Seus olhos ávidos e brilhantes acompanhavam a paisagem que lhe era mostrada através da janela do táxi em que se encontrava. Era começo de inverno. O céu estava cinzento e pessoas bem agasalhadas com seus tecidos grossos e cachecóis se movimentavam pelas ruas tentando proteger seus corpos do frio. Um frio que seu coração não conhecia, não sentia, pois vibrava em saudade, em amor, em calor. Sean. Um sorriso nervoso e apaixonado não abandonava seus lábios ao pensar em seu marido. Lana fechou os olhos, sentindo a sensação do seu abraço, ansiosa por estar a poucos minutos de senti-lo verdadeiramente.
- Chegamos, senhora.
Estivera tão absorta em seu pensamento que não percebera que chegara ao seu destino.
- Obrigado. – Agradeceu ao descer do veículo e ele lhe entregar sua única mala, antes de sumir em busca de outro cliente.
Virou-se, mordiscando o lábio inferior e olhou para sua casa. O sorriso aumentara ainda mais. O coração palpitava ainda mais forte.
“Espero que Sean não tenha ouvido o barulho do táxi.”
Seus passos cruzavam o caminho de pedras até a entrada, as rodinhas seguindo seus pés. Tirou as chaves de sua bolsa e encaixou-a na fechadura, girando e abrindo a porta lentamente, evitando fazer qualquer ruído. Entrou e fechou-a. Tirou seu cachecol e botas e cautelosamente chegou até a sala. Ninguém. Sabia que sua filha não estava em casa, mas onde estaria seu marido? Será que estava no quarto? Provavelmente estava descansando esperando a hora de buscá-la. Soltou uma risadinha pela surpresa que faria e dirigia-se para a escada quando um barulho atraiu sua atenção. Parou, estreitando os olhos. Cozinha.
Desviou a rota e sentiu-se transbordar de amor. Lá estava o homem da sua vida cozinhando o que julgava ser um de seus pratos prediletos pelo cheiro que saíra do forno quando ele o abriu. Encostou-se ao portal e ficou o observando com um sorriso cheio, os olhos reluzentes e o corpo clamando pelo contato.
Sean acordara feliz, pois sua esposa retornaria de viagem hoje. Estava em uma convenção em Barcelona e, infelizmente, ele não pudera acompanhá-la. Após deixar sua irmã e Charlotte no aeroporto, passou em um supermercado e comprou tudo que era necessário para preparar uma das refeições que Lana mais gostava: costeletas de porco com barbecue. Minutos antes, subira para organizar o quarto dos dois para o que planejara, e agora olhava o forno para verificar se já estava pronto.
- Mais cinco minutinhos. – falou consigo mesmo.
Virou-se, verificando as horas em seu relógio de pulso. Estava quase na hora de ir buscar Lana. Ergueu seu rosto e foi tomado pelas mesmas emoções que ela. Amor. Saudade. Sua mulher o olhava com olhos marejados e um sorriso que encheu sua alma. E ele? Bom, ele estava levitando.
- Oi, amor. – ela sussurrou.
Sean aproximou-se dela e tomou-a em seus braços, envolvendo-a em um abraço apertado e carregado de sentimentos. As mãos dele perdiam-se nos cabelos negros enquanto ele também se perdia no perfume de sua mulher, inebriando-se. Lana sentiu-se arrepiar com o calor que emanava do corpo dele e entregou-se ao seu lugar no mundo, enfiando a cabeça no pescoço de seu marido e inspirando seu cheiro. Enfim, seu lar.
Seus lábios depositaram um delicado beijo no pescoço dele, iniciando o trajeto que passaria pelo maxilar até chegar à boca. Impossível conter os sorrisos ao olharem nos olhos um do outro. Os narizes acarinharam-se e Lana roçou seus lábios nos dele, antes de colarem-se em um beijo apaixonado. Suas línguas se tocavam, matando a falta que sentiam e saboreando o conhecido carinho que trocavam.
- Que saudades de você, amor. - ele murmurou, antes de tomar seus lábios para si novamente.
Lana encostou suas costas na parede atrás de si e entregou-se ao carinho que seu marido lhe oferecia, matando a falta que sentia dele e lhe atormentara durante todo a convenção. Suas unhas arranhavam-lhe suavemente a nuca, causando arrepios em Sean, que a apertava ainda mais contra si. Os lábios avermelhados acalentaram um ao outro com selinhos quando o ar se tornou escasso em seus pulmões, roçando-se. Os castanhos amorosos fitavam os azuis oceânicos e ela resvalava seu dedo indicador pela barba que tanto adorava.
- Gostou da surpresa? - indagou.
- Adorei. Ter você de volta antes do esperado sempre será uma ótima surpresa. - ela sorriu enamorada em resposta, e selou seus lábios.
