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História Reminiscência na Floresta da Morte - Capítulo Único


Escrita por: AngusDoyle

Notas do Autor


Eis a minha estreia aqui no Spirit. Não sabia exatamente o que escrever, mas sabia que não queria começar com algo muito longo. Dada a minha atual obsessão pela música tema do Orochimaru (personagem que sempre gostei muito), sabia que deveria escrever algo relacionado a ele. Aliado a isso está a minha eterna indignação com o fato de a Anko nunca ter tido a oportunidade de brilhar em Naruto ou Naruto Shippuden. Uma pena. Espero que seja do agrado dos eventuais leitores.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Calamidade total! Não havia outra maneira de se pensar na presença de Orochimaru em Konoha. Se não pudesse pará-lo ali, na Floresta da Morte, quem poderia saber quais seriam consequências? As pernas de Anko tremiam de nervosismo e ansiedade enquanto a kunoichi saltava de galho em galho. De repente, sentiu-se fraca. Uma dor lancinante impediu seu avanço. Saltou para o próximo galho e escorou-se no tronco da árvore. Mais por instinto do que por intenção, repousou a mão sobre a marca da maldição em seu pescoço. Não havia mais espaço para dúvidas: Orochimaru estava ali, naquele mesmo momento, naquela mesma floresta. E estava próximo.

Com a determinação sobrepondo a dor, Anko saltou do galho. “Rápido...”, pensou, “preciso pará-lo...”. Ouviu estrondos vindo da direção oeste. Destruição daquele tipo não poderia ser obra de nenhum genin. Habilmente, mudou de direção e lançou-se no sentido dos barulhos.

Subitamente, a imagem de Orochimaru surgiu clara em sua mente. Não era simplesmente uma figura produzida pela imaginação. Não... era uma lembrança! Desde que Orochimaru se tornara um nukenin, as memórias de Anko a respeito do antigo mentor haviam se tornado confusas; algumas, ela acreditava, simplesmente sumiram, enquanto as outras embaralharam-se. Tantas vezes se pegou tentando organizar essas memórias, mas sempre era impedida pela dor de cabeça insuportável que logo chegava para impedir seu progresso.

Ah, a ironia! Tantas tentativas frustradas e tão de repente uma memória irrompe. Límpida. Completa. Perfeita. Ali estava, de pé, diante dela, Orochimaru; em seu traje jounin, com seus longos cabelos negros contrastando com sua pele pálida e seus olhos misteriosos – misteriosos! Não aterrorizantes, como eram para muitos.

- Então... vamos começar... Anko. – Orochimaru deixou escapar uma risadinha, provocando sua jovem aprendiz.

O vento escorria por aqueles longos cabelos. Anko o olhava fixamente. Tencionava mostrar ao mestre do que era capaz. Tinha uma surpresinha para ele. Não achava que era capaz de derrubá-lo, mas tinha esperanças. Queria avançar, mas não conseguia: estava hesitante demais. Orochimaru não se movia um centímetro. Aquele sorriso de sempre no rosto anunciava sua imprevisibilidade. Os olhos dourados de serpente que a encaravam pareciam imobilizá-la.

- Merda! Você não veio até aqui pra ficar parada! Mostre do que é capaz! – usando a própria revolta como força motriz, Anko saltou, puxando uma kunai de sua bolsa traseira e posicionando-a à sua frente, pronta para um ataque descendente contra Orochimaru. Este acompanhou os movimentos da pequena aprendiz apenas com os olhos, mantendo o sorriso no rosto como provocação.

A kunai atravessou o rosto de Orochimaru e rasgou seu corpo ao meio. “O quê!?”, pensou a ninja aprendiz, enquanto recuava com um pequeno pulo. As duas partes do corpo de seu mestre tornaram-se em lama. Os olhos de Anko se alargaram, frenéticos, em busca do verdadeiro. “Onde está? Por onde vai atacar?”

- Fuuton: Daitoppa! – a voz calma de Orochimaru cortou o silêncio de tensão, como o poderoso vento evocado pelo jutsu, que retalhou as árvores por trás de Anko.

Surpresa, as pernas de Anko vacilaram por um segundo, deixando-a quase de joelho.

- O que foi? Se eu fosse o inimigo, você já estaria morta.

