História Prisioneiros de Azkaban - Sirius Black. - Capítulo 1

                       [ Astrid ] 

- Vamos lá Sirius, eu estou entediada! Preciso conversar com alguém e você é o único daqui que parece ter o mínimo de juízo. – disse a mulher olhando para Sirius que permanecia deitado com o braço tapando o rosto. Meu nome é Astrid Pipper, estou presa em Azkaban a uns quatro anos. A uns meses atrás chegou um colega de quarto para mim, no começo eu achei que tivessem ficado loucos, já que eu deixei bem claro que mataria qualquer um que entrasse aqui se não fosse dona Regina, a moça que trás a comida. Eu pretendia mata-lo, mais ele me pareceu bem interessante... claro, ele foi bem irritante no início, ficava gritando toda hora que era inocente e blá,blá, blá... mas depois de um tempo ele até que melhorou, começamos a nos aproximar e viramos até amigos. Ele me contou da história dele e me pareceu realmente bem convincente, eu acredito na inocência dele, nenhum criminoso daqui precisaria mentir sobre seus crimes. Eu mesma não escondo os meus.

- Não estou com clima para conversas hoje, Astrid. – disse e eu bufei ficando de cabeça para baixo e com meus pés na parede, começo a estalar a língua no céu da boca irritantemente e escuto ele suspirar. – tá bom, tá bom! Oque você quer saber afinal? Já lhe falei sobre tudo. – disse e eu me lembrei da nossa última conversa.

- Nem tudo, você me falou que tinha um crush em uma das suas amigas não é? Aquela que fazia parte dos maricas. – falo gesticulando com as mãos ainda de cabeça para baixo.

- Marotos. E sim, eu tinha um crush na Elisa. Mas isso já faz muito tempo e eu não sinto mais nada por ela. – disse e eu me virei ficando de bruços na cama com as mãos servindo de apoio a minha cabeça.

- Humm... Você já se apaixonou por alguém de verdade? – pergunto e ele finalmente olha para mim.

- Porque quer saber?

- só diz logo! – falo impaciente.

- Sinceramente... Não, eu tive um crush na Elisa e achei que gostava de um amigo meu também, mas percebi que com ambos não passava de uma amizade. – disse dando de ombros. – e você? – perguntou e eu me virei novamente para o teto, pretendia ignora-lo como todas as outras vezes que ele perguntava sobre meu passado. – Qual é Astrid, nos conhecemos a meses e você nunca me falou nada sobre você. Sendo que você já sabe da minha vida completa e de trás para frente. – disse e eu suspirei, depois de um tempo sem resposta eu escuto ele voltar a falar. – Tudo bem, faz oque achar melhor. – e então ouvi o som da cama rangendo, ele provavelmente se virou de costas para mim. Eu não tenho muito oque fazer, não tenho condições emocionais o bastante para responder às perguntas dele agora.

Uma semana depois...

Sirius continua me ignorando a mais de uma semana, isso tudo porque eu me recusei a falar sobre o meu passado! Certo, meio que foi injusto já que ele me falou tudo sobre a vida dele e não me escondeu nada. Mas oque eu posso fazer?! Eu não me sinto confortável para conversar com ele sobre isso, pelo menos não agora...

Duas semanas depois...

Três semanas depois...

Tá bom, eu estou começando a enlouquecer! Fazem três fucking semanas que o desgraçado me ignora, ele não me dá nem um mísero “Bom dia". Eu sinceramente não achei que sentiria tanta falta das conversas que eu tinha com esse idiota. Afinal, eu sempre lidei muito bem com a solidão, fiquei quatro anos nessa merda e a única pessoa que eu tinha o mínimo possível de contato era com Regina. Não entendo porque agora eu me sinto tão... dependente, puff chega a ser patético!

Nesse momento estamos deitados olhando para o teto enquanto escutamos o barulho do mar e da densa tempestade que cai lá fora. Nada fora do normal, já é como uma “rotina” para a gente fazer isso todos os dias. A diferença é que agora estamos em total silêncio, como em todos os outros vinte quatro dias que passamos ignorando um ao outro nessa sela minúscula. Suspiro e decido acabar com essa tortura, não aguento mais ficar calada nessa porra.

- Eu estudava em Durmstrang, era a aluna mais brilhante de lá e a mais bonita também. Todos da escola me amavam pelo meu jeito doce e firme ao mesmo tempo. Acredite, eu não era nada parecida com a pessoa que você conhece hoje. Eu era amável e bondosa, acreditava que todas as pessoas eram boas, só... eram mais desfavorecidas pela vida e acabavam se deixando levar para o lado negro. – dou uma pausa para olhar para o lado, o mesmo me encarava fixamente agora. – acontece que pessoas boas demais sempre se fodem. – digo com desgosto na voz e volto a fitar o teto. – Tinha um professor, o nome dele era Bernard de Voucre. Ele ensinava magia negra, sim, lá a gente aprende sobre variados tipos de magia, não só a magia da luz. Esse professor sempre deixou bem claro para todos que eu era a aluna favorita dele, ele me elogiava sempre que podia. Mas os outros professores acharam o comportamento dele normal, já que eu era a favorita de muitos professores dali e era realmente uma aluna exemplar com um futuro “Excepcional”, eles alegavam. – digo e respiro fundo antes de continuar. – Acontece que não era só mais um professor normal, era um psicopata de merda! Ele era possessivo comigo e não deixava ninguém se aproximar de mim, caso contrário ele daria detenção e em outros casos chegava até a punir alunos pelo simples fato de terem olhado para mim. Eu nunca relatei nada para o diretor ou para ninguém, a única pessoa que tinha desconfiança sobre o comportamento dele era meu irmão, Levi Pipper. – dou um leve sorriso me lembrando do meu pirralho, já deve ser um homem feito e muito bonito.

