sanemi e colou seus lábios, em um beijo calmo e cheio de sentimentos misturados e aleatórios, o que foi um aprendizado para Sanemi.
Um sentimento só em abundância te cega das outras coisas, dos outros seres.
O nosso melhor momento é quando estamos cheios de sentimentos aleatórios e podemos aproveitar cada momento e pequeno detalhe, Sanemi queria ser aleatório com Giyuu para sempre, e com essa chance ele jamais iria perder seu garoto de volta.
—— Quase te perdi por um triz, obrigado por ter resistido meu amor.
Fim
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