- Seu conquistador. - brincou e ele mordeu-lhe o dedo, piscando o olho direito – E o sol da minha vida?
- Já deve estar chegando em Londres. Mamãe me ligará quando elas chegarem, não se preocupe.
- É a primeira viagem de nossa filha sem nós, amor. Como posso não me preocupar?
- Lana, - riu – ela está com minha irmã. E nossa pequena só tem cinco anos, essa é a primeira viagem de muitas. Acostume-se.
A mulher baixou o olhar e concordou com o que ele dizia. Era tão difícil deixá-la sair de sua proteção. É verdade que ela não estava sozinha, mas ainda sim era difícil.
- Eu nem pude vê-la antes de ir... - sussurrou.
- Ela lhe deixou um beijo enorme e um recadinho sobre a cama. - ergueu seu queixo.
- Jura? - perguntou, olhando-o com um sorriso feliz no rosto. Sean afirmou, também sorrindo. - Está no quarto dela? Vou olhar.
- Espera. - segurou em seu braço antes que ela se afastasse totalmente. - Está no quarto dela e você deve ir pra lá. Não entre no nosso quarto agora.
- O que está aprontando, Maguire? - questionou, estreitando os olhos com um bico travesso nos lábios.
- Eu também tenho surpresas pra você. - beijou-a. - Não esqueça, nada de ir para o nosso quarto.
- Sim, senhor. - fez um sinal de continência, antes de subir as escadas em direção ao quarto de sua filha, deixando um Maguire apressado em desligar o forno para trás.
***
Com os olhos marejados, Lana apertava a folha contra o peito, sentindo o coração palpitar de amor. Imaginava sua pequena lhe dizendo aquelas palavras com seu jeito fofo de falar e lhe dando um abraço carinhoso. Olhou novamente para a folha em suas mãos. Havia uma pequena menina abraçando sua mãe, dando-lhe um beijo no rosto. E a grafia característica de sua filha deixara-lhe o recado.
" Mum, do not be sad. You are in my heart. Cha loves you."
- Oh meu bebê, mamãe também te ama muito. - murmurou.
- Ela não deixou esse recado para vê-la chorando. - Sean que observava a cena, pontuou, aproximando-se. - Ela queria que você desse um grande sorriso ao ver.
- Estou chorando de alegria e amor. - disse fungando e enxugando as lágrimas - Ela acaba comigo.
- E eu não tive nada com isso. Ela fez tudo sozinha e me disse que só você poderia ver. Nem preciso dizer como ela me mandou ficar longe desse quarto. - sorriu e Lana fez o mesmo. Visualizava sua filha segurando o rosto do pai, mandando-o não entrar em seu quarto.
- Isso explica esse papel. - mostrou a ele outra folha, na qual estava escrito: "Daddy, I asked to you not to look."
Sean gargalhou. Sua pequena era uma figura. Levantou-se e estendeu a mão para ela.
- Vem. Me deixa te mimar um pouco. - ela concordou e segurou em sua mão, recebendo um beijo casto sobre a derme.
***
- Por que você me proibiu de entrar no quarto? Não tem nada de anormal aqui. - exclamou, assim que entraram no recinto e seus olhos varreram o local, não encontrando nada de diferente.
- Sempre apressadinha.
- Só estou constatando um fato.
- Deixa de falar besteira e vem aqui. - chamou-a, parado em frente a porta do banheiro. - Abre.
Ela ia falar qualquer coisa que se perdeu no momento em que o interior do banheiro entrou em seu campo de visão e o cheiro de canela invadiu seu olfato. Havia amor em cada detalhe. Cuidado. Esmero. Pequenas velas aromatizadas acesas criavam uma luz densa e liberavam o aroma que tanto gostava. As pétalas vermelhas adornavam a superfície da água na banheira. As gotículas de água sobre o recipiente de vidro afirmavam o quanto a champanhe estava no ponto certo. Duas taças acomodadas ao seu lado. E os morangos rubros em uma terceira.
- Sean, eu... - virou-se para ele com felicidade cintilando em seus castanhos.
- Eu te amo. - enlaçou sua cintura e juntou seus lábios com paixão. - Te amo.
- Eu também te amo. Muito.
Os narizes acarinhavam-se e os lábios brincavam uns com os outros, antes de moldarem dois sorrisos apaixonados. As mãos dele passearam em direção a barra de sua blusa, tirando-a e revelando o sutiã preto que ela usava. Seguiram para a calça e abaixou-se enquanto o tecido descobria suas pernas torneadas. Olhou-a e traçou o mapa de suas curvas, enquanto subia com o rosto próximo ao seu corpo. Lana sentiu arrepios explodindo em seu interior e estremeceu quando ele roçou o nariz em sua calcinha durante a subida. Sean seguiu para seu pescoço e sugou em seu ponto sensível, apertando sua cintura com firmeza. Ela cedeu a cabeça para o lado oposto e lhe deu todo o acesso. Era toda dele.
