Sangue escorria na sua perna.
Dor
É a descrição do que esta a sentir.
Já não era a primeira vez que se machucava.
Não era a primeira vez que se ofendia .
Não era a primeira vez que se punia.
Estava sentada no chão frio do banheiro já sujo de sangue de cor escarlet. Cada traço junto forma palavras,não palavras simples, eram palavras que se apoderavam da mente da jovem.
Ofensas que ouvia de sua família , palavras que a descreviam ,palavras com uns significados cruéis , palavras como:Gorda , Inútil , Bruta , Dor , Egoísta , Burra ...
Sofria todos os dias,para a mesma palavras eram pior que armas . Palavras a fazia desejar a morte todos os dias , o desejo da lamina cortando sua pele , a dor de ser perfurada , sua punição de ser a menina que é .
Mais sorrisos ela sempre estava à distribuir , era comum a vê-la festejar com seus amigos, amigos que nunca souberam e nem em hipótese nenhuma saberiam os pensamentos sofridos e tenebrosos que se passavam na mente da jovem toda as vezes que se encontrava em casa.
Sacrifício. Sacrifício. Sacrifício .
SACRIFÍCIO
Era a nova palavra a se formar na perna já cortada outras vezes pela jovem.Lembrava -se do momento exato que aquela palavra de sua mãe fora direcionada a ti .
‘’-Tudo que eu faço é por você , cada gesto e cada sacrifício !’’
‘’Eu não mereço tais sacrifícios . Sou uma inútil , um estorvo na vida de todos,uma gorda bruta que não tem valor na vida de ninguém ,sou apenas um peso morto . Um peso que ninguém deve carregar .’’
Eram os pensamentos que rondavam a mente da jovem
‘’Eu devo ser punida , por minha imprudência direcionada a minha mãe, senhora que merece tudo de bom nessa vida junto a meu pai e minhas irmãs.Sou aquela que não merece a vida , aquela que muitos se dirigem como A Ovelha Negra Da Família , sou aquela que quebra os protocolos , SOU AQUELA EU MERECE A PUNIÇÃO POR SER ASSIM !’’
O dia que começara a pensar assim foi durante o sermão que seu pai dava a ela e suas irmãs ‘’Você nunca fazem nada ,tudo por causa dessa internet , por causa desses celulares, as vezees sinto vergonha de ter vocês como filhas !!’’ Ele poderia estar falando no plural , mais seu olhar era dirigido somente mais jovem , a que nunca fazia as coisas com perfeição , a sem talento , aquela que as notas não eram boas, aquela que tantas decepções causava .
Já não chorava mais dentro daquele banheiro, estava sem forças , seus olhos estava sem brilho , e a casa que morava já não considerava seu lar , para si era apenas um lugar para se viver .
Sangue. Dor . Lagrimas . Punição .
Era assim que se descrevia toda as noites que passava trancada no banheiro, que sempre era sujo de sangue. O sangue ela julgava ruim , desonra para a sua família .
Ninguém sabia que por trás do sorriso ,das brincadeiras ,por debaixo do short , havia cortes e esses cortes eram cicatrizes de batalhas.
Batalhas que perder para si mesma , que perdera para sua mente , que perdera para suas lembranças .
Batalha que perdera para a o desejo da morte.
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