Foram vários anos de luta contra o malvado Esqueleto até o dia em que Adam foi chamado pela Feiticeira ao Castelo de Grayskull com uma missão: Ir para um lugar chamado Etheria através de um portal, lá encontraria uma moça para entregar a Espada da Proteção, uma arma que era a gêmea da Espada do Poder que He-man possuía.
Adam não entendeu do que se tratava exatamente, mas confiava na Feiticeira e partiu com Pacato em sua busca. A moça em questão era Adora, nomeada capitã da Horda, He-man não compreendia porque alguém como ela deveria ter a espada. Acabou sendo preso e então pôde conversar com ela:
— Eu fui mandado para entregar a Espada para alguém de coração bom!
— Eu tenho bom coração. Esses rebeldes querem mal à Etheria!
— Não, a Horda quem está fazendo mal. Nunca viu o que seu exército faz?
— Bom, eu fico aqui dentro a maior parte do tempo...
— Então veja com seus próprios olhos!.
Ela confiou em He-man, mesmo sem saber o porquê. Saindo da Zona do Medo, se deparou com as maldades e enfim entendeu o que estava acontecendo. Sombria tentou mantê-la sobre seu controle, mas a presença da Espada da Proteção fez com que se libertasse para lutar pela Honra de Grayskull. Libertou He-man para que conversassem, e então ambos descobriram seus laços de irmãos há muito tempo separados. Era demais para ambos assimilarem, a garota acabara de deserdar da Horda e agora descobria quem era e de onde veio. Seu maior desejo era se juntar à Rebelião e consertar o mal que causou quando estava do lado errado, assim que resgataram a Rainha Ângela, Adam a levou para casa, em Eternia.
Estava muito empolgado com a ideia, pediu para que seus pais, Mentor e Teela cobrissem os olhos para uma surpresa. Sabiam que o príncipe adorava fazer uma brincadeira, mas jamais adivinhariam de que se tratava. Ao abrir os olhos, rei e rainha estavam boquiabertos, sem palavras para expressar como se sentiam.
— Pelos nossos antepassados! — exclamou Mentor, ainda descrente
— Adora! — a Rainha disse com dificuldade
— Mamãe! Papai! — a garota correu até eles e os abraçou, não podia esperar mais um minuto sequer
— Minha filha... — Marlenna chorava — Minha querida filha...
— Filha? — Teela sussurrava — eu não estou entendendo mais nada.
— Ela é a princesa Adora, — explicava Mentor — irmã gêmea de Adam e ela voltou após todos esses anos.
— Deixe-me vê-la. — Marlenna segurava em suas mãos — Está uma moça lindíssima.
— Mamãe querida, estou feliz porque Adam foi me buscar.
— Meu filho, — dizia Randor — Quero que saiba que hoje fez de mim o homem mais feliz de Eternia! — abraçou Adam, emocionado, então ficou de frente para sua filha — A família real está reunida de novo e eu juro por nossos antepassados que ninguém irá nos separar de novo!
Abraçaram-se em grupo mais uma vez, sentaram-se à mesa para o jantar real, havia tanto o que dizer, conversas para se pôr em dia que era difícil saber por onde começar. O Rei estava animado para lhe apresentar Eternia e recuperar todo o tempo perdido, a Rainha estava orgulhosa da mulher que sua filha havia se tornado, contavam histórias durante o jantar, riam juntos como jamais fizeram antes. Tudo parecia perfeito até o Palácio Real ser invadido por Hordak, Esqueleto e seus homens. Cobra Khan havia colocado os guardas para dormir com seu gás do sono, Esqueleto invadiu o salão de jantar e se encarregou da realeza. Hordak pegou Adora em seus braços e a levou embora do palácio, quando seus pais puderam se mover novamente, ela já havia sido levada. Marlenna começou a chorar, depois de todos esses anos separadas, perdia sua filha mais uma vez. Se sentia tão impotente quanto da primeira vez. Rei Randor foi tomado pela raiva, socando a parede:
— Mandarei todos os meus homens atrás deles. Esqueleto foi longe demais dessa vez!