A barba riscava a pele branca deixando finos riscos vermelhos pelo caminho até que o encontro cálido e voluptuoso das bocas ocorresse. Um misto de sofreguidão e intensidade. Suas línguas sentiam as texturas, numa lentidão prazerosa. Os dedos finos de Lana encontraram passagem sobre o tecido azul de sua camisa, retirando-a. Circundou-o e beijou-lhe as costas largas e másculas.
- Eu adoro suas costas. - murmurou.
Deslizou suas unhas, tateando o abdômen definido e alcançou o botão de sua bermuda, abrindo-o e fazendo com que ela caísse aos seus pés. Riscava-lhe acima da fronteira de sua box e, lentamente, a peça ganhou o mesmo destino que a primeira: o chão. Sean puxou-a, fazendo com que ficasse em sua frente novamente, e colou seus corpos.
- Sente o que você faz comigo. - a voz rouca exalava tesão e o centro das pernas de Lana vibrou em consequência. Ele soltou-a e entrou na banheira. - Fica nua pra mim. - A mulher olhou-o, mordendo os lábios, e numa dança silenciosa e sensual foi retirando as peças restantes. - Minha deusa.
A água quente envolveu os dois corpos e Lana apoiou-se no peitoral definido de seu marido. Um óleo foi derramado em seus ombros e Sean iniciou uma massagem prazerosa pelo corpo de sua mulher. As mãos grandes e firmes dele dedilhavam seu corpo, como se tocassem notas da mais bela melodia. Seus mamilos intumescidos ganharam atenção especial e a promessa de chupá-los ressoou em seus ouvidos. O chegar ao seu centro de prazer fez com que liberasse uma arfada cálida. O estímulo em seu clitóris suscitou o desejo por mais e Lana abriu mais as pernas, apoiando-as sobre a louça cerâmica. Sean sentiu seu pênis endurecer ainda mais ao ver o acesso total que ela lhe dava e salivou em expectativa. Queria saborear seu gosto.
Lana sentou-se na borda da banheira e com um sorriso de luxúria, mordeu um morango, convidando-o para que saboreasse junto com ela. Sean aproximou-se e segurou firmemente em suas coxas, passeando com seus lábios do colo ao ventre de sua mulher. O encontro da textura da língua dele com a do seu ponto mais sensível ressoou em todos os poros do seu corpo, ecoando no gemido que escapou de seus lábios. Sua mão correu para os cabelos de seu marido, num incentivo para que continuasse a adorá-la.
- Oh Sean, você me enlouquece...
Ele olhou-a e sentiu-se ainda mais excitado. Lana tinha a cabeça pendida para trás, totalmente entregue ao prazer que lhe proporcionava. As gotículas de suor adornavam sua pele, reluzindo. As arfadas de ar aceleravam-se. O arrepio brincava em seu corpo. O clímax estava na iminência de tomar-lhe e Sean deslizava sua língua, acompanhando a dança que ela fazia contra sua boca. Sugou-lhe com precisão e sentiu-a se derreter nele.
Seu tronco erguia-se, à medida que Sean trilhava o caminho ascendente, regado a lambidas e apertos. Alcançou o cume de seu seio direito e mordiscou-lhe, segurando-o, antes de seus lábios o tomarem numa sucção deliciosa. Lana sentia uma onda crescer dentro de si novamente e buscou-o com os olhos inebriados de prazer. Ele a olhou e sorriu, antes de erguer-se e juntar suas bocas num beijo cálido e urgente.
Lana correu as unhas pelas costas fortes de seu marido e apertou-se contra ele, circulando-o com suas pernas, necessitada de mais contato entre seus corpos. Ambos suspiraram quando seu pênis deslizou entre seus lábios, sendo acolhido pelo calor que ela emanava. Os olhos oceânicos lhe encararam, refletindo a tempestade de deleite que os envolvia, sendo acompanhado pelos castanhos derretidos. A mulher escorregou com seus lábios pelo maxilar dele, divertindo-se com o toque de sua barba, indo em direção ao pescoço, onde depositou mordidas e chupões. Retornou pelo queixo e uniu suas bocas mais uma vez, enquanto o sentia movimentando-se, entrando e saindo de dentro de si.
- Que saudades de estar dentro de você, amor. - Sean murmurou, enquanto, cuidadosamente, segurou-a pela cintura e apoiou suas costas na louça cerâmica, sentando-se.
