1. Spirit Fanfics >
  2. Sagrado Profano. >
  3. Buscando algo profundo.

História Sagrado Profano. - Buscando algo profundo.


Escrita por: rikivoir

Notas do Autor


oi, oi! 😄 minha terceira aparição confirmada esse ano com um estilo diferente do meu costumeiro. desde o lançamento de Sagrado Profano eu fiquei vidrada e PRECISAVA escrever algo sobre essa obra-prima musical, então trouxe uma one-shot de um relacionamento tóxico e confuso das winrina, eba!!! originalmente a fic pertencia aos sunki – enhypen –, mas mudei a rota para as winrina ja que fiz algumas modificações e não queria colocar o ni-ki como protagonista.


· a história é baseada na música Sagrado Profano da cantora Luisa Sonza junto com o Kayblack, a inspiração veio totalmente dela.

· classificação +18 por: relacionamento não saudável, menção ao uso de drogas, palavras de baixo calão e muitas insinuações a sexo (não há nada realmente tão explicito, não tenho o costume de escrever pwp e muito menos detalhadamente).

· NÃO existe lado certo na fanfic, tanto a winter como karina se contradizem a todo e qualquer momento.

· relembrando também: meu intuito não é difamar a imagem das artistas aqui, tudo é apenas história de fã para fã!

— tenham uma boa leitura, qualquer feedback será muito bem-vindo.❕🫶🏼

Capítulo 1 - Buscando algo profundo.


 

 

 

Sagrado Profano.

– © rikivoir, 2024.

 

Minjeong era idiota. Era estúpida e tola de buscar algo que não existia, que parecia se esvaziar mais a cada dia que se passava. Dirigia sozinha no fim de tarde rosé por uma rua pouco movimentada, onde apenas o som do carro passando por alguns relevos na estrada era presente; nem mesmo outros sons a tiravam de seu transe pessoal.

Voltava diretamente de um evento familiar importante, um evento asqueroso. Sua família era tão de fachada quanto tantas outras daquela enorme cidade. Precisava da companhia da única pessoa que lhe acalmasse, mesmo que fosse um tanto quanto contraditório se procurássemos pelo histórico desse caso.

Não queria se aprofundar nesse pecado, nesse mundo tão inverso ao seu de origem, mas não tinha culpa se era tão magnético aquele sentimento raso, no qual sentia que deveria continuar a procurar mais a fundo.


Se lembrava de como havia conhecido Yoo Jimin. Fora em uma festa privada em um condomínio fechado, na qual sabia que a garota mais velha não tinha acesso a cerimônias como aquela, mas estava ali de qualquer forma. Jimin era tão hipnotizante que seria uma heresia não se entregar àquela mulher. 

Mesmo após o primeiro contato a fundo, era nítido que o lance que estava surgindo – ou seja lá o que poderiam definir o envolvimento – não iria dar certo. E por mais que isso a incomodasse, era uma mania sua sempre passar pela rua da morena, era como se fosse destinada a sempre se lembrar de Karina.

Estacionou o carro em frente ao quintal de uma casa mediana, porém bonita e organizada. Todas as luzes estavam acesas, então sabia que a moradia não estava vazia; se não a atendessem, seria como um pedido mudo para ela ir embora e evitar voltar novamente.

Caminhava nervosa em direção à porta pela qual já passara tantas vezes. Deu algumas batidas sutis até que alguém abrisse.


Lee Heeseung foi quem abriu a porta para si. Não é como se ela não gostasse do garoto, mas ele passava um ar frio para todos; ele era sempre tão curto e grosso e parecia não se importar com o que os outros achariam de suas opiniões, o que sempre gerava estranheza por parte da Kim com ele, pois era o completo oposto do homem.

Heeseung dividia aquela casa com Jimin. Eles eram apenas universitários fodidos sem uma renda fixa para se manterem durante o tempo em que não se formavam. Não haviam condições o suficiente para comprar uma casa individual e nem paciência para morar na república barulhenta do campus


– O que foi? – o dono da moradia questionou arduamente, antes de a encarar de cima a baixo, provavelmente estranhando seus trajes para um lugar simples como aquele.

– A Jimin está? – questiona por cima sem encará-lo.

– Tá no quarto dela. – deu espaço, vendo a mais baixa adentrar – Eu só não sei se ela tá comendo alguém lá dentro. Cuidado, viu, Winter?! – deixou um riso cínico sair em bom som enquanto fechava a porta atrás de si com um baque propositalmente alto.


Minjeong respirou fundo; Heeseung era um completo otário, tão otário quanto Jimin. Eram farinha do mesmo saco, por isso eram melhores amigos.