Mais uma risadinha. Mais revolta. Lançou-se em um ataque frontal contra Orochimaru. Na metade do caminho, arremessou a kunai em direção ao mentor, que habilmente interrompeu a trajetória da kunai bem em frente ao seu rosto, segurando a ponta da lâmina entre dois dedos. Com a intenção de aproveitar a visão parcialmente bloqueada de Orochimaru, Anko avançou contra ele com um chute aéreo. Foi inútil. Seu pé chocou-se contra o antebraço do shinobi e foi repelido. Sem perder o equilíbrio, a kunoichi apoiou as mãos no chão e precipitou a outra perna contra o rosto de Orochimaru. Mais uma tentativa falha. Teve a perna presa debaixo do braço direito dele, que continuava a provocá-la com aquele maldito sorriso. Tomada pela irritação, nem percebeu quando ele passou a kunai arremessada por ela para a outra mão.

- Performance interessante, Anko. Mas você perdeu.

“É agora!”. Orochimaru estendia o braço para colocar a kunai no pescoço dela. Era a abertura pela qual esperava para surpreendê-lo. Levantou a mão direita, como se fosse segurar a mão que tinha a kunai, mas, ao invés disso, levantou a voz:

- Sen'ei jashu!

Ao ouvir as palavras, o sorriso de Orochimaru se desfez. Três cobras surgiram então por debaixo da manga da pequena Anko, percorrendo todo o seu braço e enroscando-se no braço de Orochimaru. Apertando o braço do shinobi surpreso, as três pararam bem ao lado do rosto dele, sibilando.

Orochimaru fixou os olhos salientes em Anko. A jovem assustou-se com aquele olhar. Nunca o tinha visto antes em todo o tempo que passou com seu mentor, mesmo em situações de treinamento como essas. Teve a impressão de que seria devorada por inteiro.

- Sen’ei jashu? Então você finalmente conseguiu executar o jutsu apropriadamente...

Com velocidade impressionante, Orochimaru ergueu o braço preso, retalhando com facilidade as serpentes que o prendiam, com uma rajada de vento. Anko caiu de costas no chão. Os olhos de serpente do sensei se fecharam. Quando abriram novamente, o olhar de antes já se dissipara. O sorriso cínico voltou mais uma vez. Orochimaru ajoelhou-se e pôs a mão na bochecha de Anko, em um gesto de aparente afeto. Olhou em seus olhos e disse:

- Anko... você terá um futuro brilhante...

A dor lancinante da marca da maldição trouxe Anko de volta para o presente. Por que essa memória justamente agora? Simplesmente pela presença do maldito traidor? Não importava. Não importava mesmo. Pelo nojo que sentia dele, por todos os momentos de aprendiz e mestre tornados insignificantes diante dos feitos desprezíveis daquele homem, pela ameaça que ele representava a Konoha e seus habitantes, precisava por um fim à vida do miserável.

“Consigo senti-lo”. Anko percorreu toda a extensão de um dos longos galhos, típicos daquelas árvores da Floresta da Morte, e saltou. “Ele está perto!”. Após alguns segundos de queda livre, pousou em outro galho e com rapidez dele saltou para outros, seguindo a direção daquela presença que sentia cada vez mais forte. Na distância, avistou um ser fundido ao tronco de uma das árvores. Mal podia acreditar. Era ele mesmo! Orochimaru estava de cabeça para baixo, apenas com a parte superior de seu corpo para fora do tronco. Seus cabelos longos e negros continuavam iguais. Poderiam até ser os cabelos do genin da Vila da Grama, mas eram, antes disso, os de Orochimaru. A pele do rosto de Shiore, esse mesmo ninja cuja identidade fora usurpada pelo desgraçado, pendia parcialmente, revelando um de seus olhos e a pele pálida que se ocultava por detrás daquela máscara. Ao notar a presença de Anko, aquele olho se abriu, revelando o mesmo olhar dourado de serpente dos velhos dias. A kunoichi cessou sua caminhada. Para completar a composição daquele rosto nostálgico que se escondia por detrás de uma máscara, Orochimaru sorriu. Sua voz fez-se ouvir novamente, após tantos anos.

- Há quanto tempo... Anko.


Notas Finais


Bem, me diverti um tanto escrevendo essa. Juro que a música do Orochimaru não parou de tocar nem um segundo sequer na minha cabeça, enquanto eu escrevia... música grudenta!


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