Renguko na verdade era alguém muito ciumento, mas ele conseguia se conter acobertando seus verdadeiros sentimentos com seu animo alegre. Senjuro mal imaginava que o irmão mais velho se remoia internamente quando começava a contar do seu dia, mas precisamente, ao dizer sobre seu professor do cursinho – Tanjiro. Desse Senjuro apenas dizia como ele era incrível, gentil, ótimo em explicar, atencioso, bonito e até bem charmoso. Era invejável sim receber tantos elogios.
- Ah! Tan-sensei hoje me convidou para ir na casa dele esses dias, lá tem piscina e tudo mais! – O loiro menor dizia alegremente com as bochechas levemente rosadas.
- "Tan-sensei"? – Forçou um sorrisinho.
- É! – Riu rapidamente. - É o apelido do sensei, achei bem fofo, combina com ele. Sensei é fofo.
Houve uma pontada no coração de Renguko. Por que caralhos Senjuro falava tão bem de outra pessoa?
- Ah... – Suspirou irritado. - Você já foi na casa dele uma vez, convide ele para vir na nossa amanhã!
- Hm... Boa ideia, irmão! Eu vou.
Pronto, finalmente iria conhecer o maldito Tanjiro.
Kyojuro estava ansioso e ao mesmo tempo nervoso para conhece-ló, tanto que ao receber uma mensagem do irmão mais novo avisando que estava em caminho pra casa com o professor, fez uma limpeza radical na moradia. Tinha preparado suas falas, tudo, para descobrir se esse tal de Tanjiro estava mesmo no ponto de ser o que Senjuro diz – e ele tinha total certeza que não.
Ouviu da cozinha a porta de entrada ser aberta e em seguida duas vozes, uma mais que familiar do irmão e uma desconhecida, não muito grossa, mas que era percebível ser masculina. Terminou de aprontar as bebidas e biscoitos em uma bandeja, indo até os outros dois, que devido a conversa, Renguko sabia que foram para a sala.
- Boa tarde. – Entrou no cômodo radiando uma alegria falsa, mas mesmo assim muito intensa.
O ruivo que estava sentado no sofá rindo do adolescente contando os podres de Kyojuro voltou-se para o loiro maior, ponderando um sorriso amigável no rosto. Renguko travou ao ver as orbes vermelhas direcionadas para si, ficando com a boca entre-aberta sem reação, apenas admirando aquelas duas belas rubis.
- Ren? .... Renguko??? – Senjuro tentava ver se havia sinal de vida ainda orbitando no corpo do irmão, aquele travado já estava sendo desconfortável.
- Tudo bem, Renguko-Sama?
SAMA?
O rosto de Kyojuro corou apenas pelo honorífico. Por quê aquilo tinha acontecido???? É só um honorífico formal, mas o loiro sentiu seu ego crescer um tanto.
- A-Ah!! Perdão. – Riu envergonhado. - Preparei um chá para a gente!
E seguiu colocando a bandeja na mesinha da sala, tentando descontrair sua travada. Senjuro riu disso por não ser comum aquilo, ainda mais o avermelhado em suas bochechas e Kamado apenas sorriu se divertindo.
Passaram a tarde toda daquele dia juntos, conversando. Embora esse alvoroço todo com Renguko, ele ainda queria saber se Tanjiro era realmente uma boa pessoa ou um pervertido – aproveitando do seu irmão menor, já que pelas coisas que lhe contava, ambos estavam cada vez mais próximos. E no fim, a gentileza e bondade do ruivo fora as coisas que mais se destacaram, – calmo e totalmente sociável. Dono de um sorriso maravilhoso e rosto angelical. Kyojuro aos poucos, a cada palavra ditas pelo outro, estava sendo tomado. Era estranho, muito estranho sentir o coração bater tão forte e ficar sem jeito por causa de Kamado.
- Vou sair agora! – Senjuro se levantou. - Tenho um encontro com Kotetsu. – O loiro menor sorriu bobinho ao lembrar do namorado, tão fofo quanto si próprio. E logo foi pro quarto se arrumar.