Lana apoiou suas mãos na banheira e iniciou um movimento lento e sensual, rebolando sobre seu marido. Por sua vez, ele segurou firmemente em sua nuca, beijando-a. Suas línguas deslizavam envoltas em deleite, amor e excitação.
- Você é a mulher da minha vida. - sussurrou - Eu te amo.
- Te amo, amor. Te amo. - murmurava, sentindo uma onda crescente de prazer.
Sean abraçou-se a ela, venerando seu colo e pescoço com a boca, enquanto segurava-a com firmeza na cintura. Ela apoiou seus braços em seus ombros e puxou-lhe os cabelos da nuca, acelerando o ritmo com o qual subia e descia em seu pênis.
- Amor...
Os olhares inebriados e apaixonados encontraram-se, compartilhando do clímax que se apoderava de ambos. Seus lábios deliciaram-se com o sabor um do outro, antes de brincarem, colados, entre arfadas e provocações. Os corpos dançavam numa melodia envolvente, compartilhando amor e matando saudades. A conexão pairava no ar denso do banheiro. Lana contraiu-se e ao ser atingida pelo ressalto da onda, levou consigo seu marido, que se derramava dentro dela.
- Você fica incrivelmente ainda mais linda quando goza. - sorriu, retirando os cabelos que haviam grudado em seu rosto, vendo-a devolver-lhe o sorriso.
- E você fica incrivelmente ainda mais gostoso. - juntou seus lábios - Estava morrendo de saudades suas, amor. - brincava com sua barba.
- E eu, suas. - beijou-a novamente - Gostou da surpresa?
- Amei! Você sempre me surpreendendo...
- Ainda nem abrimos a champanhe e também temos o nosso jantar lá embaixo. - beijou-lhe o pescoço - E depois...
- E depois, nós vamos fazer amor de novo. - beijou-lhe - E de novo. - beijou-lhe mais uma vez - E de novo... - sorriu, tomando-lhe, enfim, os lábios em um beijo demorado.
- Concordo com todas as suas ordens, minha rainha. - Sean iria beijá-la novamente quando ouviram o celular dele tocar. O mesmo encontrava-se no bolso da bermuda que ele estava usando e ao olharem, a imagem da mãe de Sean aparecia na tela. Lana levantou-se e vestiu rapidamente o roupão, atendendo a vídeo chamada.
- Oi, meu amor! - Lana disse, quando a imagem de sua filha apareceu no visor, saindo do banheiro.
- Oi, mum! - a mulher sorria - Chegamos aqui na casa da vovó. Olha! - a menina rodopiou com a câmera pelo ambiente em que se encontrava.
- A mum está morrendo de saudades de você, minha pequena!
- Eu também, mum! Mas, não fica triste, porque eu te deixei um desenho bem bonito pra você não chorar.
- Eu vi, meu amor, é muito lindo! Vou deixar bem pertinho da cama, pra sempre olhar antes de dormir.
- Cadê o daddy? - perguntou, olhando para os lados, como se pudesse ver algo por trás da mãe.
- Estou aqui, filha! - Sean disse, aparecendo ao lado de Lana, abraçando-a por trás.
- Daddy, você não viu meu desenho né? - fez carinha de brava e Lana se derreteu de amor.
- Não, filha. Eu não entrei no seu quartinho. Só vi quando a mamãe chegou. - respondeu, vendo-a sorrir, feliz pelo pai não ter estragado sua surpresinha.
- Muito bem, daddy! - exclamou, arrancando gargalhadas dos dois - Mum, daddy, vou precisar desligar agora, porque a vovó vai me dar banho. Olha ela aqui. - a imagem da mãe de Sean apareceu, acenando para eles. - Cha loves you!
- A gente também ama muito você, filha! Vamos contar os dias pra você voltar! - mandaram beijos em resposta aos que a menininha lhes direcionava - E obedeça a vovó! - disse, antes de ver a filha correndo e a figura da mãe de Sean reaparecer para eles.
- Vou cuidar bem dela, Laninha. Não se preocupe! Agora deixa eu ir lá, dar banho na nossa princesa. Um beijo pra vocês dois!
- Beijos! - Lana desligou a chamada e Sean depositou-lhe um beijo nos cabelos úmidos, girando-a para ficar em sua frente.
- Já já ela está de volta, amor. - Lana concordou, com os olhos levemente marejados - Agora, vamos colocar uma roupa confortável e, depois, jantar. Prometo que vou te mimar mais ainda, até nossa filha voltar.
- Só até ela voltar? - brincou.
- Não. Eu vou te mimar pra sempre. - respondeu, sentindo Lana acarinhar seu rosto.
- Você não existe, Sean. Você não existe. - beijou-lhe, antes de abraçá-lo com força. Seu lugar no mundo.
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