Em passos desajeitados, atravessou até o pequeno corredor da casa que conhecia como a palma de sua mão. Repetidamente, deu duas batidas na porta de madeira até ouvir um ”Entra, Heeseung”. 

Karina chegava a ser engraçada. Ela sabia que não era o homem quem estava ali, depois da risada debochada do Lee era quase impossível não perceber que era outra pessoa.


Winter entrou acanhada no cômodo que cansou de frequentar, como se fosse parte de sua rotina.

Karina estava de costas, sentada na cadeira rotatória virada para escrivaninha, tinha um caderno em mãos e aparentava estar estudando. Mas Minjeong não ligava para isso, precisava dela.


– Não é o Heeseung, Jimin.


A Yoo se virou lentamente na direção da amante, ouvira sua chegada com o anúncio do amigo. Não estava surpresa de vê-la ali. Elas tentavam se encontrar em todo mundo, como uma busca incessante de ambas para reprimir aquele sentimento, mas tudo não passava de uma frustrada tentativa mal executada.


– Voltou rápido dessa vez, Minjeong. – cruzou os braços.

– Eu queria te ver. – disse, ouvindo a risada baixa em seguida. Era tão humilhante.


Winter colocou as mãos para trás. Não fazia sentido ela se sentir intimidada na frente da pessoa que ela amava.

Karina apontou para a cama com o queixo, pedia para a garota se sentar, porém Winter balançou a cabeça negativamente.


– Rolou algo? Tá toda arrumada assim.


Se olhou.


Usava um vestido tomara-que-caia verde na altura dos joelhos, com uma fenda até sua coxa direita, e nos pés, um salto agulha branco caro.


– Evento de família.

– Deu pra perceber. – riu – Porque você tá tão gostosa desse jeito que eu ficaria até com pena de tirar essa tua roupa agora.


Minjeong molhou os lábios, atordoada com o possível elogio. Ficava abismada como Jimin a destrinchava tão facilmente.


– Pode pegar alguma roupa minha Jeong, eu sei que você gosta de usar. – apontou para o armário aberto.


A loirinha parou em frente ao guarda-roupa e pegou uma camisa branca lisa, era tão confortável que se tornou a sua favorita. 

Sentada na cama deixou a veste ao seu lado enquanto tirava o salto, tudo sob o olhar atento da dona da casa.


– Não precisa ter vergonha, você já deitou nessa cama incontáveis vezes e em situações bem piores.

– Eu e mais quantas, Karina? - riu sem humor.


Sentia ciúme de um fatídico segundo, do segundo que poderia ser usado com outras pessoas que desfrutariam de seu lugar.

Jimin conseguia ser babaca até quando não precisava ser.


Karina revirou os olhos, não gostava quando Minjeong fazia menções como aquela. Parecia que ela apagava as memórias de todo o esforço que fez para conseguir manter aquele amor confuso de pé.


– Tá cansada? Quer comer alguma coisa? Heeseung fez um-

– Eu só quero beber. – cortou a menina.


Estranhando, Jimin procurou pela garrafa de Heineken que pegou para beber enquanto lia suas anotações e estendeu na direção da amante. 


 – Não são os champanhes que você tem em casa, mas essa é boa. – descansou a cabeça na mão apoiada.


Minjeong não costumava beber assim, apenas quando estava com Karina, onde sentia que precisava de pelo menos uma gota de álcool em seu sangue para lidar com tudo aquilo.

Dava goles lentos na garrafa, saboreando o gosto desconhecido da cerveja. Ela era levemente maltada, mas o amargor moderado também marcava presença, e parecia que era ele que fazia a bebida ser deliciosa ao ponto. O gosto daquela cerveja lhe lembrava o sentimento que tinha pela mulher à sua frente: amargo e doce


Deixou a garrafa pela metade ao lado do criado-mudo.


Ouviu a cadeira estalar, então redirecionou sua atenção para a menina em pé, onde pôde visualizar suas roupas. Vestia uma calça de moletom cinza, fazendo par com um cropped preto de manga longa. Inclusive, seus cabelos curtos estavam soltos. Winter também reparou no escapulário prata que sempre rodeava o pescoço alvo da mais velha, sabia que o cordão havia um significado gigante.


Karina se sentou na ponta da cama forrada, olhando para a garota atrás, como se fosse um pedido mudo para que ela se aproximasse de si.

A Kim, ainda sob a cama, se deslocou até a outra, se sentando de joelhos olhando em seus olhos.

Yoo levou suas mãos gélidas à uma das bochechas coradas de Winter, fitando suas orbes como nunca fitara antes.