- Acho que está na hora deu ir também, tomei seu tempo demais, Renguko-Sama. – O ruivo ia pra se levantar do sofá, mas o maior lhe impediu ao tocar em sua mão, um ato impulsivo que roubou-te novamente um avermelhado.
- É-É... – Deu uma pausa pensativa no que falar, ele só não queria que o outro fosse embora. Gostou bastante do ruivo, e diria agora, Tanjiro é muito mais o que Senjuro diz. - N-Não quer terminar de ver o filme-e?
- Mas já terminamos, Ren. – O apelido dado pelo irmão mais novo palpitou seu coração rápido, ficando ainda mais nervoso, e Kamado percebeu sua inquietação. - Desculpa!!! Pensei que poderia usar o seu apelido! Desculpa minha grosseria, acabamos de conhecermos....
- T-Tudo bem, não me incomodou de forma alguma. – Tentou arrumar sua postura, voltar a agir normalmente, mas estava sendo muito difícil com o ruivo perto.
- Bem... Tudo bem vermos mais um filme então!
E voltaram a atenção para a televisão, suavizando o clima vergonhoso. Havia algo incomodando Tanjiro, e era algo errado – assim próprio julgava –, ele adorava como é fantástico o cabelo de Senjuro, as cores de chamas, e junto disso, queria acariciar as madeixas. As vezes fazia isso com o menor, apenas carregando uma vontade carinhosa – nada além disso –, porém, ao ver o cabelo igual e muito mais comprido de Renguko, fora ainda mais errado, ruborizou imaginando tocando o cabelo alheio. Kamado gostava de acariciar as coisas, como o cabelo de Nezuko.
- Eh.. Renguko-sama... – Sussurrou baixo, na esperança que o outro não lhe ouvisse e que sua vontade passasse logo. Mas as íris coloridas tomaram sua face com uma expressão curiosa.
- Sim?
Mordeu um lado da bochecha rancoroso de como o mais velho iria reagir.
- E-Eu.. Posso mexer no seu cabelo..? É-É que ele me parece bem macio e-e eu acho bonito seu cabelo e do Senjuro.
Kyojuro ficou surpreso por alguns instantes e, diferente da forma que Tanjiro imaginou, aceitou rindo tímido. Era novidade aquilo, nunca aconteceu uma situação semelhante consigo antes.
O ruivo se sentiu mais feliz e aliviado do outro não pensar em coisas erradas, aproximou mais um pouquinho e levou as mãos no cabelo loiro com pontas vermelhas, começando um cafuné pelas laterais, adentrando seus dedos nos fios macios.
- Ah, são tão fofinhos!
Renguko não pode deixar de lado como o sorriso de Tanjiro estava lindo, mexendo com seu coração.
- V-Você acha?
- Uhum... An.. Pode tirar o elástico? Acho que fica melhor.
- H-Hai!
Desfazendo o rabo de cabelo, o seu volume cresceu ainda mais, fazendo o ruivo rir com a cena de alguns fios tomarem conta do rosto do maior.
E voltou toda sua gentileza nas pontas dos dedos, acariciando todo aquele cabelo com cuidado. Estava muito bem arrumado, sem nó ou mau cheiro, Kyojuro era bastante vaidoso. Minutos passando, Renguko se sentia tão bem que não percebera quando encostou seu rosto no pescoço do professor, sentindo o aroma do perfume masculino adentrar suas narinas – ficando ainda mais relaxado. Tanjiro estava adorando aquilo, poderia ser mentira apenas em dizer, mas o loiro estava praticamente ronronando com os mimos. E aquilo era muito fofo, muito mesmo.
- Tan-Sensei! Ren! – Senjuro estava de volta, pegando os dois no flagra. Cruzou os braços com um sorrisinho meigo nos lábios. - Foi eu sair pra vocês começarem a namorar?! – brincou se divertindo de como os maiores estamparam com sua voz, ambos se afastando rapidamente.
- C-Como assim S-Senjuro? - Disseram uníssono com o rosto fervendo.
- Kotetsu precisa saber disso!! – Correu até a entrada da porta, deixando os outros dois sem palavras.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.