— Majestade, — Mentor pôs a mão em seu ombro — Eu entendo que está zangado, mas creio que um grupo pequeno tem mais chance. Se mandar o exército, eles vão nos ver chegando.
Randor levava as mãos ao rosto, inconsolável. Depois de tudo o que passaram, a história se repetia. Sua filha era levada diante de seus olhos, sua esposa se desmanchando em lágrimas, seu coração partido. Anos passaram, nada mudou.
— Majestade, — Mentor o chamou — Eu irei com Teela e entrarei em contato com He-man. — olhava para Adam, que assentiu — Nós vamos trazer sua filha de volta, eu prometo.
O Rei tentava se acalmar, confiaria tudo ao He-man, seu herói jamais falhou, tinha fé de que retornariam em segurança.
Hordak estava prestes a passar por seu portal de volta para Etheria, mas não contava com mais uma traição de Esqueleto. Ele tomou a garota de seus braços e o empurrou no portal, que se fechou:
— Tenho outros planos. — riu ele — Aposto como o Rei adoraria me dar seu reino em troca da segurança da filha.
Entregou-a ao Homem Fera para ser trancada no calabouço, mas Adora já estava acordada esperando o momento certo de agir. Assim que ele a largou, ela o derrubou e correu para trancar a porta, então longe da vista dos outros, se tornou She-ra. Suas habilidades foram suficientes para derrubar os homens de Esqueleto, e enquanto passava pelos corredores procurando a saída, se deparou com He-man, Teela e Mentor. O irmão sorria em vê-la e saber que estava tudo bem, embora não pudesse falar muito na presença de Teela:
— Quem é você? — a ruiva perguntou — Onde está a Princesa Adora?
— Eu sou She-ra, e quanto a Adora...
— Ela está bem. — completou He-man
Não precisou de muito para Mentor entender de que se tratava. A heroína agora desaparecia para poder voltar ao Palácio como princesa.
Foi uma emoção muito grande quando pôde estar nos braços de seus pais mais uma vez:
— Minha filha... — Marlenna a apertava forte — Eu tive tanto medo...
— Mamãe...
— Queria poder agradecer a tal She-ra. — disse Randor
— Tenho certeza que ela sabe que estamos gratos. — disse Adam — Ela deve ter vindo de Etheria atrás de Hordak.
Adora suspirou. Estava feliz de conhecer sua família, seu passado, mas sabia que não podia retornar ainda.
— Papai... Mamãe... — Ela tentava encontrar as palavras certas — Eu queria muito poder ficar, mas o que aconteceu aqui me mostrou que ainda não devo...
— Do que está falando? — perguntou a Rainha — Está em casa agora!
— Eu sei, mas... Etheria precisa de mim. Eu estou no comando da Rebelião contra a Horda. Não devo abandonar meu povo agora. Espero que vocês possam entender...
Ela virou o rosto, um pouco triste. Marlenna a abraçou mais uma vez:
— Eu te entendo, melhor do que qualquer um. Estou longe de casa há anos, pois meu povo é meu dever. — se afastou, então pôs as mãos no rosto dela — Me orgulha ver que, mesmo criada longe de nós, cresceu com o coração bom.
— Estaremos ansiosos aguardando seu retorno. — disse Randor — Venha nos visitar quando puder, nos mantenha informados de sua luta, e se precisar de ajuda, sempre pode contar com seus aliados em Eternia.
Adora o abraçou:
— Muito obrigada, papai. Eu juro, em nome da Rebelião, que nós venceremos.
Se aproximou de Adam e o abraçou também:
— Estou muito feliz em te conhecer, irmão.
— Digo o mesmo, querida irmã. Pedirei à Feiticeira que abra um portal de vez em quando para que eu possa visitá-la.
— Eu estarei te esperando.
Os quatro então se abraçaram, não era um "adeus", mas sim um "até breve". A família real um dia estaria livre da Horda, de Esqueleto e de todo o mal que os cerca.
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