Entendia por que diziam que “os olhos eram a janela da alma”, pois as íris contrárias transmitiam insegurança. Parecia que ela procurava por algo que nunca existiu.

Se aproximou com a intenção de beijá-la, mas Minjeong virou o rosto rapidamente, fazendo com que a de cabelos escuros se afastasse, preocupada.


– O que houve, Minjeong? – tirou as mãos da face delicada.

– Eu não quero. – resmungou – Eu não quero fazer nada até você dizer o que é esse amor que você sente por mim.


Bufou. Winter não entendia, ou apenas não quisesse entender.


– Deixa de bobagem, garota. – disse entredentes.

– Que amor é esse, Rina? Mundano?


Yoo Jimin voltou seu olhar para a loirinha, a encarava como se fosse sua caça. Uma presa que insistia em fugir, mesmo sabendo que sempre voltaria. 

Winter continuaria questionando à espera de respostas se seu rosto não fosse agarrado e seus lábios pressionados contra os envolventes de Karina.

Relutou no início ainda com os olhos abertos, queria manter sua palavra de pé, mas o encaixe de seus lábios era tão bom, tão gostoso.

Não tinha por que mentir para si mesma, ela queria beijar Karina, ela precisava beijá-la.


Conseguia se contradizer a todo momento.


O selo era intenso e desesperado, transbordava inúmeras emoções que não podiam ser explicadas. Jimin puxou a garota para seu colo, segurava a cintura desenhada com uma certa possessividade e um medo bruto. O beijo não tinha dominância, ambas as línguas exploravam cada canto com voracidade. Exploravam partes que já eram conhecidas.

O único som possível de se ouvir no quarto era os estalos do ósculo. Karina poderia beijar quantas pessoas quisesse, mas apenas os lábios róseos e macios de Winter eram capaz de lhe envolver.

Conseguiam identificar uma certa urgência, acompanhada pela falta de controle cada vez que arfares e gemidos saíam da boca de ambas.

Winter findou o beijo ainda sentindo as mãos finas de Karina segurando-a contra seu colo. Uma palma descia sorrateiramente até sua bunda empinada, enquanto a outra segurava a barra do vestido nas costas. 

A Yoo beijava seu pescoço e deixava marcas evidentes, para que qualquer um que ficasse com ela visse que já havia alguém que pudesse fazer melhor, alguém que já havia feito tudo antes. Pois, apesar dos apesares, Winter ainda era sua.


– Mostra que me ama, Rina. – arranhava o pescoço da mais alta, sentindo ela se arrepiar.

– Mais do que eu mostrei até hoje, Minjeong? – puxou o vestido para baixo com força, vendo a mais baixa tremer em cima de si.


Olhou os seios fartos cobertos por um sutiã vermelho ao mesmo tempo que mordia o lábio em uma tentativa de controlar seus instintos. Redirecionou as pupilas para o rosto corado. Winter parecia tão submissa e entregue daquela forma que chegava a ser pecado

Minjeong fora quem a chamou, quem procurou por tudo aquilo, e aparentava que depois das brigas inúteis Jimin a desejava mais.

Apressada, levou as mãos até o fecho do sutiã, vendo a menina abrir os olhos esperançosa.


Pede, Winter. – sussurrou – Pede pra eu te foder.


Sentindo a intimidade molhada com a opção de ter o prazer satisfeito na cama, não pensou duas vezes antes de responder.


– Por favor, Rina, me come!


Jimin abriu um sorriso ladino ao tirar a lingerie e jogar para longe, ouvindo o arfar longo de Winter quando a peça apertada deixou seu corpo.

Deslocou a mão para agarrar um dos seios bonitos da amante, ouvindo novamente um resmungo de súplica deixar os lábios entreabertos da garota pelo contato com a mão gélida.

A deitou na cama enquanto a beijava por inteira. Porque, quando anoitecia, o quarto entrava em chamas, e apenas elas duas sabiam como apagar aquele fogaréu.

 

[ 🌹 ]

 

Winter fechava e abria os olhos respirando fundo, sentindo o cheiro da droga infestar o quarto. Deitada na cama com a camisa branca que havia pegado mais cedo, com os lençóis bagunçados, olhava cada peça de roupa jogada pelo chão.

Desviou o olhar, observando diretamente Yoo Jimin e seus movimentos. Estava de pé em frente a janela enquanto acendia um cigarro de maconha. Ela ficava tão atraente daquele jeito. 


Karina alternava o olhar entre a rua deserta e o céu escuro. Era uma noite bela, tão bela quanto a garota que acabara de se deitar consigo. O brilho ofuscante das pequenas estrelas – vistas de longe – roubavam a atenção de qualquer pessoa que dedicasse míseros segundos para observar o quão lindo era o céu numa noite estrelada.