- você tem um irmão? – falou e eu me virei com uma sobrancelha erguida e um sorriso divertido no rosto.

- Agora o bonito resolveu falar? – Rio levemente e respondo. – sim, ele é meu gêmeo, sou mais velha do que ele 5 minutos. – afirmo sorrindo, eu amava esfregar isso na cara dele. – Enfim, um dia um menino da minha idade veio falar comigo. Eu já sabia que ele gostava de mim, o mesmo era péssimo em esconder isso, mas eu também tinha uma quedinha por ele então era meio que recíproco. Ele e eu estávamos na aula de magia negra, assim que a aula acabou ele veio falar comigo sendo encorajado pelos amigos. Ele me perguntou se eu não queria ir ao baile de primavera com ele e eu aceitei prontamente, estava tudo perfeito mais quando eu estava saindo da sala com ele, Bernard me chamou e pediu que eu ficasse mais um pouco porque ele queria conversar sobre um assunto sério. Eu fiquei com muito receio mas resolvi aceitar, pedi desculpas ao garoto e ele sorriu compreensivo saindo da sala. Quando não restava mais ninguém no local ele começou a andar em direção a porta...

                [ Flashback on ] 

- sabe... Eu não entendo oque você quer, uma hora você fica me dissecando descaradamente durante a aula e depois aceita um convite desse moleque para ir ao baile? Não... – passou a chave na porta e lançou um feitiço silenciador na sala. – isso não é algo que uma boa menina faz... você com certeza merece ser punida por seu tão grave erro, não é mesmo? – disse se aproximando de mim enquanto eu me afastava lentamente até ficar com a bunda prensada na mesa atrás de mim.

- Oque o senhor está fazendo? Eu não fico “dissecando” o senhor durante a aula, é justamente o contrário! – digo começando a ficar nervosa com a proximidade dele, estava com o corpo quase se colando ao meu.

- Não minta para mim, baby girl... Eu sei muito bem o tanto de vezes que você se imaginou sendo fodida por mim. Aposto que te deixo tão excitada quanto todos dentro desse lugar... – disse e em um movimento rápido, e que eu não esperava, ele me levantou pelas coxas e me pôs sentada na mesa.

- Me deixe em paz, seu maluco! Eu nunca tive pensamentos libidinosos como estes! Não com você! – digo furiosa e logo me arrependo quando o mesmo segura meu queixo fortemente.

- com quem foi? ME DIGA COM QUEM VOCÊ TEVE PENSAMENTOS ERÓTICOS ALÉM DE MIM!!! – gritou furioso e eu comecei a chorar, ninguém nunca tinha gritado comigo e eu tinha certeza que ninguém apareceria para me salvar naquela hora. Ou talvez eu estivesse errada... – Você só pode desejar um homem! Que sou eu! VOCÊ É MINHA! – grito novamente e pôs as mãos dos dois lados da minha blusa social puxando-as em direções opostas fazendo os botões voarem. Eu estava mais assustada do que nunca estive antes! Ele começou a beijar meu pescoço e suas mãos apalparam meus seios cobertos por um sutiã azul marinho. Eu comecei a chorar ainda mais quando ele começou a descer a mão para minha intimidade. – minha, minha, minha... – ele sussurrava possessivo. Só que antes que ele pudesse fazer algo pior o meu irmão entrou contudo na sala, quando ele viu a cena o mesmo não esperou nem um segundo antes de partir para cima do desgraçado. Eles começaram uma luta corporal violenta enquanto eu tremia de tanto chorar, em um certo ponto eu vi Bernard pegar a varinha dele e apontar para o meu irmão. Olhei para os lados e vi a varinha do meu irmão do meu lado, deve ter caído durante a briga. Pego a mesma e lanço uma das maldições imperdoáveis no desgraçado antes que ele o fizesse com meu irmão que estava caído no chão sangrando.

- Avada Kedavra!!! – grito e logo o corpo sem vida do homem cai no chão com um baque surdo. Corro até meu irmão e verifico seu pulso, ele ainda está acordado mais apanhou muito. – vai ficar tudo bem, meu amor... – quando eu disse isso ele desmaiou, não fiquei preocupada pois sabia que ele ficaria bem. Os professores e o pessoal do ministério entraram no recinto e pararam olhando desacreditados para o corpo desfalecido no chão, provavelmente eles haviam detectado que eu havia usado uma magia extremamente proibida e vinheram o mais rápido possível.

- Mas oque você fez...? – disse um professor ainda chocado.

- Fiz oque tinha que ser feito... – respondo sem emoção alguma.

                [ Flashback off ] 

Sinto braços fortes me rodearem e percebo que a esse ponto eu já estava chorando sem nem perceber. Me aconchego nos braços de Sirius e desconto todas as minhas lágrimas no peito dele enquanto o mesmo acariciava meus cabelos.

Continua...?