História Querido cupido, vá a merda! - Fall

Saio apressado do meu apartamento, olho para o relógio em meu de pulso, e percebo que estou dois minutos atrasado, com certeza irei levar um sermão do Jin, só de pensar nisso reviro meus olhos e apresso ainda mais os meus passos, passando pela portaria dou um breve aceno para José, que está regando as plantas da recepção, saindo dela vejo um Jin totalmente impaciente dentro do carro, abro a porta de sua Range Rover branca e entro.

- Você está atrasado - diz como se atrasar três minutos, TRÊS MINUTOS, fosse algo horrendo e imperdoavél.

- Desculpa Jin, eu me atrasei porque tive que passar uma pomada em meus pés - digo suspirando, espero que isso me ajude a não levar um sermão de meia hora.

- Só desculpo se você me contar o que aconteceu com você - diz me olhando ansioso, com um sorriso travesso em seus lábios.

- É uma história longa - tento fugir do assunto.

- Bem, nós temos 30 minutos até chegar na faculdade, acho que dá tempo de você contar as partes mais emocionantes.

- Okay -digo suspirando, me dando por vencido, me preparo mentalmente para começar contar a história.

 - Então no sábado eu fui vistar o meu, bem agora ele é meu ex namorado, porque eu tinha decidido finalmente deixar de ser o virgen do grupo.

- Espera você é virgem - sou interrompido pelo Jin, minhas bochechas coram ao ouvir sua frase, porém ignoro e volto a contar minha merda de história.

- Ehh... Voltando, quando eu cheguei lá, ouvi uns sons diferentes, então fui em direção ao som, e quando cheguei vi o Jun.., o meu ex - me corrijo rapidamente, percebendo a burrada que iria fazer - transando com outro cara.

- E então você entrou no quarto e desceu a porrada neles? - diz meio empolgado com essa alternativa.

- Não! Jin eu simplesmente sai de lá e fui para um Pub beber, pronto fim da história.

- Você acha que eu sou idiota? Pode me explicando de onde veio essas marcas que pelo que percebi estão por todo o seu corpo - diz me encarando maliosamente.

- Jin! - o repreendo com o olhar- Bem continuando a outra parte, depois de algumas dose, apareceu um cara, eu estava meio alterado, por causa da bebida e com raiva da vida, ele era gostoso, então eu perdi minha virgindade com um estranho, fim completo da história - digo como se tudo o que me aconteceu não fosse nada de mais.

Sinto meu corpo ir para frente, por conta da freiada brusca que Jin dá, dou graça a Deus por estar usando o cinto de segurança e não ter voado do carro, encontrando o senhor bigodes, meu antigo gatinho, antes do tempo.

- É o quê? - Jin me pergunta segurando fortemente no volante, seus dedos chegam a ficar branco por conta da força.

- É isso tudo que eu contei - digo dando de ombros, como se isso não importasse, uma grande mentira devo acrescentar.

- Jimin, como você pode contar isso de forma tão insignificante? - diz incrédulo.

- Bem nós já chegamos! Tchau Jin! Beijos e obrigado pela carona - disparo as palavras em sua direção, saindo rapidamente do carro.

Saio andando disparado pelo Campus, fugindo do provável interrogatório que Jin iria fazer, ao sumir de sua visão, desacelero os meus passos, e sigo em direção ao prédio de belas artes, tomando cuidado para não encontrá-lo no caminho, felizmente ou infelizmente, nesse casos, seu curso e no mesmo prédio que o meu, ele faz cinema e teatro, enquanto eu faço dança contemporânea. 

Ao adentrar o prédio, vou direto para a minha sala, me sentando em uma das carteiras perto da janela, no meio, quem senta nas primeiras cadeiras são os queridinhos dos professores e atrás os "loucos", eu me encaixo melhor com o povo "estou aqui pela minha dança e é isso", coloco minha mochila em cima da mesa e apoio minha cabeça na parede enquanto observo a paisagem pela janela, a sala vai se enchendo as poucos e logo o professor entra fazendo uma pequena introdução de como será esse ano letivo, sobre o novo semestre que nós aguarda e de um novo evento que terá, não presto tanta atenção na aula, que na verdade é mais uma apresentação para os alunos, a paisagem parece muito mais interessante, porém sou despertado dos meus pensamentos com o sinal do segundo tempo, pego minha mochila, a colocando na costa, caminho calmamente pelo corredor abarrotado de gente, indo e vindo sem se importar se havia alguém no caminho, já perdi a conta de quantos esbarrões já levei nesse corredor abarrotado de "ogros", subo as escadas em direção a área dos estúdios de dança, olho para a porta e confiro o número dela, 22, dou uma risada ao entrar, pensando em como esse número combina com o professor responsável pela minha turma, Jung Hoseok, para mim ele é o melhor professor que eu poderia ter de dança livre, entro e passo despercebido pelos alunos da turma, penduro minha mochila em um dos gancho de ferro que fica na parede perto do mini vestiário, pego a roupa que trouxe para trocar, que era simplesmente uma calça de moletom cinza e uma blusa branca mais larga, entro em uma das cabines trocando de roupa rapidamente, dobro as que tirei e as guardo dentro da mochila, saindo do vestiário vejo os outros alunos conversando animadamente, ignoro a todos e me posiciono para começar o alongamento, alongo primeiro os meus braços, cada um de uma vez, por fim os estilos acima da minha cabeça, braços feitos, próximo, costa, a giro levemente, escuto o falatório ficar mais alto, as garotas começam a dar pequenos gritos estéticos, fazendo minha cabeça latejar. Irritado, vou até minha mochila pegando meu celular e fones de ouvido, volto novamente para a área de treinamento colocando meus fones, antes de colocar a música ainda consigo escutar umas das meninas dizendo:

- É ele, o garoto prodígio do curso de medicina! Ele está vindo em direção ao nosso estúdio, ahh que gato! - diz super empolgada dando um  grito super fino ao chegar no final de sua frase.

Balanço a cabeça e coloco uma música do Big Bang no último volume, para não escutar o escândalo que as garotas estavam fazendo por causa do garoto prodígio,  revido os meus olhos e volto a me alongar descendo o meu tronco, toco os dedos dos meus pés, sem dobrar o joelho ou perder a postura, começo a contar mentalmente até 60, porém antes de terminar minha contagem, sinto uma mão em minha costa, olho para a pessoa através do espelho, para saber quem interrompeu o meu alongamento, ao reconhecer seu rosto, sinto o equilíbrio me abandonar, dizendo "Adeus garoto azarado" e vou direto para o chão, como diz a Lei de Murphy, se algo pode dar errado, dará, e não é que ele estava certo.

- Você está bem? - saio dos meus pensamentos com sua voz e logo o vejo se abaixar preocupado, enquanto eu me sento no chão.

- Sim - digo evitando olhar para o seu rosto, torcendo para que vá embora logo.

- Deixe eu ajudá-lo - diz estendendo sua mão em minha direção.

- Eh... Obrigada - digo aceitando sua ajuda constrangido e sem muitas opções, obrigado querido universo que gosta de foder com a minha vida.

Finalmente olho para o seu rosto, e vejo surgir um sorriso quadrado, espero que minhas bochechas não estejam tão vermelhas como ficam quando estou com vergonha.

- Eu queria lhe entregar as coisas que você esqueceu na minha casa - diz coçando a nuca e desviando o olhar do meu rosto para a sacola em suas mãos.

Sinto meu coração falhar por um misero segundo e minha visão ficar embaçada, antes de perder completamente os meus sentidos sinto meu corpo ficando mole e indo novamente em direção ao chão.