– Dorme aí, tá tarde pra você sair dirigindo assim. – proferiu sem virar para trás.


Winter resmungou um “aham”, não pretendia ir embora de qualquer forma, não agora.

Achava cômico como, no final, ela sempre se entregava a Karina. Era sempre daquela forma quando decidia reencontra-la, e ela sabia disso, mas continuava a voltar atrás da mulher mais velha.


Se levantou da cama e andou lentamente na direção da Yoo, pedindo passagem para poder se sentar no peitoril da janela enquanto a encarava profundamente.

Jimin levou a mão desocupada à sua cintura para não correr o risco de cair. Pelo menos, ela se importava com sua dor física.

Propositalmente, Karina soltou a fumaça perto do rosto da mais nova, sabia que ela não gostava do cheiro do baseado.


– Eu queria saber qual amor não é confuso, minado e inseguro. – brincava com o piercing que a menina havia no umbigo, observando ela tragar mais uma vez enquanto evitava olhar em sua direção.

– Você sabe mais do que eu que isso não é um amor puro, Minjeong. – mirou a rua – É um sentimento raso, não tem como ir fundo mais que isso. Eu já tentei inúmeras vezes.


Karina, indiretamente, dizia sobre suas atuações para ficarem juntos, tentou o possível e o impossível para o surgimento de um amor puro e inexperiente. Tentava levar em consideração a insegurança e a luta para preservar o futuro do pseudo-relacionamento, mas nada adiantava. Parecia que seus destinos estavam presos a essa amor profano.

Mas, Winter sempre tentava ignorar o esforço feito por Jimin.


– Para de tentar me encontrar em outras pessoas, pelo menos. – disse baixo, mas o suficiente para que a Yoo pudesse ouvir e responde-la.

– Quando você parar, nós conversamos sobre isso.


A insegurança sempre fora algo presente nos relacionamentos; nenhum casal conseguia se safar dela. Mas Minjeong e Jimin não eram um casal, apenas se amavam de uma forma incompreensível. A Kim sempre se via no direito de lhe cobrar sobre suas relações sexuais, sendo hipócrita o suficiente para não olhar para si e ver que fazia exatamente a mesma coisa.


– Karina. – chamou, vendo-a resmungar um "hm?" durante o tempo que inalava a fumaça do cigarro. – É sagrado ou é profano?


A mulher a encarou confusa, apagando o cigarro ao seu lado e jogando-o pela janela, apenas para poder prestar atenção no que Winter queria dizer com aquilo.


– O que? – se curvou em sua direção, intensificando o aperto em seu corpo.

– O que você sente por mim. 


Poderia existir o contraste, mas o desejo e a profundidade permaneciam. Às vezes tomavam atitudes que contrariavam aquele sentimento, mas que proporcionavam prazer momentâneo. Aquele amor não tinha um ponto definido, ele vagava entre o paradoxo, onde o sagrado e o profano, o puro e o impuro estavam interligados constantemente.

Se tentassem ir a fundo, retomariam a estaca zero, pois são de mundos diferentes, realidades opostas e personalidades distintas. O 'amar' poderia ser sagrado e puro, mas se tornava profano e mundano sempre que se viam, reunindo o âmago daquele sentimento intenso, caótico, inebriante, confuso e contraditório.


“Era sagrado, mas profano.

Era amor profundo, mas impuro.”


– É um sagrado amor profano, um impuro amor profundo, Minjeong.

 

 


Notas Finais


· e então, o que vocês acharam? 😥 eu nunca havia escrito algo dessa forma, então ao mesmo tempo que fora uma experiência nova e incrível, fora também estressante quando eu não sabia como me expressar e se minha interpretação poderia fazer sentido.

· todo mundo nessa história é filho da puta!!! não existe ninguém com bom senso, inclusive o heeseung, que fez aparição em umas duas falas e ainda falou a última na intenção de realmente magoar a winter.

· inclusive, stream nos meus amores (enhypen) que acabaram de lançar comeback nessa madrugada, e eu terminava a história ouvindo romance : untold 😜🤙

💗 : https://open.spotify.com/album/05I8FltCMnGa3kE38mpOkL?si=Te36Y0MaT5qFqcQMh2sIYw

· caso não se sintam confortáveis com algo, por favor, me contatem.

· não se espantem caso vejam a história na outra plataforma pela conta niszmura, sou eu mesma. 🙃

· não seja um leitor fantasma!

— obrigada por lerem aqui, é um prazer compartilhar minha escrita com vocês. até a próxima!! 👋💗

: revisado.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...