Quando eles voltaram para a casa, Sokka e Aang estavam debruçados sobre a mesa de Pai Sho em uma partida tensa.
"O que está aconteceu?" Suki perguntou.
"Shhhhhh." Sokka disse. "Eu estou quase ganhando!"
"Não está não!" Aang gritou.
Com o barulho, Momo acordou de sua soneca no sofá e pulou em cima do tabuleiro com um guincho, jogando todas as peças no chão.
"Momo!" Os dois gritaram em protesto.
Eles olharam para as quatro pessoas na porta.
"Onde vocês estavam?" Aang perguntou. "Zuko, Katara, suas roupas estão imundas!"
"Zuko, sua namorada gótica louca e a amiga dela passaram aqui como tornados mais cedo, pegaram as malas sem dizer nada e saíram." Sokka informou.
"Eu sei." Zuko disse.
"O que deu nela, hein?" Katara bateu na testa com as perguntas do irmão mais velho.
"Zuko terminou com ela depois de Katara chutar a bunda dela." Toph disse.
"Katara brigou com Mai? Por que?" Aang perguntou.
"Por que ninguém me chamou para assistir?" Sokka gritou indignado.
Ele abriu a boca para continuar a dizer algo, mas a voz morreu em sua garganta quando seus olhos atingiram a irmã mais nova e focaram na mão direita dela na esquerda de Zuko.
"Aaaah. Posso saber por que vocês estão de mãos dadas?" Ele perguntou com a sobrancelha levantada.
Ninguém respondeu.
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O silêncio machucava os ouvidos de Zuko. Ele podia sentir a mão de Katara tremendo levemente na sua. Ele sabia que o coração dela devia estar saindo pela boca já.
"E então...?" Sokka ainda queria uma resposta.
Zuko olhou para Aang e sabia que ele já tinha entendido o que estava acontecendo e estava digerindo a informação.
"Vocês estão juntos." Ele sussurrou em compreensão.
"Aang?" Sokka perguntou.
"Katara e Zuko. Estão juntos, não estão?" Ele repetiu.
"Aang..." Katara começou.
"Você está com... Ele?" Sokka falou mais alto.
Katara suspirou.
"Sokka, por favor."
"Katara!" A menina de olhos azuis se encolheu com a explosão do irmão.
"Katara!" Aang gritou também.
"Como você pode estar com ele?" Sokka gritou.
"Foi por isso que você terminou comigo hoje mais cedo?" Aang continuou.
"Para ficar com Zuko?" Sokka emendou.
"Como você pôde?" Aang berrou.
"Ele já tentou nos matar várias vezes!"
Os olhos de Katara se enchiam de água com os gritos de seu irmão e seu ex namorado.
"Katara..." Zuko sussurrou apertando a mão dela.
"Você!" Aang gritou. "Tire as mãos dela."
"Ela não é mais sua namorada!" Zuko disse calmamente.
"Mas ela é e sempre vai ser minha irmã!" Sokka disse, ainda gritando. "Você não tem direito nenhum sobre ela! Ela é minha irmãzinha!"
"Sokka, eu..." Zuko começou.
"Eu não quero ouvir! Saia de perto da minha irmã! Agora!"
"Sokka..." Suki tentou acalmá-lo.
"Não!" Sokka gritou. "Fique fora disso, Suki."
"Sokka, eu nunca faria nenhum mal a Katara! Eu amo sua irmã." Zuko disse.
"Você o que?" Sokka respondeu.
"Sokka, por favor!" Katara implorou. "Zuko não vai me fazer mal. Não foi ele que começou isso. Fui eu! Eu fui atrás dele."
"Era por causa disse que você estava chorando mais cedo, não é?" Ele ignorou o que ela disse.
Sokka tentou bater em Zuko, mas Suki o segurou.
"Sokka, me escuta!" Katara pediu. "Sou sua irmã! Mas eu não sou mais uma criança. Você não se importou quando eu comecei com Aang. E eu não quero que brigue com Zuko. Nós nem sabemos no que isso vai dar. Só temos sentimentos um pelo outro."
Sokka pareceu relaxar um pouco.
"Eu não vou machucar a sua irmã, Sokka. Até porque, ela me mataria se eu o fizesse." Zuko disse e Sokka deu um meio sorriso.
"Ela mataria." Ele concordou. "Tudo bem. Mas não quero você nem a cinco metros do quarto dela ou ela do seu. Aang era um monge, mas você tem bastante fogo nesse seu corpo ai. Estou de olho em você!"
Zuko ficou vermelho e olhou para Aang.
"Sem ressentimentos?" Ele perguntou.
"Katara," Aang chamou. "É isso que você quer?"
Ela assentiu. E Aang se virou para Zuko esticou a mão.
"Sem ressentimentos."
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Dois dias depois, estavam todos de volta ao palácio da Nação do Fogo.
"Oh. Vocês voltaram! Onde estão Lady Mai e a jovem Ty Lee?" Iroh perguntou.
Katara corou, olhando para Zuko.
"Mai voltou para Omashu, para viver com seus pais." Zuko informou solenemente.
"Então devo supor que...?"
"Sim, tio, nós terminamos."
"Oh. Isso certamente vai inquietar o Conselho. Eles esperam que você se case em breve, sobrinho." Iroh disse. "Você já está com quase dezoito anos. Você precisa ter uma namorada, alguém com quem pretenda se casar."
"Eu não disse que não tenho uma namorada, tio." Zuko disse e Katara corou de novo.
"Oh. Sim. Posso saber quem?"
Zuko deu um passo para trás, pegando a mão de Katara, sorrindo para o tio.
"Mestre Katara?" Iroh não parecia surpreso. "Isso é maravilhoso!"
Eles sorriram e foram para o jardim tomar chá.
"Zuko, eu encontrei isto enquanto você estava fora. Pode interessá-lo." Iroh disse entregando uma carta amassada.
Zuko leu em silêncio e depois olhou para seus amigos, a boca aberta e os olhos arregalados.
"Me deem licença." Ele engasgou antes de sair correndo.
"O que conheceu?" Aang perguntou.
"Acho melhor esperar meu sobrinho estar pronto para contar-lhes, jovem Aang." Iroh respondeu com a testa franzida.
Duas horas tinham se passado, Katara andava lentamente pelos corredores olhando para a decoração das paredes.
"Katara." A voz de Zuko chamou atrás dela. "Venha, preciso conversar com você."
Ela o seguiu para o escritório dele. Era uma sala ampla e oval, cheia de estantes de livros nas paredes, uma mesa de mogno estava ao centro, cheia de pergaminhos abertos. Zuko parecia perturbado, os olhos dourados estavam agitados, os cabelos pretos estavam caídos no rosto e a coroa que normalmente os prendia, estava jogada de qualquer jeito na mesa.
"Zuko, o que está acontecendo?" Katara perguntou.
"Esta carta." Ele levantou um papel. "É de minha mãe. Para um homem chamado Ikem. Eu precisei sumir por algumas horas. Fui atrás de tio Iroh, Azula e meu pai. Interroguei-lhes sobre o passado de minha mãe. Ozai obviamente não me disse muito. Tio me contou tudo. Azula... Minha irmã... Ela me disse coisas. Katara, eu preciso tomar Azula e ir atrás de minha mãe."
"Por que? Por que com Azula? Por que agora?" Katara perguntou.
"Katara, esta carta e, ao que tudo indica, Ozai não é o meu pai."
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